quinta-feira, 9 de novembro de 2023

NIGÉRIA: Presidente nigeriano aprova orçamento que prevê compra de iate

© Lusa

POR LUSA    09/11/23 

A aprovação pelo Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, de um orçamento suplementar que destina milhões de dólares para um iate presidencial e veículos desportivos para a sua mulher e altos funcionários do governo, deixou indignada a população nigeriana.

Tinubu assinou, quarta-feira, o orçamento, que atribui 38 milhões de dólares (35,5 milhões de euros) à frota aérea presidencial e a outras renovações.

Cerca de 6,1 milhões de dólares (5,7 milhões de euros) orçamentados anteriormente para o iate foram reafectados pelos deputados a "empréstimos para estudantes", uma decisão que terá ainda que ser aprovada pelo senado nigeriano.

A marinha do país anunciou, entretanto, já ter recebido o iate, mas disse que "não foi pago".

O porta-voz da presidência nigeriana, Anjuri Ngelale, defendeu o orçamento suplementar, considerando que serve para "reforçar a arquitetura de segurança da Nigéria e resolver o défice de infraestruturas críticas da Nigéria, entre outras considerações", avançou a agência Associated Press.

Ngelale disse, ainda, que cerca de 30 por cento do dinheiro seria gasto em segurança e outros 35 por cento no "fornecimento de infraestruturas críticas".

Recentemente, a Assembleia Nacional do país, composta por 460 deputados, confirmou que todos os legisladores receberão um novo SUV (veículo utilitário desportivo), alegadamente a um custo de mais de 150.000 dólares (140.110 euros) cada.

Os deputados argumentam que que os veículos os ajudarão a fazer melhor o seu trabalho.

Os primeiros seis meses de 2023 foram marcados pela queda do crescimento económico da Nigéria. O produto interno bruto (PIB) caiu de 3,3% em 2022 para 2,4% no primeiro trimestre de 2023, de acordo com o Banco Mundial.

Shubham Chaudhuri, diretor do Banco Mundial, defendeu, em junho último, a necessidade de o país proceder a "ações compensatórias para mitigar o impacto a curto prazo sobre os pobres" das reformas económicas introduzidas pelo executivo de Bola Tinubu.

"A Nigéria deve aproveitar a oportunidade para implementar um programa robusto de transferência de dinheiro em larga escala para proporcionar um alívio rápido aos pobres, quase pobres, bem como às famílias de baixo rendimento que são mais diretamente afetadas pelo aumento dos preços da gasolina, como parte de um pacto mais amplo para redirecionar os escassos recursos orçamentais para as prioridades de desenvolvimento", acrescentou Chaudhuri, no mesmo relatório divulgado pela instituição.

Os sindicatos nigerianos têm reclamado um aumento do salário mínimo dos funcionários públicos em 2024 na ordem dos 67 dólares por mês.

Um relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística nigeriano (NBS) em novembro de 2022 revelou que 133 milhões de pessoas, 63% da população do país, são "multidimensionalmente pobres".

O estudo, que contou com a participação de várias organizações, incluindo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), revelou que mais de dois terços das crianças -- 67,5% -- também são "multidimensionalmente pobres" e sublinhou que 51% de todos os pobres da Nigéria são crianças.


Media soube previamente de ataques do Hamas? Israel quer esclarecimentos

© ABIR SULTAN/POOL/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto    09/11/23 

Uma ONG acusou a AP, a Reuters, a CNN e o New York Times de terem tido conhecimento prévio dos ataques do Hamas, a 7 de outubro. O gabinete do primeiro-ministro israelita já pediu esclarecimentos.

A organização não-governamental HonestReporting, que monitoriza a forma como a comunicação social cobre os eventos em Israel, acusou as agências de notícias The Associated (AP) e Reuters, a estação CNN e o jornal New York Times de terem tido conhecimento prévio dos ataques do grupo islamita Hamas, a 7 de outubro. Face à acusação, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já pediu explicações.

"No dia 7 de outubro, os terroristas do Hamas não foram os únicos a documentar os crimes de guerra que cometeram durante a sua violência mortal no sul de Israel. Algumas das suas atrocidades foram captadas por fotojornalistas baseados em Gaza que trabalham para as agências de notícias Associated Press e Reuters, cuja presença matinal na zona fronteiriça violada levanta sérias questões éticas", lê-se no site da organização.

Apesar de reconhecer que "as agências de notícias podem alegar que estas pessoas estavam apenas a fazer o seu trabalho", a HonestReporting questionou o facto de jornalistas terem aparecido na fronteira junto à Faixa de Gaza "sem coordenação prévia com os terroristas".

"O que é que eles lá estavam a fazer tão cedo, no que normalmente teria sido uma manhã tranquila de sábado?", questionou, perguntando ainda se os fotojornalistas que "trabalham como freelancers para outros meios de comunicação - como a CNN e o The New York Times - notificaram esses meios de comunicação" sobre a sua presença no local.

Na manhã desta quinta-feira, o gabinete do primeiro-ministro de Israel afirmou que a Direção Nacional de Diplomacia Pública do país "vê com a maior gravidade" as notícias de que "os fotojornalistas que trabalham com os meios de comunicação internacionais se juntaram na cobertura dos atos brutais" do grupo Hamas. 

Numa nota, publicada na rede social X, o gabinete acusa os jornalistas de terem sido "cúmplices de crimes contra a humanidade" e de as suas ações serem "contrárias à ética profissional".

"Durante a noite, o gabinete do primeiro-ministro emitiu uma carta urgente aos chefes dos órgãos de comunicação social que contrataram estes fotógrafos e pediu esclarecimentos sobre o assunto. A Direção Nacional de Diplomacia Pública exige que sejam tomadas medidas imediatas", lê-se.

Após a divulgação do artigo da Honest Reporting, a AP e a Reuters recusaram ter tido conhecimento prévio dos ataques. A AP defendeu que o seu "papel" é "recolher informações sobre notícias de última hora em todo o mundo, onde quer que aconteçam, mesmo quando esses eventos são horríveis e causam vítimas em massa", usando "imagens tiradas por freelancers de todo o mundo, inclusive em Gaza".

Por seu lado, a Reuters negou "categoricamente" que tenha tido conhecimento do ataque e explicou que adquiriu "fotografias de dois fotógrafos freelance baseados em Gaza que estavam na fronteira na manhã de 7 de outubro, com quem não tinha um relacionamento anterior". 

"As fotografias publicadas pela Reuters foram tiradas duas horas depois de o Hamas ter disparado contra o sul de Israel e mais de 45 minutos depois de Israel afirmar que homens armados cruzaram a fronteira", acrescentou.

Já a CNN decidiu suspender o contrato com um dos fotógrafos, apesar de não encontrar "nenhuma razão para duvidar da precisão jornalística do trabalho que ele fez por nós".


𝗣𝗘𝗟𝗔 𝗣𝗥𝗜𝗠𝗘𝗜𝗥𝗔 𝗩𝗘𝗭, 𝗦𝗘𝗖𝗥𝗘𝗧𝗔𝗥𝗜𝗔𝗗𝗢 𝗡𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗟 𝗗𝗢 𝗣𝗔𝗜𝗚𝗖 𝗘 𝗗𝗢 𝗠𝗔𝗗𝗘𝗠-𝗚𝟭𝟱 𝗡𝗨𝗠 𝗘𝗡𝗖𝗢𝗡𝗧𝗥𝗢 𝗗𝗘 𝗧𝗥𝗔𝗕𝗔𝗟𝗛𝗢

No quadro da comemoração do centenário de nascimento de Amilcar Cabral,  o Secretariado Nacional do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) manteve esta quinta-feira, 9.11.2023, pela primeira vez uma reunião com a mesma estrutura política do Movimento para Alternância Democrática Grupo dos 15 (MADEM-G15) na sede nacional desta formação política liderada por Braima Camará.

Um encontro que segundo secretário-geral dos libertadores, António Patrocínio, foi solicitado sob orientação da direção superior do seu partido tendo como objetivo apresentar ao MADEM-G15 o projeto de celebração do centenário de nascimento de Amilcar Cabral.

Imagem: Gab. de comunicação do MADEM-G15.

Por  Rádio Jovem Bissau

África do Sul considera processar sul-africanos envolvidos na guerra

© Waldo Swiegers/Bloomberg via Getty Images

POR LUSA  09/11/23 

A África do Sul está a considerar processar cidadãos sul-africanos que teriam integrado as Forças de Defesa de Israel (IDF) no atual conflito contra o movimento Hamas que já causou mais de dez mil mortos, foi hoje anunciado.

O anúncio foi feito pela ministra na Presidência, Khumbudzo Ntshavheni, que é responsável pela segurança de Estado, durante um debate parlamentar na Cidade do Cabo.

"A Autoridade Nacional de Acusação terá de agir com rapidez para processar aqueles que participam não só na guerra israelita, mas em qualquer outra parte do mundo", adiantou.

Todavia, Ntshavheni escusou-se a precisar o alegado número de militares participantes, assim como se existem mercenários sul-africanos a apoiar o movimento palestiniano Hamas - classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel.

No parlamento, a governante sul-africana indicou também que a Agência de Segurança do Estado (SSA) está a tentar localizar sul-africanos que teriam regressado ao país após aderirem ao Estado Islâmico, sem avançar detalhes, segundo a imprensa sul-africana.

Ntshavheni sublinhou que a legislação sul-africana proíbe os seus cidadãos de integrarem as forças de defesa de um outro país.

Entretanto, o Governo da África do Sul anunciou que a decisão sobre o corte de laços com Israel e a expulsão do seu embaixador do país africano face aos bombardeamentos israelitas em Gaza continua pendente.

"Quanto à expulsão, não há nenhuma decisão a esse respeito neste momento. Caso tal decisão seja tomada, iremos anunciar publicamente", referiu a chefe da diplomacia sul-africana Naledi Pandor, no debate parlamentar nesta quarta-feira.

No início da semana, a ministra Khumbudzo Ntzhaveni disse à imprensa que o executivo considerou "insustentável" as posições do embaixador israelita na África do Sul, Eliay Belotserkovsky, por criticar o apoio do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde 1994, ao Hamas e à causa palestiniana, instando a diplomacia sul-africana a atuar nesse sentido.

O Governo da África do Sul decidiu na passada segunda-feira chamar os seus diplomatas em Israel para sinalizar as suas preocupações face aos bombardeamentos israelitas em Gaza.

Alguns partidos da oposição manifestaram-se contra a medida, afirmando que a África do Sul deve manter uma presença no terreno durante tempos "tão difíceis", segundo a imprensa sul-africana.

O movimento Hamas já apelou a Pretória para que corte todos os laços com Israel.

Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel disse apoiar o seu embaixador na África do Sul, "que representa a posição do Governo e do povo israelita".


Leia Também: ONU recusa "empurrar palestinianos" para o sul de Gaza

Irão rejeita pedido do G7 para deixar de apoiar o Hamas

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POR LUSA   09/11/23 

O Governo do Irão rejeitou hoje o pedido do G7 para deixar de prestar apoio ao grupo islamita Hamas e criticou aquela organização por proteger o "opressor em vez dos oprimidos".

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kanani, sublinhou que Teerão rejeita a declaração que considera infundada do G7, que pedia ao Irão que "pare de apoiar o Hamas e de adotar ações que desestabilizem o Médio Oriente", incluindo o seu apoio ao movimento libanês Hezbollah e outros intervenientes não estatais.

O G7 também reiterou a sua intenção de impedir o Irão de desenvolver armas nucleares e apelou para que este país "cesse os seus avanços incansáveis no seu programa nuclear, que não tem qualquer justificação civil credível e se aproxima perigosamente de atividades relacionadas com armas".

Em resposta, Kanani classificou as afirmações do G7 sobre "grupos de resistência na Palestina e no Líbano" como falsas e ridículas, antes de descrever as exigências ao Irão como irrelevantes.

"Desde o início da atual crise em Gaza, o Irão tem feito esforços ininterruptos para acabar com os ataques militares", argumentou o chefe da diplomacia iraniana.

"É muito surpreendente e lamentável que aqueles que financiam a ocupação das terras do povo palestiniano e os criadores do falso regime israelita, que apoiam os crimes de guerra dos sionistas (...) façam exigências e mudem a posição, favorecendo o opressor em vez dos oprimidos, que são os grupos de resistência e de libertação", disse Kanani.

Para o ministro iraniano, "a usurpação das terras palestinianas, o assassinato em massa e o genocídio dos palestinianos (...), os ataques contra locais religiosos, hospitais e centros médicos, causando a sua destruição, o infanticídio, a prisão e a tortura de homens, mulheres e crianças (...) são ações que violam o Direito Internacional".

"Isto é apenas parte dos crimes que o regime de ocupação cometeu e continua a cometer contra o povo oprimido da Palestina", disse Kanani, que sublinhou que "o que se espera do G7 é que cumpra a sua responsabilidade internacional, incluindo a condenação dos atos do regime sionista em Gaza que violam o Direito Internacional".

Kanani lembrou ainda que o Irão "disse muitas vezes que as armas nucleares não têm lugar na sua doutrina militar" e que "os objetivos do seu programa nuclear são totalmente pacíficos".

"Cumprimos todas as obrigações, o que foi confirmado pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA)", afirmou.



Leia Também: Forças militares israelitas rejeitam que haja crise humanitária em Gaza

Encerramento da XIIª Assembleia Geral Ordinária (OISC/CPLP).

Radio Voz Do Povo 

Costa exonera chefe de gabinete Vítor Escária e nomeia Tiago Vasconcelos

© Lusa

POR LUSA   09/11/23 

O primeiro-ministro exonerou Vítor Escária das funções de seu chefe de gabinete e nomeou para este lugar o major general Tiago Vasconcelos, até agora assessor militar de António Costa, disse à Lusa fonte oficial do Governo.

Vítor Escária foi detido para interrogatório na terça-feira, de manhã, na sequência das buscas judiciais ao seu gabinete e à sua casa por suspeitas relacionadas com negócios com lítio e hidrogénio.

Esta investigação judicial levou nesse mesmo dia António Costa a pedir ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a sua demissão de primeiro-ministro.

Na comunicação que fez ao país em que anunciou a sua demissão, O primeiro-ministro manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça "em tudo o que entenda necessário", mas recusou a prática "de qualquer ato ilícito" ou censurável.

"Quero dizer, olhos nos olhos aos portugueses, que não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito, ou sequer de qualquer ato censurável", afirmou António Costa.

O chefe do executivo disse estar "totalmente disponível para colaborar com a Justiça em tudo o que entenda necessário para apurar toda a verdade, seja sobre que matéria for", mas afirmou ter ficado "surpreendido" com a informação de que lhe ia ser instaurado um processo-crime, garantindo que "desconhecia em absoluto a essência de qualquer processo".

O economista Vítor Escária foi nomeado em agosto de 2020 chefe de gabinete do primeiro-ministro, substituindo no cargo Francisco André, que assumiu funções na representação permanente de Portugal junto da OCDE e que atualmente é secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

Vitor Escária, de 48 anos, economista e professor do Departamento de Economia do ISEG ---tinha sido antes assessor económico do antigo primeiro-ministro José Sócrates.

Em 2019, já numa altura em que era assessor económico de António Costa, esteve envolvido no processo de recebimento indevido de vantagem no caso das viagens pagas pela Galp no Euro2016 de futebol.

No que respeita ao novo chefe de gabinete do primeiro-ministro, o major-general Tiago Maria Ramos Chaves de Almeida e Vasconcelos, de 63 anos, natural de Lisboa, ingressou na Academia Militar em 1978 e foi nomeado assessor militar do líder do executivo em maio de 2018.

Segundo o Governo, antes de ser assessor militar do primeiro-ministro, foi adjunto para o planeamento e coordenação do Estado-Maior-General das Forças Armadas e inspetor-geral do Exército e diretor honorário da Arma de Cavalaria.

Tiago Vasconcelos é grande-oficial da Ordem Militar de Avis e comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Possui a Grã-Cruz do Mérito Militar com distintivo branco do Reino de Espanha.


Conferência de Imprensa da Organização Tradicional da Etnia Papel Integrada (OTEPI).

 Radio Voz Do Povo 


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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA RECEBE O PRESIDENTE DO BOAD

O Presidente do Banco de Desenvolvimento da África Ocidental (BOAD), Sr. Serge Ekwe, foi recebido em audiência pelo Chefe do Estado; acompanhado pelo Ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, tendo destacado o desempenho das autoridades nos setores das infraestruturas, agricultura e energia.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

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O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló recebeu no Palácio Presidencial, um grupo de anciões da região de Biombo.

Na ocasião, o Chefe de Estado apelou ao diálogo e a coesão social, para resolver diferendos no que respeita o controlo do poder tradicional na região de Biombo, insistindo: “Devemos ser como o falecido Presidente Nino Vieira, que, apesar de ser da etnia Pepel de nascença, nunca quis se assumir apenas como Pepel. Assumia-se como um verdadeiro filho da Guiné-Bissau”.

Mais de 3.700 escolas danificadas ou destruídas com invasão russa

© Kostya Liberov/Libkos/Getty Images

POR LUSA   09/11/23 

A invasão russa da Ucrânia já danificou ou destruiu 3.790 escolas e estabelecimentos de pré-escolar, segundo um relatório hoje divulgado pela Human Rights Watch (HRW), que descreve casos de unidades pilhadas, vandalizadas e ocupadas para fins militares.

O documento "Tanques no Recreio", de 71 páginas, documenta os danos e a destruição de escolas e estabelecimentos de pré-escolar nas regiões de Kyiv (norte), Kharkiv, Chernihiv (ambas no nordeste) e Mykolaiv (sul), todas palcos de combates desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, onde a organização não-governamental entrevistou quase 90 funcionários escolares, representantes de autoridades locais e testemunhas de operações militares.

Os danos registados foram causados por ataques aéreos, bombardeamentos de artilharia, lançamentos de foguetes e, em alguns casos, munições de fragmentação, "causando estragos significativos nos telhados, desabamento de paredes e grandes destroços nas salas de aula", tendo como resultado a grave interrupção do acesso à educação de milhões de crianças.

Na generalidade, segundo a HRW, os danos e a destruição de escolas ocorreram em consequência da captura pelas forças russas de cidades e vilas nas primeiras semanas da invasão, ocupando escolas. Em vários casos, dispararam contra as instalações face à posterior reconquista territorial do Exército ucraniano e antes de se retirarem daquelas regiões.

O relatório assinala que, durante a ocupação de estabelecimentos escolares, as forças russas pilharam-nas, saqueando computadores de secretária e portáteis, televisões, quadros interativos, outros equipamentos escolares e sistemas de aquecimento.

"O que não foi roubado muitas vezes foi partido. Após a retirada, as forças russas deixaram para trás salas de aula incendiadas e saqueadas. Eles também pintaram 'graffiti' nas paredes", normalmente expressando ódio aos ucranianos, descreve-se no documento.

É aliás referido o exemplo da escola Borodyanka, nos arredores de Kyiv, que foi atingida na troca de fogo entre forças ucranianas e russas, que, ao abandonarem o local, deixaram mensagens contra a Ucrânia e pinturas de bandeiras nazis, em alusão à "desnazificação" do país invocada pelo líder do Kremlin, Vladimir Putin, para justificar a sua "operação militar especial".

"Foi impossível conter as lágrimas", afirmou o diretor da escola, citado pela HRW. "No refeitório, eles [forças russas] fizeram uma banheira [no lava-louças]. Noutra sala havia sangue nas paredes. Partiram todos os computadores, encheram tudo de lixo e simplesmente roubaram os 'laptops'".

Usar as escolas como alojamentos para tropas, armazenar munições ou estacionar ou posicionar veículos militares nas dependências das instalações aumenta a probabilidade de ataques às escolas, lembra a HRW, observando que as forças militares são obrigadas, segundo as leis da guerra, a fazer todos os possíveis para proteger dos efeitos dos ataques as unidades escolares e outras instalações civis sob o seu controlo.

A HRW recorda também que, em relatórios anteriores, já eram mencionados casos de escolas e instalações de pré-escolar, incluindo para crianças com deficiência, usados pelas forças russas como locais de tortura, violação ou outros maus tratos de prisioneiros de guerra ou como centros de detenção de civis.

Também há casos documentados do posicionamento de soldados ucranianos em escolas, ou de postos de comando nas suas proximidades, além da mobilização de um pequeno número de membros das Forças de Defesa Territorial para fornecer segurança a civis abrigados em unidades de ensino, "ações que podem aumentar o risco de ataques".

"As crianças ucranianas pagaram um preço elevado nesta guerra porque os ataques à educação são ataques ao seu futuro", disse Hugh Williamson, diretor da divisão Europa e Ásia Central da Human Rights Watch, citado em comunicado da organização, acrescentando que "a comunidade internacional deveria condenar os danos e a destruição de escolas na Ucrânia e as pilhagens pelas forças russas".

O relatório indica que, antes da guerra, o Governo ucraniano, ao contrário do russo, tinha adotado a Declaração sobre Escolas Seguras, um compromisso político internacional que visa proteger a educação dos piores efeitos dos conflitos armados, e, um mês antes da invasão, mil oficiais foram formados para este instrumento, em concreto, para as Diretrizes para a Proteção de Escolas e Universidades contra a Utilização Militar durante Conflitos Armados.

Já em julho do ano passado, as autoridades ucranianas também emitiram uma ordem de alto nível com o objetivo de "não utilizar instalações educativas para alojamento temporário de quartéis-generais e unidades militares", de acordo com o Ministério da Defesa da Ucrânia, citado pela HRW.

"As Nações Unidas e outros devem pressionar o Governo russo a cessar imediatamente os ataques deliberados, indiscriminados e desproporcionais contra civis e bens civis, incluindo escolas, e instar a Rússia a evitar a utilização de instalações educativas ucranianas para fins militares. A Rússia deveria cumprir as disposições da Declaração e incluir os seus princípios na formação de pessoal militar", apela a organização.

Dados do Ministério da Educação de Kyiv revelam que em janeiro mais de 95% dos estudantes elegíveis estavam matriculados, "um feito significativo durante o tempo de guerra", elogia a HRW.

Apesar destes esforços, muitos alunos de escolas danificadas ou destruídas "tiveram de continuar os seus estudos noutras escolas, estudando em turnos ou à distância, o que prejudicou a qualidade da educação, advertiu. "Os ataques das forças russas às infraestruturas energéticas e os consequentes cortes de eletricidade e Internet têm frequentemente impedido a aprendizagem à distância", refere ainda a HRW.

A ONG salienta o "enorme esforço necessário" para ajudar as crianças ucranianas a recuperar a sua educação, após quase dois anos de guerra ininterrupta.

"Devolver as crianças às salas de aula aumenta a urgência para a Ucrânia, com o apoio de parceiros internacionais, restaurar e reconstruir instalações educacionais danificadas, de acordo com os padrões de segurança e acessibilidade", sustentou a HRW.

"A maioria dos países do mundo, incluindo a União Europeia e os membros da NATO, comprometeram-se a proteger a educação contra ataques e deveriam ajudar a Ucrânia a atingir esse objetivo durante a guerra, este direito crucial deve ser protegido", declarou Hugh Williamson.

Portugal está empenhado na reconstrução de uma escola secundária em Jitomir, a 150 quilómetros a oeste de Kyiv, que foi destruída num bombardeamento logo nos primeiros dias de guerra, num projeto da Parque Escolar em parceria com as autoridades ucranianas e a Estónia e que previa a formação de professores em Portugal.



Leia Também: Rússia envia presos de guerra ucranianos para a guerra contra o seu país 

Estados Unidos atacam instalação com armamento ligada ao Irão na Síria

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POR LUSA   09/11/23 

Os Estados Unidos divulgaram esta quarta-feira o ataque contra uma "instalação de armazenamento de armas" na Síria ligada ao Irão, enquanto uma organização não-governamental indicou a existência de nove mortos numa ofensiva das forças norte-americanas no leste do país.

"As forças militares dos EUA conduziram um ataque de autodefesa num local no leste da Síria, usado pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica e grupos afiliados", realçou o líder do Pentágono, citado num comunicado.

O ataque aéreo foi executado por dois caças F-15 dos EUA em retaliação ao que tem sido um número crescente de ataques a bases que alojam tropas norte-americanas na região nas últimas semanas, frisou o Pentágono.

O alvo foi uma instalação de armazenamento de armas ligada à Guarda Revolucionária do Irão.

Já o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) adiantou, em comunicado, que nove pessoas ligadas a grupos apoiados pelo Irão foram mortas num ataque dos EUA em Deir Ezzor, no leste da Síria.

"Nove pessoas que trabalhavam para grupos apoiados pelo Irão foram mortas em ataques americanos em locais utilizados por grupos pró-iranianos", frisou à agência France-Presse (AFP) Rami Abdel Rahman, chefe desta ONG sediada no Reino Unido e que conta com uma vasta rede de fontes na Síria.

Segundo Lloyd Austin, o ataque dos EUA é "uma resposta a uma série de ataques contra pessoal americano no Iraque e na Síria", ataques atribuídos às forças iranianas presentes, tal como o Exército norte-americano, nestes dois países.

Os Estados Unidos "estão totalmente preparados para tomar outras medidas necessárias" para proteger os seus militares e as suas instalações, garantiu Lloyd Austin.

O aumento dos ataques contra as tropas americanas ocorre no contexto da guerra em Gaza, que começou após o ataque surpresa do movimento islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro em Israel, que deixou mais de 1.400 mortos segundo as autoridades israelitas.

Israel respondeu bombardeando Gaza, território controlado pelo movimento considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos da América e que controla o enclave desde 2007, durante um mês, matando mais de 10.500 pessoas, segundo o Ministério da Saúde ligado ao Hamas.

Os Estados Unidos forneceram rapidamente apoio militar a Israel, mas temem que o conflito se espalhe para a região, onde a resposta israelita a Gaza tem sido criticada.

Cerca de 2.500 soldados norte-americanos estão no Iraque e 900 na Síria como parte da luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico.



Leia Também: Candidatos republicanos defendem em debate que Israel "acabe com o Hamas"

Criança visitada por Putin esconde-se e nem ameaças da mãe o demovem

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Notícias ao Minuto   08/11/23 

Putin, que visitou um hospital e ofereceu vários presentes às crianças, manteve-se sorridente e tentou falar com o rapaz (que ficou quase sempre tapado) mesmo sem o ver. 

Uma criança, internada num hospital russo, teve um atitude insólita aquando da visita de Vladimir Putin. 

Vadim, de apenas cinco anos, está na Clínica Pediátrica de Hematologia, Oncologia e Imunologia do Centro Nacional de Pesquisa Médica Dmitry Rogachev, em Moscovo, e assim que viu Putin, escondeu-se debaixo dos lençóis.

Recusou-se a falar com o presidente e não cedeu nem quando a mãe ameaçou tirar-lhe o telefone por dois dias.

Putin, que visitou o local e ofereceu vários presentes às crianças, manteve-se sorridente e tentou falar com o rapaz (que ficou quase sempre tapado) mesmo sem o ver. 

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