segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Cabo Verde foi “capturado por interesses privados”, apesar de ser considerado por organizações internacionais e muitos governos um farol da democracia em África. Esta leitura é da cientista política Roselma Évora numa análise aos 34 anos da instauração da democracia.

Roselma Évora, cientista política cabo-verdiana.   Por Voaportugues.com    janeiro 13, 2025

Cabo Verde foi "capturado por interesses privados"

Roselma Évora analisa o estado atual da democracia cabo-verdiana, 34 anos depois da sua instauração

Washington — Cabo Verde foi “capturado por interesses privados”, apesar de ser considerado por organizações internacionais e por muitos governos um farol da democracia em África.

Esta leitura é da cientista política Roselma Évora numa análise aos 34 anos da instauração da democracia que se assinalam nesta segunda-feira, 13.

Ela considera, no entanto, que o país tem de se orgulhar com a democracia e suas leis, mas que tem de sair da democracia eleitoral.

A 13 de janeiro de 1991, realizaram-se as primeiras eleições democráticas em Cabo Verde, completando assim o ciclo da abertura política iniciado a 19 de fevereiro do ano anterior.

O novel, na altura, Movimento para a Democracia ganhou as eleições de forma esmagadora sobre o PAICV, antigo partido único.

Após 34 anos, o arquipélago é apontado por organizações internacionais e por governos como um farol da democracia em África, no entanto, um estudo recente da Afrosondagem mostra que, embora a maioria dos cabo-verdianos apoie a democracia, perdeu muito a confiança nas instituições e nos políticos e 64 por cento pretendem emigrar.

“Acho que Cabo Verde tem um ativo muito importante, que é a nossa democracia. Nós somos, de facto uma referência. Agora, eu costumo dizer que nós não podemos ser considerados como uma referência num continente que é marcado por casos de autoritarismo, golpe militar, golpe de Estado. Temos que considerar que a nossa democracia é uma democracia jovem, que ainda tem apenas 34 anos.Cabo Verde vai fazer este ano também 50 anos de independência. Mas, entretanto, se formos ver, toda a nossa história política, é uma história de autoritarismo e de autocracia”, aponta Roselma Évora em entrevista à Voz da América nesta segunda-feira, 14. 

Aquela cientista política acrescenta que “ainda precisamos de trabalhar muito as dimensões de cultura política democrática e aplicar, de facto, aquilo que temos na Constituição, nós temos uma democracia que poderia classificar como uma democracia eleitoral, uma democracia formal”.

Ela aponta os dados do mais recente estudo da Afrosondagem e reitera haver “um divórcio entre a classe política e a sociedade, o que indica uma falta de exercício dos princípios elementares e basilares da democracia” e exemplifica a falta de respeito pela liberdade de opinião” como “um atropelo ao exercício da liberdade de opinião”.

“Atores da democracia são o problema”

Évora afirma existir uma “descrença” nos políticos e este é um desafio enorme num país onde a democracia não é um problema.

“O problema são os atores da democracia, pessoas que não entenderam o que é o exercício do poder e o que é estar em democracia”, sublinha aquela analista política, para quem a sociedade precisa de referências, mas elas não existem agora.

Ao afirmar que o país foi “capturado por interesses privados”, Roselma Évora, que afirma existir uma “democracia eleitoral” em Cabo Verde, diz que cabe aos partidos políticos inverterem essa situação.

“A grande transformação deve começar dentro dos partidos políticos”, defende, porque “a política passou a ser um espaço de oportunismo, muito oportunismo e muita gente a ingressar na política pensando nos seus próprios interesses, nos interesses de clientelas, nos interesses do grupo”.

Aquela cientista política conclui dizendo que “há um trabalho profundo a ser feito em termos de formação de lideranças, em termos de promoção de engajamento cívico da sociedade” para transformar a sociedade civil cabo verdiana, “que é uma sociedade anémica, apática, que só se manifesta muito esporadicamente e isso debilita muito a democracia”.


O Presidente da República, Carlos Vila Nova, através do Decreto Presidencial nº05/ 2025, nomeou, hoje, dia 13 de janeiro, os membros do XIX Governo Constitucional.

 


Guiné-Bissau participa no Fórum de apresentação de Hajj 2025

A Guiné-Bissau, através do Alto Comissário para a Peregrinação, Sr Califa Soares Cassamá, participou na conferência de apresentação do Hajj 2025, realizada em Jeddah nesta segunda-feira, 13-01-2025. 

O evento, que já se encontra em sua quarta edição, serviu como plataforma para o Reino da Arábia Saudita apresentar as empresas cuidadosamente selecionadas para prestar serviços durante a peregrinação, um dos cinco pilares do Islã. 

A exposição e o fórum do Hajj 2025, programados para meados de maio ou junho, visam garantir a organização eficiente e a segurança dos milhões de peregrinos que visitarão os Lugares Santos.

Guiné-Bissau: Sindicato de base DGVTT em Conferência de imprensa.



 Radio Voz Do Povo 

O Ministro da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica, Herry Mané presidiu a cerimônia do Lançamento da Fase Piloto do Projeto União Africana para Integração da Academia nos Programas Escolares pela República da Guiné-Bissau.


Discurso do Ministro da Educação na abertura do lançamento da fase piloto do projeto da União Africana para a integração da Carta Africana sobre Democracia nos currículos escolares da República da Guiné-Bissau.☝

 Radio Voz Do Povo / Ministerio da Educação Nacional