domingo, 13 de agosto de 2023

Níger. Junta militar "aberta" para resolver crise por via diplomática

© Lusa

POR LUSA  13/08/23 

O regime militar do Níger tem-se afirmado aberto a resolver a crise pela via diplomática, informou hoje o chefe de uma delegação de clérigos nigerianos, um dia após a sua visita a Niamey.

O general Abdourahamane Tiani "declarou ter a porta aberta para explorar o caminho da diplomacia e da paz para resolver" a crise, afirmou hoje o xeque Bala Lau, líder do Izala, movimento islâmico, num comunicado de imprensa desta missão de mediação.

Este último foi conduzido com o acordo do Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, que é também atual Presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que se reuniu com estes líderes religiosos no início da última semana.

Ainda de acordo com esta nota de imprensa, o General Tiani, durante o encontro, "também se desculpou por não ter dado a devida atenção à equipa enviada pelo Presidente Tinubu e liderada pelo antigo chefe de Estado, o General Abdulsalami Abubakar".

No dia 03 de agosto, uma delegação da CEDEAO chefiada pelo general Abubakar desembarcou em Niamey, capital do Níger, país que foi alvo de um golpe de Estado a 26 de julho. Mas partiu após poucas horas sem poder encontrar-se com o novo homem forte do país, general Tiani.

Na terça-feira, uma outra delegação, desta vez composta por enviados da CEDEAO, da União Africana (UA) e da ONU, não pôde deslocar-se a Niamey, porque o regime militar no poder alegou razões de segurança.

Segundo o comunicado da mediação religiosa, o general Tiani considerou "doloroso" para os autores do golpe de Estado que os dirigentes da CEDEAO "não tenham ouvido a sua versão dos factos antes de lhes enviarem um ultimato".

Em 30 de julho, quatro dias após o golpe, os líderes da CEDEAO decidiram sancionar financeiramente o Níger e deram aos militares um ultimato de sete dias para restaurar a ordem constitucional, ameaçando um possível uso da força como último recurso.

Na passada quinta-feira, numa nova cimeira, os dirigentes reafirmaram que privilegiam a via diplomática para restabelecer as funções do Presidente Mohamed Bazoum, deposto durante o golpe de Estado, ao mesmo tempo que ordenam a mobilização e destacamento da "força de prontidão" da CEDEAO.

Segundo o general Tiani, citado no comunicado da mediação religiosa, os militares derrubaram o Presidente Bazoum "por causa de uma ameaça iminente que teria afetado não só a República do Níger, mas também a Nigéria".

Dois dias depois do golpe, o general Tiani justificou a ação do exército pela "deterioração da segurança" do país, abalada pela violência dos grupos terroristas.

De acordo com o comunicado de imprensa da mediação religiosa, este deve reunir-se com o Presidente Bola Tinubu para lhe reportar o teor da sua discussão.


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Níger. Junta militar no poder quer falar com CEDEAO para resolver crise

© AFP via Getty Images

POR LUSA   13/08/23 

A junta militar no poder no Níger, após o golpe de Estado, quer conversar com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), confirmou hoje um membro da delegação nigeriana de líderes religiosos que se reuniu com os militares.

"A junta militar do Níger quer iniciar conversações com a CEDEAO para resolver a crise que o país atravessa e levantar as sanções que lhe são impostas", disse à agência de notícias espanhola EFE, o xeque Abdul Rahman Ahmad, imã chefe da Ansar Ud Society da Nigéria, uma organização muçulmana.

A delegação, chefiada pelo Sheikh Abdulahi Bala Lau, desembarcou no sábado ao meio-dia em Niamey, onde se reuniu com o líder da junta, general Abdurahamane Tiani, e o primeiro-ministro nomeado esta semana pelo líder da junta militar, Mahamane Lamine Zeine.

"Eles disseram que foram mal interpretados e que as sanções ao país estão erradas. Portanto, gostariam de se reunir com a CEDEAO nos próximos dias para discutir a crise e ver como podem ser retiradas" essas medidas, acrescentou Ahmad.

Da mesma forma, segundo um comunicado do líder da delegação, Tiani mostrou-se aberto à via da diplomacia e desculpou-se por não ter recebido pessoalmente a outra delegação de alto nível enviada pela CEDEAO em 02 de agosto e chefiada pelo general Abdulsalami Abubakar, antigo Chefe de Estado da Nigéria.

O líder militar justificou a decisão com a insatisfação com o facto de o bloco regional ter dado à junta o prazo de sete dias, em 30 de julho, para devolver Bazoum ao poder, sem descartar o uso da força.

Por sua vez, no sábado, em declarações aos media nigerianos, o recém-nomeado primeiro-ministro descreveu as duras sanções económicas impostas pela CEDEAO como "desumanas e inaceitáveis".

No entanto, Zeine assegurou que as autoridades do país estão "abertas a seguir uma mediação, conseguir reduzir todas essas restrições e voltar à normalidade".

A delegação - a segunda de líderes religiosos desde o início da crise no país - chegou à capital do Níger, depois de se reunir no início da semana em Abuja (Nigéria) com o Presidente nigeriano e chefe de turno da CEDEAO, Bola Ahmed Tinubu.

O Níger e a Nigéria partilham laços históricos, étnicos e religiosos e acolhem uma maioria de muçulmanos sunitas, o que pode dar a esta equipa uma vantagem especial na resolução da crise, depois de a junta ter recusado na segunda-feira receber uma delegação tripartida de representantes da CEDEAO, União Africana (UA) e da ONU.

A CEDEAO ordenou, numa segunda cimeira extraordinária dos seus dirigentes, em 10 de agosto, a ativação da "força de reserva" do bloco para uma eventual intervenção militar destinada a "restabelecer a ordem constitucional" no Níger, embora tenha assegurado que continuará a apostar no diálogo.

No entanto, os autores do golpe de Estado de 26 de julho ignoraram as ameaças e, além de nomear um novo primeiro-ministro, formaram um governo de transição, reforçaram o aparato militar e fecharam o espaço aéreo, alertando que o uso da força terá um efeito "instantâneo" e resposta "forte".

O golpe de Estado no Níger de 26 de julho foi liderado pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Nação (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente e a suspensão da Constituição.

O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental liderado por uma junta militar, depois do Mali, Guiné-Conacri e Burkina Faso, onde também foram perpetrados golpes de Estado entre 2020 e 2022.


Leia Também: A Missão da ONU para a Estabilização do Mali (Minusma) anunciou hoje que antecipou a retirada definitiva de um acampamento em Ber, na região de Tombuctu, devido à "degradação da segurança" na zona e aos "riscos elevados".

Novo governo é "para quatro anos", diz primeiro-ministro da Guiné-Bissau

POR LUSA   13/08/23 

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Geraldo Martins, disse hoje que o governo que lidera é "para quatro anos" e que as promessas eleitorais "devem ser cumpridas".

"Este será um governo de legislatura, um governo para quatro anos e, portanto, todas as promessas eleitorais que foram feitas devem ser cumpridas", afirmou, na tomada de posse dos 18 ministros e 15 secretários de Estado do novo executivo.

Assim, disse Geraldo Martins, o horizonte temporal para o cumprimento das promessas feitas durante a campanha não é "seis meses, não é um ano, são os quatro anos".

A ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Indira Cabral Embalo, não esteve presente na cerimónia de tomada de posse.

O novo governo resulta da coligação Plataforma de Aliança Inclusiva (PAI)- Terra Ranka, liderado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que venceu as eleições legislativas de junho com maioria, conseguindo obter 54 dos 102 deputados do parlamento.

Após a vitória nas legislativas, a coligação assinou acordos de incidência parlamentar e governativa com o Partido de Renovação Social (PRS) e o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), que integram também o novo executivo.

"Os guineenses podem esperar um governo que vai tentar resolver os seus problemas", afirmou o primeiro-ministro, reiterando que o executivo sabe "quais são as expectativas" e "as preocupações das populações".

Segundo Geraldo Martins, as populações querem que o governo ajude a comercializar a castanha do caju, o controle dos preços dos produtos de primeira necessidade, que as escolas públicas voltem a funcionar normalmente e que a prestação dos serviços de saúde e cuidados primários melhore, além do alargamento do fornecimento de água potável e que haja energia elétrica nas principais localidades e onde seja possível.

Estas são as prioridades do programa de emergência que será "o foco da governação nos primeiros seis meses", assegurou.

Ainda de acordo com o primeiro-ministro, paralelamente ao programa de emergência, o programa de governação será levado para aprovação à Assembleia Nacional Popular.

O programa de governação, referiu, será baseado no plano estratégico e operacional Terra Ranka e no próprio programa eleitoral da coligação PAI-Terra Ranka.

O plano estratégico abrange seis eixos: reforma e modernização do Estado, crescimento económico e redução da pobreza, relançamento do setor produtivo e a infraestruturação do país, valorização dos recursos humanos, política externa e preservação da biodiversidade.

"Todos estes eixos vão agora ser transpostos no programa do governo com medidas detalhadas e um cronograma de execução", adiantou, acrescentando que será dada "prioridade àquelas medidas e áreas que são prioritárias".

"O mais importante é que no final da legislatura possamos cumprir com a promessa eleitoral que fizemos ao povo guineense", referiu.


...CRUPTO KU CRUPTA KA PUDI PROMOVIDO… ???


 


DISCURSO DE LÍDER DA COLIGAÇÃO Eng° DOMINGOS SIMÕES PEREIRA


 Gervasio Silva Lopes

Triunvirato PAI-TERRA-RANKA, PRS e PTG

Por: Carlos Sambu

Confesso que esperava uma transição geracional mais acintoso no elenco, mas dou meus parabéns em especial aos jovens e os novatos que, por aqui tem campos abertos para fazer muita diferença! Aliás creio, da parte a parte, os nomes e as pastas não satisfaz e nem convenceram as agendas meticulosamente pensada após anuncio da vitoria e calculadas por parte dos (agora) aliados e da propria coligação vencedora! E, por consequência não houve grande entusiasmos entorno do novo Governo! Reduziu muita expectativa quando viram os rostos conhecidos e marcados 

Mormente, triunvirato que prometia ser cintilante entre aliados que detem uma maioria qualificada, não tinham antes de mais precavido todos os detelhes, digo isso, porque para mim, as pastas sociais não podia/devia ser todos ou mais, entregues aos acompanhantes (saúde e ensino superior PRS, agricultura PTG e entre outras) quando que, o vector crucial da vitoria fora cajú e problemas do ensino, educação e aumento desenfreada dos preços dos produtos da primeira necessidade e, sem contar que presumivelmente a pasta do comércio ficou para com um elemento da coligação! o povo votou e ouviu as promessas de quem ganhou e por isso devia ser ele ocupar-se das pastas sociais, mais isso, é só minha opinião! Portanto, competência e dinamismo do primeiro-ministro poderá fazer grande diferença nos "desfalque" do elenco. Boa sorte 

Carlos Sambu

Membros do Novo Governo recebido na Sede do PAIGC pelos militantes e simpatizantes do partido


 Radio Voz Do Povo 

𝗦𝗜𝗦𝗦𝗢𝗖𝗢 𝗘𝗠𝗕𝗔𝗟Ó 𝗣𝗘𝗗𝗘 𝗔𝗢 𝗡𝗢𝗩𝗢 𝗘𝗟𝗘𝗡𝗖𝗢 𝗚𝗢𝗩𝗘𝗥𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗔𝗟 𝗦𝗜𝗚𝗜𝗟𝗢 𝗡𝗢𝗦 𝗔𝗦𝗦𝗨𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗗𝗘 𝗘𝗦𝗧𝗔𝗗𝗢


Durante a sua locução na cerimónia de tomada de posse dos novos membros do Governo liderado por Geraldo Martins, o Presidente da República aconselhou recém empossados a não partilha das informações do  Estado nas redes sociais.

© Rádio Jovem Bissau

𝗚𝗘𝗥𝗔𝗟𝗗𝗢 𝗠𝗔𝗥𝗧𝗜𝗡𝗦 𝗣𝗥𝗢𝗠𝗘𝗧𝗘 𝗔𝗖𝗢𝗠𝗣𝗔𝗡𝗛𝗔𝗥 𝗢 𝗣𝗥𝗢𝗖𝗘𝗦𝗦𝗢 𝗗𝗢𝗦 𝗧É𝗖𝗡𝗜𝗖𝗢𝗦 𝗗𝗘 𝗦𝗔Ú𝗗𝗘 𝗘 𝗗𝗔 𝗘𝗗𝗨𝗖𝗔ÇÃ𝗢


O líder do executivo falava hoje (13.08.2023) aos jornalistas no palácio presidencial, momentos após a tomada de posse do elenco governamental.

© Rádio Jovem Bissau

Rússia pode ter deixado de financiar Grupo Wagner

© Lusa

POR LUSA   13/08/23 

O Ministério da Defesa britânico (MoD) afirmou neste domingo que existe uma "possibilidade real" de que a Rússia tenha deixado de financiar os mercenários do Grupo Wagner.

Segundo o último relatório dos serviços secretos do MoD sobre a situação de guerra na Ucrânia, Moscovo "agiu contra alguns interesses comerciais" do proprietário do Wagner, Yevgeny Prigozhin, desde que este lançou um "motim" falhado contra o exército russo em junho passado.

Assim, "há uma possibilidade real de o Kremlin deixar de financiar o grupo", afirmou hoje o Ministério da Defesa na sua conta do Twitter, onde recordou que a Wagner está a passar por um processo de "cortes e reconfiguração" para "poupar nos salários" do seu pessoal nestes tempos de "pressão financeira".

"Se o Estado russo já não paga à Wagner", dizem os serviços secretos britânicos, o mais provável é que as "autoridades bielorrussas" assumam esse papel.

Na opinião do Ministério da Defesa, pagar a fatura dos mercenários na Ucrânia seria um "sorvedouro" para os "modestos recursos económicos" de um país como a Bielorrússia.

Em junho, Yevgeny Prigozhin pelou a uma rebelião contra o comando militar russo e entrou depois em território russo, com milhares de combatentes.

O motim acabou por não se concretizar, tendo Prigozhin e os soldados do Grupo Wagner rumado à Bielorrússia.


Tomada de posse do novo elenco governamental da XIª legislatura Liderado pelo Sr. Geraldo João Martins

Radio TV Bantaba  / Presidência da República da Guiné-Bissau

Cerimóni de Tomada de Posse do Chefe da Casa Civil - Sr. Soares Sambu.



 Presidência da República da Guiné-Bissau 

Mais de duas mil pessoas deslocadas de zonas inundadas no leste da Rússia

© Russian Emergencies Ministry/Handout via REUTERS

POR LUSA   13/08/23 

A Rússia retirou mais de duas mil pessoas das zonas inundadas no leste do país, na sequência da passagem da tempestade tropical Khanun, anunciaram hoje as autoridades.

"Mais de duas mil pessoas, incluindo 405 crianças, foram deslocadas [da região] de Primorye", informou o Ministério das Situações de Emergência na plataforma de mensagens Telegram.

O ministério adiantou que quase cinco mil edifícios foram inundados nesta região que faz fronteira com a China e a Coreia do Norte.

As equipas de salvamento criaram 13 centros de alojamento temporário na região, acrescentou.

A cidade de Ussuriisk registou as piores inundações da última década, de acordo com a agência de notícias estatal TASS.

Na semana passada, a tempestade Khanun, acompanhada de fortes chuvas e ventos violentos, assolou o Japão antes de atingir a península coreana.

A tempestade obrigou a evacuações por precaução e ao cancelamento de centenas de voos e comboios no Japão e na Coreia do Sul.


Leia Também: Pelo menos 89 pessoas morreram nos incêndios que atingiram a ilha norte-americana de Maui, no arquipélago do Havai, segundo o novo balanço divulgado este sábado pelas autoridades locais.

Japão e EUA vão desenvolver novo sistema antimísseis hipersónicos

© Getty Images

POR LUSA   13/08/23 

O Japão e os Estados Unidos decidiram desenvolver conjuntamente um novo sistema antimísseis destinado a intercetar mísseis hipersónicos, perante os avanços da China, Rússia e Coreia do Norte neste campo, noticiaram no domingo os 'media' nipónicos.

A iniciativa visa melhorar a preparação conjunta para ameaças de armas que seriam difíceis de combater com a atual rede de defesa antimíssil, e poderá ser anunciada durante a visita do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, a Washington no final da próxima semana, disseram fontes governamentais ao diário japonês Yomiuri.

Se o projeto for para a frente, será o segundo sistema intercetor de mísseis desenvolvido conjuntamente pelos EUA e pelo Japão, depois do SM3 Block 2A.

O objetivo é que o novo sistema seja capaz de intercetar mísseis como os utilizados pela Rússia na guerra da Ucrânia, os testados pela China ou os que estão a ser desenvolvidos pela Coreia do Norte, e que esteja operacional dentro de uma década, segundo o jornal japonês.

Os mísseis hipersónicos são capazes de voar a velocidades até cinco vezes superiores à velocidade do som (Mach 5) e a baixas altitudes e em trajetórias irregulares, o que os torna particularmente difíceis de detetar e intercetar com as tecnologias atuais.

O projeto poderá ser anunciado durante a cimeira entre Kishida e o Presidente dos EUA, Joe Biden, prevista para sexta-feira. O encontro vai acontecer no âmbito da visita do líder japonês a Washington para participar numa reunião trilateral com Biden e o líder sul-coreano, Yoon Suk-yeol.

As reuniões poderão também anunciar novos passos no sentido de uma cooperação trilateral mais estreita para melhorar as capacidades conjuntas de deteção de mísseis e aproveitar o que já se alcançou na partilha de dados de radar em tempo real.

O Japão também pretende intensificar a colaboração em tecnologia de satélites com os Estados Unidos, com o objetivo de reforçar as capacidades de defesa aeroespacial, como parte da estratégia para expandir o âmbito do poder militar face ao que classifica de ameaças crescentes da China e da Coreia do Norte.



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Fala África: Empenhada na busca por justiça social e educação - A missão de Piarret Andrelino na Guiné-Bissau

Piarret Andrelino, presidente da ONG, ao lado das crianças que estão trilhando um caminho melhor graças à Iniciativa Agir na Guiné-Bissau.

Por voaportugues.com

Na conturbada paisagem do sistema educacional guineense, um setor em constante turbulência merece atenção especial: o ensino público. O eco das reivindicações dos professores ressoa em meio a demandas por melhores condições de trabalho, salários atrasados e oportunidades para novos regressos.

Desde o início da crise durante o ano letivo de 2015/2016, as sombras da instabilidade persistem e acentuam-se com uma redução no número de alunos frequentando escolas estatais. Diante desse cenário, a educação privada emerge como alternativa, tornando-se um recurso para os estudantes em busca de conhecimento e oportunidades.

Nascida e criada no coração da Guiné-Bissau, Piarret Andrelino, presidente e fundadora da Iniciativa Agir, conhece de perto os desafios educacionais que afligem o país. Hoje, residindo na Inglaterra, ela compartilha uma perspetiva única sobre os obstáculos e potenciais da educação guineense.

Em entrevista ao "Fala África VOA", Andrelino discutiu um dos projetos transformadores que lidera em Bissau: as escolas comunitárias "Sonhar" e "Castanheiras". Ela compartilhou a jornada desde uma escola de bambu até os dias atuais, onde centenas de alunos, desde o Jardim de Infância até o sétimo ano, encontram um refúgio educacional nas periferias de Bissau.

 

"Temos dois períodos. As crianças mais novas permanecem das 8h da manhã até o meio-dia e meia. O segundo período inicia às 13h e vai até às 18h", contou.

Enfrentando desafios imensos, os professores, verdadeiros heróis, dedicam-se voluntariamente, com zelo incansável pelo futuro das crianças, revelou a presidente da Iniciativa Agir. A iniciativa, forjada pelo suor e empenho de corações comprometidos, busca enfrentar a escassez de recursos e a resistência à educação por parte de comunidades vulneráveis, explicou Piarret Andrelino.

Ela descreveu o desejo de sensibilizar e catalisar mudanças, destacando o papel transformador da educação na construção de um país mais forte e consciente. A ONG dedicada à ação social colabora de maneira articulada com entidades governamentais e diversos organismos nacionais e internacionais.

"Através de alguns protocolos, estamos tentando proporcionar o primeiro contato com o computador, com a informática, e aulas de língua", disse.

Contudo, o trabalho da Iniciativa Agir é apenas um farol no horizonte, apontando para a necessidade de uma revolução curricular e um olhar coletivo para a educação como a chave-mestra para o desenvolvimento. Andrelino destacou a importância de incutir a consciência cívica desde cedo, para que a população reconheça o valor da educação e exija uma mudança estrutural.

Piarret Andrelino não apenas compartilhou uma história de lutas e esperanças, mas também ecoou o chamado urgente por uma transformação educacional profunda e sustentável na Guiné-Bissau. A Iniciativa Agir se apresenta como um farol de esperança em um cenário desafiador, reafirmando que a educação é a pedra angular sobre a qual um futuro brilhante pode ser construído.