quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Guiné-Bissau: Muitas críticas aos tribunais no Dia da Justiça


 DW.COM 12.10.20222

Organizações da sociedade civil, cidadãos comuns e governantes reconhecem que há muito por fazer no setor da Justiça na Guiné-Bissau.

"O setor da Justiça depara-se com dificuldades de vária ordem", reconheceu, esta quarta-feira (12.10), a ministra guineense da Justiça e dos Direitos Humanos no ato oficial da celebração do Dia Nacional da Justiça.

Teresa da Silva admitiu que há uma "fraca independência" do poder judicial no país, "insuficiência de pessoal" e "insuficiência de infraestruturas para os serviços da Justiça". Aliás, segundo a governante, várias instituições judiciárias que funcionam em casas arrendadas já foram alvo de despejo, por falta de pagamento da renda.

Mas há mais problemas por resolver, recorda o vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé.

Bubacar Turé: "A Justiça guineense necessita de uma terapia urgente"

A Justiça no país continua a ser associada a "morosidade" e "corrupção", diz.

A "permeabilidade" da Justiça guineense "às influências políticas e económicas" é um dos principais desafios, comenta Turé, acrescentado que este é um fenómeno relacionado com o "nível galopante de corrupção que reina no setor e que constitui uma ameaça séria ao próprio Estado de Direito".

"Não há justiça na Guiné-Bissau"

Além disso, a Justiça continua a ser inacessível ao cidadão comum, acrescenta o ativista: "Mais de 90% dos tribunais dos setores estão, neste momento, fechados devido à incompetência dos sucessivos governos". 

Vários cidadãos ouvidos pela DW África nas ruas da capital guineense também reprovam o atual estado da Justiça.

"Não há justiça na Guiné-Bissau. Muitas pessoas acabam por não recorrer à Justiça porque não acreditam que os seus problemas possam ser resolvidos", afirmou uma funcionária pública. Um professor acrescentou: "A Justiça não está a fazer o seu papel e os cidadãos estão desanimados e não confiam nela".

Em 12 de outubro de 1974, a então administração colonial remeteu todos os documentos ligados à Justiça às autoridades da Guiné-Bissau recém-instaladas após a independência do país, para assumir a sua "soberania" no setor. 

48 anos depois, as críticas não param de aumentar contra o desempenho das instituições de Justiça.

Bubacar Turé, da Liga Guineense dos Direitos Humanos, delineia algumas ideias para mudar o cenário: "A Justiça guineense necessita de uma terapia urgente, que passa necessariamente por reformas profundas, que a tornem imune às pressões políticas e económicas e acessível a todos os cidadãos, independentemente das condições económicas."

UCRÂNIA/RÚSSIA: Assembleia-Geral da ONU condena anexações russas com apoio esmagador

© Lusa

Por LUSA  12/10/22 

A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou hoje, com uma esmagadora maioria de 143 votos, uma resolução que condena a anexação de territórios ucranianos pela Rússia, reforçando o isolamento de Moscovo na panorama internacional.

O projeto de resolução, elaborado pela União Europeia e copatrocinado por dezenas de países de vários continentes, obteve 143 votos a favor, cinco contra e 35 abstenções.

"A ONU não tolerará tentativas de anexação pela força", disse a embaixadora norte-americana junto à ONU, Linda Thomas Greenfield, minutos antes da votação.

Já o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, insistiu que o seu país está a atuar na Ucrânia em defesa de uma população e que os referendos, e consequente anexação, tiveram o apoio da população local.

Além de exigir que a Rússia reverta a anexação de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, a resolução declara que as ações de Moscovo violam a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e são inconsistentes com os princípios da Carta da ONU.

A resolução condena claramente os "chamados referendos ilegais" da Rússia e a tentativa de anexação ilegal" e diz que são inválidos sob o direito internacional.

O texto também inclui linguagem de apoio à redução do conflito e promove a resolução do mesmo através de "diálogo político, negociação, mediação e outros meios pacíficos", com respeito às fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia e de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas.


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SAÚDE: Problemas nos ossos - Os sinais de alerta a que tem de estar atento... O melhor é perceber os sintomas para evitar algumas patologias.

© ShutterStock

Notícias ao Minuto 12/10/22 

A osteoporose é um dos problemas que associamos aos ossos. Por vezes, diz-se que é uma doença de ‘velhos’, mas a verdade é que não é bem assim. Outras patologias podem surgir caso não tenha os ossos saudáveis e existem sinais que o podem indicar.

O portal Reader’s Digest reuniu alguns dos sintomas que podem significar que está com alguma doença. Uma alimentação saudável e exercício físico acabam por ser fundamentais. Ainda assim, o melhor é estar atento.

Unhas quebradiças

Pode ter várias causas, mas uma das mais comuns é a falta de colagénio. “É uma proteína que suporta a pele e o esqueleto”, explica o portal. Uma alimentação saudável pode ajudar a repor os níveis.

Gengivas a recuar

“As gengivas retraem à medida que o maxilar perde força e massa óssea. O maxilar é a âncora de seus dentes, então, quando enfraquece, as gengivas podem soltar-se dos dentes.”

Está a perder altura

Não é um mito: com a idade ficamos mais pequenos. Isso deve-se à perda de massa óssea. “A massa óssea diminui e a cartilagem entre os ossos desgasta-se ao longo dos anos.” Pode significar um enfraquecimento dos músculos que estão à volta da coluna.

Está com falta de força

Um estudo mostrou que a perda de força nas mãos era indicativo da perda de densidade mineral óssea. “Pode sempre treinar a força.”

Tem fraturas quando não deveria ter

“Pode ser um sinal precoce de que tem osteoporose, por exemplo.” É um sinal de fraqueza nos ossos, partir num pequeno incidente.

Tem muitas cãibras e dores musculares

Pode ser um sinal de deficiência de vitamina D. “As cãibras musculares são mais comuns nos pés e nas pernas. São frequentes durante a noite.”


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VOLODYMYR ZELENSKY: "Toda a máquina terrorista russa deve ser neutralizada. E será"

© Presidência da Ucrânia

Notícias ao Minuto  12/10/22 

O presidente da Ucrânia considerou que "quanto mais audacioso e cruel se torna o terror russo, mais óbvio é para o mundo que ajudar a Ucrânia a proteger o céu é uma das tarefas humanitárias mais importantes para a Europa".

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta quarta-feira, que o aumento dos ataques da Federação Russa no país tornam “óbvio” para o mundo que “ajudar a Ucrânia a proteger o céu é uma das tarefas humanitárias mais importantes para a Europa”. Na sua comunicação diária ao país, o chefe de Estado deixou ainda uma garantia: “Toda a máquina terrorista russa deve ser neutralizada. E será neutralizada”.

“Quanto mais audacioso e cruel se torna o terror russo, mais óbvio é para o mundo que ajudar a Ucrânia a proteger o céu é uma das tarefas humanitárias mais importantes para a Europa do nosso tempo”, considerou Zelensky, citado no site da Presidência da Ucrânia, agradecendo aos “parceiros que já tomaram a decisão de reforçar esse apoio”.

O chefe de Estado “celebrou” também os militares da Força Aérea ucraniana destacados no sul do país. “Foram alcançados bons resultados, em particular, quatro helicópteros de ataque russos e mais de dez drones de fabrico iraniano foram abatidos”, afirmou.

Segundo Zelensky, a “situação permanece dura em todas as áreas limítrofes da linha de frente”. Durante a noite desta quarta-feira, as tropas russas bombardearam Nikopol, na região de Dnipropetrovsk, tendo provocado vários feridos, entre os quais “uma criança, uma menina nascida em 2016”, que está “gravemente ferida”.

Já o ataque desta manhã num mercado na região de Donetsk provocou sete mortos e 12 feridos.

“Os nossos serviços secretos, serviços especiais, agências de aplicação da lei estão a descobrir todos os pormenores relativos a estes e outros ataques russos. Nenhum terrorista russo conseguirá permanecer desconhecido para a justiça - descobriremos todos os nomes e todos os detalhes”, garantiu. “Toda a máquina terrorista russa deve ser neutralizada. E será neutralizada”.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e nove mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

GUERRA NA UCRÂNIA: Ataque nuclear russo na Ucrânia poderá provocar "resposta física" da NATO

© Shutterstock

Notícias ao Minuto  12/10/22 

Um alto funcionário da aliança transatlântica afirmou que qualquer utilização de armas nucleares por Moscovo teria “consequências sem precedentes”.

Um alto funcionário da aliança transatlântica NATO considerou, esta quarta-feira, que um ataque nuclear por parte da Rússia mudaria o curso do conflito e, provavelmente, provocaria uma "resposta física" dos aliados da Ucrânia e da própria aliança.

Citado pela agência de notícias Reuters, o funcionário, que falou de forma anónima, afirmou que qualquer utilização de armas nucleares por Moscovo teria "consequências sem precedentes" e "quase certamente obteria uma resposta física de muitos aliados, e potencialmente da própria NATO".

Segundo considerou o responsável, a resposta será diferente dos objetivos de Moscovo, que utiliza a retórica nuclear para dissuadir a NATO e outros países de se envolverem diretamente no conflito.

As declarações surgem numa altura em que os ministros da Defesa da NATO se reúnem, em Bruxelas, para reforçar o apoio à Ucrânia devido às ameaças russas. 

Antes da reunião, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, exortou os Aliados a disponibilizarem à Ucrânia "diferentes tipos" de sistemas de defesa aérea, dados os bombardeamentos e ameaças nucleares russas, vincando também ser "extremamente importante" salvaguardar infraestruturas energéticas este inverno.


GUINÉ-BISSAU: Governo guineense admite adiar legislativas após encontro com partidos

© Rádio Jovem Bissau

Por LUSA  12/10/22 

O ministro da Administração Territorial da Guiné-Bissau, Fernando Gomes, admitiu hoje o adiamento das legislativas marcadas para 18 de dezembro, após um encontro com partidos políticos que consideraram "ser difícil" realizar as eleições na data prevista.

"Entendemos hoje convocar os partidos políticos para juntos nos debruçarmos sobre o processo eleitoral e as ideias e opiniões foram unânimes, com os partidos a reconhecerem que nesta fase em que o processo se encontra é difícil de realizar as eleições a 18 de dezembro", afirmou Fernando Gomes.

Os partidos políticos com e sem assento parlamentar, o ministro da Administração Territorial, o Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral e a Comissão Nacional de Eleições estiveram hoje reunidos durante cerca de três horas no Palácio do Governo, em Bissau, a debater o processo eleitoral em curso.

"Todos eles concordaram que vai ser muito difícil e sugeriu-se que o Governo trabalhasse num outro cronograma para submeter ao Presidente da República", afirmou Fernando Gomes, salientando que o encontro foi bom porque houve um consenso quase geral dos partidos que a data de 18 de dezembro é "impraticável".

Questionado pela Lusa sobre quando será apresentado o novo cronograma eleitoral, Fernando Gomes afirmou que será feito "assim que for possível".

"Para já vamos levar o caso ao Governo e cabe ao Governo levá-lo ao Presidente da República", afirmou.

O ministro explicou que as razões que estiveram na origem do atraso no início do processo eleitoral foi o facto de os partidos exigirem um recenseamento eleitoral de raiz e que a entrega dos cartões de eleitor fosse feita no ato de recenseamento, o que obrigou à aquisição de impressoras específicas, que só chegaram ao país em meados de setembro.

Os problemas de acessibilidade a algumas zonas do país, devido à época das chuvas, a sensibilidade dos materiais que não podem ser molhados e o facto de no interior do país muitas pessoas estarem nos campos agrícolas, foram outras das razões que levaram ao pedido de adiamento das eleições.

"Todos aqueles fatores levaram a que o processo eleitoral tivesse algumas dificuldades, mas o Governo trabalhou sempre para o cumprimento do dia 18 de dezembro", disse o ministro.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu a 16 de maio o parlamento da Guiné-Bissau e marcou eleições legislativas antecipadas para 18 de dezembro.

Os principais partidos políticos guineenses defenderam a realização de um recenseamento eleitoral de raiz, que segundo a lei deve durar cerca de três meses, mas, que até ao momento, ainda não começou.


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Acidente de trânsito agora mesmo, na Av. José Carlos Schwrtz (via sitec)



GOVERNO PEDE SINDICATOS PARA SUSPENDEREM A GREVE

Por: Marcelino Iambi  radiosolmansi.net  12/10/22

A Ministra da Educação Nacional pediu, hoje, aos sindicatos do setor da educação o benefício de dúvida, para que as aulas possam funcionar na sua normalidade.

O pedido da governante foi tornado público esta quarta-feira, durante uma visita relâmpago a Escola do Ensino Básico Patrice Lumumba, depois da abertura do ano eletivo 2022/2023 e do terceiro dia da greve da frente social.

Martina Moniz reconhece, contundo, que as revindicações dos sindicatos são oportunas, mas pede-lhes a darem prioridade ao ensino e as crianças, uma vez que os pagamentos dos atrasados, um dos pontos constantes nos seus cadernos reivindicativos estão a ser processados.

“Os meus parceiros que são sindicatos peço-lhes para derem prioridades à escola principalmente às crianças afetadas com a greve. Reconheço as suas revindicações que são legítimas, neste caso estamos a processar os pagamentos assim faço o pedido aos sindicatos a darem o benefício de dúvida para que as aulas funcionam normal”, pediu a ministra da Educação.

A ministra da educação Nacional disse também que o governo está aberto a negociações com os sindicatos, uma vez que a sua maior prioridade é a melhoria de qualidade do ensino guineense.

“O Governo, através do ministério da educação, está sempre com os braços abertos para negociar com os sindicatos como principais parceiros, por isso nunca me vou desistir de dialogar com os professores porque a minha maior prioridade é a melhoria de qualidade do ensino guineense nesta senda a greve me preocupa muito”, garante Martina Moniz.

Em relação a visita as escolas, Martina Moniz disse que este visa inteirar-se da real funcionalidade das aulas, devido a greve dos dois sindicatos dos professores, respetivamente FRENAPROF e SINDEPROF.

“Como damos abertura do ano eletivo 2022/2023 no sábado vim hoje para inteirar da real funcionalidade das escolas sem avisar os diretores, o fato evidente é que o diretor da escola Patrice Lumumba não está é assim que vamos fazer nas diferentes escolas”, prometeu a Ministra da Educação.

Contudo, há a destacar o início das aulas que teve lugar no sábado, para o ano letivo 2022/2023, e vai contar com 174 dias úteis sob o lema “Acesso a Todas as Crianças e Adultos, uma Aprendizagem Inclusiva e de Qualidade – Ka Nô para Aprendi”, os dois sindicatos dos professores congregados na Frente Comum, estão já no terceiro dias da greve, ou seja, de paralisação.

Na Escola Ensino Básico Patrice Lumumba as aulas estão a funcionar na sua normalidade devido autogestão implementada pela Associação dos Pais e encarregados de Educação desta escola.


Veja Também:

@Radio Voz Do Povo


Orlando Mendes Viegas, Ministro das pescas visita a instalação da Marinha de guerras Nacional.

Esta visita visa inteirar dos serviços da operação ligada a todos as atividades e informações do mar.👇

Radio TV Bantaba

MADEM G15 : A Coordenação da MUADEM com representantes na diáspora, reuniram-se hoje na sede Nacional em Bissau, para o fecho do ciclo das atividades do II Congresso do MADEM-G15.

O momento de confraternização serviu para homenagear, despedir das camaradas que se envolveram arduamente e agora estão de regresso.


 Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA: Decorre neste momento em Bissau, uma reunião entre Governo com os partidos políticos com e sem assento parlamentar, GTAPE e CNE, para discutir sobre o processo eleitoral.

 A reunião está sendo presidida pelo Ministro da Administração Territorial e Poder Local, Fernando Gomes.👇

Rádio Jovem Bissau

Inundações na Nigéria já provocaram mais de 500 mortos

© All Rights Reserved/Twitter/fresh_shious & oluwa_sharon via BUZZVideos

Por LUSA  12/10/22 

As autoridades nigerianas anunciaram hoje que o número de mortos devido às fortes inundações registadas no país nas últimas semanas é superior a 500.

Segundo o Governo, mais de 1.500 pessoas ficaram feridas, e cerca de 1,4 milhões foram obrigadas a abandonar as respetivas áreas de residência, segundo o jornal Premium Times.

Cerca de 90 mil casas ficaram danificadas pelas chuvas, que devastaram o país desde o final de julho.

No total, as autoridades estimam que 31 dos 36 estados do país foram afetados, incluindo a capital.

As inundações foram causadas por fortes chuvas e transbordamento de reservatórios localizados em território nigeriano, bem como em áreas do vizinho Camarões e as autoridades alertaram que alguns estados do centro e sul do país podem continuar a sofrer inundações nas próximas semanas.

GUERRA NA UCRÂNIA: NATO pede envio de "vários tipos de defesa aérea" às forças ucranianas

© Getty Images

Por LUSA 12/10/22 

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, exortou hoje os Aliados a disponibilizarem à Ucrânia "diferentes tipos" de sistemas de defesa aérea, dados os bombardeamentos e ameaças nucleares russas, vincando também ser "extremamente importante" salvaguardar infraestruturas energéticas este inverno.

"Os Aliados têm fornecido defesa aérea, mas precisamos ainda de mais. Precisamos de diferentes tipos de defesa aérea: curto alcance, longo alcance, sistemas de defesa aérea para levar mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro, drones, diferentes sistemas para diferentes tarefas e depois, claro, a Ucrânia é um grande país, muitas cidades, por isso precisamos de escalar para podermos ajudar a Ucrânia a defender ainda mais cidades e mais território contra os horríveis ataques russos contra as suas populações civis", declarou Jens Stoltenberg.

Falando à chegada da reunião de ministros da Defesa dos Aliados, em Bruxelas, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) saudou os equipamentos de defesa aérea que já estão a ser mobilizados para as forças ucranianas, nomeadamente por parte da Alemanha, vincando que tal apoio "é extremamente importante".

"Penso que todos já vimos porque é que isto é bastante importante, [dados os] horríveis ataques indiscriminados contra cidades ucranianas, civis mortos, infraestruturas críticas civis destruídas e, não menos importante, os ataques ao sistema energético, às infraestruturas energéticas, ainda mais graves à medida que nos aproximamos do inverno. Tudo isto demonstra a necessidade urgente de mais defesa aérea para a Ucrânia", elencou Jens Stoltenberg.

Os ministros da Defesa da NATO reúnem-se hoje e quinta-feira em Bruxelas para reforçar o apoio à Ucrânia devido às ameaças russas, debatendo ainda a salvaguarda de infraestruturas críticas como gasodutos europeus.

"Durante as últimas semanas, assistimos à mais grave escalada da guerra desde a invasão em fevereiro: a Rússia está a mobilizar dezenas de milhares de novas tropas, está a tentar anexar ilegalmente novas terras ucranianas e assistimos aos ataques indiscriminados contra as cidades ucranianas e depois, claro, ouvimos também as ameaças nucleares veladas vindas de Moscovo", destacou Jens Stoltenberg nas declarações à chegada da reunião.

Nos últimos dias, registaram-se, entre outras áreas, ataques russos contra a zona da central nuclear de Zaporijia, no sul da Ucrânia, a maior da Europa, depois de Putin ter anunciado uma mobilização parcial de 300 mil reservistas russos.

Já esta segunda-feira, dezenas de pessoas morreram ou ficaram feridas em bombardeamentos provocados pelas forças russas em várias regiões ucranianas, nomeadamente na zona de Kyiv.

Esta foi a primeira vez que a capital ucraniana foi bombardeada desde junho passado, após o início da guerra causada pela invasão russa em fevereiro deste ano.

Neste encontro dos ministros da Defesa dos Aliados -- no qual Portugal estará representado pela governante da tutela, Helena Carreiras --, a NATO irá então debater como salvaguardar a dissuasão nuclear e como reabastecer os 'stocks' de munições e armas, tanto para armazenamento próprio como para apoiar a Ucrânia.

Os responsáveis pela tutela da Defesa da NATO vão, ainda, discutir a resiliência das infraestruturas críticas, quando a Rússia é acusada de sabotagem nos gasodutos da Nord Stream no Mar Báltico.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou a fuga de milhões de pessoas e a morte de milhares de civis, segundo as Nações Unidas, que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).


Leia Também: Ministros da Defesa da NATO reúnem-se para reforçar apoio à Ucrânia

Especialista adverte que África está "por sua conta" nas pandemias

© Reuters

Por LUSA  12/10/22 

O continente africano deve planear eficazmente e sem ajuda internacional uma resposta eficaz aos surtos de doenças, pois durante as pandemias África está "por sua conta", defendeu hoje um responsável internacional de saúde pública.

Como a assistência muitas vezes nunca se materializa, as nações africanas devem colmatar lacunas na sua resposta a surtos, como o Ébola no Uganda, disse Ahmed Ogwell, chefe interino dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças.

"Este não é o primeiro surto da estirpe sudanesa do vírus Ébola aqui em África e particularmente no Uganda", disse, acrescentando: "Nós, infelizmente, neste momento não temos um diagnóstico rápido para esta estirpe em particular, nem vacinas".

Ogwell falava na capital ugandesa, Kampala, onde funcionários africanos da saúde pública e outros estão reunidos para planear a cooperação transfronteiriça em resposta ao Ébola.

O Uganda declarou um surto de Ébola no passado dia 20 de setembro.

Segundo os peritos, os 54 países africanos não receberam o apoio internacional adequado nas recentes crises sanitárias e tiveram dificuldade em obter vacinas contra a covid-19.

Ogwell lamentou o fracasso da comunidade internacional em ajudar os países africanos a melhorar a sua capacidade de testar a varíola dos macacos e controlar a sua propagação. Disse que não chegou ajuda a África, onde este ano foram reportadas mais mortes por varíola de macacos do que em qualquer outra parte do mundo.

"Recentemente, durante a pandemia, quando vimos o número de casos de varíola crescer aqui em África, emitimos um alerta global, mas nenhuma ajuda chegou", referiu.

E acrescentou: "De facto, hoje, ao vermos o fim da pandemia, ainda não há ajuda a chegar a África para a varíola dos macacos. Isto significa que precisamos de verificar a nossa realidade e, para nós, a realidade é que, quando uma crise de saúde pública é grande, como a pandemia, África está por sua conta".

O epicentro do surto de Ébola no Uganda é uma comunidade rural no centro do país onde os trabalhadores da saúde não foram rápidos a detetar a doença contagiosa que se manifesta como uma febre hemorrágica viral.

Embora o Ébola tenha começado a espalhar-se em agosto, os funcionários descreveram inicialmente uma "doença estranha" que matava pessoas. O Ébola infetou agora 54 pessoas e matou pelo menos 19, incluindo quatro profissionais de saúde. Uma das vítimas é um homem que procurou tratamento num hospital em Kampala e aí morreu.

O Ébola pode ser difícil de detetar no início porque a febre é também um sintoma de malária. A doença espalha-se através do contacto com fluidos corporais de uma pessoa infetada ou materiais contaminados. Os sintomas incluem febre, vómitos, diarreia, dores musculares e, por vezes, hemorragias internas e externas.

Não há vacina comprovada para a estirpe sudanesa do Ébola, mas estão em curso planos para testar uma possível vacina num pequeno grupo de ugandeses que tiveram contacto com doentes com Ébola.

"Uma vez que o Ébola é uma doença prioritária para África, a ausência de diagnósticos rápidos e a ausência de uma vacina significa que temos uma lacuna na forma como damos prioridade às nossas doenças e aos instrumentos de que precisamos para lhes dar resposta", observou Ogwell.

"Como África, temos agora de fazer as coisas de forma diferente, tendo em conta que durante a maior parte do tempo estaremos por nossa conta", reiterou.


GUERRA NA UCRÂNIA: Kyiv reclama reconquista de cinco localidades em Kherson

© Getty Images

Por LUSA  12/10/22 

O gabinete do chefe de Estado ucraniano anunciou hoje a reconquista de cinco localidades na região sul de Kherson onde as forças da Ucrânia mantêm uma contra-ofensiva fazendo recuar as tropas russas na zona.  

"As Forças Armadas da Ucrânia libertaram cinco localidades no distrito de Beryslav, região de Kherson: Novovasylivka, Novogrygorivka, Nova Kamianka, Tryfonivka, Chervone", especifica a nota da presidência ucraniana. 

As forças ucranianas mantêm há várias semanas uma contra-ofensiva na região controlada pelas forças russas desde o início da nova invasão que começou no passado dia 24 de fevereiro. 

De acordo com Kyiv, as operações militares contra as forças russas na região intensificaram-se em outubro, sobretudo nas zonas perto do rio Dniepre, a sul da cidade industrial de Kryvyi Rig. 

Segundo Kyiv a ofensiva visa principalmente afetar as linhas de abastecimento das forças russas em Kherson, uma da quatro regiões anexadas recentemente por Moscovo.

O processo de anexação foi rejeitado pelos aliados da Ucrânia.