quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Guerra na Ucrânia. As autoridades ucranianas confirmaram hoje que a Rússia tem mísseis balísticos e de cruzeiro preparados para lançar um grande ataque contra a Ucrânia, depois de a embaixada dos EUA em Kiev ter suspendido as suas atividades.

© Christophe Gateau/picture alliance via Getty Images   Por Lusa  20/11/2024 

 Rússia tem mísseis balísticos e de cruzeiro preparados, alerta Ucrânia

As autoridades ucranianas confirmaram hoje que a Rússia tem mísseis balísticos e de cruzeiro preparados para lançar um grande ataque contra a Ucrânia, depois de a embaixada dos EUA em Kiev ter suspendido as suas atividades.

"Deixem-me lembrar que os russos acumulam mísseis há meses para uma série de ataques contra a Ucrânia", disse o chefe do Centro de Contra a Desinformação do Conselho Nacional de Defesa e Segurança da Ucrânia, Andri Kovalenko, que explicou que os mísseis são, designadamente, Kh-101, Kalibr e mísseis balísticos.

Kovalenko acrescentou que a Rússia também tem navios e aviões prontos para atingir a Ucrânia, mas alertou que a situação não é nova. "Isso já tinha sido noticiado antes", disse, numa publicação nas redes sociais.

A Rússia lançou no domingo um ataque massivo contra a Ucrânia, que teve como principal objetivo o sistema elétrico ucraniano e no qual utilizou 120 mísseis e 90 'drones'.

Por seu lado, a Ucrânia lançou na terça-feira mísseis balísticos norte-americanos, pela primeira vez, contra alvos militares localizados no interior da Rússia, depois de receber autorização da Casa Branca para usar esta arma contra território inimigo.

Moscovo tinha ameaçado repetidamente tomar medidas se esta decisão fosse tomada.

Depois de Moscovo ter ameaçado responder ao uso de mísseis norte-americanos de longo alcance contra território russo, a embaixada dos Estados Unidos em Kiev anunciou que vai encerrar após ter sido alertada para um "possível ataque aéreo significativo" contra a Ucrânia.

A embaixada dos Estados Unidos diz que "recebeu informações precisas sobre um possível ataque aéreo significativo no dia 20 de novembro", indica o portal oficial da legação diplomática.

"Como medida de precaução, a embaixada vai ser encerrada e os funcionários da embaixada são aconselhados a procurar abrigo em caso de ataque", refere a mesma nota, recomendando aos cidadãos dos Estados Unidos na Ucrânia para procurarem abrigo em caso de alerta aéreo.

Também a Espanha, já anunciou o fecho ao público da sua embaixada em Kiev.


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Mais de 40% da população dos países da CPLP não tem acesso a cuidados de saúde primários, um dos temas a debater no Seminário Internacional Cuidados de Saúde Primários nos Estados-membros da Comunidade, que começa hoje em Lisboa.

© Lusa   20/11/2024 

 Mais de 40% da população dos países da CPLP sem cuidados de saúde primários

Mais de 40% da população dos países da CPLP não tem acesso a cuidados de saúde primários, um dos temas a debater no Seminário Internacional Cuidados de Saúde Primários nos Estados-membros da Comunidade, que começa hoje em Lisboa.

Filomeno Fortes, diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) português, um dos organizadores do seminário, disse à Lusa que a cobertura sanitária nos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é inferior a 60%.

"Não há centros de saúde, não há enfermeiros e, portanto, este é outro grande obstáculo para se melhorarem os indicadores sanitários", observou.

No encontro que começa hoje na sede da CPLP, e que decorre até sexta-feira, a grande diversidade do ponto de vista sanitário que existe nos países desta comunidade será um dos temas em análise, tal como as respostas à falta de cuidados de saúde primários em alguns destes Estados.

O seminário vai contar com representantes dos nove Estados-membros, que irão apresentar as respetivas características sanitárias, que diferem muito de país para país.

"Do ponto de vista sanitário, nós temos países da CPLP que estão em continentes diferentes e que têm níveis de desenvolvimento socioeconómico também diferentes e, por isso, há uma grande diversidade em relação ao panorama das doenças", disse à Lusa o diretor do IHMT.

O especialista deu três exemplos que demonstram esta diversidade: "Enquanto Angola e Moçambique têm um predomínio das doenças transmissíveis, Portugal tem um panorama de doenças crónicas e Cabo Verde, um país africano, tem um panorama que nós chamamos de transição epidemiológica, o que quer dizer que já começa a ter mais doenças crónicas do que doenças transmissíveis"

"Isto implica sistemas de saúde com características diferentes, políticas de saúde também já com outras variantes", referiu.

O especialista salientou, contudo, que "qualquer que seja a filosofia dos Governos, os cuidados de saúde primários continuam a ser a base de qualquer sistema nacional de saúde".

Filomeno Fortes defendeu um maior empenhamento político nas respostas ao nível da saúde primária, afirmando que "há países em África, da CPLP, que colocam menos de 10% do seu orçamento geral do Estado para a saúde", nomeadamente Angola e Moçambique.

"Tem de haver um reforço da vontade política, porque sem financiamento não há cuidados de saúde primários", disse, enumerando os recursos humanos como outro constrangimento nesta área.

"Tem de haver mais investimento na formação de recursos humanos na área da saúde materna, da saúde infantil, porque quer a vacinação, quer o atendimento à grávida, o seguimento à criança, as questões da malnutrição, se nós não tivermos quadros que estejam minimamente preparados para responder a estas prioridades, os cuidados de saúde primários não vão responder", indicou.

O seminário é organizado pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade NOVA de Lisboa (IHMT NOVA) e pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), em parceria com o secretariado executivo da CPLP.