terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Direitos Humanos - LGDH acusa estado guineense de negar justiça aos cidadãos

(ANG) – O Presidente da Liga Guineense afirmou, segunda-feira em Bissau, que o Estado da Guiné-Bissau “continua a negar a justiça aos cidadãos”.

Discursando na abertura da Conferência Internacional sobre os Direitos Humanos, organizada pela Liga guineense dos Direitos Humanos, em colaboração com as Organizações Não Governamentais portuguesas: Associação de Comunidades entre os Povos (ACEP) e Centros de Estudos África, Ásia e América (CESA), Augusto Mário da Silva fundamenta que existe uma “enorme distância entre a esmagadora maioria da população e os tribunais”. 

Acrescenta que o país se depara com “morosidade e elevada instabilidade de alguns operadores da justiça ”. 

Como exemplo de supostos males dos tribunais, o Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos cita o caso do recente despejo colectivo de centenas de famílias, num dos bairros periféricos da capital que, nas suas palavras, a acção em causa, “constitui uma demonstração clara da urgente necessidade de se proceder a reforma do sector da justiça”. 

Para assim, prossegue Augusto Mário da Silva, o sector judicial tornar num instrumento de protecção dos direitos e “não de propagação da incerteza e da segurança jurídicas”. 

Sobre esta decisão judicial que apelida de “inovadora”, o responsável máximo desta ONG que luta pela defesa dos direitos humanos afirma que, “para além de ser insensata, viola, de forma grosseira, o direito vigente na Guiné-Bissau”. 

Porque, segundo ele, entre outros fundamentos, “os factos revelam que a maioria esmagadora das famílias despejadas exercia a posse pública e de boa fé sobre os terrenos em causa, nalguns casos, há mais de dez anos, sem qualquer tipo de perturbação ou interpelação, quer judicial, quer extrajudicial”. 

Na semana passada, a disputa sobre a propriedade de um terreno provoca despejo de mais de cem famílias, no bairro Gabussinho, nos arredores da capital, Bissau. 

Segundo as testemunhas, em causa está o diferendo sobre um vasto terreno que é reivindicado por um homem que alega ter comprado o terreno a um idoso já falecido, na qualidade de proprietário tradicional. 

Negócio este, posto em causa pelos filhos do antigo proprietário que, entretanto, teriam vendido o mesmo terreno aos atuais proprietários. Os herdeiros alegam que o primeiro comprador teria burlado o pai em cerca de 5 milhões de Francos CFA. 

Depois do caso ter sido julgado pelas instâncias judiciais, dando razão ao primeiro comprador, os agentes da Polícia de Ordem Pública executaram a ordem de despejo e que levou a detenção de algumas pessoas que resistiram à ordem de expulsão, deixando, por conseguinte, muitas crianças e mulheres ao relento, já que a porta da maioria das habitações foi acorrentada, impedindo a entrada das famílias expulsas e dos seus bens. 

Em reação a esta situação, depois duma visita ao local, o Ministro da Administração Territorial, Sola Nquilim Nabitchita, questionou da legalidade da decisão judicial e pediu um trabalho de fundo que abrange várias entidades públicas, nomeadamente a Câmara Municipal de Bissau, por forma a evitar mais dados. 

As famílias despejadas, por intervenção do Governo, já se encontram de novo nas suas casas. 

ANG/QC/SG

O que acontece quando nossas emoções ficam guardadas no corpo


Nunca é tarde demais para prestar atenção nas emoções não expressadas que arquivamos no corpo, que se manifestam através de dores, desconforto e tensões.

Quando olhamos para a linguagem que usamos para falar das nossas reações emocionais, normalmente existe uma sensação física associada a elas: um caroço na garganta, borboletas no estômago, falta de ar, o peso do mundo nos ombros. Isso não é mera coincidência. Essas reações viscerais são mensagens do nosso corpo.

Chamamos de “conexão entre mente e corpo”. Essas reações são associadas com o uso da mente – através de pensamentos positivos – para ajudar a melhorar o estado geral do corpo, sua imunidade e provocar sensação de bem estar. Embora usar a mente para atingir o corpo seja extremamente útil e preciso, não podemos ignorar que nosso corpo pode também ser uma forma de acessar e tratar nossas emoções mais escondidas.

A maioria de nós pode se lembrar de um tempo quando expressar uma emoção era desencorajado pelos adultos que nos cercavam. Pais ainda dizem para as crianças que “sejam valentes”, ou “engulam o choro”. Ou ainda diminuem suas sensações de dor com o clássico “não foi nada”. Nossos corpos simplesmente gravam aquilo que acontece com nossas emoções – mesmo que tenhamos sido convencidos intelectualmente a lidar com elas, ou a ignorá-las. O impacto físico e emocional de dores e sentimentos não expressados é algo que perdura. Fica marcado.

Abaixo há uma ilustração de padrões típicos de emoções guardadas no corpo, reconhecidas pelas entidades de trabalhos corporais. Cada pessoa desenvolve também seus padrões individuais, mas esses são alguns dos padrões mias comuns:



Nossos corpos sabem das coisas que nossas mentes gostariam de se livrar. Das coisas que estão esquecidas em algum nível de consciência, estão sempre presentes concretamente no corpo. A boa notícia é que nunca é tarde para acessar esses assuntos, e que os resultados de um olhar para o corpo, podem afetar tanto o plano físico como o mental e emocional. Alguns passos que você pode dar para liberar emoções mal resolvidas:

1) Encontre uma atividade física diária que você goste. Perceba, não se trata de “faça exercício”. Cuidar do corpo é importante, mas a intenção aqui é ser feliz, através do olhar para o corpo. Portanto tem que ser alguma atividade que amamos fazer. É interessante também que seja algo que acalme um pouco a mente. Muitas pessoas encontram na ioga, nas corridas e outras atividades do gênero esse componente meditativo. Pode ser simplesmente uma caminhada silenciosa de dez minutos, onde você pode prestar atenção na sua respiração e outras sensações corporais.

2) Receber algum trabalho corporal com frequencia. Massagens terapeuticas são uma das formas mais efetivas de se liberar emoções guardadas. Quando alguém trabalha nos nódulos do pescoço, onde guardamos estresse e raiva por tanto tempo, as emoções começam a vir à tona. É comum ver clientes chorando nas mesas dos massagistas. É importante somente lembrar que os profissionais de terapias corporais não são psicoterapeutas, portanto são tidos como agentes auxiliares para liberar as emoções e iniciar o processo de cura, individual de cada um, que pode necessitar em outro momento de ajuda de outros profissionais.

3) Fazer do toque parte integrante de nossos relacionamentos primários. Isso soa simples, óbvio até. Mas infelizmente podemos nos deixar levar pela cultura do “não-me-toque”. Menos e menos das nossas interações diárias envolvem o toque. Na medida que apoiamos nossas estratégias de comunicação nas mídias sociais e demais tecnologias, nossos relacionamentos tem menos contato corpo a corpo do que precisamos. Encoste nas pessoas, nos braços ou ombros, quando fala com elas. Cumprimente os amigos com um abraço. Vá jogar basquete com os amigos, ao invés de assistir na TV. Quando começarmos a compreender que não somos mentes presas dentro de um corpo, e sim mente e corpo atuando em perfeita harmonia, podemos começar a curar velhas feridas de uma forma mais profunda e duradora.


Caso queira saber mais, envie email resilienciahumana@hotmail.com e conheça nossos atendimentos individuais.

Trinta por cento dos trabalhadores em Portugal ganham até 600 euros - OCDE

Atualmente, 30% dos trabalhadores portugueses ganham até 600 euros, conclui-se do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre a economia portuguesa publicado na segunda-feira.


"Um aumento para os 600 euros pago 14 vezes por ano, por exemplo, a ser decidido pelos parceiros sociais e como previsto no programa do Governo, seria mais do que o que 30% dos trabalhadores atualmente ganham", lê-se no documento.

Fonte da OCDE explicou hoje à Lusa que, na prática, isto quer dizer que atualmente 30% dos empregados ganham salários mensais de menos de 600 euros.

De acordo com o relatório trimestral de setembro de 2016 sobre a evolução do salário mínimo mensal, a proporção de trabalhadores que ganham o salário mínimo nacional passou dos cerca de 12% em janeiro de 2010 para os 19,6% em abril de 2016, "coincidindo os aumentos mais intensos com as atualizações do valor da remuneração mínima mensal garantida, especialmente na alteração dos 485 euros para os 505 euros e na alteração dos 505 euros para os 530 euros".

Neste relatório elaborado pelo Governo, é ainda referido que, "em virtude dos dois últimos aumentos da remuneração mínima mensal garantida (outubro de 2014 e janeiro de 2016)", a proporção de trabalhadores que ganham o salário mínimo aumentou de "cerca de 16% para aproximadamente 19%".

Reconhecendo que estes aumentos salariais podem ter efeitos positivos na igualdade salarial, a OCDE refere que há um risco de "exacerbarem as desigualdades de rendimento na medida em que reduzem as perspetivas de os trabalhadores pouco qualificados conseguirem encontrar trabalho".

A organização de Angel Gurría indica que o aumento do salário mínimo nacional de janeiro de 2016, para os 530 euros, "fez com que o salário mínimo atingisse os níveis salariais de 30% dos trabalhadores empregados e que o valor do salário mínimo atingisse quase 60% da média dos salários".

A OCDE alerta que as perspetivas de continuar a subir o salário mínimo nacional "arriscam-se a desfazer as melhorias alcançadas na competitividade, que são vitais para os exportadores".

O executivo de António Costa aumentou o salário mínimo para os 530 euros em 2016 e para os 557 em 2017 e pretende continuar a subir o seu valor gradualmente até atingir os 600 euros em 2019, tal como ficou assumido no programa do Governo.

Outro aspeto apontado pela OCDE é que estas pressões salariais "podem fazer ressurgir as extensões administrativas de acordos de negociação coletiva [as chamadas portarias de extensão], incluindo para empresas que não estavam envolvidas no processo de negociação".

Para a OCDE, promover a negociação salarial "ao nível da empresa através de requisitos de representatividade mais rigorosos (...) e com possibilidade de as empresas saírem iria resultar num melhor alinhamento da evolução dos salários e a saúde e produtividade das empresas".

Desta forma, seria possível reforçar a competitividade das empresas portuguesas e, assim aumentar os incentivos ao investimento, defende a OCDE, acrescentando que a negociação feita ao nível da empresa (em vez de a nível setorial) "pode ser acompanhada de medidas que reforcem a representação dos trabalhadores".

ND/SP // SB
Lusa/fim

Escola guineense à procura de ajuda


Na Guiné-Bissau está a decorrer uma campanha de angariação de material escolar e donativos para o estabelecimento de ensino primário do professor Júlio Deter Nhod. A escola foi criada em 2000 para ajudar as crianças carenciadas que não têm acesso à educação no país.

Segundo o artigo 26 da declaração Universal dos direitos humanos " Toda a pessoa tem direito à educação", no entanto há ainda muitos países onde a educação é um privilégio das classes mais abastadas. A Guiné-Bissau é exemplo dessa realidade, no país são muitas as crianças privadas do direito à educação.

Todavia há iniciativas que pretendem inverter esta situação como é o caso do projecto Deter Júlio. O projecto nasce em 2000, no bairro Pluba, com a missão de levar educação gratiuita às crianças socialmente desfavorecidas. " Criámos essa escola sobretudo para ajudar as crianças do bairro que estavam a mendigar e que estavam privadas do acesso à escola.", sublinha Júlio Deter Nhod.

Neste projecto trabalham apenas dois professores que são responsáveis pelo ensino de mais de 200 alunos, distribuídos pelos quatro anos escolares.  "Os alunos começam aqui no pré-escolar e saiem daqui a saber ler. ". Contudo, o responsável reconhece as dificuldades financeiras que os impedem de contratar mais professores. "Nós não temos dinheiro para contratar mais professores, somos apenas dois docentes para 200 alunos.", refere o professor.

As necessidades são mais do que muitas e deram o mote para a campanha de angariação de donativos e material escolar que está actualmente a decorrer. O apelo foi lançado pelos guineenses na diáspora que pedem ajuda para as crianças mais desfavorecidas e que não têm meios de comprar o próprio material escolar: " os meus parceiros lá na diáspora estão a pedir para ajudar as crianças que estão a sofrer aqui no país. As crianças precisam de caderno, de lápis, afia e giz para trabalhar.", acrescenta Júlio Deter Nhod.

A rede das mulheres parlamentares da Guiné-Bissau associou-se iguelmente a este projecto. Liliana Casemiro explica que o objectivo é sensibilizar as pessoas a contribuir para esta causa: "Estamos a pensar visitar, ainda esta semana, a escola para nos inteirarmos das reais necessidades do estabelecimento de ensino e das crianças.", concluiu

Por Neidy Ribeiro
RFI

Sissoco Embaló: "não há bandidos na Guiné-Bissau"

Umaro Sissoco Embaló , primeiro-ministro da Guiné-Bissau

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, entregou hoje ao líder do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá, o seu programa do Governo. O governante disse esperar que o documento seja brevemente debatido em sessão plenária do órgão.


De acordo com as palavras do primeiro-ministro, Umaro Cissoko Embaló, o encontro com Cipriano Cassamá decorreu dentro de um clima de cordialidade entre camaradas do mesmo partido e responsáveis políticos preocupados com o país.

Como é da praxe o primeiro-ministro entregou pessoalmente o programa do Governo e disse que esperar que o documento seja apreciado nos órgãos competentes do Parlamento para que depois possa ser submetido à apreciação e aprovação dos deputados em sessão plenária.

Sobre a troca de galhardetes registada nos últimos dias entre os dois dirigentes, Umaro Embaló disse ter sido tudo um mal-entendido perfeitamente sanado na conversa que ambos tiveram esta manhã.

Em causa estão as declarações de Cipriano Cassamá que afirma ter indicações de que o Governo se prepara para tomar de assalto o Parlamento e forçar a aprovação do seu programa de ação. Sobre o assunto Umaro Cissoko Embalo refere que " como eu já disse aqui não há bandidos. Essa casa é a casa do povo, portanto não pode haver assaltos. Assaltos faz-se aos bancos, não é?! Aqui como eu disse, eu não vou permitir nenhum assalto na Assembleia. Os deputados vêm para a Assembleia. Agora assalto, eu não tenho conhecimento disso", refere o chefe do executivo.

Antes de receber o programa do Governo, Cipriano Cassama, fez questão de entregar a Umaro Embalo dois livros,  um contendo a Constituição da Republica e outro sobre o regimento de funcionamento do Parlamento.

Correspondência de Mussá Baldé

RFI 

CAN: Atsu no onze ideal, ex-Sporting no banco

Zezinho, da Guiné-Bissau no onze de eleição da CAN 2017 
Football Soccer - African Cup of Nations - Semi Finals - Cameroon v Ghana - Franceville Gabon - 2/2/17. Christian Atsu Twasam of Ghana reacts after losing their semi-final soccer match of the 2017 African Cup of Nations against Cameroon. Picture taken February 2 2017. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
Fotografia: REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
Antigos jogadores de equipas portuguesas estiveram em destaque na última Taça das Nações Africanas

Christian Atsu, ex-jogador do FC Porto e atual atleta do Newcastle, faz parte do onze de eleição da CAN 2017, que terminou no domingo com o quinto título dos Camarões.

Zezinho, da Guiné-Bissau, formado no Sporting e atualmente nos gregos do Levadiakos, também aparece em destaque, apesar de ficar como opção no banco de suplentes.

Onze do CAN: Ondoa (Camarões); Mbodji (Senegal), Hegazy (Egito) e Ngadeu (Camarões); Salah (Egito), Kaboré (Burkina Faso), Amartey (Gana), Atsu (Gana) e Traoré (Burkina Faso); Bassogo (Camarões) e Kabananga (Congo).

Suplentes: El Hadary (Egito), Kouyaté (Senegal), Nakoulma (Burkina Faso), Bance (Burkina Faso), Moukandjo (Camarões), Zezinho (Guiné-Bissau), Boussoufa (Marrocos).

Ojogo.pt/faladepapagaio