sábado, 27 de abril de 2024

Os minerais são escassos na Terra. A solução pode estar na exploração de asteróides

Uma ilustração mostra a nave espacial OSIRIS-REx a descer em direção à superfície rochosa do asteroide Bennu. NASA/Goddard/Universidade do Arizona

Por Cnnportugal.iol.pt 27/04/2024
Quando a empresa de trotinetes eletrónicas para a qual Matt Gialich trabalhava teve de interromper a produção devido à escassez de platina, um componente-chave para o microprocessador que traduz os comandos dos controlos para o motor, o empresário começou a investigar intensamente sobre metais.

Gialich, cujo amor de infância pelo espaço o levou à engenharia e a um emprego na empresa de lançamento de satélites Virgin Orbit antes da sua falência, começou a pensar como extrair o metal dos asteróides. Os cientistas acreditam que estes pedaços de detritos celestes, que são subprodutos do nascimento do sistema solar há 4,5 mil milhões de anos, são ricos em metais que escasseiam na Terra.

Em 2022, Gialich e Jose Acain, que tem quase uma década de experiência na SpaceX e na NASA, fundaram a AstroForge. Agora, a startup com sede na Califórnia está tentando tornar a mineração de asteróides uma realidade.

A empresa não está sozinha. Espera-se que a transição para as energias limpas faça disparar a procura de recursos minerais, e o interesse em extraí-los de fontes anteriormente inexploradas, como o fundo dos oceanos e o espaço, está a crescer. Empresas de todo o mundo angariaram dezenas de milhões de dólares para testar tecnologias de extração de asteróides.

Há quem diga que a ideia é uma fantasia proibitivamente cara e rebuscada. Mas Gialich, de 38 anos, pensa que poderá ser posta em prática em breve. “Sair e obter recursos do espaço é o Santo Graal”, diz. “Penso que estamos finalmente num ponto de inflexão em que o podemos fazer”.

Uma ideia ambiciosa?
Gialich não tem problemas em admitir que os planos da sua empresa são ambiciosos. “Vamos ter muitos fracassos”, diz.

A AstroForge está, em suma, a tentar enviar para o espaço uma pequena refinaria capaz de extrair minerais de um asteróide e depois trazer os metais valiosos para a Terra, deixando o resto. A empresa tem como alvo os asteróides do tipo M, ou metálicos, em busca de metais do grupo da platina (PGMs), que são utilizados em tudo, desde jóias a conversores catalíticos que filtram os gases de escape dos automóveis e medicamentos contra o cancro.

Os PGMs, como a platina e o irídio, são também matérias-primas essenciais para as tecnologias emergentes de energia limpa. A produção de hidrogénio verde, por exemplo, deverá impulsionar um grande crescimento da procura destes minerais. Mas os fornecimentos terrestres são limitados e geograficamente concentrados.

Os co-fundadores da AstroForge Jose Acain (à esquerda) e Matt Gialich (à direita). (Fotografia de Edward Carreon)
Embora pareça um enredo saído diretamente da última temporada do programa da Apple TV+ “For All Mankind”, que envolvia um plano elaborado para aproveitar um asteroide e trazê-lo para a órbita da Terra para ser explorado, Gialich diz que “não é nada disso que estamos a fazer”.

Em abril passado, a AstroForge lançou a sua missão inaugural, denominada Brokkr-1, enviando para o espaço um satélite em miniatura equipado com um sistema de refinaria do tamanho de dois pães. A nave espacial transportava material pré-carregado, semelhante a um asteroide, que planeava vaporizar e separar em componentes elementares enquanto estivesse em órbita.

Não correu exatamente como planeado, e a demonstração da refinaria ainda não aconteceu. Mas Gialich diz que a empresa aprendeu muito, como o desempenho de qualquer equipamento adquirido a fornecedores, e se a máquina poderia sobreviver à descolagem e enviar sinais do espaço.

A refinaria - da qual a AstroForge tem patentes - já foi testada em condições semelhantes às do espaço, diz. Isto faz da AstroForge a única empresa com uma refinaria capaz de transformar asteróides do tipo M em PGMs no espaço, acrescenta.

Este ano, uma nave espacial da AstroForge vai apanhar boleia numa missão da empresa americana de exploração espacial Intuitive Machines à Lua. Mas a AstroForge vai saltar da nave e usar o seu próprio sistema de propulsão para passar por um asteroide que pensa ser metálico para verificar a sua composição e tirar fotografias. (Se esta missão for bem sucedida, fará da AstroForge a primeira empresa comercial a aventurar-se no espaço profundo, afirma. Poderá também fornecer as primeiras imagens de alta resolução de um asteroide metálico.

"Alto risco, alta recompensa"
O interesse pelos asteróides - tanto para compreender melhor as origens da Terra como a sua composição, que pode servir de base para a exploração mineira - está a aumentar rapidamente e os especialistas dizem que a exploração mineira de asteróides pode ser apenas uma questão de tempo.

Dan Britt, diretor do Centro para a Ciência da Superfície Lunar e de Asteróides da Universidade da Florida Central, que não está diretamente envolvido no AstroForge, pondera: “Suponho que se pode perguntar se [os humanos] são totalmente loucos para fazer isto. A resposta é: talvez seja um pouco cedo, mas não somos totalmente loucos”.

A JAXA, a agência espacial japonesa, e a NASA já trouxeram amostras de asteróides para a Terra, provando, pelo menos até certo ponto, que é possível fazê-lo.

A China planeia lançar uma missão em 2025 para recolher amostras de um asteroide próximo da Terra, enquanto a Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos está a planear explorar a cintura de asteróides com uma missão cujo lançamento está previsto para 2028.

Emirados Árabes Unidos estão a planear uma missão para explorar a cintura de asteróides. Esta imagem gerada por computador mostra a sonda MBR Explorer dos Emirados, que deve ser lançada em 2028 (UAE Space Agency/AP)
A NASA tem uma nave espacial a caminho do asteroide Psyche, que está a orbitar o Sol entre Marte e Júpiter, mas só lá chegará em 2029. Segundo algumas estimativas, o ferro contido neste asteroide rico em metais, com 140 milhas de largura, vale 10.000 quatriliões de dólares - mais do que o valor de toda a economia mundial. (Gialich diz que os cientistas da NASA têm sido excelentes aliados, fornecendo conhecimentos inestimáveis à AstroForge).

Alguns membros da comunidade científica estão cépticos quanto à possibilidade de o sector privado poder financiar a exploração de asteróides. A missão OSIRIS-REx da NASA, a primeira missão dos EUA a recolher uma amostra de um asteroide e a trazê-la de volta à Terra, custou centenas de milhões de dólares, excluindo os custos de lançamento. A sua devolução de apenas 122 gramas, que aterrou num deserto do Utah no ano passado, é a maior amostra de asteroide alguma vez recolhida.

“Na verdade, não se trata de uma questão de saber se pode ser feito do ponto de vista da física”, diz Gialich. “É uma questão de saber se é possível fazê-lo de forma a fazer sentido do ponto de vista monetário.”

Outros tentaram e falharam. A Planetary Resources, por exemplo, foi lançada em 2012 com o apoio de investidores de alto nível, incluindo o realizador de “Titanic”, James Cameron, e o cofundador da Google, Larry Page. Em 2020, estava a realizar uma venda de fogo online depois de enfrentar dificuldades de financiamento e ser adquirida por uma empresa de blockchain. (Os compradores no leilão da Internet conseguiram itens como uma banheira de plástico cheia de cabos elétricos variados e emaranhados por 10 dólares e um par de luvas isoladas bem usadas por 20 dólares).

Muita coisa também mudou. Empresas privadas como a SpaceX reduziram drasticamente o custo das viagens espaciais. Gialich diz que hoje se sabe mais sobre os 1,3 milhões de asteróides do sistema solar, pelo que empresas como a sua não têm de desperdiçar recursos a procurá-los, e que a AstroForge investiu no desenvolvimento de algoritmos que lhe permitem partilhar boleias e chegar onde pretende.

“A redução dos custos de transporte é a chave para o desenvolvimento de uma economia fora do mundo”, diz Britt, que contribuiu para quatro missões da NASA, incluindo a passagem de um asteroide na Cintura de Kuiper, um anel de detritos em forma de donut na extremidade do sistema solar, e uma série de viagens a asteróides perto de Júpiter, e que tem um asteroide com o seu nome devido às suas contribuições para a investigação de asteróides.

As mudanças provocaram uma vaga de novos interesses. Outras empresas, como a TransAstra, sediada em Los Angeles, e a Origin Space, sediada na China, estão a trabalhar em tecnologias que podem extrair recursos no espaço.
A refinaria da AstroForge a funcionar num vácuo espacial simulado. (Edward Carreon)
Até à data, a AstroForge angariou 13 milhões de dólares em financiamento inicial. Diz que a sua segunda missão custará menos de 10 milhões de dólares, o que significa que a empresa estará a colocar a maior parte dos seus ovos no mesmo cesto. “Trata-se de empreendimentos de alto risco e alta recompensa, para ser bem claro”, diz Gialich.

Ele ainda não tem um plano B se as missões planeadas não forem bem sucedidas. “O que é que isso interessa? Saímos e tentamos estas grandes missões, estas grandes apostas, e se não resultar, não sei. Acho que vou arranjar um emprego algures?", diz. “Estou apenas concentrado no plano A e a tentar que isso aconteça.”

Fornecimentos dos céus
Se tudo correr bem, o objetivo final da empresa é trazer de volta cerca de mil quilos de platinóides por missão, uma carga útil que pode valer cerca de 70 milhões de dólares, dependendo dos metais e do seu preço na altura. “Mesmo com vários contratempos no nosso calendário, estamos a tentar extrair um asteroide e tê-lo-emos trazido de volta antes do final desta década”, diz Gialich.

Como a empresa tem como alvo asteróides relativamente mais pequenos, diz que haverá menos gravidade para ultrapassar e, por conseguinte, menos combustível para queimar.

A sua abordagem “tudo ou nada” e de baixo custo pode ajudar a tornar a exploração mineira de asteróides mais próxima da realidade.

Um foguetão da SpaceX lançou a nave espacial Pysche a partir do Centro Espacial Kennedy da NASA, na Florida, a 13 de outubro de 2023. Espera-se que a nave espacial chegue ao asteroide em 2029. (Aubrey Gemignani/NASA/Getty Images)
“Mesmo que não sejamos bem-sucedidos e falhemos como empresa, espero que façamos avançar um pouco esta questão”, diz, e demonstremos que “é possível fazer muito mais ciência com muito menos capital”.

Britt diz que é provável que a extração de asteróides “acabe por acontecer” e que a tecnologia existente no mercado já é muito mais avançada do que “um guardanapo de bar encharcado com um monte de equações e diagramas desenhados nele”.

Mas ele espera que as tecnologias tenham de avançar ainda mais antes de os investidores estarem dispostos a investir grandes quantidades de capital.

“Essa é uma das coisas que as empresas em fase de arranque como a AstroForge estão a fazer - criar essa nova tecnologia e engenharia”, diz Britt.

Poderá levar anos até sabermos se as tentativas da AstroForge têm um impacto duradouro no esforço mais alargado de extração de minerais do espaço. Mas é provável que a sua abordagem “moonshot” seja recordada. “Espero que, quanto mais não seja”, diz Gialich, “sejamos conhecidos como uma empresa espacial que foi em frente”.

Guangzhou: Tornado atinge cidade na China e deixa rasto de destruição. Ora veja... Uma investigação sobre os danos causados ​​está em andamento, revelaram as autoridades de Guangzhou.

© Reprodução rede social X
Por Notícias ao Minuto   27/04/24  

Um forte tornado atingiu a cidade de Guangzhou, no sul da China, na tarde deste sábado, quando a capital da província de Guangdong foi atingida por fortes chuvas e uma tempestade de granizo.
© Reprodução rede social X

A Administração Meteorológica da China deu conta que o tornado ocorreu por volta das 15 horas (horário local) e teve intensidade de nível três (numa escala que vai de zero a cinco), noticiou a agência de notícias estatal Xinhua.

A estação meteorológica na vila de Liangtian, no distrito de Baiyun, em Guangzhou, a cerca de 2,8 quilómetros do ponto da ocorrência do tornado, registou uma rajada de vento máxima de 20,6 metros por segundo à hora que ocorreu o tornado.

As autoridades da cidade emitiram, no início do dia, avisos de trovoadas, tempestades, granizo e tornados em vários distritos. Após imagens do tornado, houve relatos não confirmados de outro noutro distrito da cidade ao final da tarde, noticiou a Associated Press.

Uma investigação sobre os danos causados ​​está em andamento, revelaram ainda.

Nas redes sociais multiplicaram-se vídeos do tornado e da devastação causada: 👇

PR guineense lamenta a detenção em Portugal do Procurador por suspeita de tráfico de droga

@rtp.pt
 

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Leia Também: O Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, regressou a Bissau após a visita a Portugal, por ocasião da celebração do 50.º aniversário do 25 de Abril.  


Cerimónia de abertura de Balança para comercialização de castanha de caju na Guiné -Bissau.

 Rádio Capital Fm   27.04.2024

Guiné-Bissau: A coligação Flotilha da Liberdade, que pretende levar navios com 5.550 toneladas de ajuda humanitária a Gaza, acusou hoje as autoridades da Guiné-Bissau de retirar a bandeira a dois navios, após uma inspeção, impedindo-os de navegar.

© DW
Por Lusa  27/04/24

Flotilha da Liberdade acusa Bissau de impedir que a ajuda chegue a Gaza
A coligação Flotilha da Liberdade, que pretende levar navios com 5.550 toneladas de ajuda humanitária a Gaza, acusou hoje as autoridades da Guiné-Bissau de retirar a bandeira a dois navios, após uma inspeção, impedindo-os de navegar.


Em comunicado, a organização disse que foi contactada, na quinta-feira à tarde, pelo Registo Internacional de Navios da Guiné-Bissau a solicitar uma inspeção ao navio líder da flotilha.

"Tratou-se de um pedido muito invulgar, uma vez que o nosso navio já tinha passado todas as inspeções exigidas. No entanto, concordámos", lê-se na nota da coligação.

Na sexta-feira à tarde, prossegue o comunicado, "antes de a inspeção estar concluída, o Registo Internacional de Navios da Guiné-Bissau (GBISR), numa atitude manifestamente política, informou a Coligação da Flotilha da Liberdade de que tinha retirado a bandeira da Guiné-Bissau a dois dos navios da Flotilha da Liberdade", um dos quais é o cargueiro carregado com mais de 5.000 toneladas de "ajuda vital" para os palestinianos de Gaza.

"Sem uma bandeira não podemos navegar. Mas isto não é o fim. Israel não pode e não vai esmagar a nossa determinação de romper o seu cerco ilegal e chegar ao povo de Gaza. O povo de Gaza e de toda a Palestina permanece firme sob as condições mais horríveis e inimagináveis. Retiramos força da sua incrível e inexplicável capacidade de manter a sua humanidade, dignidade e esperança quando o mundo não lhes deu qualquer razão para o fazer", afirma a coligação.

A Flotilha da Liberdade acusa a GBISR de fazer "vários pedidos extraordinários de informação, incluindo a confirmação do destino dos navios, eventuais escalas adicionais, o porto de descarga da ajuda humanitária e as datas e horas previstas de chegada".

"Trata-se, mais uma vez, de uma atitude muito invulgar por parte de uma autoridade de registo. Normalmente, as autoridades nacionais de registo preocupam-se apenas com as normas de segurança e afins dos navios que ostentam a sua bandeira, não se preocupando com o destino, a rota, os manifestos de carga ou a natureza de uma viagem específica".

E acusa: "Infelizmente, a Guiné-Bissau permitiu-se ser cúmplice da fome deliberada de Israel, do cerco ilegal e do genocídio dos palestinianos em Gaza".

Na sexta-feira, relatores das Nações Unidas pediram hoje a passagem em segurança da "Flotilha da Liberdade", permitindo que atraque no enclave palestiniano.

"A 'Flotilha da Liberdade' tem o direito de livre passagem em águas internacionais e Israel não deve interferir com a sua liberdade de navegação, há muito reconhecida pelo Direito internacional. À medida que a 'Flotilha da Liberdade' se aproxima das águas territoriais palestinianas ao largo de Gaza, é essencial que Israel respeite o Direito internacional, incluindo as recentes ordens do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) para garantir o acesso sem entraves à ajuda humanitária", sublinham, numa declaração.

Os peritos afirmam-se " particularmente preocupados com a segurança dos participantes", tendo em conta "os repetidos ataques de Israel contra missões humanitárias da ONU e civis".



Leia Também: Governo de Gaza avisa que já não consegue analisar ou tratar água potável  

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, regressou a Bissau após a visita a Portugal, por ocasião da celebração do 50.º aniversário do 25 de Abril.

O 25 de Abril é um símbolo universal de resistência e libertação, e a presença do chefe de Estado nas comemorações em Lisboa simboliza a solidariedade entre os povos na busca pela justiça e igualdade.🇬🇼🇵🇹

Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, anunciou que o seu  homólogo de Senegal, Bassirou Diomaye Faye vai visitar Guiné-Bissau no próximo dia 30 de Abril. ☝

© Radio Voz Do Povo /Presidência da República da Guiné-Bissau

Cabo Verde: Aumento de suicídios preocupa especialistas e autoridades

Noose rope
Por  Voaportugues.com
  27/04/2024

Apenas no mês de abril foram registados cinco casos, de 22 em quatro meses
Cabo Verde registou nos primeiros meses deste ano 22 casos de suicídios, dos quais cinco apenas em abril.

Em comparação aos anos anteriores, nota-se uma tendência de aumento de casos, o que na ótica de especialistas exige estudos para se conhecer melhor as reais causas desse fenómeno que preocupa a sociedade.

Não é por acaso que o Governo declarou 2024 o “Ano da Saúde Mental.

Dados do Ministerio da Saude indicam que durante o período de 2018 a 2022, os números de óbitos por suicídio apresentaram oscilações, com uma média de aproximadamente 46,6 casos por ano, com a esmagadora maioria a registar-se na cidade da Praia, a capital.

No ano de 2018, foram registados 54 suicídios, o maior número de casos no período em análise.

Depois, em 2019, houve uma redução para 41, uma queda de 24% mas, em 2020, os números voltaram a subir, com 49 casos registados, mais 19%.

Já em 2021, houve uma diminuição significativa, com 37 casos, menos 24% em comparação ao ano anterior, e em 2022, os números voltaram a subir, alcançando 52 casos, um aumento de 41%.

Para o psiquiatra Manuel Faustino, embora a tendência mundial depois da pandemia da Covid aponte para aumento de casos depressivos e outros que levam muitas vezes ao suicídio, os dados do primeiro trimestre deste ano interpelam uma maior atenção e estudos para se conhecer as principais causas e ajustar algumas medidas.

“ Recomendo muito debate, aprofundado, escolhendo alguns temas como por exemplo a questão que está diretamente ligada à saúde mental que é o uso abusivo de substâncias psicoativas”, afirma Faustino, que defende ainda uma maior atenção no “atendimento dos doentes mentais, a ocupação saudável dos tempos livres para as pessoas viverem bem e poderem cuidar dos seus problemas e enfrentar as suas dificuldades”.

Na opinião do psicólogo clínico Nilson Mendes, deve-se prestar uma maior atenção em relação aos problemas sociais e vivência nas comunidades, destacando o papel que a família, amigos e colegas de trabalho devem desempenhar na prevenção de casos de suicídio.

“Esta esfera da desigualdade social tem estado a proporcionar na pessoa um impacto negativo, tanto a nível do pensamento e torna a fragilidade emocional… isso leva que a pessoa não tenha as ferramentas ideais para lidar com situações de depressão, problemas financeiros e no emprego ou mesmo do desemprego que são fatores determinantes para casos de análise do suicídio”, conclui aqueke psicólogo clínico.

O Governo designou 2024 “Ano da Saude Mental”, no qual se propõe reforçar os programas de sensibilização, e educação sanitária e tomar uma série de medidas, também em parceria com as câmaras municipais, confissões religiosas e organizações da sociedade civil.

Guiné-Bissau: Alunas desmaiam após tentativa de exorcismo

Foto: Iancuba Dansó/DW
Por DW.COM 

Uma tentativa exorcismo numa escola de Bissau motivou hoje o desmaio a 10 alunas, após terem inalado o fumo de incenso introduzido na sala de aulas por um professor, disse uma fonte médica e uma das vítimas

Numa cama dos serviços da pediatria do Simão Mendes, Kassia Cá, uma jovem de 15 anos, explicou que o "professor (da disciplina) de Iniciação à Vida entrou na turma com um pote de incenso" que começou a espalhar na sala.

O caso deu-se na Escola São Leonardo Murialdo, no bairro de Jericó, nos arredores de Bissau.

 "Disseram que há uma aluna na nossa escola que costuma desmaiar e era preciso exorcizar o espírito maligno que está no teto da nossa sala de aulas. Alguns alunos começaram a gritar. Outros caíram no chão da sala de aulas, eram todas meninas", afirmou Kássia Cá.

O incenso deitava um "fumo intenso" que era inalado por todos os que se encontravam na sala de aulas, acrescentou a jovem.

Ajuda médica
Vários alunos procuraram atendimento médico no Simão Mendes, onde, contou o médico clínico geral, Nicolau Vital, "alguns aparentavam sinais de desorientação".

"Deram entrada aqui no hospital pacientes com suspeitas de intoxicação por inalação de fumo de incenso. Os pacientes relatam-nos que ficaram inconscientes depois de terem inalado o fumo do incenso que o padre ou pastor introduziu na sala de aulas", observou o médico.

A maioria dos alunos que foram atendidos no Simão Mendes receberam alta e voltaram para casa, explicou Vital.

A prática de exorcismo nas escolas é recorrente na Guiné-Bissau, sobretudo em comunidades rurais e nos subúrbios de Bissau.

 

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, recebeu uma visita de cortesia do líder do partido português Chega, André Ventura, em Lisboa. 🇬🇼🇵🇹


 Presidência da República da Guiné-Bissau

Comunicação do presidente do Instituto de Defesa Nacional, Major General Braima Camará (Papa Camará), no ato da entrega de certificados de formação destinada a diferentes ramos das forças de defesa e segurança

©Radio TV Bantaba

17 a 19 de Maio de 2024 - UCCLA organiza Mercado da Língua Portuguesa em Cascais

UCCLA organiza Mercado da Língua Portuguesa em Cascais

A sexta edição do Mercado da Língua Portuguesa, que irá decorrer de 17 a 19 de maio, está de volta ao Mercado da Vila, em Cascais. Organizado pela UCCLA, o evento conta com a parceria da Câmara Municipal de Cascais e o apoio institucional da Câmara Municipal de Lisboa.

Com uma programação diversificada, que inclui cerca de 40 bancas, palestras, gastronomia, música e muitas atividades extra, o Mercado da Língua Portuguesa reafirma, mais uma vez, o potencial e a importância da língua portuguesa como um elo de união dos países lusófonos.

No ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, a UCCLA apostou em proporcionar a todos várias surpresas. Haverá momentos lúdicos e espaço para crianças, tertúlia literária subordinada ao tema “A Liberdade também se escreve”, gastronomia e artesanato representativo dos diferentes países, e na música vamos contar com a participação especial de Eddy Tussa, um dos maiores artistas atuais da música tradicional urbana de Angola, o Semba.

Não pode faltar a esta grande festa de homenagem à língua portuguesa!

Horário do mercado:
Dia 17 de maio - 18 às 23 horas
Dia 18 de maio - 10 às 23 horas
Dia 19 de maio - 10 às 20 horas

Todas as informações sobre o Mercado estão disponíveis através do link https://www.uccla.pt/noticias/uccla-organiza-mercado-da-lingua-portuguesa-em-cascais
Material de divulgação - https://we.tl/t-EjJKXQv3rh

Com os melhores cumprimentos, 

Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação | anabela.carvalho@uccla.pt

Avenida da Índia n.º 110, 1300-300 Lisboa, Portugal | Tel. +351 218 172 950 | 

uccla@uccla.pt | www.uccla.pt Facebook Linkedin | Youtube | Instagram | Twitter |ISSUU

Ucrânia afirma que ataques russos atingiram instalações energéticas

© Lusa
Por Lusa  27/04/24 
O ministro da Energia ucraniano declarou hoje que ataques russos com mísseis atingiram instalações energéticas em três regiões da Ucrânia e, segundo o operador de energia privado DTEK, quatro centrais térmicas também foram "gravemente danificadas".

"O inimigo atacou novamente a infraestrutura energética do país" entre a noite de sexta-feira e hoje, declarou o ministro da Energia ucraniano, German Galushchenko, na rede social Facebook.

O ministro ucraniano afirmou que houve "danos" em instalações energéticas nas cidades de Dnipropetrovsk (centro-leste), Ivano-Frankivsk e Lviv (oeste).

Num comunicado, o operador DTEK relatou que quatro das suas centrais térmicas foram "severamente danificadas" pelos ataques "massivos" dos russos entre a noite de sexta-feira e hoje.

Já o Ministério da Defesa russo declarou que entre a noite de sexta-feira e hoje intercetaram 68 'drones' ucranianos na região de Krasnodar (sul) e na Crimeia.

Segundo o ministério russo, 66 destes 'drones' foram abatidos sobre o território de Krasnodar e os outros dois na península da Crimeia, anexada pela Rússia aos ucranianos em 2014.

"Os ucranianos tentaram atacar refinarias de petróleo e outras infraestruturas. Segundo informações no local, não há feridos ou danos graves", declarou o governador da região de Krasnodar, Veniamin Kondratyev, na rede social Telegram.

O exército ucraniano aumentou os seus ataques com 'drones' em território russo nos últimos meses, visando particularmente instalações energéticas.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

Quais são os alimentos com mais plásticos? Pode ficar surpreendido

Por Cnnportugal.iol.pt,   27/04/2024
“Quanto plástico vai comer ao jantar, senhor? E a senhora?” Embora possa parecer uma frase de um sketch de humor, a investigação está a mostrar que está demasiado perto da realidade.

Noventa por cento das amostras de proteínas animais e vegetais deram positivo para microplásticos, pequenos fragmentos de polímeros que podem variar entre menos de 5 milímetros e 1 micrómetro, de acordo com um estudo de fevereiro de 2024. Qualquer coisa mais pequena do que 1 micrómetro é um nanoplástico que deve ser medido em bilionésimos de metro.

Nem os vegetarianos escapam, de acordo com um estudo de 2021. Se o plástico for suficientemente pequeno, as frutas e os legumes podem absorver microplásticos através dos seus sistemas radiculares e transferir esses pedaços químicos para os caules, folhas, sementes e frutos da planta.

O sal pode ser embalado com plástico. Um estudo de 2023 concluiu que o sal rosa dos Himalaias extraído do solo era o que tinha mais microplásticos, seguido do sal preto e do sal marinho. O açúcar é também “uma importante via de exposição humana a estes micropoluentes”, de acordo com um estudo de 2022.

Até os sacos de chá, muitos dos quais são feitos de plástico, podem libertar enormes quantidades de plástico. Investigadores da Universidade McGill, no Quebeque, Canadá, descobriram que a preparação de um único saquinho de chá de plástico libertava cerca de 11,6 mil milhões de microplásticos e 3,1 mil milhões de partículas nanoplásticas na água.

O arroz também é um dos culpados. Um estudo da Universidade de Queensland concluiu que, por cada 100 gramas (1/2 chávena) de arroz que as pessoas comem, consomem três a quatro miligramas de plástico - o número salta para 13 miligramas por porção no caso do arroz instantâneo. (Segundo os investigadores, é possível reduzir a contaminação por plástico em até 40% lavando o arroz. Isso também ajuda a reduzir o arsénico, que pode ser elevado no arroz).

Não nos esqueçamos da água engarrafada. Um litro de água - o equivalente a duas águas engarrafadas de tamanho normal - continha uma média de 240 mil partículas de plástico de sete tipos de plásticos, incluindo nanoplásticos, de acordo com um estudo de março de 2024.

Perigos para a saúde humana
Embora tenham sido encontrados microplásticos no pulmão humano, nos tecidos placentários maternos e fetais, no leite materno humano e no sangue humano, até há pouco tempo havia muito pouca investigação sobre a forma como estes polímeros afectam os órgãos e as funções do corpo.

Um estudo realizado em março de 2024 revelou que as pessoas com microplásticos ou nanoplásticos nas artérias do pescoço tinham duas vezes mais probabilidades de sofrer um ataque cardíaco, um acidente vascular cerebral ou de morrer por qualquer causa nos três anos seguintes do que as pessoas que não tinham nenhum.

Os nanoplásticos são o tipo de poluição plástica mais preocupante para a saúde humana, segundo os especialistas. Isto porque as minúsculas partículas podem invadir células e tecidos individuais nos principais órgãos, interrompendo potencialmente os processos celulares e depositando substâncias químicas desreguladoras do sistema endócrino, tais como bisfenóis, ftalatos, retardadores de chama, substâncias per e polifluoradas, ou PFAS, e metais pesados.

“Todos estes produtos químicos são utilizados no fabrico de plástico, por isso, se um plástico chega até nós, transporta consigo esses produtos químicos”, disse Sherri “Sam” Mason, directora de sustentabilidade da Penn State Behrend em Erie, Pensilvânia, à CNN numa entrevista anterior.

E como a temperatura do corpo é mais elevada do que a do exterior, esses produtos químicos vão migrar para fora do plástico e acabar no nosso corpo", disse Mason.

“Esses químicos podem ser transportados para o fígado, para os rins e para o cérebro e até atravessar a fronteira placentária e acabar num nascituro”, afirmou.

“Atualmente, não existe consenso científico sobre os potenciais impactos na saúde das partículas nano e microplásticas. Por conseguinte, os relatos dos meios de comunicação social baseados em suposições e conjecturas não fazem mais do que assustar desnecessariamente o público", disse anteriormente à CNN um porta-voz da Associação Internacional de Água Engarrafada, uma associação industrial.

Todos os tipos de proteínas continham microplásticos
No estudo de fevereiro, publicado na revista Environmental Research, os investigadores analisaram mais de uma dúzia de proteínas de consumo corrente, incluindo carne de vaca, camarão panado e outros tipos de camarão, peitos e nuggets de frango, carne de porco, marisco, tofu e várias alternativas de carne à base de plantas, como nuggets, crumbles de plantas semelhantes a carne moída e palitos de peixe à base de plantas.

O camarão panado continha, de longe, o maior número de pequenos plásticos, com uma média de 300 peças de microplástico por porção. Os nuggets à base de plantas ficaram em segundo lugar, com menos de 100 peças por porção, seguidos dos nuggets de frango, dos palitos de peixe pollock, do camarão branco do Golfo minimamente processado, do camarão rosa de Key West capturado fresco e de um palito de peixe à base de plantas.

As proteínas menos contaminadas foram os peitos de frango, seguidos das costeletas de lombo de porco e do tofu.

Depois de comparar os resultados com os dados de consumo dos consumidores, os investigadores estimaram que a exposição média dos adultos americanos aos microplásticos poderia variar entre 11 mil e 29 mil partículas por ano, com uma exposição máxima estimada de 3,8 milhões de microplásticos por ano.

Frutas e legumes testados com alto teor de plásticos
Os oceanos estão cheios de plásticos, e vários estudos captaram a forma como estes vão parar ao marisco que comemos. No entanto, menos estudos analisaram os vegetais e as proteínas de animais terrestres, como o gado e os porcos, de acordo com um estudo de agosto de 2020.

O estudo, publicado na revista Environmental Science, encontrou entre 52.050 e 233 mil partículas de plástico com menos de 10 micrómetros - cada micrómetro tem aproximadamente o diâmetro de uma gota de chuva - numa variedade de frutos e legumes.

As maçãs e as cenouras foram as frutas e os legumes mais contaminados, respetivamente, com mais de 100 mil microplásticos por grama. As partículas mais pequenas foram encontradas nas cenouras, enquanto os maiores pedaços de plástico foram encontrados na alface, que foi também o vegetal menos contaminado.

Os plásticos estão em todo o lado

De acordo com uma análise recente, existe atualmente um número impressionante de plásticos no mundo: 16 mil substâncias químicas plásticas, das quais pelo menos 4.200 são consideradas “altamente perigosas” para a saúde humana e para o ambiente.

À medida que estes produtos químicos se decompõem no ambiente, podem transformar-se em microplásticos e depois em nanoplásticos, partículas tão pequenas que a ciência se esforçou durante décadas para as ver.

Um estudo recente, que utilizou uma nova tecnologia, descobriu que o número de nanoplásticos em três marcas populares de água vendidas nos Estados Unidos se situa entre 110 mil e 370 mil por litro, se não for superior. (Os autores não quiseram mencionar as marcas de água engarrafada que estudaram).

Investigações anteriores, utilizando tecnologia mais antiga, tinham identificado apenas cerca de 300 nanoplásticos na água engarrafada, juntamente com microplásticos de maiores dimensões.

Existem pelo menos 16 mil substâncias químicas nos plásticos, das quais pelo menos 4 200 são consideradas "altamente perigosas" para a saúde humana e para o ambiente, segundo um estudo (Lisovskaya/iStockphoto/Getty Images)

Formas de reduzir o plástico
Os níveis de contaminação encontrados na água engarrafada reforçam os conselhos de longa data dos especialistas no sentido de beber água da torneira em recipientes de vidro ou de aço inoxidável para reduzir a exposição, afirmou Mason. Este conselho estende-se também a outros alimentos e bebidas embalados em plástico, acrescentou.

"As pessoas não pensam que os plásticos se desprendem, mas é verdade", afirmou. "Quase da mesma forma que estamos constantemente a perder células da pele, os plásticos estão constantemente a perder pequenos pedaços que se partem, como quando se abre o recipiente de plástico para a salada comprada na loja ou um queijo que é embrulhado em plástico.

Enquanto a ciência aprende mais sobre os plásticos que consumimos, há coisas que as pessoas podem fazer para reduzir a sua exposição, de acordo com os especialistas.

  •  Tente evitar comer qualquer coisa que tenha sido armazenada num recipiente de plástico. Procure alimentos armazenados em vidro, esmalte ou folha de alumínio.
  •   Use roupas feitas de tecidos naturais e compre produtos de consumo feitos de materiais naturais.
  •   Não leve os alimentos ao micro-ondas em plástico. Em vez disso, aqueça os alimentos no fogão ou no micro-ondas em vidro.
  •   Se puder, coma o máximo de alimentos frescos possível e limite a compra de alimentos processados e ultraprocessados embrulhados em plástico.