quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

A Alemanha instalou duas unidades de defesa antiaérea Patriot na Polónia para proteger um centro logístico de importância vital para a entrega de abastecimentos à Ucrânia, anunciou hoje o ministro da Defesa alemão.

© Lusa  23/01/2025

 Guerra na Ucrânia. Alemanha instala mísseis Patriot na Polónia

A Alemanha instalou duas unidades de defesa antiaérea Patriot na Polónia para proteger um centro logístico de importância vital para a entrega de abastecimentos à Ucrânia, anunciou hoje o ministro da Defesa alemão.

Os dois sistemas foram instalados no sudeste da Polónia, em particular para proteger o aeroporto de Rzeszow, por onde passa mais de 90% da ajuda militar e humanitária destinada a apoiar a Ucrânia na luta contra a invasão russa. 

"Deslocámos para aqui dois sistemas Patriot", declarou Boris Pistorius em Rzeszow, numa conferência de imprensa com o homólogo polaco, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz.

"A segurança da Polónia e do seu espaço aéreo está em jogo", acrescentou, citado pela agência francesa AFP.

As duas unidades deverão atingir a capacidade operacional total na segunda-feira.

Pistorirus disse que a proteção contínua do centro de trânsito está garantida durante os próximos seis meses.

A Alemanha, que também tem de efetuar missões de policiamento aéreo e de reabastecimento em voo na Polónia, substitui assim os Estados Unidos, que até agora desempenhavam a mesma tarefa.

Os dois ministros agradeceram aos Estados Unidos pelo "empenhamento incansável" no terreno.

O ministro alemão chegou à Polónia depois de visitar a Lituânia, para onde a Alemanha está a enviar uma brigada de 5.000 soldados.

Entre janeiro e novembro de 2023, a Alemanha enviou sistemas de defesa do tipo Patriot para perto de Zamosc, também no sudeste da Polónia, não muito longe da fronteira com a Ucrânia, onde protegeram um importante nó ferroviário.

A Ucrânia tem contado com a ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais para combater as tropas russas, que invadiram o país em fevereiro de 2022.


O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, considerou hoje que o empresário Elon Musk "está a ser difamado" e frisou que "é um amigo de Israel", após as críticas por alegadamente ter feito uma saudação nazi numa cerimónia em Washington.

© MAYA ALLERUZZO/POOL/AFP via Getty Images   Lusa   23/01/2025 

 Saudação nazi? Musk, que "é amigo de Israel", está a ser "difamado"

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, considerou hoje que o empresário Elon Musk "está a ser difamado" e frisou que "é um amigo de Israel", após as críticas por alegadamente ter feito uma saudação nazi numa cerimónia em Washington.

"Elon Musk está a ser difamado. Elon é um grande amigo de Israel. Visitou Israel após o massacre de 07 de outubro (2023), no qual os terroristas do Hamas cometeram a pior atrocidade contra o povo judeu desde o Holocausto", disse Netanyahu numa mensagem publicada na sua conta da rede social X, que é propriedade daquele empresário.

Netanyahu acrescentou que o empresário "apoiou repetida e firmemente o direito de Israel de se defender contra terroristas genocidas e contra regimes que procuram aniquilar o único Estado judaico".

Pouco depois da polémica -- motivada pelo gesto que usou, e repetiu por duas vezes, durante um discurso numa cerimónia da tomada de posse do Presidente norte-americano, Donald Trump, semelhante ao gesto de saudação nazi -- Musk lamentou que as pessoas estejam a usar "truques sujos" para o atacar.

Nas últimas horas, Musk reforçou esta posição e sublinhou que "os esquerdistas radicais estão tristes por terem de tirar tempo do seu dia ocupado a elogiar o Hamas" para o chamar de "nazi".

Musk, que apoiou a campanha o atual Presidente republicano e foi um dos convidados a discursar na tomada de posse, foi nomeado por Trump para dirigir o novo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que ficará encarregue dos esforços de diminuição de custos da máquina de Estado norte-americano.


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ANÁLISE || Depois de ajudar a eleger Donald Trump, Elon Musk vira-se para o Velho Continente, onde já é acusado de interferência. O que pode a Europa fazer?

Donald Trump e Elon Musk assistem ao lançamento do sexto voo de teste do foguetão SpaceX Starship, a 19 de novembro de 2024, em Brownsville, Texas (Brandon Bell/Getty Images)
Por cnnportugal.iol.pt

ANÁLISE || Depois de ajudar a eleger Donald Trump, Elon Musk vira-se para o Velho Continente, onde já é acusado de interferência. O que pode a Europa fazer?

“Prefiro manter-me afastado da política”, disse Elon Musk aos seus seguidores em 2021, na plataforma então conhecida como Twitter. Muita coisa mudou desde então.

Musk é agora o dono do gigante das redes sociais, rebatizado X e reaproveitado com a sua visão pessoal. Acolheu de novo os agitadores de extrema-direita proibidos pela anterior direção. Musk gastou cerca de 250 milhões de dólares para ajudar a reeleger Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e ficou a poucos metros de distância quando Trump fez o juramento de posse na segunda-feira.

Agora, com essa tarefa concluída, o homem mais rico do mundo parece ter um novo objetivo: acabar com a Europa, um governo de cada vez.

O magnata assumiu-se como rei da onda populista que está a submergir vários líderes europeus centristas. “De MAGA a MEGA: Make Europe Great Again!”, publicou no sábado, regozijando-se com o mal-estar que está a provocar no continente.

Vários líderes da União Europeia acusaram-no de interferir nos seus assuntos e de promover figuras perigosas; Musk conduziu uma campanha brutal e pessoal contra o governo britânico, fez campanha para que um ativista de extrema-direita fosse libertado da prisão e apoiou um partido de extrema-direita na Alemanha com uma plataforma fortemente nacionalista e uma série de escândalos relacionados com as opiniões de alguns dos seus membros sobre a era nazi.

Ao mesmo tempo, uma torrente de desinformação sobre a plataforma de Musk - muita dela nascida da raiva sobre os elevados níveis de migração - enervou os governos da Europa. Alguns britânicos acusam-no de ter contribuído para uma onda de motins de extrema-direita no verão passado.

“Estou impressionado com a sua falta de inibição para pensar que pode intervir em vários países onde as questões são complexas”, diz Eric Nelson, um diplomata que foi embaixador de Trump na Bósnia-Herzegovina durante o seu primeiro mandato, à CNN. “Afirmar que ele sabe o que é melhor é uma grande arrogância”.

Mas o alcance do X, a riqueza extrema de Musk e o seu papel como conselheiro de eficiência de Trump fazem dele um problema difícil de lidar. As figuras políticas na Europa estão a debater-se com duas questões: porque é que Musk se preocupa connosco e o que podemos fazer?

Nenhuma delas é fácil de responder. “Os europeus estão bloqueados”, apoonta Bill Echikson, membro sénior de política tecnológica do Centro de Análise de Política Europeia (CEPA) e antigo diretor de comunicações europeias da Google.

Os líderes do continente “estão certamente preocupados”, acrescenta. “Culpam a desinformação, o trolling e os bots automatizados por causarem problemas nas eleições europeias e por fomentarem a ascensão dos seus extremos.

“Mas não têm qualquer plano. Ainda não sabem realmente como responder”.

Um esforço para o anular

A política de Musk tem evoluído a uma velocidade supersónica desde que o magnata da SpaceX e da Tesla realizou uma aquisição hostil do Twitter em 2022. “Para que o Twitter mereça a confiança do público, ele deve ser politicamente neutro”, insistiu na época, quando descreveu a política como um “gerador de tristeza” e ainda disse que "política é guerra e a verdade é a primeira vítima”.

Atualmente, Musk está na linha da frente. O proprietário da plataforma goza de níveis de influência disruptiva em todo o mundo que poucas figuras não eleitas alguma vez tiveram, sem enfrentar o escrutínio dos eleitores. Saúda e partilha as opiniões de figuras radicais e tem apoiado populistas ferozmente anti-establishment em toda a Europa. Ainda não é claro qual a influência que terá na política externa de Trump - e é precisamente por isso que, por enquanto, os governos europeus estão tão incertos sobre como lidar com as suas intervenções.

Mas os seus comentários estão em sintonia com um tom mais intervencionista e alargado da nova administração em relação à Europa, e poderão colocar Musk num papel de interlocutor. Trump e Musk já estabeleceram laços estreitos com figuras cujas políticas se sobrepõem, pelo menos parcialmente, como a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, uma linha dura em matéria de imigração que assistiu à tomada de posse, rompendo com os precedentes.

Alguns dos que anteriormente defenderam os interesses de Trump na Europa veem agora Musk como uma versão sem restrições e ainda menos polida do presidente; um agitador cujo estilo e ambição passaram a refletir os de Trump. Tal como acontece com Trump, as sondagens de opinião sugerem que Musk é impopular em toda a Europa.

“É interessante ver as semelhanças entre ele e [Trump]; a sua capacidade de tentar conduzir a opinião pública, especialmente, infelizmente, através da disseminação de desinformação. Criando muito caos, sendo perturbadores”, acrescenta Nelson.

Esse caos intensificou-se depois de Musk ter feito um gesto com o braço direito no palco, durante um comício pós-inauguração, que para alguns na Europa tinha semelhanças incómodas com a saudação nazi ou romana utilizada pelos líderes fascistas na Alemanha e em Itália. Musk apresentou a reação como uma má interpretação, escrevendo no X que “o ataque ‘toda a gente é Hitler’ está muitíssimo cansado”.

O diário italiano Corriere Della Sera apelidou a saudação de “RoMusk” e o chanceler alemão Olaf Scholz - um alvo frequente das críticas de Musk - disse num painel do Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça: “Toda a gente é livre de expressar a sua opinião na Alemanha e na Europa, incluindo os bilionários... mas não aceitamos o apoio a posições de extrema-direita”. Musk respondeu no X: “Que vergonha para o Oaf Schitz!”

Há divergências quanto à razão exata pela qual Musk está a visar a Europa.

Pode ser uma questão pessoal. “Quando Elon assumiu o controlo do Twitter, houve um esforço concertado para fazer com que as empresas deixassem de anunciar na sua plataforma, para o alienar, para o cancelar”, recorda Trevor Traina, o anterior embaixador de Trump na Áustria, onde um partido de extrema-direita está à beira do poder. “Por isso, Elon provou o mesmo remédio amargo que Donald Trump e outros receberam à força, e penso que o que vemos hoje é a sua resposta.”

Ou pode ser uma questão financeira; uma história mais antiga que coloca o inovador contra os reguladores. “Penso que o seu objetivo é sempre pensar nos seus próprios interesses comerciais”, vinca Nelson.

Musk tem-se insurgido contra a burocracia que rodeia o setor tecnológico na Europa; gere uma enorme fábrica da Tesla na Alemanha, um país onde tem concentrado muita atenção, e está a planear uma expansão controversa desse local.

A CNN contactou o X para comentar as críticas às intervenções de Musk na Europa, mas não obteve resposta.

Poderá a Europa ripostar?

Quando se trata de política europeia, Musk tem os seus favoritos. Escreve frequentemente sobre o Reform UK, o partido populista britânico, e a Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita. Mas não publica nada sobre Marine Le Pen, a antagonista francesa do governo de Emmanuel Macron, nem parece interessado na Áustria.

A política britânica e alemã são um terreno flexível; os principais partidos de ambos os países são singularmente impopulares, manchados por períodos no poder marcados pela inflação ou por escândalos, ou vistos por grande parte do público como pouco imaginativos, pouco ambiciosos ou tecnocráticos. A Alemanha vai realizar eleições no próximo mês, nas quais a AfD poderá ficar em segundo lugar. Ainda no ano passado, a AfD tornou-se o primeiro partido de extrema-direita a ganhar uma eleição estatal na Alemanha desde a era nazi.

E têm outra coisa em comum: cada um dos países não conseguiu lidar adequadamente com a raiva do público em relação à imigração, que está a ameaçar tornar-se a dinâmica política que define o continente.

Ainda assim, Musk terá de construir alianças duradouras para ter uma influência séria. Já se desentendeu publicamente com Nigel Farage, o líder do Reform UK, que se recusou a apoiar o a defesa da figura de extrema-direita Tommy Robinson, que se encontra preso. O Reform UK continua à espera de um grande donativo financeiro de Musk, mas a contenda diminuiu o otimismo do partido.

Também terá de enfrentar obstáculos regulamentares. Uma coima, que poderá atingir 6% do volume de negócios anual global da X, está iminente quando a UE concluir uma investigação sobre se a X infringiu as regras estabelecidas pela Lei dos Serviços Digitais, que regula a forma como a indústria tecnológica lida com a desinformação e os conteúdos ilegais nas redes sociais, bem como com bens e serviços ilegais nos mercados em linha.

Na Grã-Bretanha, Musk foi convidado a testemunhar perante a Comissão Parlamentar de Ciência, Inovação e Tecnologia sobre o algoritmo da sua empresa, depois de esta ter sido acusada de promover a desinformação sobre um trágico esfaqueamento de crianças no verão passado, que resultou em confrontos entre desordeiros e a polícia e no incêndio de hotéis que albergavam requerentes de asilo.

“A liberdade de expressão faz parte de uma conversa”, diz à CNN Chi Onwurah, deputado trabalhista que preside à comissão parlamentar. “Em vez de gritar com o Reino Unido do outro lado do Atlântico, será que ele se vai envolver nos processos democráticos legítimos que representam o povo britânico e ter uma conversa connosco?”

Por enquanto, a proximidade de Musk com Trump pode protegê-lo de tal escrutínio. “Não espero que (a Europa) faça muito; eles não querem iniciar uma guerra com Donald Trump”, acrescenta Echikson.

Mas quanto mais o magnata da tecnologia se envolve nos assuntos europeus, mais tensa se torna essa abordagem. “Se ele está, como parece que está, a entrar na política”, termina Onwurah, ‘então, como parte disso, é preciso ouvir e falar’.


A Rússia não viu "nada de particularmente novo" nas declarações de Donald Trump sobre a Ucrânia, incluindo ameaças de novas sanções contra Moscovo, e está aberta ao diálogo, afirmou hoje o porta-voz do Kremlin (presidência).

© Sefa Karacan/Anadolu via Getty Images   Lusa  23/01/2025

 "Nada de particularmente novo" nas declarações de Trump, diz Peskov

A Rússia não viu "nada de particularmente novo" nas declarações de Donald Trump sobre a Ucrânia, incluindo ameaças de novas sanções contra Moscovo, e está aberta ao diálogo, afirmou hoje o porta-voz do Kremlin (presidência).

"Não vemos nada de particularmente novo", respondeu Dmitri Peskov aos jornalistas que o questionaram sobre as declarações do novo Presidente dos Estados Unidos, segundo a agência francesa AFP.

Trump, que prometeu acabar com a guerra em 24 horas e está agora a pedir 100 dias para alcançar a paz, ameaçou na terça-feira impor mais sanções à Rússia se o Presidente Vladimir Putin se recusar a negociar um cessar-fogo com a Ucrânia.

Trump disse ainda que estava a reconsiderar o envio de armas para a Ucrânia e que tencionava falar "muito em breve" com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com Putin.

Peskov disse que no primeiro mandato como presidente (2017-2021), Trump se tornou no Presidente dos Estados Unidos que mais vezes recorreu a sanções.

"Ele gosta destes métodos. Pelo menos gostava deles durante a sua primeira presidência", disse, desvalorizando as ameaças de Trump de introduzir novas sanções e tarifas contra a Rússia se não for alcançado um acordo sobre a Ucrânia.

"Estamos a observar muito atentamente toda a retórica, todas as declarações, estamos a registar cuidadosamente todas as 'nuances'", acrescentou Peskov, citado pela agência russa Interfax.

O porta-voz do Kremlin disse ainda que a Rússia continua pronta para o diálogo com Trump "em pé de igualdade e num espírito de cooperação".

"Este diálogo teve lugar entre os dois presidentes durante a primeira presidência de Trump. Estamos à espera de sinais que ainda não foram recebidos", acrescentou Peskov.

Referiu que Putin vai manter hoje um contacto internacional por telefone, mas assegurou que "não é a tal conversa", numa alusão a Trump.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.

A Ucrânia tem contado com o apoio de países aliados para fazer frente às tropas russas, sendo os Estados Unidos o maior fornecedor de armamento e de ajuda financeira de Kyiv.

Trump tomou posse na segunda-feira e o seu regresso à presidência dos Estados Unidos fez criar o receio de que o apoio norte-americano à Ucrânia possa diminuir.

Além da ajuda financeira e em armamento, os aliados de Kyiv têm imposto sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o custo da guerra contra a Ucrânia.


Leia Também: Uma das áreas em que Trump poderá ameaçar mais Putin "é na produção de petróleo" 

Inteligência Artificial: IA será "melhor do que os humanos em tudo", diz CEO da Anthropic... Dario Amodei marcou presença no Fórum Económico Mundial em Davos.

© Getty Images,  noticiasaominuto.com  23/01/2025

O CEO da empresa de Inteligência Artificial (IA) Anthropic, Dario Amodei, marcou presença no Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, e previu que os modelos de Inteligência Artificial podem vir a ultrapassar as capacidades humanas em “quase tudo”.

“Não sei exatamente quando acontecerá, não sei se será em 2027”, declarou Amodei. “Penso que é plausível que leve mais tempo do que isso. Não acho que demore muito mais do que isso, quando os sistemas de IA se tornem melhores do que os humanos em quase tudo. Melhor do que todos os humanos em quase tudo. E eventualmente serão melhores do que todos os humanos em tudo, até mesmo na robótica”.

Como recorda o site Ars Technica, a Anthropic foi criada em 2021 por Amodei e pela irmã, Daniela, assim como por outros cinco ex-funcionários da OpenAI. Entretanto, o modelo de IA da Anthropic, conhecido como Claude, tem sido cada vez mais desenvolvido e é tido como uma das grandes propostas nesta área.


Primeiro-Ministro, Rui Duarte de Barros preside a cerimónia da Celebração de 23 de janeiro, Dia dos Combatentes da Liberdade da Pátria

@Radio Voz Do Povo


Veja Também: Ministra da Justiça e dos Direitos Humanos,  Maria do Céu Silva Monteiro preside hoje o Lançamento do Sirec, Sistema Integrado de Registo e Estatísticas do Cidadão.

Apresentação do livro "PERCURSO DE UM COMBATENTE" da autoria do General Biague Na N'tan, atual Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau.

@Radio Voz Do Povo 


Moçambique: Manifestantes cortaram hoje por completo os acessos à portagem de Maputo, principal entrada e saída da capital moçambicana, com barricadas e veículos pesados atravessados, contestando a retoma de cobrança, após semanas de suspensão devido aos protestos pós-eleitorais.

© Lusa  23/01/2025

 Principal entrada em Maputo cortada por manifestantes

Manifestantes cortaram hoje por completo os acessos à portagem de Maputo, principal entrada e saída da capital moçambicana, com barricadas e veículos pesados atravessados, contestando a retoma de cobrança, após semanas de suspensão devido aos protestos pós-eleitorais.

Desde cerca das 09:00 locais (menos duas horas em Lisboa) que dois camiões estão abandonados na via no sentido Maputo - Matola, com dezenas de manifestantes em protesto, enquanto no sentido contrário um autocarro articulado também foi abandonado, bloqueando totalmente a circulação, 

Perante um forte reforço policial, incluindo um blindado da Unidade de Intervenção Rápida, os manifestantes queimam pneus para contestar a retoma na cobrança de portagens na N4, a principal via moçambicana, que liga Maputo à fronteira da África do Sul, explorada pela concessionária sul-africana Trans African Concessions (TRAC), que anunciou que retomaria hoje o pagamento.

Face à dificuldade de circulação, incluindo transportes, centenas de pessoas percorrem a pé o caminho até ao centro da capital, sem qualquer movimento automóvel nas portagens.

A TRAC, concessionária da estrada N4 - construiu e opera a via rápida com um contrato de 30 anos com o Governo moçambicano -, anunciou na quarta-feira que reinicia hoje a cobrança de portagens naquela via, suspensa nas últimas semanas na sequência dos protestos pós-eleitorais.

A informação consta de um anúncio sob o título "Portagem de Maputo reinicia cobranças na quinta-feira", publicado pela TRAC, concessionária da via rápida que liga Tshwane, Gauteng (África do Sul) e o porto de Maputo (Moçambique), através da fronteira de Ressano Garcia.

A fronteira também chegou a ser encerrada em vários períodos, nos últimos meses, devido às manifestações pós-eleitorais.

A empresa recorda que opera a N4, considerada a melhor estrada moçambicana, "ao abrigo de um acordo de concessão assinado com as agências rodoviárias da África do Sul e de Moçambique", sendo esta via "uma parte vital do Plano de Desenvolvimento do Corredor de Maputo, impulsionando o crescimento económico regional e a conectividade", que desde logo assegura a exportação de minérios sul-africanos pelo litoral moçambicano.

O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou em dezembro, durante os protestos pós-eleitorais em Moçambique, ao não pagamento de portagens no país, sendo que após a destruição e vandalização de algumas cabines de cobrança, várias cabines foram fechadas, sem receber pagamentos, incluindo na N4.

Entretanto, num documento publicado na terça-feira com 30 medidas que exige para os próximos 100 dias, Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados oficiais das eleições gerais de 09 de outubro, voltou a apontar a não cobrança de portagens em todo o país como exigência.

"Na N4 as portagens, pelo tempo de vida que já têm, cumpriram com tempo de rentabilidade face ao investimento efetuado", refere o documento assinado por Venâncio Mondlane, exigindo a extensão do não pagamento de portagens neste período, alegando, também, que em várias vias com portagens no país "não houve consulta pública" sobre essa cobrança e "não se respeitou o princípio da via alternativa".

"Muitas das vias estão em estado desastroso o que ofende a ideia de benefício de serviços", afirmou.

As manifestações pós-eleitorais em Moçambique, convocadas por Venâncio Mondlane, provocaram desde 21 de outubro 314 mortos e mais de 600 baleados, segundo organizações no terreno, como a plataforma eleitoral Decide, além de confrontos violentos com a polícia, saques e destruição de equipamentos públicos e privados.

Daniel Chapo, candidato presidencial apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), foi declarado vencedor das eleições de 09 de outubro e tomou posse como quinto Presidente da República em 15 de janeiro.


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