segunda-feira, 9 de maio de 2022

Ex-primeiro-ministro russo diz que começou o fim "da era de Putin"

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Notícias ao Minuto  09/05/22 

Antigo governante considera que discurso de Putin mostra que este está ciente de que o seu exército perdeu força.

O antigo primeiro-ministro russo, Mikhail Kasyanov, afirmou que o dia de hoje marca "o início do fim" de Vladimir Putin.

Em causa está o discurso hoje protagonizado pelo presidente russo, nas comemorações do Dia da Vitória, e em que, segundo o antigo governante, Putin mostrou estar ciente de que a invasão russa está a ser um fracasso.

Em declarações à Sky News, Mikhail Kasyanov diz que Putin desvalorizou e não contou com a força da resistência ucraniana.

O antigo ministro, que já se tinha posicionado contra a guerra, disse ainda que o facto de a Rússia não ter hoje proclamado vitória no conflito é a prova de que está ciente de que "está a perder forças".

Recorde-se que Putin afirmou que invadiu a Ucrânia porque a NATO ameaçava atacar a região de Donbass e que a Rússia agiu apenas em defesa própria. 

Mikhail Mikhailovich Kasyanov é um político russo que serviu como primeiro-ministro da Rússia de maio de 2000 a agosto de 2004. 


MIGRAÇÕES: Navio da ONG Médicos sem Fronteiras resgatou 200 pessoas no Mediterrâneo

© Reuters

Por LUSA  09/05/22 

O navio "Geo Barents" da organização não-governamental (ONG) Médicos sem Fronteiras resgatou hoje 200 migrantes em duas operações no Mediterrâneo central, informou a estrutura humanitária nas redes sociais.

"Esta manhã resgatámos cerca de 200 pessoas de duas embarcações em perigo. Todas estão agora a salvo e a bordo do nosso barco, enquanto estávamos à procura de outras embarcações. Logo depois do resgate vimos a guarda costeira da Líbia a navegar muito perto do 'Geo Barents'", contou a organização.

O "Geo Barents" encontra-se de novo no Mediterrâneo central, depois de na semana passada ter desembarcado 101 migrantes resgatados no porto de Augusta, na Sicília.

Na noite de domingo, o navio "Sea Watch 4", da organização humanitária alemã homónima, resgatou também 88 migrantes que se encontravam num bote insuflável no Mediterrâneo central, transportando agora 145 pessoas a bordo enquanto aguarda a autorização para desembarcar os migrantes num porto seguro.

"Agora temos 145 pessoas a bordo, que sem assistência teriam morrido afogadas ou regressado à Líbia ilegalmente", explicou a ONG alemã nas redes sociais.

O barco humanitário da organização já tinha realizado um primeiro resgate de 57 migrantes na passada quinta-feira.

No Mediterrâneo, navega também o navio "Sea Eye 4", igualmente ligado a uma organização alemã, com 34 migrantes resgatados de um porta-contentores após quatro dias no mar.

Nos últimos tempos, e perante a ausência de resposta por parte das autoridades de Malta aos pedidos dos navios de resgate humanitário, Itália tem assumido todo o fluxo de migrantes da rota central do Mediterrâneo, uma das rotas migratórias mais mortais, que sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção aos territórios italiano e maltês.

Desde o início do ano, e segundo os dados oficiais atualizados, chegaram 11.521 migrantes às costas italianas, um valor que, no mesmo período do ano passado, se situava pelos 10.724.


Leia Também: MSF denuncia "condições desumanas" de milhares de migrantes na Lituânia

ANGOLA: João Lourenço suspende saídas para o estrangeiro de membros do Governo

© Lusa

Notícias ao Minuto  09/05/22 

As deslocações de ministros, secretários de Estado, governadores e vice-governadores provinciais de Angola para o estrangeiro serão suspensas a partir do próximo dia 15 de maio, segundo um despacho do Presidente João Lourenço publicado hoje no Diário da República.

A suspensão vigorará "até à investidura do Presidente da República resultante das Eleições Gerais de 2022", conforme estabelece o número 1 do despacho Presidencial n.º 113/22.

No preâmbulo do despacho, João Lourenço justifica a medida "considerando que se avizinha o termo do mandato do Executivo referente ao período 2017/2022", como estabelece a Constituição angolana e "tendo em conta a necessidade de se maximizarem os resultados do trabalho de articulação institucional desenvolvido, bem como efetuar o balanço das atividades realizadas ao longo do mandato pelos diversos órgãos da administração central e local do Estado".

O número 2 do despacho esclarece que a suspensão de saídas para o estrangeiro não se aplica somente ao ministro e secretários de Estado do Ministério das Relações Exteriores.

Outra exceção é aberta às "entidades que se desloquem para atender a situações pontuais e inadiáveis, desde que devidamente autorizadas".

Eventuais dúvidas "resultantes da interpretação e aplicação" do despacho "são resolvidas pelo Presidente da República", esclarece o número 3 do diploma.

Angola tem previstas para agosto eleições gerais, em que será também eleito, por via indireta -- como prevê a Constituição -, o Presidente da República.

PR de Cabo Verde defende revisão da parceria com a União Europeia

© Lusa

Por LUSA  09/05/22 

O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, defendeu hoje a revisão da parceria entre Cabo Verde e a União Europeia, assinada em 2007, para lhe dar novos contornos e adequá-la aos desafios emergentes da arena internacional.

Numa mensagem publicada na sua página pessoal na rede social Facebook, no âmbito do Dia da Europa, que hoje se assinala, o chefe de Estada cabo-verdiano saudou este "parceiro estratégico" do arquipélago, mas disse que o país quer ainda mais dessa relação.

"O mundo atravessa momentos conturbados. A guerra na Europa veio agravar a situação. Certo é que está em gestação uma nova ordem mundial e, inteligentemente, Cabo Verde deve saber reposicionar-se e, desde logo, reescrever a parceria especial com a União Europeia, dando-lhe novos contornos, no sentido do seu aprofundamento e adequação aos desafios emergentes na arena internacional, com profundos reflexos num pequeno estado insular como o nosso", escreveu José Maria Neves.

Cabo Verde e União Europeia têm uma parceria especial, a única do género no continente africano, celebrada em 2007, precisamente quando José Maria Neves era então primeiro-ministro do país, cargo que ocupou até 2016, com suporte político do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, agora na oposição).

O Dia da Europa é assinalado em Cabo Verde em 2022 em vésperas da entrada em vigor -- em 01 de julho -- da atualização do acordo para a facilitação da emissão de vistos de curta duração com a UE.

Também numa mensagem na mesma rede social, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, que está em visita oficial á Guiné-Bissau, prometeu continuar a reforçar e aprofundar a cooperação com a União Europeia em domínios mutuamente vantajosos para ambos os povos.

"Manifesto o desejo de, no quadro da Parceria Especial entre Cabo Verde e União Europeia, continuar a reforçar e aprofundar os laços de amizade, solidariedade, bem como os de cooperação, em domínios mutuamente vantajosos, em prol dos nossos povos", escreveu o chefe do Governo, apoiado desde 2016 pelo Movimento para a Democracia (MpD).

A parceria especial abrange áreas como a boa governação, segurança e estabilidade, integração regional, convergência técnica e normativa, sociedade da informação e do conhecimento, luta contra a pobreza e desenvolvimento.

Mas Cabo Verde já manifestou em diversas ocasiões a intenção de introduzir outros pilares, com a segurança, mobilidade e economia azul.

Em entrevista à agência Lusa em maio do ano passado, a então embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Sofia Moreira de Sousa, avançou que a UE já apoiou o Orçamento cabo-verdiano e financiou projetos em Cabo Verde com mais de 500 milhões de euros, desde o estabelecimento de relações com o arquipélago, após a independência em 1975.

E desde 2007, quando foi estabelecida oficialmente a Parceria Especial com Cabo Verde, o bloco europeu já transferiu, só em apoio orçamental, com desembolsos diretos ao Tesouro cabo-verdiano, mais de 130 milhões de euros.

Acrescem cerca de 50 milhões de euros em projetos regionais e temáticos financiados em Cabo Verde também desde 2007, pelo que nestas duas áreas, o arquipélago já recebeu quase 200 milhões de euros de fundos europeus.

"No global, posso dizer que desde o estabelecimento de relações de Cabo Verde e a UE, em termos de apoio orçamental e em projetos financiados pela UE em Cabo Verde, estamos a falar de mais de 500 milhões de euros", acrescentou.

E em pleno ano de pandemia provocada pela covid-19, esta relação ainda permitiu a assinatura de um contrato de financiamento com as autoridades nacionais para o "maior projeto a fundo perdido nos últimos anos da UE em Cabo Verde", de 17 milhões de euros, para apoiar as infraestruturas de expansão dos portos das ilhas do Maio e do Sal.

Entretanto, a UE já está a preparar um novo pacote financeiro de apoio a Cabo Verde, a vigorar até 2027.

Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

Em 2020 registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB. O Governo cabo-verdiano admite que a economia possa ter crescido entre 6,5 e 7,5% em 2021, impulsionada pela retoma da procura turística, e prevê 6% de crescimento em 2022.

AMBIENTE: Líderes africanos fazem "apelo urgente" a investimentos rentáveis

© Lusa

Por LUSA  09/05/22 

Os líderes africanos presentes hoje na reunião das Nações Unidas sobre a desertificação defenderam a necessidade de investimentos "em grande escala" para lutar contra os efeitos ambientais e sublinharam a rentabilidade desses investimentos na recuperação dos ecossistemas.

"A restauração de terras degradadas é fazível, por vezes com baixo custo, e os investimentos na reparação dessas terras é economicamente rentável, tecnicamente fazível, socialmente desejável e, claro, ecologicamente benéfico", disse o secretário executivo da 15.ª Conferência das Partes (COP15) da Convenção das Nações Unidas para Combater a Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês), Ibrahim Thiaw, que hoje arrancou em Abidjan.

Corroborando a ideia, o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, destacou que, "segundo estudos da UNCCD, cada dólar investido na restauração de terras pode gerar entre 7 ae30 dólares", cerca de 94 cêntimos de euros para 6,6 a 28,4 euros.

"Assim, para o setor privado, investir na restauração dos ecossistemas é uma aposta lucrativa", argumentou o chefe de Estado, que antes já tinha alertado que o país podia perder toda a floresta até 2050 se a situação de desertificação se mantiver.

Na mesma linha, a sub-secretária-geral das Nações Unidas, Amina Mohammed, avisou que são necessários "investimentos em grande escala" para ajudar os países que mais precisam, e o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, disse que esta conferência é "um apelo urgente aos governos para que invistam de forma massiva em projetos de grande escala de recuperação dos ecossistemas".

Com o tema "Terra, Vida, Legado, da escassez à prosperidade", a COP 15 realiza-se até 20 de maio para impulsionar a gestão sustentável do solo terrestre, reunindo chefes de Estado e de Governo, líderes do setor privado, cientistas e organizações não governamentais de 196 países, segundo a agência espanhola de notícias, a Efe.

Entre as temáticas e as negociações que decorrem desde hoje em Abidjan, estão a luta contra a desertificação, a degradação e restauração da terra, a seca e a resiliência, a crise climática, a perda de biodiversidade, a igualdade de género e o envolvimento dos jovens, entre outras.

Caso Domingos Simões Pereira: PGR DIZ QUE SE MANTÉM INTACTA A MEDIDA DE COAÇÃO E EXIGE QUE O MINISTÉRIO DO INTERIOR A CUMPRI À LETRA

JORNAL ODEMOCRATA  09/05/2022

A Procuradoria-Geral da República exortou o Ministério do Interior que faça cumprir a medida de coação imposta ao deputado e líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, medida essa que se mantem “intacta” e que deve ser cumprida à letra.

No passado dia 05 de maio, 14 dos 15 membros da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP) reiteraram que se mantém intacta a plenitude da imunidade do deputado Domingos Simões Pereira e consideraram “inexistente, à luz da ordem jurídica”, as medidas de coação aplicadas pela Procuradoria-Geral da República.

Em comunicado com data de 09 de maio de 2022 consultado por O Democrata, o Ministério Público qualifica como “uma aberração jurídica” a decisão da Comissão Permanente, desafiando a ANP que indique a fundamentação jurídica em que está ancorada a decisão de declarar inexistentes as medidas de coação aplicadas ao deputado Simões Pereira.

O Ministério Público lembrou ainda que nenhuma instituição pública ou privada deve funcionar como “ninho de proteção de potenciais criminosos”.

“A Procuradoria-Geral da República gostaria de lembrar a Comissão Permanente de ANP que, em matérias do género, esta [a Comissão Permanente] só atua no intervalo das sessões legislativas [ainda sujeito ao assentimento do plenário], nos termos do artigo 11°, do Estatuto dos Deputados, sobre imunidades parlamentares” lê-se no comunicado, insistindo que se torna “no mínimo estranho” a Comissão Permanente chamar a si um assunto dessa natureza a cinco dias da reunião do seu plenário.


Por: Tiago Seide

O Presidente da República chega à República do Congo, cidade de Oyo, para uma visita de Trabalho e de Amizade.

A chegada o Presidente Umaro Sissoco Embaló foi recebido pelo seu homólogo Presidente Denis Sassou Nguesso.👇

 
Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

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Seminário OIS/CPLP: PRESIDENTE SISSOCO CONSIDERA A CORRUPÇÃO UM MAL QUE MINA CREDIBILIDADE DE UM ESTADO

JORNAL ODEMOCRATA  09/05/2022

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou que a corrupção é um mal que reduz as receitas públicas, mina a credibilidade de um Estado, agrava a pobreza e trava esforços necessários para atingir o bem-estar.

Chefe de Estado guineense falava esta segunda-feira, 09 de maio de 2022, n a cerimónia de abertura do VII Seminário da Organização das Instituições Superiores de Controlo dos Países da Língua Oficial Portuguesa e Assembleia Geral Extraordinário, que decorre (9 e 10 de maio) numa das unidades hoteleiras em Bissau.

O evento reúne presidentes de tribunais de contas ou instituições superiores de controle da CPLP, com exceção do Timor Leste. Durante dois dias de trabalhos diferentes temas serão abordados, com destaque para a contribuição das ISC no combate à corrupção e a sua relevância na implementação da agenda 2030 e as instituições superiores de controlo em tempos de crise e os desafios da sustentabilidade.          

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, garantiu o apoio ao Tribunal de Contas da Guiné-Bissau e à organização onde está inserido, bem como o empenho de sempre para fazer mais e melhor na sua tarefa de saneamento das finanças públicas.

“É preciso combater a corrupção, sendo um flagelo transversal tanto em economias avançadas como em desenvolvimento. Atinge os países em diversas formas e enfraquece a prestação dos serviços públicos, desvia recursos que se destinam a satisfação coletivas e desencoraja os investidores” advertiu o chefe de Estado.

O Secretário-geral da OISC/CPLP, Walton Alencar Rodrigues, acredita que a agenda cooperativa da lusofonia será mais fortalecida durante o evento que decorre em Bissau. Realçou o interesse da presidência do tribunal de contas do Brasil.

Para o presidente do Tribunal de Contas da Guiné-Bissau, Amadu Tidjane Baldé, a intransigência e a força de vontade do chefe de Estado no combate à corrupção abriu o caminho para que a Guiné-Bissau disponha da sua primeira estratégia nacional de luta contra a corrupção, facto que inspira a sua instituição a escolher as contribuições OIS para implementação de agenda 2030.

Amadu Tidjane Baldé disse que os eventos do género constituem uma excelente oportunidade para que as instituições superiores de controlo da CPLP segmentarem a nível multilateral e bilateral a sua estratégia de reforço de visibilidade, cooperação e o seu alargamento às novas áreas.   

Aguinaldo Ampa

Foto: A.A   

ANTÓNIO ÓSCAR BARBOSA NOMEADO PORTA-VOZ DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

@António Óscar Barbosa
 Por JORNAL ODEMOCRATA  09/05/2022 

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, nomeou, por decreto número 21/2022, António Óscar Barbosa, Conselheiro Porta-Voz do Presidente da República, com direitos e regalias inerentes ao cargo de Ministro.

Cancan, como é conhecido por seus próximos, é político e dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Desempenhou várias vezes funções ministeriais em diferentes governos do PAIGC, sobretudo na liderança de Carlos Gomes Júnior. 

A última vez que ocupou a função ministerial foi no executivo de inclusão liderado por Aristides Gomes, quando foi ministro das Obras Públicas, Construção e Urbanismo, em 2018. Foi deputado da nação por várias legislaturas e igualmente Conselheiro do Presidente da Assembleia Nacional Popular, em 2016.

Depois das eleições presidenciais de 2019, ficou de costas viradas com a direção do PAIGC e juntou-se ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.  

Ucrânia: Guerra reflete "ambições imperialistas doentes" da Rússia

© REUTERS/Kemal Aslan

Por LUSA  09/05/22 

A Presidência ucraniana respondeu hoje ao discurso do Presidente russo sobre o "Dia da Vitória", afirmando que a NATO não planeou atacar a Rússia e que a guerra iniciada por Moscovo reflete "ambições imperialistas doentes".

"Digamo-lo novamente. Os países da NATO não planearam atacar a Rússia. A Ucrânia não planeou atacar a Crimeia. Os militares russos morrem não a defender o seu país, mas a tentar ocupar outro", escreveu o conselheiro presidencial ucraniano Mikhail Podolyak na rede social Twitter.

"Não havia razões racionais para esta guerra a não ser as doentias ambições imperialistas da Rússia", acrescentou Podolyak, citado pela agência espanhola EFE.

Trata-se da primeira reação de Kiev ao discurso de hoje do Presidente Vladimir Putin na Praça Vermelha, em Moscovo, que assinalou os 77 anos da vitória sobre a Alemanha nazi, em 1945.

Putin disse que a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, foi uma "resposta preventiva" à ameaça da NATO e do Ocidente contra Moscovo.

Segundo Putin, foi uma "medida necessária" e a "única possível" perante a situação.

"Vemos como se mobilizaram as infraestruturas militares, como centenas de especialistas estrangeiros trabalharam na Ucrânia e como os estavam a abastecer com armamento da Aliança Atlântica", afirmou.

Putin disse que, em dezembro de 2021, a Rússia apelou ao Ocidente para um "diálogo sincero" e para "procurar soluções razoáveis e compromissos para o bem comum", mas que os países da NATO não quiseram ouvir.

"Significava que, de facto, tinham planos completamente diferentes", justificou.

A Rússia e a Ucrânia pertenciam ao mesmo Estado, a União Soviética, quando o regime nazi de Adolf Hitler foi derrotado na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), mas estão em guerra 77 anos depois.

Além de se desconhecer o número de baixas civis e militares, a guerra na Ucrânia provocou mais de 5,5 milhões de refugiados, a prior crise do género na Europa, precisamente desde a Segunda Guerra Mundial.

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Em vídeo é possível ver-se Sergey Andreyev a ser atingido durante a visita ao cemitério militar soviético.

O embaixador russo na Polónia, Sergey Andreyev, foi atacado na manhã desta segunda-feira, enquanto se deslocava ao cemitério militar soviético em Varsóvia para fazer uma homenagem relacionada com o feriado russo que hoje se comemora - o 'Dia da Vitória'.

As imagens deste ataque com tinta ao diplomata russo foram inicialmente partilhadas pela agência internacional russa RIA que partilhou inclusivamente um vídeo do sucedido.

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Quatro em cada 10 ficam com menos de 10% do salário após pagarem contas

© Shutterstock

Notícias ao Minuto  09/05/22 

Com estes resultados, é "provável que muitos tenham dificuldades em suportar um aumento geral nos preços", revela um estudo da Intrum.

Os preços estão mais caros e, como consequência, quatro em cada dez portugueses (40%) ficam com menos de 10% do seu rendimento depois de pagarem as suas despesas, de acordo com um estudo da Intrum, divulgado esta segunda-feira. 

"Neste contexto de crescimento da inflação, o ECPR [European Consumer Payment Report] revela que 40% dos portugueses afirmam que após o pagamento das contas lhes sobra menos de 10% do seu rendimento, sendo provável que muitos tenham dificuldades em suportar um aumento geral nos preços. A média europeia situa-se nos 23%", pode ler-se num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso. 

A mesma análise mostra que um em cada sete (16%) dos inquiridos afirma que não tem controlo sobre o seu endividamento. Em Portugal, 10% afirma não saber quanto deve.

Analisando por grupos etários, as gerações mais jovens são as que revelam menos interesse em saber o valor total das suas obrigações financeiras. Dos inquiridos portugueses, a geração Z (18-21 anos) destaca-se com 23%, praticamente o dobro do grupo etário dos 22 aos 37 anos, com 12%.

Também de acordo com o estudo, os homens afirmam ter menos interesse no conhecimento das suas obrigações financeiras (13%) do que as mulheres (7%).

O European Consumer Payment Report é um relatório anual baseado num inquérito externo realizado simultaneamente em 24 países na Europa, totalizando mais de 24 mil participantes.

Eletricidade e Água da Guiné-Bissau - EAGB : Comunicado

EAGB-Eletricidades e Águas da Guiné-Bissau, vem por meio deste, comunicar a todos os seus estimados clientes que, amanhã dia 10 do corrente das 08h00  às 11h00, os seguintes bairros ficarão sem o fornecimento da corrente eléctrica devido a instalação das celas no posto de transformação n° 13, nomeadamente, os bairros:  Belem, Bairro Militar, Missira, Quelele, CE(zona das embaixadas) e sintra Nema estão sem a corrente eléctrica.

Pedimos a vossa compreensão.

 Eletricidade e Água da Guiné-Bissau - EAGB

RÚSSIA/UCRÂNIA: "Tenho medo que Putin se sinta sem alternativa e parta para o apocalipse"

 © Universidade Católica Portuguesa

Notícias ao Minuto  09/05/22 

Francisco Proença Garcia, especialista nas áreas da Geopolítica e da Geoestratégia, é o entrevistado desta segunda-feira do Vozes ao Minuto.

Numa altura em que a invasão russa sobre a Ucrânia dura já há quase três meses, começamos a questionar-nos sobre quanto mais tempo esta guerra irá durar e quais os possíveis desfechos para a mesma. Até agora, o balanço é trágico: de acordo com os mais recentes dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), este conflito militar resultou na fuga de mais de 13 milhões de pessoas das suas habitações, com mais de três mil civis a terem já perdido a vida.

Numa outra perspetiva, também as tropas de Moscovo parecem ter sido obrigadas a repensar, a certo ponto desta guerra, as suas opções estratégias. Depois de terem sido capazes, logo nas primeiras semanas de conflito, de assumir o controlo de algumas das regiões em torno da capital ucraniana, Kyiv, os militares russos acabariam por abandonar a intenção de conquistar essa mesma cidade.

Francisco Proença Garcia, docente do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa e que é, também, Tenente-Coronel de Infantaria na reforma, é o convidado desta segunda-feira do Vozes ao Minuto. Algumas das temáticas abordadas nesta conversa com o especialista nas áreas da Geopolítica e da Geoestratégia foram os objetivos da Rússia para esta invasão sobre a Ucrânia, uma eventual expansão da mesma para território da NATO e a capacidade das Forças Armadas portuguesas conseguirem contribuir para uma contenção das eventuais ameaças que possam preocupar a Aliança Atlântica.

É complexo bombardear Odessa, porque eles têm lá grande investimentos. É o 'Algarve' deles, onde muitos russos têm casa de férias

A guerra na Ucrânia conta já com mais de dois meses de duração... Considera que a Rússia está a ser bem-sucedida nesta invasão ou que a mesma está a ser um falhanço?

A nossa expetativa era que os russos tivessem uma ação rápida, a tradicional guerra relâmpago, e conquistassem o poder em Kyiv e substituíssem-no por um poder próximo. Isso falhou e aquelas ações das forças especiais que decorreram junto a Kyiv, de ocupação dos aeródromos, por exemplo, foram um falhanço. Penso que talvez por falta de informação detalhada. Desde 2014, a Ucrânia tem-se estado a fortificar. As cidades estão todas fortificadas, em termos de equipamento, de armamento, das populações treinadas. De maneira que a guerra passou a ter uma outra orientação. Eles eventualmente perceberam que o esforço não podia ser feito em Kyiv e adaptaram-se à situação. E passaram a exercer o esforço sobretudo na zona do Donbass. 

Mas basta olhar para o mapa. Olhando para o mapa, um invasor pensa: "o que é que eu vou controlar? Tenho de controlar o cérebro e depois tenho de controlar o coração". E o coração, neste caso, são os portos. E até agora já controlaram. Só falta Odessa. O mar de Azov já está praticamente na mão deles. Já têm a Crimeia, mas falta aquela zona de Odessa. 

Mas é complexo bombardear Odessa, porque eles têm lá grande investimentos. É o 'Algarve' deles, onde muitos russos têm casa de férias. Penso que o esforço ainda não foi feito aí também por isso. Não é que eles não tenham capacidade para o fazer, pois em vez de bombardearem outros sítios, bombardeavam naquele. Até mesmo a partir da Transnístria podiam exercer uma força por trás e outra pela frente. Esse objetivo de isolar os portos, de controlar os portos, esteve sempre presente desde o início. Mas ainda não está completamente concretizado. 

O que me indica que esta guerra não vai terminar é que os russos estão a fazer combates em profundidade

Muito se fala sobre o 'Dia da Vitória', que se celebra a 9 de maio, e que essa data será o dia em que Vladimir Putin declara o fim do conflito, de acordo com a opinião de analistas, ou, contrariamente, um agravamento do mesmo. São suposições plausíveis? Em que é que uma eventual 'vitória' russa poderia consistir?

Nestas guerras nunca há vitórias. Há essencialmente derrotas, sobretudo para as populações, que são os mártires destas lutas pelo poder. Eu penso que o dia 9, que é um marco simbólico para eles, poderá ser usado na sua propaganda - pela conquista, pela derrota do batalhão Azov. Poderão ir por aí, porque esse é o símbolo nazi que eles identificaram e esse é o dia em que eles também derrotaram nazis, no passado. 

Mas nós olhamos para o mapa e vemos que eles têm algumas vilas e cidades conquistadas, mas não é nada de substancial. Agora, o que me indica que esta guerra não vai terminar é que os russos estão a fazer combates em profundidade. Eles atingem centrais de distribuição de eletricidade junto à fronteira com a Polónia; fazem exercícios nucleares em Kaliningrado; bombardeiam Odessa, Lviv e Kyiv (mesmo com o secretário-geral da ONU lá); e fazem estes ataques em profundidade. Mas depois, na componente operacional, eu penso que eles querem chegar ao Rio Dniepre. 

Se virmos os mapas da russofonia, onde se fala russo mais significativamente, vemos que vai até este rio. De maneira que esta poderá ser uma ideia. O que é que eles fizeram em Zaporizhzhia? Conquistaram a central nuclear, que foi logo um dos seus primeiros objetivos. Agora querem aproximar-se cada vez mais do rio Dniepre. E depois, eventualmente, juntar a zona sul, das forças que defendem a Crimeia, com aquelas que vem de Kharkiv, a norte - e criar ali uma linha divisória, coincidente com a parte que eles dizem que é russófona.

Há aqui outra coisa que é muito importante. O facto de, com o evoluir da guerra, os russos estarem a introduzir a moeda, a introduzir a lei e a ordem deles. Numa cidade ucraniana até já controlam a internet. Ou seja, já estão a 'russificar' o território. Essa é a legitimidade do exercício. A guerra é sempre uma mudança de ordem: temos uma ordem, passa a haver outra. E eles já estão a consolidar isso. Revertê-lo, depois, vai ser muito complexo. 

E o que é que nós fizemos em relação à Crimeia e ao Lugansk? Nada. Aplicámos umas sanções, mas aquilo consolidou-se. De maneira que eles vão parar onde nós os deixarmos parar

Um aliado de Vladimir Putin e antigo presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, sugeriu recentemente que o objetivo do Kremlin passa por construir finalmente "uma Eurásia aberta entre Lisboa e Vladivostok". Esta é uma preocupação que a Europa deve ter em conta? Até onde quer Putin ir?

Não devemos esquecer que a 'área epicéfala' de Moscovo olha tanto para a Europa, como para a Ásia. A Rússia é o maior país do mundo. Quando se fala desta ideia é em termos culturais - porque se formos a Vladivostok, que é junto à Coreia do Norte, a Ocidente temos Pequim. Para nós, o que é uma localização no extremo Oriente, para eles passa a ser Ocidente. De maneira que é muito grande, são 11 fusos horários, e isso é simbólico. E aí encontramos eslavos, ou seja, europeus, nas ilhas do Japão que eles ocuparam, desde a II Guerra Mundial. De maneira que é essa é uma ideia mais cultural.

Agora, a Rússia vai insistir muito nesta componente, que vem da tradição da escola de Munique da geopolítica. Karl Haushofer dizia que onde havia um alemão, havia interesses alemães. Putin veio reabilitar essa ideia: onde há um russo, ou russofonia, há interesses russos. E não nos esqueçamos que há, mesmo dentro da União Europeia, comunidades russófonas significativas e que não têm sequer passaporte. Essas populações são apátridas. 

Quando nós falamos em divisão da Ucrânia, é importante considerar que eles já dividiram a Alemanha, já dividiram a Coreia e também já dividiram o Vietname. Seria mais uma divisão. E o que é que nós fizemos em relação à Crimeia e ao Lugansk? Nada. Aplicámos umas sanções, mas aquilo consolidou-se. De maneira que eles vão parar onde nós os deixarmos parar. 

Se nós não mostrarmos força, eles não param. Eles já estiveram em Berlim, há 80 anos, de maneira que se nós não os fizermos parar, eles param em Berlim. Podemos pensar que não têm força para isso. Não sabemos se não têm. Sim, eles estão a enfrentar uma série de adversidades e resistência na Ucrânia. Os ucranianos estão bem preparados, nós estamos a ajudar os ucranianos a morrerem por nós. E agora a ideia passa por desgastá-los, para eles não terem a capacidade de, depois, irem até Berlim. Mas não sabemos. Apenas sabemos que se nós não nos mostrarmos resistentes, eles vêm até nós.

Recentemente têm-se registado várias explosões em várias zonas da Transnístria, que como sabemos é um território separatista dentro da Moldova que abriga tropas russas há décadas... O que se está alí a passar? A Moldova deve recear que a investida militar de Putin vise também o seu território?

Isso é mais uma situação mediática, ou seja, de discurso para gerirmos as perceções. A Transnístria é controlada por russos. A moeda que lá circula é o rublo, a língua que se fala é o russo.  Eles lá têm uma força que não é muito grande, mas que é significativa. Tão significativa que a Moldova não ocupa esse território. O que é que eles podem fazer? Uma ação tática - que pode passar, por exemplo, por apoiar um ataque que venha pelo mar ou pela zona oriental contra Odessa, 'cortando' depois Odessa pela retaguarda. Podem recorrer a isso e depois unir esse território até à Transnístria, já falaram nessa possibilidade.

Não sei se tal é possível e se têm essa intenção agora, mas se já nos falaram nisso, nós não podemos esquecer. Eles falaram na questão da Crimeia em 2014. Já passaram sete anos e agora voltam a este ataque. De maneira que agora falaram na Transnístria, e mesmo não tendo feito nada, temos de ter muita atenção ao problema desta região - sobretudo na perspetiva dos ucranianos, que podem ter uma ação pela retaguarda. Depois também temos outro problema mais a norte. Na quarta-feira começaram exercícios significativos na Bielorrússia e eu espero que os bielorrussos não entrem na guerra. 

A ideia que nós, ocidentais e países da NATO, devemos ter passa por conter o conflito naquele território. Para ver se os russos não alargam à Transnístria ou à Bielorrússia. Porque, senão, até onde é que isso vai parar? Há até cenários em que os norte-americanos dizem que para o ano já começa a III Guerra Mundial. Vamos ver. Eu espero que não.

Estamos a sofrer as consequências da guerra. Não temos tropas nossas a combaterem e a morrerem, ainda, (...) mas esse papel é desempenhado pelos ucranianos, que combatem e morrem pelo resto dos europeus. E nós ajudamo-los a combaterem e a morrerem, para eles nos defenderem. Essa é uma dívida que o resto da Europa vai ter para com os ucranianos

Mas acredita que pode acontecer?

A guerra é sempre uma luta pelo poder, pela conquista ou pela manutenção do poder. E isso tem de ser interpretado em várias áreas. Nas áreas da estratégia, quanto às formas de coação, eu tenho sempre a área socioeconómica, a político-diplomática, a mediática e das perceções, e finalmente a militar. Em todas as vertentes, menos na militar, o Ocidente já está mais do que envolvido. Na componente das sanções políticas e diplomáticas, nas sanções económicas, na guerra dos media, estamos envolvidos. Na componente militar, pusemos os ucranianos a combater por nós, estando nós a fornecer-lhes equipamento. E, ao mesmo tempo, a treiná-los. E com conselheiros nossos no terreno. De maneira que não se pode dizer que estamos em guerra, senão fica tudo em pânico. 

Mas estamos a sofrer as consequências da guerra. Não temos tropas nossas a combaterem e a morrerem, ainda, e espero que nunca venhamos a ter, de forma conter a guerra, mas esse papel é desempenhado pelos ucranianos, que combatem e morrem pelo resto dos europeus. E nós ajudamo-los a combaterem e a morrerem, para eles nos defenderem. Essa é uma dívida que o resto da Europa vai ter para com os ucranianos. E nós temos que os ajudar a recuperar, porque eles é que se estão a sacrificar. Nós temos apenas os custos do gasóleo e, portanto, viajamos menos. Se o preço do gás sobe, tomamos banho mais rápido. Temos de nos conter. Mas até quando? 

Há aqui um outro dado muito importante, por causa da parte psicológica. Neste momento aceitamos tudo: fechamos o gás e mais não sei o quê, vamos todos contra os russos. Se isto durar dois, três ou cinco anos, iremos nós manter esta situação, do petróleo a subir e das consequências económicas? Nós vamos ficar cansados disto. Começamos a ir para as ruas, a fazer manifestações, e os próprios governos começam a deixar cair estas medidas. A guerra cai no esquecimento e pode passar a ser um 'frozen conflict'. Como é o da Crimeia, em que morreram 14 mil pessoas nestes sete anos e nós esquecemos esse facto. De maneira que há muitos cenários possíveis. Numa guerra, sabe-se como tudo começa, nunca se sabe quando e como acaba. 

O nosso problema é que nós não temos soldados

Estará Portugal preparado militarmente para responder, no seguimento desta ideia, a uma eventual agressão que se perpetue sobre o seu território ou sobre território da NATO? Ou as nossas Forças Armadas estão longe de estar preparadas para oferecer tal resposta?

As Forças Armadas portuguesas cumprem as missões que o poder político as manda cumprir. Cumpriram na I Guerra Mundial, em Goa e em África. E têm cumprido as missões todas no pós-Guerra Fria. Têm cumprido sempre, com mais ou menos dificuldades. O nosso problema é que nós não temos soldados. É um problema estrutural. Mas os meios aéreos que temos, as nossas fragatas e os nossos submarinos, tudo isso contribui para o nosso desempenho. Há missões que nos podem ser atribuídas e para as quais podemos contribuir. Nós temos algumas capacidades terrestres, cibernéticas, de artilharia, e até alguns batalhões de infantaria. Mas são poucas. As dificuldades estruturais são muito grandes. 

Houve um desinvestimento significativo nos últimos 20 anos, na atração e na retenção de quadros, e depois no fornecimento de equipamentos. E, além do mais, nós preparámo-nos para operações de estabilização, de paz em África, nas quais damos cartas, porque apenas exigem combates ligeiros. Neste caso da Ucrânia, é preciso carros de combate, artilharia, forças pesadas. Nós temos muito pouco disso. Ainda assim, à nossa dimensão, nós podemos participar, e não fazemos má figura. Agora, temos de ter a noção dos défices estruturais e de equipamento que temos, e das missões que nos são usualmente atribuídas. Para se combater e para se fazer guerra precisamos de ter homens. 

Olhando para o caso nacional, o OE2022 estabelece um aumento de 2,5% da despesa no setor da Defesa... Um incremento deste valor é suficiente, no contexto de uma guerra na Europa e perante a atual realidade das Forças Armadas portuguesas?

Se não fosse o Presidente da República chamar à atenção, no 25 de Abril, para este desinvestimento, nós teríamos menos 800 mil euros para as Forças Armadas. Nós temos desinvestido significativamente, e mais uma vez refiro que o nosso problema é ao nível dos soldados, de quadros militares. E não precisamos de grandes equipamentos novos, precisamos apenas de manter aqueles que temos. Eu não posso é ter 30% ou 40% dos meus equipamentos sem funcionar. Mais de metade das fragatas estão paradas, os submarinos estão parados. Há muito equipamento que está parado e nós temos de por esses equipamentos a funcionar. E de ter homens para os operar. 

Mas é claro que também preciso de novos equipamentos para realizar operações com os 30 membros da NATO. O equipamento tem de estar mais ou menos ao mesmo nível e ser compatível, e temos de ter todos o mesmo treino. Porque se estiver a cooperar com checos, com búlgaros ou com polacos, temos todos de ter a mesma linguagem. Para que eles possam, claro está, emprestar-me as suas munições e eu possa emprestar-lhes outro material. Tem de ser interoperável. 

Corremos o risco, se houver um desinvestimento continuado, de qualquer dia não conseguirmos sequer fazer as missões ao mesmo nível e de ficarmos para trás. Isso vai-se colocar ao nível do diferencial tecnológico, sobretudo na Força Aérea. Se não fizermos uma atualização dos F-16 e não pensarmos já no avião que vem a seguir, como os outros países estão a fazer, depois ficamos apenas com os 'Legacy' e com os equipamentos velho, bem como com todo o ónus que isso tem: o de não participar nas operações e o encarecimento da manutenção do material. 

Na minha perspetiva, o problema não é o dinheiro que é atribuído no Orçamento do Estado, mas sim a execução desse dinheiro. Na quinta-feira foi noticiado que nós não executamos a lei. Nós temos o dinheiro e depois a lei não é executada. Ou seja, temos é de executar aquilo que temos de executar.

Nós somos um país pequeno e pobre, não podemos ser tão ambiciosos. Devemos ser tão ambiciosos como os outros, mas temos de ser realistas. Eu gostava de ter uma Forças Armadas como as norte-americanas, mas isso não é possível

E o que é que deveria ser executado, na sua perspetiva?

É muito simples. Nós temos um lei de programação militar, a Lei 12. Nos próximos quatro anos, depois da aprovação do Orçamento do Estado, essa lei vai ser revista. Vamos redefinir as prioridades. Se eu quero comprar navios, não chego ao 'stand' e compro um navio. O navio tem de ser construído, tem de se garantir a guarnição e o treino da guarnição.  E isso leva anos. A mesma coisa com um avião. Eu encomendo um avião e ele demora cinco anos. Tem de se fazer um planeamento, não só da aquisição, mas também da atualização do equipamento. É o chamado ciclo de vida dos equipamentos. Numa fragata, o mesmo pode ser de 30 anos. Temos estas leis e o dinheiro existe. Não é todo o que gostaríamos de ter, mas se eu tenho aquele dinheiro no bolso, pelo menos esse eu tenho de executar. Eu penso que, com a revisão desta lei, vamos reatribuir ou redefinir prioridades. Mas temos de cumprir o que está na lei. Porque se nós temos o dinheiro e não o executamos, e ficamos apenas com 30% ou 40% do material operacional, não é possível atuar. 

Mas não vale a pena criticarmos. Nós somos um país pequeno e pobre, não podemos ser tão ambiciosos. Devemos ser tão ambiciosos como os outros, mas temos de ser realistas. Eu gostava de ter uma Forças Armadas como as norte-americanas, mas isso não é possível. Ter o topo do topo da tecnologia? Não é possível. Então, dentro do possível, é preciso executar. Ou seja, antes de começar a comprar equipamentos novos, tenho de me focar em pôr o que tenho a funcionar. Eu não posso ter os carros de combate parados. Temos viaturas em Santa Margarida, que já vieram do Vietname, e que atualmente são sucata. O único equipamento que substituímos nestes anos foram as G3. 

A título de exemplo, quando acabei a Academia Militar, comecei a testar as armas que só vieram a ser fornecidas ao Exército quando já eu estava na reforma. Foram 30 e tal anos de discrepância. De maneira que, assim sendo, temos algum material, mas não é para este tipo de operações, é apenas para as operações que fazemos em África ou em Timor. Agora, para uma guerra convencional, temos de ter os carros de combate a funcionar.

Tenho medo que o Putin se sinta completamente sem alternativa e parta para o apocalipse

Muito se tem falar da possibilidade da Rússia vir a recorrer à arma nuclear no contexto desta guerra na Ucrânia... No mês passado foi também lançada uma investigação sobre a possível utilização de armas químicas na Ucrânia, por parte das forças russas... Numa perspetiva do armamento que o exército de Moscovo tem ao ser dispor, quão longe julga que o Kremlin considera ir?

Uma das coisas que me preocupa muito no discurso do Kremlin é o nuclear. Porque desde o emprego do mesmo, pelos Estados Unidos, em Hiroshima e Nagasaki, o mesmo nunca mais foi empregue. Houve depois um crescendo significativo dos arsenais, que também depois da queda do Muro de Berlim, se foi renegociando para haver uma redução desses arsenais. E considero importante manter esses tratados em vigor. 

Só que Putin e Lavrov vieram falar nisso. E isso é muito perigoso. E, na quarta-feira, em Kaliningrado, que é um enclave entre a Polónia e a Lituânia e onde existem armas com ogivas nucleares, os russos já fizeram ensaios e exercícios. Nós temos de levar a sério esta ameaça, porque a base da dissuasão é essa mesmo, a credibilidade. E a verdade é que eles têm o maior arsenal do mundo. Se nós não possibilitarmos uma saída airosa para a Rússia, em que ele possa invocar alguma espécie de vitória, e o encurralamos... Um animal encurralado reage muito mal e eu tenho medo disso. Tenho medo que o Putin se sinta completamente sem alternativa e parta para o apocalipse. 

Podem argumentar que só vai ser usado sobre Kyiv ou Mariupol. Mas isso é apenas no começo. Eu espero que nós não entremos nessa loucura, mas temos de ter isso em consideração. Porque, aí, será o apocalipse. Podemos pensar que é apenas uma medida tática, só aplicada sobre uma cidade. Mas o emprego das armas nucleares tem sempre a finalidade de passar uma mensagem. Se eles a usarem, significa que estão encurralados. De maneira que é preciso levar essas ameaças a sério e, ao mesmo tempo, mostrar-lhes que somos capazes de reagir, para eles se conterem. É esta a base da dissuasão. 

Mas, mais do que isso, são as armas sobre as quais não há controlo e sobre as quais não existe um regime de controlo sobre a sua proliferação. Que são os mísseis hipersónicos, sobre os quais nós não temos qualquer capacidade de defesa. Como é que nós travamos isso? Tenho muito receio. 

Esta invasão russa sobre a Ucrânia levou a Suécia e a Finlândia a considerarem seriamente uma candidatura à NATO, que pode até mesmo vir a ser formalizada já em junho... Acredita que essa adesão vai mesmo avançar? Que consequências tal adesão poderia ter no contexto desta guerra?

Eu acredito que essa adesão vai avançar. Isto porque, para já, são países da União Europeia. Eles quiseram, até agora, manter-se neutrais porque tinham acordos e garantias de segurança por parte da Rússia e da NATO. Agora já chegaram à conclusão de que a Rússia não é uma vizinha credível. Ou que, pelo menos, diz uma coisa e pode, contrariamente, ter outra forma de atuação. E, então, é melhor prevenir. E têm todas as condições para aderir, pois eles já participam com a NATO no 'Partnership for Peace' (PfP), já fazem exercícios connosco, já partilham esta parte da logística e da doutrina. Só não são membros efetivos. 

Dizem que este processo vai ser muito rápido, mas eu acho que isso é que é mau. Eles têm de seguir o percurso normal, que é o 'Membership Action Plan' (MAP). Seguindo aqueles procedimentos, claro que será mais rápido do que se fosse o Montenegro ou a Sérvia. Porque são países que estão já preparados para integrar a Aliança. Mas as suas populações também têm de o querer, não apenas os poderes políticos. Se as suas populações e os poderes políticos o quiserem, eu acho que eles serão mais do que bem-acolhidos. Mas essa é uma opção deles. Essa é a vantagem dos mundos livres: nós temos a opção de escolher e ninguém nos pode impedir de o fazer. E eu tenho apenas de defender os meus ideais. Podem dizer que, se isso acontecer, anexam ou invadem os países. Mas eles assumem esse risco. 

O problema é que, a partir do momento em que estes países aderem, em todo o processo negocial existe um lapso de tempo, mais curto ou mais longo, em que as garantias de segurança que a NATO pode dar não estão ainda em vigor. A NATO tem de encontrar um mecanismo legal que confere a estes países, já no processo de adesão, as mesmas garantias de segurança detidas pelos membros. Isso é que é muito complexo, porque este é um processo de decisão por consenso. Esse é o único receio.

Se nós mostrarmos medo, os russos só param em Berlim

E essa eventual adesão pode asseverar a guerra?

Com o desgaste significativo que os russos estão a ter a sul, na Ucrânia, como é que depois deslocam forças para o norte, para fazer um disparate qualquer na Suécia ou na Finlândia? Ou até mesmo ataques submarinos ou com mísseis? Aí é que entraria o nuclear. Mas se nós não mostrarmos força, não paramos os russos. De maneira que os suecos e os finlandeses é que vão correr esse risco. E eles querem fazê-lo porque já chegaram à conclusão de que o seu vizinho não é fiável. 

A Finlândia, que perdeu 7% ou 8% do seu território pela altura do Tratado de Paz com a Rússia, tem uma fronteira de cerca de 1.000 quilómetros. Já perceberam que este é um vizinho que pode fazer-lhes o mesmo a sul, então assumem agora esta opção de integrar a NATO. São livres para o fazer e nós somos livres de os aceitar. É um risco que eles correm e nós temos é de dar-lhes garantias de que serão bem recebidos e de que os vamos proteger ao abrigo do Artigo 5.º. Essa é a vantagem dos mundos livres e se nós mostrarmos medo, os russos só param em Berlim. 

Fim da guerra? Há variadíssimos cenários que se podem colocar, mas qualquer um deles é péssimo para a população da Ucrânia

Numa ótica de balanço, que fim podemos esperar para esta guerra e quando pode ele acontecer? Tem a Ucrânia condições para sair 'vencedora'?

Isto tudo mudou na terça-feira passada, com aquela reunião em Ramstein (Alemanha), na qual a Europa e os Estados Unidos, e mais uns quantos aliados, decidiram desgastar o mais possível a Rússia. De maneira que há aqui vários cenários. 

Eu não acredito na capitulação de um ou de outro. Era um cenário possível, mas nenhum deles vai fazer isso. O outro cenário possível é o de um acordo para a cedência de territórios por parte da Ucrânia, mas cada vez menos me parece que ela vá fazer isso. Ao princípio pensei que fariam como a Finlândia, dando por adquirido, em definitivo, a perda da Crimeia e do Donbass. A Rússia pode até prolongar o território até ao Rio Dniepre e depois negociar essa metade - ou, então, ficar só com o Donbass, mas não sei como vai ser. 

Um último cenário, que seria o pior, passaria por um conflito congelado, prolongado no tempo. Contido, naquela zona, entre Dnipro, Lugansk e Mariupol, na qual viveríamos como temos vivido desde 2014. De vez em quando lembramo-nos de que a Ucrânia existe e decidimos ajudar a Ucrânia. Este cenário pode prolongar-se muito no tempo. 

Há variadíssimos cenários que se podem colocar, mas qualquer um deles é péssimo para a população da Ucrânia. Porque eles perderam os seus bens, os seus familiares, e não sabem quando é que podem voltar, em que condições podem fazê-lo e qual será o seu futuro - se a falar russo e a usar o rublo, ou se enquanto membros da União Europeia e da NATO. É tudo uma grande incógnita. 

São muitos os cenários e um deles pode passar até por um forçar da capitulação. Mas, como digo, num contexto de uma guerra, sabemos quando ela começa, nunca sabemos como é que vai terminar, nem quando e em que condições. E os inocentes é que sofrem sempre com isto. 

Putin diz que russos lutam no Donbass para que não haja espaço para nazis

 © REUTERS

Por LUSA  09/05/22 

O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que as tropas russas e as milícias de Donetsk e Lugansk lutam pela sua pátria, para que ninguém se esqueça das lições da Segunda Guerra Mundial e "não haja espaço para os nazis".

"Hoje, as milícias do Donbass, juntamente com o exército russo, estão a lutar nas suas próprias terras (...). Agora dirijo-me às nossas tropas e milícias em Donbass: estão a lutar pela sua pátria, pelo seu futuro, para que ninguém esqueça as lições da Segunda Guerra Mundial, para que não haja espaço para os nazis", disse Putin, no seu discurso na Praça Vermelha.

Putin, que falava no discurso por ocasião do 77.º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial, disse ainda que a ação militar da Rússia na Ucrânia é uma resposta oportuna e necessária às políticas ocidentais.

O Presidente russo traçou paralelos entre a luta do Exército Vermelho contra as tropas nazis e a ação das forças russas na Ucrânia e afirmou que a campanha na Ucrânia foi um movimento oportuno e necessário para evitar uma potencial agressão.

Acrescentou que as tropas russas estão a lutar pela segurança do país na Ucrânia e cumpriu um minuto de silêncio para homenagear os militares que morreram em combate.

Antes do discurso, decorreu o desfile por ocasião do 77.º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial, na Praça Vermelha, que não contou com a presença de nenhum presidente estrangeiro, uma vez que a "operação militar especial" foi condenada pela maioria da comunidade internacional.

O Kremlin argumentou que não convidou nenhum líder estrangeiro porque não se trata de um "aniversário redondo", escreve a agência Efe.

O Dia da Vitória, feriado mais importante do ano na Rússia, conta com a presença de unidades que participaram da guerra que eclodiu em 24 de fevereiro na Ucrânia.

Cerca de 11.000 soldados participaram do desfile, aos quais se somaram 131 equipas militares e 77 aviões e helicópteros, número que coincide com o aniversário da vitória sobre as tropas de Hitler.

A coluna motorizada foi liderada pelo lendário tanque T-34, que devastou as fileiras alemãs durante o que ficou conhecido como a Grande Guerra Patriótica, e também inclui o tanque Armata de nova geração.

Também foram mostrados no desfile os sistemas de mísseis táticos Iskander e as baterias de mísseis antiaéreos S-400, Buk-M3 e Tor-M2.

A parte aérea do desfile, do qual participariam combatentes, bombardeiros e helicópteros, foi cancelada devido às más condições climatéricas, segundo Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

Desfiles militares semelhantes acontecem em 28 cidades russas, de Vladivostok, no Oceano Pacífico, a São Petersburgo, no Mar Báltico.

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© Reprodução Twitter

Notícias ao Minuto  09/05/22 

Algumas redes de televisão foram hoje alvo de ataques informáticos na Rússia, quando decorre o desfile militar do 77.º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi na II Guerra Mundial, segundo a imprensa local.

De acordo com a agência de notícias russa Interfax, pessoas não identificadas acederam à programação das redes de televisão por cabo Rostelecom, MTS e NTV-Plus.

No lugar dos títulos dos programas dos canais, apareceram textos relacionados à guerra na Ucrânia.

Os piratas também atacaram a Yandex TV, segundo informações passadas por várias pessoas, que publicaram fotos na rede social Telegram a confirmar que o canal foi vítima de piratas informáticos.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar provocou já a morte de mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.


© Embaixada da Ucrânia nos EUA

Notícias ao Minuto  09/05/22 

Embaixadora ucraniana considera que a Ucrânia está também a defender a democracia mundial do regime russo.

A embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos considerou, esta segunda-feira, que a Rússia “não é diferente dos nazis”. 

Durante uma cerimónia no Memorial da Segunda Guerra Mundial em Washington, D.C., Oksana Markarova deixou uma coroa de flores em memória das vítimas e fez depois uma associação entre o regime russo e o nazismo.

“Hoje a Ucrânia defende-se a si própria e a democracia no mundo do regime russo, que não é diferente dos nazis, nem em retórica e agressão, nem em métodos de crimes de guerra”, considerou. 

Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro e desde então, segundo a ONU, já morreram mais de três mil civis. Este número pode, contudo, ser muito maior. Além disso, a ofensiva causou a fuga de 13 milhões de pessoas.

Madem-G15 condena e chama atenção a sistema de defesa e segurança sobre tudo o ministério de interior no sentido de velar pela segurança de todos os cidadãos sem excepção.

O comunicado…👇

@Madem Anunbara


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MADEM G-15 I SOLUÇÃO I PA GUINÉ BISSAU

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