Na sua intervenção, o Presidente destacou a importância histórica da criação da Organização da Unidade Africana, a 25 de Maio de 1963, sublinhando o seu papel na promoção da unidade, solidariedade e desenvolvimento dos povos africanos.
domingo, 25 de maio de 2025
O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, presidiu à sessão comemorativa do Dia de África, realizada na Faculdade de Medicina de Bissau, que também prestou homenagem à Cooperação Médica Internacional Cubana.
Estudo: Ofensiva agravou problemas económicos na Cisjordânia ocupada... Os problemas económicos na Cisjordânia ocupada agravaram-se desde o início da ofensiva israelita em Gaza, há mais de 19 meses, segundo um relatório de várias organizações humanitárias hoje divulgado.
© JAAFAR ASHTIYEH/AFP via Getty Images Lusa 25/05/2025
A quando do início da ofensiva, o Governo de Benjamin Netanyahu impôs a proibição total de vistos de trabalho a quase 115 mil palestinianos, de cujos rendimentos dependiam "muitas famílias numerosas", alertam as organizações humanitárias, incluindo a israelita Gisha.
"Ao fim de mais de um ano, não faz sentido proibir os trabalhadores palestinianos que estão empregados há muito tempo em Israel de regressar aos seus empregos", referem no relatório, publicado hoje.
De acordo com o Instituto Palestiniano de Investigação de Política Económica, que cita este relatório, no segundo trimestre de 2023, cerca de 160.000 palestinianos foram empregados por israelitas, a maioria em Israel e uma minoria em colonatos israelitas, representando 18,4% da força de trabalho da Cisjordânia. No entanto, no segundo trimestre de 2024, este número desceu para cerca de 27.300, representando apenas 4% dos trabalhadores da Cisjordânia.
Em consequência, a taxa de desemprego na Cisjordânia no final de setembro de 2023 (antes da guerra) era de 12,9%, enquanto no final de setembro do ano passado era de 30,7%.
"O desemprego prolongado na Cisjordânia está a desintegrar famílias incapazes de suportar o fardo da escassez e da incerteza. Impede os jovens de terem acesso à educação, dada a incapacidade de financiar as propinas, e prende milhares de pessoas em empréstimos, levando inevitavelmente a dívidas enormes", acrescenta.
Os autores do estudo observam que, enquanto Israel ocupar e controlar a maioria destes territórios palestinianos ocupados, será "responsável pelo direito dos residentes palestinianos de ganhar a vida e viver com dignidade".
"Antes da guerra, trabalhava em Jerusalém, ganhando 7.000 shekels por mês (cerca de 1.700 euros). O meu empregador tratava-me de forma justa e pagava-me a tempo. Chegou a pedir-me para voltar a trabalhar, mas recusei porque é perigoso entrar em Israel sem autorização. Hoje, se encontrar trabalho [na Cisjordânia], não é permanente. Pagam cerca de 80 shekels por dia (cerca de 20 euros), e eu sustento toda a minha família: a minha mulher, os meus quatro filhos, a minha mãe e a minha tia, que vive connosco", disse um dos 25 ex-trabalhadores palestinianos entrevistados pela agência noticiosa Efe.
Além disso, o estudo observa que a proibição de entrada de trabalhadores palestinianos no país prejudicou a economia israelita, "que sofre com a escassez de trabalhadores palestinianos qualificados e experientes".
Leia Também: O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Mohamed Mustafa, pediu hoje, em Madrid, que se intensifique a pressão que a Europa e outros países começaram a exercer sobre Israel para acabar com "o inferno" em Gaza e na Cisjordânia.
LGDH pede libertação dos manifestantes presos hoje na tentativa de marcha
O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, presidiu ao Colóquio alusivo ao Dia de África, realizado na Universidade Amílcar Cabral.
Na sua intervenção, o Presidente destacou a importância histórica da criação da Organização da Unidade Africana, a 25 de Maio de 1963, como um marco determinante na luta pela independência e autodeterminação dos povos africanos.
Presidência da República da Guiné-Bissau
Jornada Nacional de Reflexão da Juventude Guineense sobre o dia da África, organizada pela ONG Raízes da Esperança
Em 2 de janeiro de 2025, todas as crianças nascidas entre 2025 e 2039 pertencerão a um novo grupo demográfico chamado "Geração Beta. " Este termo alinha-se com a visão dos pesquisadores que acreditam que esta geração irá crescer num ambiente totalmente digitalizado e dominado por inteligência artificial.

Aqui está um resumo das gerações até agora:
Geração Beta (2025-2039): Espera-se crescer num mundo totalmente digital e orientado por IA.
Geração Alfa (2010-2024): A primeira geração do século XXI, crescendo com inteligência artificial e tecnologia onipresente.
Geração Z (1997-2009): Nativos digitais que nunca conheceram um mundo sem internet.
Geração Y (1981–1996): Testemunhas da mudança do milênio e da revolução digital.
Geração X (1965-1980): A primeira geração a crescer com computadores pessoais.
Baby Boomers (1946-1964): Nascido durante o boom econômico pós-guerra.
Geração Silenciosa (1928-1945): Cresceu durante a reconstrução pós-guerra.
A Grande Geração (1901–1927): Viveu através da Grande Depressão e da Segunda Guerra Mundial.
Conselho de Segurança do Irão suspende lei de obrigatoriedade do hijab... O Conselho de Segurança Nacional do Irão desautorizou o parlamento e suspendeu a aplicação de uma lei controversa que obriga as mulheres a usarem o hijab, o lenço islâmico, em público.
© Lusa 25/05/2025
O presidente do parlamento iraniano, Mohamed Bagher Ghalibaf, confirmou hoje uma decisão do Conselho de Segurança que substitui a medida aprovada no ano passado por muitos deputados extremistas.
No entanto, o Conselho de Segurança iraniano é o mais alto órgão de decisão do país e, de acordo com a Constituição, pode também rever as decisões do parlamento e até do Governo.
"O Secretariado do Conselho Supremo de Segurança Nacional informou-nos por escrito de que a lei do hijab não será promulgada por enquanto", afirmou o presidente do parlamento numa declaração divulgada pelo portal de notícias Entekhab, e citada pela Europa Press.
A lei impõe multas pesadas, a retirada de serviços públicos e, em caso de reincidência, penas de prisão às mulheres que não cubram o cabelo em público. Até ao anúncio de Ghalibaf, a lei estava a ser revista após vários episódios de protesto e sob as reservas do presidente reformista do país, Masud Pezeshkian.
O parlamento, por seu turno, insistiu em aplicar a lei de uma vez por todas para defender os valores islâmicos da "invasão cultural do Ocidente".
A oposição à lei cresceu com os protestos em massa sob o lema "Mulheres, Vida, Liberdade", na sequência da morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini, no outono de 2022, devido a ferimentos sofridos enquanto estava sob custódia da Polícia da Moralidade por alegadamente ter violado o código de vestuário islâmico ao usar indevidamente o lenço na cabeça.
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UE pede "pressão internacional" sobre Rússia após ataques na Ucrânia... A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, pediu hoje "maior pressão internacional sobre a Rússia", depois de ataques aéreos russos na Ucrânia na última noite terem provocado pelo menos 12 mortos.
© Lusa 25/05/2025
"Os ataques de ontem à noite mostram, mais uma vez, que a Rússia está empenhada em aumentar o sofrimento e a aniquilação da Ucrânia. É devastador ver crianças entre as vítimas inocentes feridas e mortas", referiu Kaja Kallas, numa mensagem publicada na plataforma X (antigo Twitter).
"Precisamos da maior pressão internacional sobre a Rússia para parar esta guerra", insistiu a diplomata comunitária.
Também hoje, a Comissária Europeia para a Igualdade, Preparação e Gestão de Crises, Hadja Lahbib, criticou o ataque russo, que classificou como um dos "mais duros desde o início da guerra".
Do lado de Kiev, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Andri Sibiga, foi no mesmo sentido e apontou que este foi "o maior ataque aéreo russo das últimas semanas".
Além dos 12 mortos -- dos quais três crianças -- os ataques aéreos da noite de sábado feriram pelo menos 60 pessoas, de acordo com dados da administração ucraniana.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, pediu aos atores internacionais -- nomeadamente Estados Unidos da América -- para que intensifiquem a sua pressão contra a Rússia.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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A delegação empresarial chinesa concluiu esta semana uma visita de proteção a Bissau. Durante sete dias, os empresários mantiveram encontros com diversas autoridades nacionais, reafirmando a intenção de investir até 600 biliões de francos CFA em vários setores. A visita terminou no Porto de Pesca Artesanal, último ponto da agenda.
No encerramento da missão, Junyi Yé, Presidente do Comité de Trabalho China-África para Cooperação e Desenvolvimento, e o Embaixador guineense na China, Serifo Embaló, sublinharam a forte disponibilidade financeira da parte chinesa e a urgência na elaboração de projetos que impulsionem a transformação económica do país.
Bissau acordou com polícia na rua e sem manifestantes, após apelos... A cidade de Bissau acordou neste domingo com o aparato policial habitual na convocação de protestos, mas sem a presença de manifestantes na marcha pela reposição da democracia convocada por duas plataformas da sociedade civil.
© Lusa 25/05/2025
O apelo para sair às ruas da Guiné-Bissau neste domingo foi lançado pela organização cívica e social 'Po de Terra' (pau da terra), à qual se juntou a Frente Popular, plataforma que congrega associações de jovens e sindicatos.
A manifestação foi anunciada também para reivindicar o fim da supressão das liberdades fundamentais no país, em alusão à ordem do Governo de Iniciativa Presidencial que proíbe ações políticas e da sociedade civil nas ruas.
As duas organizações não divulgaram pormenores sobre a manifestação que convocaram para todo o país, escolhendo simbolicamente o Dia de África, que se assinala neste domingo.
A reportagem da Lusa percorreu várias artérias da cidade de Bissau e, nas primeiras horas da manhã, observou o habitual aparato policial colocado nas ruas nestas ocasiões, sem movimento aparente relacionado com o protesto.
Os promotores ainda não se pronunciaram.
Desde que o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu o parlamento, em dezembro de 2023, já houve, pelo menos, dez tentativas de manifestações sem sucesso na Guiné-Bissau.
As convocatórias para estas ações começaram com a coligação PAI-Terra Ranka, afastada do Governo com a dissolução da Assembleia Nacional Popular, em dezembro de 2023, seis meses depois da tomada de posse e sem terem decorrido os 12 meses fixados pela Constituição, desde a data das eleições.
O chefe de Estado alega ter usado uma prorrogativa constitucional que lhe permite avaliar se há condições de governabilidade e mediante a qual concluiu que não existiam.
Sissoco Embaló considerou que o parlamento estava a pactuar com alegados atos de corrupção do Governo de maioria parlamentar da coligação liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
O Presidente da República substituiu o executivo por um de iniciativa presidencial e o presidente da Assembleia, Domingos Simões Pereira, líder da PAI-Terra Ranka e do PAIGC, por Adja Satu Camará, Madem G15, partido de que o Chefe de Estado é fundador.
A PAI-Terra Ranka tentou sem êxito uma primeira manifestação no início de janeiro de 2024 e voltou a insistir, com o mesmo resultado, a 18 de janeiro, já depois de o Ministério do Interior ter proibido qualquer manifestação na via pública.
Em abril, voltou a pedir, sem resultado, mobilização aos guineenses para protestar, por ocasião da primeira visita do novo Presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, à Guiné-Bissau.
Um mês depois, a Frente Popular, que se apresenta como uma organização cívica, convocou para 18 de maio uma manifestação em todo o país, sem mobilização.
A organização repetiu o apelo a 03 de agosto com o mesmo resultado e em novembro a PAI-Terra Ranka ameaçou com manifestações para o dia das Forças Armadas, 16 de novembro, e a 21 de novembro contra o adiamento das eleições legislativas antecipadas.
A PAI-Terra Ranka cancelou o protesto do dia das Forças Armadas e o seguinte não teve adesão, assim como o apelo que toda a oposição fez para a paralisação do país a 27 de fevereiro de 2025, data em que o Presidente da República completou cinco anos no cargo.
Os promotores dos protestos alegam que o aparato policial e militar e o lançamento de gás lacrimogéneo intimidam e desmobilizam.
O Chefe de Estado convocou, entretanto, eleições gerais, presidenciais e legislativas, para 23 de novembro de 2025.
Sissoco Embaló avisou que a manifestação marcada para este domingo teria "uma resposta adequada" e afirmou que foi convocada por organizações ilegais e que os seus promotores pretendem desestabilizar o país.
O comissário da Polícia de Ordem Pública (POP) guineense, Salvador Soares, disse desconhecer a intenção das duas plataformas da sociedade civil e avisou que a polícia estaria na rua para garantir segurança e tranquilidade, no âmbito da visita que o Presidente do Senegal realiza a Bissau entre segunda e terça-feira.
O general Soares afirmou que a POP não recebeu qualquer comunicação oficial sobre a manifestação, facto desmentido pelos líderes das duas plataformas, segundo os quais o Ministério do Interior se recusou a receber as correspondências para comunicar a realização da manifestação.
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Coreia do Norte detém três dirigentes após acidente com novo navio de guerra
Guiné-Bissau: Sociedade civil guineense convoca manifestação para exigir democracia
© Lusa 25/05/2025
Duas plataformas da sociedade civil guineense anunciaram para hoje manifestações pelas ruas do país para exigir a reposição da ordem democrática, uma iniciativa que a polícia disse desconhecer e para a qual o Presidente da República prometeu "resposta adequada".
O chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou esta semana que a manifestação foi convocada por organizações ilegais e que os seus promotores pretendem desestabilizar o país.
A manifestação é uma iniciativa da organização cívica e social 'Po de Terra' (pau da terra), à qual se juntou a Frente Popular, plataforma que congrega associações de jovens e sindicatos.
A manifestação visa igualmente reivindicar o fim da supressão das liberdades fundamentais no país, em alusão à ordem do Governo de Iniciativa Presidencial que proíbe ações políticas e da sociedade civil nas ruas.
O comissário da Polícia de Ordem Pública (POP) guineense, Salvador Soares, disse desconhecer a intenção das duas plataformas da sociedade civil e avisou que a polícia estará nas ruas do país para garantir segurança e tranquilidade, no âmbito da visita que o Presidente do Senegal realiza a Bissau segunda-feira e terça-feira.
O general Soares afirmou que a POP não recebeu nenhuma comunicação oficial sobre a manifestação, facto desmentido pelos líderes das duas plataformas, segundo os quais o Ministério do Interior se recusou a receber as correspondências para comunicar a realização da manifestação.
Os líderes do 'Po de Terra' e da Frente Popular não anunciaram os itinerários e locais da concentração dos manifestantes em Bissau e nas regiões do interior, para não alertar as autoridades.
Leia Também: Guineense saem às ruas no domingo. Presidente garante "resposta adequada"
Chefe de Nutrição de agência da ONU alerta para “aumento histórico” de desnutrição crónica em Angola
Cabinda - Angola (arquivo) cnnportugal.iol.pt, 25/05/2025
De acordo com o estudo, a desnutrição crónica em Angola aumentou de 38% em 2015-2016 (período em que foi realizado o primeiro IIMS) para 40% em 2023-2024. Neste período, o número de crianças com baixo peso aumentou de 19% para 21% e a percentagem de crianças com desnutrição aguda manteve-se em 5%
A chefe de Nutrição do Programa Alimentar Mundial (PAM) em Angola disse que a desnutrição crónica no país teve um aumento histórico de quase 38% nos últimos 17 anos, defendendo investimentos nos cuidados primários e em alimentos nutritivos.
“A desnutrição crónica é quando a criança tem baixa altura para a idade e isso tem aumentado historicamente em Angola. Em 2007 a taxa era de 29%, em 2015-2016 estava 38% e agora em 2024 subiu para 40%”, afirmou a chefe de Nutrição do PAM em Angola, Gracy Santos Heijblom.
Em declarações à Lusa, a responsável alertou para as consequências da desnutrição crónica em crianças menores de cinco anos, sobretudo para a baixa estatura para a idade e possibilidade de não ser atingido o potencial genético por falta de alimentos.
Para Gracy Santos Heijblom, médica nutricionista, o atual quadro da desnutrição crónica em crianças menores de 5 anos “é preocupante”, dada a elevada taxa atual do país à luz da classificação internacional.
“Na classificação internacional, 40% da população [infantil] em desnutrição crónica, em saúde pública é uma situação elevada. Então, o que se pode fazer? Uma das coisas que se pode fazer, por exemplo, são políticas públicas mais amplas para melhorar o acesso da população a alimentos nutritivos”, defendeu.
“Também tem de se melhorar o acesso da população aos serviços de saúde, para que elas possam fazer o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento dos filhos. As crianças têm de ter vacina. A cobertura vacinal em Angola é baixa”, frisou.
A taxa de desnutrição crónica em crianças menores de 5 anos em Angola é de 40% e subiu dois pontos percentuais em oito anos, segundo dados Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados na semana passada.
Segundo o Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS) 2023-2024, em Angola 40% das crianças menores de 5 anos sofrem de desnutrição crónica, percentagem que aumenta para 51% na zona rural.
De acordo com o estudo, a desnutrição crónica em Angola aumentou de 38% em 2015-2016 (período em que foi realizado o primeiro IIMS) para 40% em 2023-2024. Neste período, o número de crianças com baixo peso aumentou de 19% para 21% e a percentagem de crianças com desnutrição aguda manteve-se em 5%.
A chefe de Nutrição do PAM em Angola fez igualmente alusão à atual epidemia de cólera no país lusófono africano, que já matou mais de 600 pessoas, para assinalar a importância de o país melhorar o saneamento e garantir o acesso à água tratada.
As pessoas “têm de ter água tratada e nas casas, porque o que acontece é que às vezes uma criança que tem desnutrição aguda tem a imunidade mais baixa. Então, elas são mais suscetíveis a doenças e aí entra-se num círculo vicioso”, observou.
Gracy Santos Heijblom recordou também que crianças com desnutrição podem ter alterações cognitivas e, com isso, afetar a aprendizagem e afirmou que os países que mais tiveram reversão de quadros elevados de desnutrição infantil foram os que investiram em atenção primária.
“Atenção primária é investir, por exemplo, em agentes comunitários de saúde, investir mais nos postos de saúde das comunidades, no sentido de estes fazerem a deteção precoce de desnutrição ou de outras doenças”, apontou.
A responsável do PAM destacou, por outro lado, a importância do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), elaborado pelo Governo angolano para o triénio 2025-2027, como um instrumento que deve garantir um estado nutricional adequado para as crianças em idade escolar.
Por isso, afirmou PNAE, que nasceu com base a cooperação trilateral (Governo de Angola, Governo da República Federativa do Brasil e o PAM), constitui uma “grande transformação que deve melhorar o acesso das crianças a alimentos nutritivos”.
“A grande transformação é que antes o programa tinha um valor fixo para cada município e agora o valor vai ser por criança. A intenção é de oferecer às escolas uma refeição quente para cada criança e não é um lanche. Essa refeição vai ser equilibrada, respeitando a cultura alimentar de cada região de Angola”, disse ainda Gracy Santos Heijblom.
O Governo angolano deve gastar em três anos um total de 1,3 biliões de kwanzas (1,2 mil milhões de euros) para concretizar o PNAE 2025-2027, que deve contemplar mais cinco milhões de crianças/ano.
Segundo o PNAE, a estrutura de custos contempla uma alimentação diária unitária de 376,82 kwanzas (0,36 cêntimos) com uma abrangência de 5,4 milhões de alunos matriculados e uma atribuição regular da alimentação ao longo dos 5 dias da semana.
"Tripla crise" deixa 5,2 milhões a precisar de ajuda em Moçambique, alerta ONU
Moçambique (AP) Agência Lusa, 25/05/2025
O alerta da ACNUR surgiu um dia depois do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) estimar que mais de 3,4 milhões de crianças moçambicanas precisam de apoio urgente e ter apelado para o aumento da resposta humanitária às necessidades crescentes no país
A ONU disse que quase 5,2 milhões de pessoas estão a precisar de assistência, devido à "tripla crise" em Moçambique, resultado de "conflito armado, eventos climáticos extremos recorrentes e meses de agitação pós-eleitoral".
O coordenador e diretor adjunto para a África Ocidental e Central do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) sublinhou que a realidade é particularmente grave na província de Cabo Delgado.
Xavier Creach disse que a atividade de grupos armados não estatais aumentou o número de deslocações e a destruição de infraestruturas, dificultando também os esforços de recuperação.
Mais de 25 mil moçambicanos no norte do país foram obrigados a fugir das suas casas nas últimas semanas devido à escalada do conflito, lamentou o dirigente.
"Milhares de pessoas perderam as suas casas, muitas pela segunda ou terceira vez, e procuram segurança em comunidades já sobrecarregadas", disse Creach.
As mulheres e as crianças, em particular, enfrentam "sérios riscos" em termos de proteção num ambiente onde "a violência de género, a separação familiar e o acesso limitado à documentação estão a aumentar drasticamente", referiu.
A crise humanitária em Cabo Delgado já deixou 1,3 milhões de deslocados e poderá agravar-se devido a uma grave lacuna de financiamento para operações vitais de ajuda, alertou o responsável da ACNUR.
A capacidade de resposta da agência tem sido limitada pelo financiamento insuficiente, que mal cobre um terço do montante necessário de 42,7 milhões de dólares (37,5 milhões de euros) para este ano.
O coordenado da ACNUR alertou para o risco de alguns "programas vitais" serem abandonados se não forem mobilizados "apoios urgentes" para Moçambique.
"Está a formar-se uma tempestade perfeita. Se virarmos as costas agora, o país enfrentará uma emergência humanitária muito maior. A crise está a desenrolar-se agora. Temos uma escolha. Podemos agir para prevenir, apoiar e proteger, ou podemos ficar de braços cruzados", disse Creach.
O alerta da ACNUR surgiu um dia depois do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) estimar que mais de 3,4 milhões de crianças moçambicanas precisam de apoio urgente e ter apelado para o aumento da resposta humanitária às necessidades crescentes no país.
"Moçambique está a enfrentar múltiplos desafios que agravaram ainda mais a crise humanitária no país. Mais de 3,4 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária urgente", lê-se num comunicado daquela agência das Nações Unidas.
Segundo a Unicef, os conflitos armados na província de Cabo Delgado e os fenómenos climáticos extremos "deixaram o país muito vulnerável", causando "surtos de doenças infecciosas, escolas e unidades de saúde destruídas".
A Unicef Portugal também lançou "um apelo urgente a donativos para apoiar as operações de emergência em Moçambique e garantir um futuro para estas crianças e as suas famílias".