segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

A insegurança alimentar desceu, em 2024, na Guiné-Bissau, apesar de ainda atingir quase um quarto dos agregados familiares, com maior prevalência no interior do país africano, segundo dados divulgados hoje pelo Programa Alimentar Mundial (PAM).

© Lusa   03/02/2025 

Programa Alimentar diz que insegurança alimentar desceu na Guiné-Bissau

A insegurança alimentar desceu, em 2024, na Guiné-Bissau, apesar de ainda atingir quase um quarto dos agregados familiares, com maior prevalência no interior do país africano, segundo dados divulgados hoje pelo Programa Alimentar Mundial (PAM).

No seu relatório anual, o PAM conclui que a insegurança alimentar "caiu para 22% em novembro de 2024", depois de ter atingido "28,3% em setembro de 2023".

De acordo com este organismo das Nações Unidas, a insegurança alimentar afeta um quarto dos agregados familiares guineenses (22%), que representa quase 400 mil pessoas, um quinto dos cerca de dois milhões de habitantes.

A organização atribui o progresso a "melhorias nas condições económicas" e destaca a lacuna que persiste entre a insegurança alimentar urbana e rural, com o problema mais evidente nas regiões do interior da Guiné-Bissau.

Segundo se afirma no relatório, "a insegurança alimentar é particularmente elevada em Tombali (34%), em Gabu (33%), no Oio (30%) e em Quinara (28%), com todas estas regiões a apresentarem uma taxa superior à nacional.

Na capital, Bissau, é onde o problema tem menor impacto, com uma taxa de cinco por cento.

O Programa Alimentar Mundial atribui as disparidades entre a segurança alimentar urbana e rural a "disparidades de infraestrutura e acesso limitado a meios de subsistência nas áreas rurais".

O PAM dá ainda conta das consequências da insegurança alimentar, apontando que "sete por cento das crianças de seis a 23 meses têm a dieta mínima aceitável".

No relatório conclui-se que apenas "11% dos agregados familiares adotaram estratégias de adaptação baseadas em meios de subsistência para lidar com a insegurança alimentar".

O Programa atribui a falta de acesso regular a alimentos suficientes às condições de mercado, nomeadamente ao aumento de 24% no preço do arroz, a base alimentar dos guineenses, devido à remoção dos subsídios governamentais.

Outra das causas apontadas é o impacto das inundações recentes que, em setembro de 2024, afetaram mais de 125 mil hectares de terra, incluindo quase seis mil hectares de campos agrícolas.

Segundo o PAM, "mais de 58.336 pessoas foram diretamente afetadas, incluindo 19.707 indivíduos vulneráveis, como crianças e idosos".

No relatório está incluída uma avaliação detalhada da situação de segurança alimentar e nutricional na Guiné-Bissau em novembro de 2024, com base nos dados do SiSSAN (Sistema de Monitorização de Segurança Alimentar e Nutricional).

O Resumo Executivo do relatório da Análise de Segurança Alimentar e Nutricional na Guiné-Bissau realizado em novembro de 2024...PDF



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A China considerou hoje "lamentável" a retirada do Panamá da iniciativa da Rota da Seda, a qual classificou como uma plataforma de cooperação económica para os países do "sul global", rejeitando qualquer "agenda política" nessa iniciativa.

© Reuters   Lusa  03/02/2025 

China considera "lamentável" retirada do Panamá da iniciativa da Rota da Seda

A China considerou hoje "lamentável" a retirada do Panamá da iniciativa da Rota da Seda, a qual classificou como uma plataforma de cooperação económica para os países do "sul global", rejeitando qualquer "agenda política" nessa iniciativa.

"Eu acho que é uma decisão lamentável, porque, antes de tudo, (...) é uma iniciativa económica. O objetivo é construir uma plataforma para os países, especialmente do Sul Global, terem uma cooperação económica entre si. Não está relacionada com nenhuma agenda política", afirmou o embaixador da China junto das Nações Unidas (ONU), Fu Cong, numa conferência de imprensa em Nova Iorque.

De acordo com o diplomata, a cooperação económica em causa "é mutuamente benéfica", admitindo esperar que o Panamá "veja isso da maneira correta".

"Qualquer campanha de difamação que é lançada pelos Estados Unidos e alguns outros países ocidentais" sobre a iniciativa da Rota da Seda "é totalmente infundada", frisou ainda.

Ao mesmo tempo, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, considerou hoje que o Panamá deu "um grande passo" ao não renovar o acordo de cooperação comercial com a China sobre a iniciativa da Rota da Seda.

"O anúncio feito ontem [domingo] pelo Presidente José Raúl Mulino de que o Panamá deixará caducar a sua participação na Iniciativa da Cintura e da Rota do PCC [Partido Comunista da China] é um grande passo em frente para as relações entre os EUA e o Panamá e para um Canal do Panamá livre", afirmou Rubio na rede social X.

De acordo com o chefe da diplomacia norte-americana, a influência de Washington na decisão panamiana é um "exemplo da liderança" do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na proteção da segurança nacional norte-americana.

A nova Rota da Seda é uma iniciativa de cooperação comercial e de investimento iniciada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, destinada a fazer a ligação da China à Europa, ao Médio Oriente, a África e, mais recentemente, à América Latina.

Na conferência de imprensa em Nova Iorque, o embaixador chinês também abordou as acusações de Donald Trump e da sua equipa de que Pequim controla o Canal do Panamá, o que considerou "totalmente falso".

"A acusação contra a China é totalmente falsa. Não tem qualquer fundamento. Deixem-me enfatizar que a China não participou da gestão e operação do Canal do Panamá e nunca interferiu nos assuntos do Canal", declarou Fu Cong aos jornalistas.

A China, acrescentou o diplomata, "respeita a soberania do Panamá sobre o Canal e reconhece o Canal como uma infraestrutura internacional neutra".


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Um ex-general russo, antigo vice-chefe do Estado-Maior do Ministério do Interior russo, morreu na guerra na Ucrânia depois de ter sido recrutado da prisão onde cumpria uma pena de oito anos e meio por suborno.

© Kostiantyn Liberov/Libkos/Getty Images)   Lusa  03/02/2025 

Ex-general russo morre na Ucrânia após ter sido recrutado da prisão

Um ex-general russo, antigo vice-chefe do Estado-Maior do Ministério do Interior russo, morreu na guerra na Ucrânia depois de ter sido recrutado da prisão onde cumpria uma pena de oito anos e meio por suborno.

Segundo o portal independente russo Mediazona, que encontrou o obituário de Andrei Golovatsky, conseguiu confirmar a sua morte através do registo de heranças do governo russo.

O general ocupou o posto mais alto do Interior para o Cáucaso Norte até 2015, mas foi condenado em 2019 a oito anos e meio numa prisão de alta segurança por aceitar subornos de subordinados para prolongar os seus contratos ou mudar de serviço.

Poucos dias antes da sua condenação, Golovatsky gravou uma mensagem de vídeo dirigida ao Presidente russo Vladimir Putin na qual afirmava que o processo contra ele tinha sido manipulado, mas três anos mais tarde o site Gulag-in publicou uma carta sua na qual reconhecia ter aceitado subornos e pedia desculpa "pelo seu crime vergonhoso".

Até então, não se sabia que Golovatsky se tinha alistado para combater na Ucrânia, onde, segundo o Mediazona, morreu no final de junho do ano passado.

O falecido chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, admitiu numa entrevista ter recrutado cerca de 50 mil prisioneiros das prisões russas para a guerra na Ucrânia.

Prigozhin visitou na altura várias prisões russas e filmou-se a recrutar prisioneiros para lutar na invasão russa ao país que integrava a União Soviética, mais tarde, o antigo líder do grupo de mercenários Wagner fez duras críticas ao exército russo e ao líder Vladimir Putin de incompetência e de privar deliberadamente o grupo de munições.

Dois meses depois de fazer um motim de curta duração, Prigozhin morreu num acidente de avião em agosto de 2023, juntamente com outros comandantes do grupo Wagner. Desde então o grupo praticamente desapareceu do campo de batalha na Ucrânia.

Tendo como pano de fundo a guerra na Ucrânia, a Rússia tomou medidas para aumentar o exército sem a necessidade de novas e profundamente impopulares mobilizações, promovendo contratos mais atrativos para servir nas forças armadas e o recrutamento de voluntários.

Entre estas medidas conta-se a cessação dos processos penais contra os homens que assinam contratos com o exército russo, quer sejam reservistas ou soldados profissionais.


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A Federação Internacional da Cruz e Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional da Guine-Bissau, rubricaram esta segunda-feira 03.02.24 em Bissau um protocolo de acordo que visa a retoma das ações da referida organização Internacional no país.


Radio Voz Do Povo



Decorre em Bissau, entre os dias 3 e 7 de fevereiro, a capacitação técnica dos técnicos da Guiné-Bissau, promovida no âmbito do projeto "Centro de Referência em Censos e Coleta Eletrónica de Dados em África", com o objetivo de capacitar e partilhar conhecimentos com a equipa técnica do Instituto Nacional de Estatística da Guiné-Bissau (INE).

@Radio Voz Do Povo

EUA (também) suspendem tarifas impostas ao Canadá durante 30 dias... O mesmo já tinha acontecido com o México. Canadá vai reforçar plano fronteiriço.

©DAVE CHAN/AFP via Getty Images   Notícias ao Minuto 03/02/2025

O primeiro-ministro demissionário do Canadá, Justin Trudeau, anunciou, esta segunda-feira, que as tarifas impostas pelos Estados Unidos serão suspensas por "pelo menos 30 dias", depois de um acordo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Acabei de ter uma boa chamada com o presidente Trump. O Canadá está a implementar o nosso plano fronteiriço de 1,3 mil milhões de dólares [mais de 1,2 milhões de euros] – reforçando a fronteira com novos helicópteros, tecnologia e pessoal, melhorando a coordenação com os nossos parceiros americanos e aumentando os recursos para parar o fluxo de fentanil. Quase 10.000 funcionários da linha de frente estão e continuarão trabalhando na proteção da fronteira", começou por escrever na rede social X (antigo Twitter). 

"Além disso, o Canadá está a assumir novos compromissos para nomear um 'Czar' do Fentanil, listaremos os cartéis como terroristas, garantiremos vigilância 24 horas por dia, 7 dias por semana na fronteira, lançaremos uma Força de Ataque Conjunta Canadá-EUA para combater o crime organizado, o fentanil e o branqueamento de capitais. Também assinei uma nova diretiva de inteligência sobre o crime organizado e o fentanil e iremos apoiá-la com 200 milhões de dólares. As tarifas propostas serão suspensas por pelo menos 30 dias enquanto trabalhamos juntos", anunciou. 

Pouco depois, Trump confirmou que a suspensão das tarifas surge em troca da garantia de que o Canadá fará mais para impedir a entrada de drogas ilegais nos Estados Unidos. 

"O Canadá concordou em garantir que tenhamos uma fronteira norte segura", escreveu Trump numa publicação na Truth Social. 

"Estou muito satisfeito com este resultado inicial, e as tarifas anunciadas no sábado serão suspensas por um período de 30 dias para ver se um acordo económico final com o Canadá pode ou não ser estruturado", completou.

A suspensão temporária das tarifas ocorre poucas horas antes de os Estados Unidos começarem a impor taxas de 10% sobre as compras de petróleo e gás canadianas e de 25% sobre outras importações.

O Canadá anunciou no sábado que também iria aplicar taxas de 25% sobre 30 mil milhões de dólares em exportações dos EUA para o país a partir de terça-feira, em retaliação às tarifas.

O governo canadiano também planeou aplicar as mesmas tarifas a outros 125 mil milhões de dólares em importações dos EUA a partir de 25 de fevereiro.

De acordo com dados oficiais do Serviço de Fronteiras dos EUA, menos de 1% do fentanil apreendido nos Estados Unidos no ano passado veio do Canadá.

O número de migrantes que entram nos Estados Unidos pela fronteira norte aumentou, mas ainda assim representará apenas 6% do total em 2023.

Trudeau e Trump já tinham mantido hoje mais cedo uma conversação, onde concordaram reunir mais tarde para tentar chegar a um acordo para suspender as tarifas, agora alcançado.

Antes da segunda chamada, Trump concordou ainda com a presidente mexicana Claudia Sheinbaum em suspender as tarifas que os EUA começariam a aplicar aos produtos mexicanos a partir de terça-feira.

O presidente dos EUA decidiu suspender as tarifas sobre o México depois de a líder mexicana ter prometido enviar 10 mil soldados para a fronteira com os Estados Unidos para combater o tráfico de droga e de pessoas.

As tarifas são uma preocupação para o México, pois é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, com as exportações para aquele país avaliadas em 490,183 mil milhões de dólares (cerca de 485 mil milhões de euros) em 2023, quase 30% do produto interno bruto (PIB) do México, de acordo com um relatório do Instituto Mexicano de Competitividade (IMCO).

Na ordem executiva assinada no sábado por Donald Trump também foram aplicadas taxas aduaneiras de 10% aos produtos provenientes da China.

O presidente dos Estados Unidos afirmou hoje que também os produtos europeus vão ser sujeitos a taxas aduaneiras "muito em breve".

Analistas têm dito que acreditam que as tarifas impostas pelos Estados Unidos estão a ser usadas por Trump como uma ferramenta para obter acordos mais favoráveis aos interesses dos EUA.


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O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a África do Sul de estar "a tratar muito mal certas classes de pessoas" e anunciou um corte de futuros financiamentos ao país.

© REUTERS   Lusa  03/02/2025

 Trump critica África do Sul e anuncia cortes em financiamentos ao país

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a África do Sul de estar "a tratar muito mal certas classes de pessoas" e anunciou um corte de futuros financiamentos ao país.

Na rede social Truth Social, detida pelo próprio, Donald Trump escreveu no domingo que a África do Sul "está a confiscar terras e a tratar muito mal certas classes de pessoas" e que a "esquerda radical não quer que se saiba".

Sem adiantar detalhes, o presidente norte-americano disse que os Estados Unidos "não vão tolerar" aquela atitude do país africano e que, de futuro, o financiamento ao país será cortado até que seja concluída uma investigação.

A África do Sul junta-se assim a um rol de países, nomeadamente Colômbia, México, China ou Canadá, que têm sido alvo de críticas e ameaças pelo Presidente norte-americano, que assumiu um segundo mandato a 20 de janeiro passado.

A África do Sul faz parte do grupo BRICS, um grupo de economias maioritariamente emergentes, composto também pelo Brasil, Rússia, Índia e China, a quem Trump ameaçou impor tarifas pesadas se criarem uma moeda rival do dólar americano.

Quando Donald Trump tomou posse, os Presidentes da África do Sul e do Burundi foram os únicos líderes africanos a felicitar o republicano pelo regresso à presidência dos Estados Unidos.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, escreveu no X, antigo Twitter: "Estou ansioso por continuar a parceria estreita e mutuamente benéfica entre as nossas duas nações em todas as áreas da nossa cooperação".


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Japão: Neste país, idosos roubam para poder ir para a prisão. Motivo? A solidão... Guardas dizem que prisões se parecem com lares.

© Getty Images/Richard A. Brooks / AFP    Notícias ao Minuto  03/02/2025

No Japão os roubos são cometidos sobretudo por pessoas idosas e o motivo é a... solidão.

É cada vez mais comum ver nas prisões japonesas andarilhos, fraldas de adulto e pessoas de cabelos grisalhos com bengalas. A curva de pequenos crimes cometidos por pessoas com mais de 65 anos está a aumentar no país, com cinco em cada dez roubos a serem cometidos por idosos.

A somar a isso, regista-se o facto de que a população prisional com mais de 65 anos quadruplicou entre 2003 e 2022. Alguns dos 'suspeitos' assumem mesmo os crimes para que os julgamentos sejam mais rápidos.

Os motivos são simples, escreve o ABC: terem três refeições diárias, cuidados médicos e sobretudo por ser uma forma de fugir à solidão no país mais envelhecido do mundo.

Takayoshi Shiranaga, um funcionário de uma prisão do norte de Tóquio afirmou à CNN que "as prisões tornaram-se mais parecidas com lares de idosos", tendo os guardas muitas vezes que os ajudar a tomar banho ou comer.

"Alguns estariam dispostos a pagar cerca de 20.000 ienes (124 euros) por mês se pudessem viver aqui para sempre", acrescenta.


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Nota de Honras da Homenagem de Despedida, a malograda Dirigente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento, Senhora Antônia Adama Djaló, Vice-presidente respetivamente.

Por Fode Caramba Sanha

O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje uma remodelação governamental que separa as pastas das Finanças e do Fomento Empresarial e muda nomes no elenco executivo.

© Lusa   03/02/2025

Remodelação no Governo de Cabo Verde separa Finanças e Fomento Empresarial

O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje uma remodelação governamental que separa as pastas das Finanças e do Fomento Empresarial e muda nomes no elenco executivo.

Segundo um comunicado do Governo, o Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial "passa a ser apenas Ministério das Finanças", mantendo-se sob liderança do vice-primeiro-ministro, Olavo Correia.

Ao mesmo tempo é criado um Ministério da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial, focado nestes temas e entregue a Eurico Correia Monteiro, que vai dirigir as instituições públicas do setor: Cabo Verde Trade Invest, Pro-Empresa, Pro-Garante, Pro-Capital, Fundo Soberano e Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

"O vice-primeiro-ministro ficará com maior disponibilidade para a coordenação económica de políticas transversais que contribuem para a estabilidade macroeconómica, o crescimento e emprego", informou o Governo, no mesmo comunicado.


Outra alteração orgânica diz respeito à pasta das Comunidades, que passa para a responsabilidade do ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, José Filomeno Monteiro.

O atual ministro das Comunidades, Jorge Santos, deixa de tutelar esta pasta, mantendo-se na liderança do Ministério do Mar, que acumulava.

São ainda extintas duas secretarias de Estado: a do Fomento Empresarial, que era ocupada por Adalgisa Vaz, e a do Ensino Superior, que estava entregue a Eurídice Monteiro, saindo ambas do elenco governativo.

De resto, alguns nomes dão lugar a outros: Jorge Figueiredo é o novo ministro da Saúde, substituindo Filomena Gonçalves, enquanto José Luís Sá Nogueira é o novo ministro do Turismo e Transportes, pasta que estava sob a tutela de Carlos Santos.

Vítor Coutinho é o novo ministro das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação, sucedendo a Eunice Silva, e Eurico Correia Monteiro vai liderar o Modernização do Estado e da Administração Pública (acumulando com o Ministério da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial), substituindo Edna Oliveira.

"Com esta remodelação, o Governo passa a ser composto pelo primeiro-ministro, vice-primeiro-ministro, quinze ministros e cinco secretários de Estado", lê-se no comunicado.

A remodelação governamental já havia sido anunciada pelo primeiro-ministro durante a reunião da direção nacional do Movimento pela Democracia (MpD), partido a que preside e cuja maioria parlamentar suporta o Governo.

Em janeiro, a direção nacional do MpD analisou o desaire eleitoral das autárquicas de dezembro de 2024, nas quais perdeu a maioria dos municípios para o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição parlamentar).

"O líder do MpD garantiu mudanças no partido e no Governo que vão reforçar a organização, o combate político e a confiança dos cabo-verdianos", anunciou-se no comunicado final da reunião, que renovou a confiança em Ulisses Correia e Silva como candidato do partido nas eleições legislativas de 2026.

Com a remodelação, que já foi aceite pelo Presidente da República, há quatro novos nomes no Governo.

Eurico Correia Monteiro, que era até agora embaixador de Cabo Verde em Portugal, é formado em Direito e regressa a funções governativas (que já ocupou na década 1990 na Justiça, Administração Pública e Trabalho) para áreas que o Governo tem classificado como prioritárias: a promoção de investimentos, fomento empresarial, modernização do Estado e da administração pública.

Jorge Figueiredo, novo ministro da Saúde, formou-se em medicina e foi presidente da Câmara Municipal do Sal entre 2004 e 2016, sendo nomeado embaixador em Angola em 2017 -- funções que exerceu até 2023.

José Luís Sá Nogueira, economista, vai passar a liderar o Turismo e Transportes, setores que conhece: foi delegado da companhia estatal Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) no Brasil, até ser escolhido, em maio de 2016, pelo então recém-eleito Governo do MpD para liderar um novo conselho de administração da transportadora, onde manteve funções executivas até 2017.

Vítor Coutinho, antigo bastonário da Ordem dos Engenheiros de Cabo Verde, presidiu ao conselho de administração da Empresa de Mobilidade e Estacionamento da Praia (EMEP) e foi na capital que o novo ministro das Infraestruturas fez equipa com o atual primeiro-ministro: foi vereador quando Ulisses Correia e Silva presidia ao município.


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