domingo, 20 de março de 2022

DEMOCRACIA, JUSTIÇA E PAIGC, A ETERNA INCOMPATIBILIDADE.

Por Jorge Herbert

É sabido que desde o pós-independência que o PAIGC tomou o território da Guiné-Bissau e fez a extensão do quintal da sua sede e assumiu que o povo guineense deve andar sob as batutas do partido, servindo as vontades e caprichos do líder do partido, caindo na desgraça, ou pagando com a própria vida, todo aquele que ousara contrariar esses desideratos… Esse fenómeno ganhou o seu ponto mais alto com o assassinato de Tagmé Na Waye e Nino Vieira, pela mão do próprio PAIGC, o que inexoravelmente veio a conduzir ao golpe de Estado de abril de 2012 e consequentemente uma forte, rápida e necessária intervenção da comunidade internacional no sentido de se conseguir uma boa transição e a restauração do processo democrático no país. 

A esperança renasceu para os guineenses em maio de 2014, com a eleição de dois quadros do PAIGC para os mais altos cargos da magistratura guineense, com a Comunidade Internacional a mobilizar esforços no sentido do rápido endividamento externo e condicionamento do país, no sentido de assegurar a estabilidade do país, mas imposta de fora para dentro. O então Primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, deliciado e inebriado com esse impulso económico externo, possibilidade única na vida de qualquer político guineense até a data, decidiu incorporar a velha confusão da liderança do partido com a liderança do Estado e quis submeter o Presidente da República aos condicionalismos da liderança do partido que o havia apoiado nas eleições e, o então Presidente da República, Dr. José Mário Vaz, homem conhecido por aqueles que lhes são próximos, como homem de trabalho, de rigor e disciplina quer na vida pessoal, no trabalho como na política, em nome da preservação e valorização dos recursos naturais do país, negando o seu desbaratar, acabou por “chocar de frente” com o então Primeiro-ministro e até agora líder do PAIGC. Desse choque resultou a impossibilidade de coabitação política saudável para a democracia e consequente demissão do Primeiro-ministro.  

Desde a demissão do então Primeiro-ministro e líder do PAIGC, vulgo DSP, que a Guiné-Bissau inverteu a trajetória construída em dois anos de transição pacífica, com mobilização dos interesses estrangeiros como nunca visto, pela paz e estabilidade do país. Desde essa demissão, o PAIGC e o seu líder, em vez de assumirem uma oposição democrática e centrada no interesse do país e do povo, optaram pela política de terra queimada, aparentemente por compromissos assumidos com investidores e financiadores externos. Nessa altura, nunca tinha visto tanta intervenção estrangeira na política da Guiné-Bissau, chegando ao extremo de se publicar afirmações de estrangeiros com responsabilidades em organismos internacionais, a dizer que não havia qualquer motivo para a demissão do Primeiro-ministro e, até ameaças de que seriam “congelados” investimentos estrangeiros prometidos para esse arranque pós-transição…

O líder do PAIGC, imbuído da velha cultura PAIGCista e inebriado com esse apoio externo e de alguma franja da sociedade guineense que viam na sua liderança a possibilidade do regresso ao elitismo da era pós-colonial imediato, após ter tentado a todo o custo manter-se como Primeiro-ministro, até com a aceitação da remodelação governamental desde que se mantivesse na liderança do governo, passou a assumir a política destrutiva que, para um doutorando em Ciências Políticas, envergonha a instituição que patrocina esse doutoramento. 

Desde a demissão de Domingos Simões Pereira como Primeiro-ministro, a Guiné-Bissau deixou de ter paz, harmonia e tranquilidade, necessária ao desejado início de uma nova era política. Ou era ele, ou era o PAIGC, ou ninguém mais! A perseguição e diabolização da imagem do então Presidente da República, José Mário Vaz, foi tornado o lema principal do PAIGC e durante todo o seu mandato presidencial, o PAIGC não fez outro tipo de política que não tenha sido a de terra queimada! Manifestações, insultos e ameaças a todos que ousassem aproximar-se de Jomav ou concordar com a sua política, tornou-se no principal programa político do PAIGC. O líder do partido blindou estrategicamente os principais órgãos do partido com nomeações de pessoas da sua confiança e promoveu a expulsão e perseguição de todas as vozes que ousassem levantar contra a corrente destruidora e anti-Jomav… Também por domínio dos órgãos da ANP encerrou-se este órgão vital da democracia durante quase uma legislatura! Até familiares e amigos se afastaram com ofensas e ameaças por parte da legião de apoiantes do líder do PAIGC, a todos os que ousassem criticar o amado e admirado líder do PAIGC. A saga da diabolização do Presidente Jomav extravasou para as entidades internacionais e regionais como a CEDEAO, que tudo fizeram para o contrariar e humilhá-lo, em nome dos interesses do dito “renovado” PAIGC e do seu líder. Chegou-se ao cúmulo de ameaças externas a políticos que aceitassem a nomeação para o cargo de Primeiro-ministro e sanções da CEDEAO até a civis, sem qualquer critério nem audição da alegação contraditória! Numa demonstração de total desnorte e desrespeito para como o cargo que ocupa e com a instituição que lhe apadrinha o doutoramento, a Universidade Católica Portuguesa, chegou-se ao cúmulo do líder doPAIGC marcar presença numa manifestação que simulava a morte do mais alto magistrado da nação!

Essa cultura de política negativa e patrocínio de agressividade verbal e até física que culminou com a morte de um manifestante pacífico de nome Demba Baldé, instituída, promovida e quiçá monetariamente patrocinada pelo PAIGC, não tardou a estender-se a outras correntes políticas e chegou-se ao cúmulo de nunca se ter visto o povo guineense tão dividido! Mesmo durante a Guerra civil de junho de 1998, o povo guineense não se dividiu tanto, não se ofenderam nem se insultaram tanto, como na era de DSP na liderança do PAIGC! Pessoalmente, nunca fui tão insultado e ameaçado, apenas e só porque discordava da política PAIGCista e apoiava Jomav! A mesquinhez e pequenez mental que carateriza essa forma de fazer oposição, levou a essa gentinha a rotular-me a mim e a minha família de tudo o que de mais depreciativo possa existir! Até viram em mim um interesseiro a procura do cargo de Ministro da Saúde ou até Primeiro-ministro nomeado por Jomav!

Essa saga de política negativa estendeu-se a toda e qualquer tentativa que o então Presidente Jomav fizesse para “desenrolar o nó político” e permitir que a Guiné-Bissau encontrasse o caminho do desenvolvimento e todo o governo que fosse nomeado era bloqueado a todos os níveis pela máquina PAIGCista, que ainda aos dias de hoje, continua a marcar forte presença na administração pública guineense.

Uma das vítimas dessa política destruidora, foi o atual Presidente da República Úmaro Sissoco Embaló, enquanto Primeiro-ministro nomeado por Jomav. 

Após a nata política guineense ter-se juntado contra a candidatura do líder do PAIGC, mais que propriamente apoiar a candidatura de Úmaro Sissoco Embaló, este ganha a segunda volta das eleições e, aquele que a máquina de campanha destruidora PAIGCista mostrava ao mundo como um monstro ditador agarrado ao poder, José Mário Vaz, abandonou o poder com uma rara elevação democrática, demonstrando na hora da passagem do cargo, a alegria de entregar a faixa ao seu sucessor e a honra de ter sido o primeiro Presidente da República da era democrática guineense, a cumprir um mandato sem interrupção. E o líder do PAIGC, para não assumir o destino que havia desejado a JOMAV, assinando a sua sentença de morte política, recorreu à instrumentalização do Supremo tribunal de Justiça para tentar travar a nomeação oficial do novo Presidente da República, com argumentos legais mais estapafúrdios que já se viu num tribunal supremo! Como se não bastasse, mobilizou todos os seus “nhanherus” para uma nova campanha de diabolização do novo Presidente da República Úmaro Sissoco Embaló. Vimos canais de comunicação social portuguesa a transmitir mentiras como verdades absolutas e a repetirem até a exaustão o rótulo de autoproclamado ao Presidente da República eleito nas urnas! Vimos uma saga de exposição de documentos estritamente de interesse da administração pública guineense a serem expostos nas redes sociais! Vimos a instrumentalização de mortes nos hospitais, de instrumentalização do sindicalismo, tudo para provocar bloqueio e disfuncionalidade no aparelho do Estado! Até a existência de COVID na Guiné-Bissau questionaram, acusando o governo de tentativa de angariar financiamento, inventando casos de COVID!

Estamos a caminho de oito anos, desde que o líder do PAIGC foi demitido como Primeiro-ministro e, até hoje, não mais se viu o PAIGC a fazer uma oposição política construtiva em prol do país e do seu povo!

No que concerne a justiça, o PAIGC sempre se achou dono e senhor desse órgão da soberania e este “renovado” PAIGC fez questão de não fugir a regra! Sempre que algum elemento do PAIGC for indiciado pela justiça, inventam inúmeros argumentos para se vitimizarem de que estão a ser perseguidos por este ou aquele! Os Procuradores da República são sempre alegadamente comprados ou manipulados por interesses políticos contra o PAIGC. Vimos isso no caso dos Ministros do Governo de DSP indiciados no caso dos Passaportes diplomáticos, vimos isso no caso do resgate ao Banco, assistimos a isso no caso Manecas dos Santos e as condições para o golpe de Estado, vimos isso na negação do cumprimento do Acórdão judicial em relação à reintegração dos deputados expulsos e agora a impugnação da realização do Congresso por parte de um militante... No entanto, quando as decisões ou diligências judiciais lhes são favoráveis ou atacam seus opositores, apressam-se a dizer que é o Império da lei a funcionar!

Face a todo essa dissonância e eterna incompatibilidade entre a democracia e o PAIGC e entre a verdadeira justiça e o PAIGC, alguém acha que é possível liderar um governo na Guiné-Bissau ou fazer funcionar a justiça na Guiné-Bissau, com o PAIGC fora do poder, sem ter que se usar alguma força dissuasora pela parte do Estado,? Enquanto o PAIGC e o seu líder acharem que estão acima dos órgãos que garantem o funcionamento do Estado na Guiné-Bissau e sentirem-se no direito de desafiar o poder político ou judicial, o Estado só tem dois caminhos, ou faz uso da força policial para fazer valer as decisões dos órgãos do Estado, ou assume que quem continua a dirigir o Estado é o PAIGC.

Porque é que o PAIGC tem o direito de expulsar toda e qualquer voz que se ouse levantar dentro do partido, contra o líder, mas os membros do mesmo partido não têm direito de recorrer à justiça para travar a realização de um Congresso que, na interpretação deles, não cumpre com os Estatutos do partido!? Porque razão o PAIGC insiste mesmo assim em realizar o Congresso, contra uma decisão judicial a favor da impugnação do mesmo?! Porque o PAIGC insiste em não faz valer o Império da Lei, quando as decisões não lhe são favoráveis?!

O que espera o líder do PAIGC dos detentores do poder, senão o uso da força do Estado contra o seu partido, sempre que houver motivos, depois de levar quase oito anos de prática de uma política destrutiva dos adversários políticos e dos próprios Órgãos da soberania!?

Sendo contra a violência em qualquer modalidade, quer física como verbal, não posso esperar que o PAIGC e o seu líder não colham tempestades, depois de terem passado todos estes anos a semear ventos! 

Curiosamente, tenho visto algumas pessoas que viam na atitude pacifista de JOMAV uma cobardia e diziam que devia usar a força do Estado para colocar o PAIGC e o seu líder no respetivo lugar, a manifestarem-se hoje contra o uso da força por parte do Estado, contra o PAIGC! Sinais do tempo?!    

Jorge Herbert

PS. Bó pudi kobam mal a vontade, pabia n´kustuma dja bos!


Street Gang Terrorism in Portugal...

Dara Fonseca Fernandes👇
Fui atacada e agredida à porta do pavilhão 4 da FIl onde decorreu a BTL por pessoas motivadas pelo Presidente do PAIGC Domingos Simões Pereira. Estou bem e em casa. Obrigada pela preocupação

Dara Fonseca Fernandes a minha total solidariedade, após ter sido vítima de actos animalescos perpetrados por pessoas a mando de políticos desesperados com a possibilidade de não poderem voltar ao poder na Guiné-Bissau.

Segue em frente e firme na luta para a libertação da Guiné-Bissau do obscurantismo e das garras do PAIGC. Caminho lundju inda di anda, mas amanhã nó na gardissiu.

Fanatismo político e as suas consequências, vitimou uma mulher 

Antes desta breve nota, solidariedade total a Dara Fonseca pela agressão física, verbal e achincalhamento que um punhado de gentes ligado ao PAIGC, naquilo que é maior vergonha que diáspora Guineense uma vez viu, contra uma mulher! Como pode, pessoas que dizem ser democráticos, civilizados e que são mais preparados para governar país, tem como espelho um grupelho de gentes desse estirpe que além de recentemente terem rejubilado com golpe e morte de pessoas, no acontecimento do dia 1 de fevereiro e como se tudo não bastasse, protagonizam mais um episódio de violência nas ruas de Lisboa…

Que moral tem essa gente em exigir outros a prestar solidariedade para com seus e se eles próprios se submetem em expedientes mais violento daquilo que reclamam e condenam? Isso também é política? Dara nossa solidariedade (independentemente de tudo) seque hirto e firme naquilo que acreditas


@Alfa Umaro

O presidente ucraniano afirma que o Kremlin está a utilizar a mesma justificação para invadir a Ucrânia que Hitler utilizou durante o Holocausto.

© Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu Agency via Getty Images

Notícias ao Minuto  20/03/22 

 "Nós queremos viver. Os nossos vizinhos querem ver-nos mortos"

O presidente ucraniano afirma que o Kremlin está a utilizar a mesma justificação para invadir a Ucrânia que Hitler utilizou durante o Holocausto. Numa intervenção no parlamento israelita, questionou ainda o país do porquê de não ajudar a Ucrânia e não implementar sanções à Rússia.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, citou este domingo, numa intervenção no parlamento israelita, a antiga primeira-ministra de Israel, Golda Meir, e acusou a Rússia de “querer ver” o povo ucraniano “morto”.

“Vocês conhecem estas famosas palavras, qualquer judeu conhece estas palavras, o mundo inteiro conhece-as: ‘Nós queremos viver. Os nossos vizinhos querem ver-nos mortos. Esta não é uma questão que deixa muito espaço para concessões’”, afirmou Zelensky perante o Knesset, através de uma videoconferência.

A frase de Golda Meir, a primeira mulher a assumir o governo de Israel, entre 1969 e 1974, foi imortalizada durante a guerra do Yom Kippur, em outubro de 1973. 

“A ameaça é a mesma para nós e para vocês”, frisou Zelensky. “A destruição total de um povo, de um estado, de uma cultura, e até do nome do seu próprio país, a Ucrânia.”

“Quero que ouçam isto e pensem nesta data: 24 de fevereiro, o início da invasão da Rússia na Ucrânia. Este dia já entrou para a história como uma tragédia para os ucranianos, para o povo judeu, para o mundo inteiro”, acrescentou.

E fez ainda uma associação com a criação do Partido Nazi alemão, que acabou por ser responsável pela morte de milhões de judeus: “No dia 24 de fevereiro, um partido nacionalista de trabalhadores foi criado na Alemanha, que tirou milhões de vidas, destruiu pessoas, tentou matar nações. 102 anos depois, a mesma ordem criminal foi feita para enviar tropas para a invasão da Ucrânia, que já ceifou tantas vidas.”

Durante a sua intervenção, o presidente ucraniano - descendente de uma família de judeus - lembrou que o Kremlin usou a mesma justificação para as suas ações que Hitler utilizou durante o Holocausto: uma “solução final”.

"Escutem o que diz o Kremlin. São as mesmas palavras, a mesma terminologia que os nazis usaram contra vós. É uma tragédia", afirmou.

Zelensky voltou ainda a apelar ao fornecimento de apoio militar. “O mundo inteiro sabe que os vossos sistemas antimísseis são os melhores”, lembrou. “O mundo inteiro sabe que vocês podem defender os vossos interesses nacionais. E vocês podem ajudar-nos a proteger as nossas vidas, as vidas dos ucranianos e dos judeus que vivem na Ucrânia.”

E questionou: “Por que é que não podemos receber armas vossas, por que é Israel não impôs sanções poderosas à Rússia ou não pressiona os negócios russos?”.

“A escolha é vossa, irmãos e irmãos, e vocês devem então viver com a vossa resposta, o povo de Israel”, atirou. 

Assinala-se hoje o 25.º desde o início da invasão russa da Ucrânia. Segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 902 mortos e 1.459 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, até ao final do dia de sábado. Há ainda mais de 3,4 milhões de refugiados que fugiram para os países vizinhos. 


Leia Também: 

A invasão russa à Ucrânia começou há quase um mês. Os russos ganham terreno e cidades no leste do país e mantêm os ataques na região ocidental.

Mariupol, cidade no leste da Ucrânia, voltou a ser alvo de bombardeamentos. Uma escola convertida em abrigo para cerca de 400 pessoas foi atingida. Um lar de idosos, localizado em Lugansk, foi alvo de um ataque, que matou pelo menos 56 pessoas. Em Kiev, um bombardeamento fez cinco feridos, dois dos quais estão hospitalizados.

Zelensky deu uma entrevista à CNN, na qual reiterou a sua disponibilidade para negociar com Vladimir Putin. No entanto, o presidente ucraniano alertou que qualquer negociação falhada pode transformar este conflito numa “Terceira Guerra Mundial”...Ler Mais

Relatos indicam que pessoas com opiniões contra a invasão russa estão a ser convidadas a deixar os seus empregos. Caso não o façam, acabam despedidas.

Opiniões antiguerra estão a custar a alguns russos os seus empregos. 

Segundo a BBC, que ouviu alguns destes casos, cidadãos russos, que se mostraram contra a invasão russa à Ucrânia acabaram por ter de se demitir...Ler Mais

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, descartou hoje que a utilização, pela Rússia, de mísseis hipersónicos na invasão da Ucrânia seja um "ponto de viragem" no conflito desencadeado por Moscovo, mas antes uma forma de "ganhar impulso".

"Não vejo isso como um ponto de viragem. Acho que a Rússia os usa [mísseis hipersónicos] para ganhar impulso. Vimo-los a atacar vilas, cidades e civis. Achamos que eles continuarão a fazê-lo, mas não acho que isso mude as regras do jogo", disse Austin, em entrevista à cadeia de televisão americana CBS, noticia a agência espanhola EFE.

O chefe do Pentágono alertou que se a Rússia vier a usar armas químicas ou biológicas na Ucrânia, isso será "um passo muito sério" e receberia "uma forte resposta dos Estados Unidos e da comunidade internacional"...Ler Mais

NO COMMENT: As últimas notícias, fofocas e curiosidades sobre 👇👇👇... 20 DE MARÇO DE 2022

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ÚLTIMA HORA - Sana Cante todo inchado

Por  ditaduraeconsenso.blogspot.com 

GUERRA NA UCRÂNIA: Índia e Japão apelam a "cessar imediato da violência" no país

© T. Narayan/Bloomberg via Getty Images

Por LUSA  19/03/22 

A Índia e o Japão apelaram hoje a um "cessar imediato da violência" na Ucrânia, durante a visita oficial do primeiro-ministro nipónico, Fumio Kishida, a Nova Deli, onde se reuniu com o homólogo indiano, Narendra Modi.

Os dois líderes "reiteraram o apelo ao cessar imediato da violência e assinalaram que não há outra opção senão o caminho do diálogo e da diplomacia para a resolução do conflito", lê-se num comunicado conjunto, citado pela agência EFE, divulgado após a reunião na capital indiana.

Além disso, "expressaram séria preocupação com o conflito e a crise humanitária na Ucrânia", e, sem criticar diretamente a Rússia, "enfatizaram que a ordem global contemporânea foi construída sobre a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e o respeito pela soberania e integridade territorial dos Estados".

Ao contrário dos restantes membros da aliança 'Quad' - Japão, Austrália e Estados Unidos - a Índia absteve-se na votação de três resoluções na ONU de condenação da invasão da Ucrânia pela Rússia, limitando-se a pedir o fim da violência.

A Índia, que mantém laços estreitos com a Rússia desde a Guerra Fria, continua a comprar petróleo russo, a preços reduzidos, segundo a imprensa.

O primeiro-ministro japonês prossegue a sua deslocação ao exterior com uma paragem no Camboja.

Antes da sua visita, a primeira à Índia de um primeiro-ministro japonês desde 2017, um responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros nipónico disse que Tóquio estava "consciente" dos laços históricos entre Nova Deli e Moscovo e a situação geográfica da Índia.

"Mas, ao mesmo tempo, partilhamos valores fundamentais e interesses estratégicos. Então, naturalmente, haverá discussões francas sobre como vemos a situação na Ucrânia [...]", disse o responsável à imprensa, a coberto do anonimato.

No início de março, Kishida, o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, não conseguiram convencer o chefe do Governo indiano a adotar uma postura mais dura relativamente à Rússia.

Numa declaração conjunta, o Quadrilateral Security Dialogue, geralmente conhecido por 'Quad', divulgou que os seus líderes "discutiram o conflito e a atual crise humanitária na Ucrânia e avaliaram suas consequências mais amplas", sem condenar a Rússia.

Segundo um relato dos serviços de Narendra Modi, este "sublinhou que o 'Quad' deve manter-se focado no seu objetivo principal, que é promover a paz, a estabilidade e a prosperidade na região do Indo-Pacífico".

A Rússia é o maior fornecedor de armas da Índia, que também precisa do apoio do 'Quad' face à crescente influência da China na região.

As tensões entre Nova Deli e Pequim estão no seu ponto mais alto desde os confrontos em 2020 sobre a fronteira disputada nos Himalaias, que provocou pelo menos 20 soldados indianos mortos e quatro do lado chinês.

Os dois países reforçaram os seus dispositivos militares - para a Índia, em grande parte com equipamentos russos - e enviaram milhares de soldados adicionais para a zona.

Em relação à China, uma fonte de preocupação para o 'Quad', Modi e Kishida "reafirmaram a sua visão comum de uma região do Indo-Pacífico livre e aberta, livre de qualquer coerção", e na declaração conjunta pediram também "um retorno ao caminho da democracia" em Myanmar (antiga Birmânia) e condenaram "os desestabilizadores disparos de mísseis balísticos" pela Coreia do Norte.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 847 mortos e 1.399 feridos entre a população civil, incluindo mais de 140 crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.


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"Putin - O Todo Poderoso" é um documentário que pode ajudar a explicar o que aconteceu na História para chegarmos ao dia 24 de fevereiro de 2022, o dia da invasão da Ucrânia. É exibido na CNN Portugal este domingo às 15.00 e às 22.00 Aqui fica um excerto...Ler Mais