segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Suspensão de RDP/RTP: GOVERNO GUINEENSE INVESTE NOVE MILHÕES DE FCFA POR MÊS NOS CENTROS-EMISSORAS

O Governo da Guiné-Bissau assumiu a cem por cento as despesas da compra de combustível para fazer funcionar os centros-emissoras de retransmissão da Radiodifusão Nacional (RDN), nomeadamente em Nhacra, Gabú e Catió. Estes custos eram assumidos pela Rádio Televisão Portuguesa (RTP), através de um acordo de parceria, mas que foi suspenso pelas autoridades nacionais. Para o efeito, o Executivo investe  mensalmente 9.000.000 (Nove Milhões) de francos CFA [cerca de 13 720 euros].

As revelações foram do Ministro de Estado, da Economia e Finanças, João Mamadu Alage Fadia, numa entrevista ao semanário O Democrata, na qual o governante explica que desde que o Executivo assumiu o desafio, até a data da entrevista não têm tido problemas de combustível.

Assegurou neste particular que “isso é uma coisa que nós mesmos podemos assumir, sem pedir nada a ninguém”.

João Mamadu Alage Fadia adiantou ainda que o governo, através das Finanças, subsidia a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) com uma soma estimada em mais de dois milhões de francos CFA mensalmente para garantir o seu normal funcionamento. Acrescenta igualmente que a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes recebe 1.400 000 (Um Milhão e Quatro Centos Mil) francos CFA por mês.

“Na nossa gestão incluímos a Organização da Sociedade Civil que recebe do Governo um subsídio de Três Milhões de francos CFA por mês, que lhe permite funcionar. Agora também fixamos um subsídio mensal para Associação dos Consumidores de Bens e Serviços (ACOBES), para permitir que funcione regularmente”, contou o governante. 

Por: Sene Camará/ Assana Sambú

OdemocrataGB

Presidente da Republica da Guiné-Bissau, José Mário Vaz - "Hoje recebi em Calequisse uma missão da Arabia Saudita"


"Tivemos oportunidade de mostrar o projecto piloto da produção do arroz no âmbito da iniciativa “Mon-na-Lama”. 

Esta missão terá tem como objectivo apoiar projectos prioritários para o nosso país, durante a estadia terão encontros com o Governo para em conjunto avaliarem no terreno as áreas a apoiar".




  











Fonte: JOMAVpaginaoficial

Pílula contracetiva ligada a menor risco de artrite reumatoide

Estudo revela que este método contracetivo feminino pode ter um efeito colateral benéfico.


Estudo revela que além de prevenir a gravidez, a pílula contracetiva pode ainda ajudar a diminuir o risco de as mulheres desenvolverem artrite reumatoide.

O estudo sueco publicado na revista Annals of the Rheumatic Diseases revelou que as mulheres que tomavam a pílula contracetiva há mais de sete anos tinham 19% menos risco de desenvolver artrite reumatoide.

Além disso, como reporta o Indian Express, o risco era 15% mais baixo em mulheres que atualmente tomam a pílula contracetiva e 13% menor em mulheres que já fizeram este tipo de contraceção no passado.

Estes conclusões mantiveram-se independentemente de o teste para anticorpos antipeptídeo citrulinado (ACPA, na sigla em inglês) ter dado positivo ou negativo. Os anticorpos antipeptídeo citrulinado geralmente indicam o risco de uma pessoa desenvolver artrite reumatoide.

Para este estudo a equipa de investigadores da Suécia analisou a possível relação entre o desenvolvimento da doença e a toma de pílula e/ou amamentação (que também se mostrou uma prática protetora contra a artrite) em 2.578 mulheres adultas que tiveram pelo menos um filho e 4.129 mulheres selecionadas aleatoriamente, que formaram o grupo de comparação.

NAOM

Situação na Guiné-Bissau é "complicada"

A situação na Guiné-Bissau é "complicada", pois "continuam a persistir o extremar de posições entre as partes envolvidas", considerou hoje em São Tomé a secretária executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Maria do Carmo Silveira.


"A situação é complicada. Continuam e persistir um extremar de posições entre as partes envolvidas, mesmo apesar de uma tentativa de mediação que foi adotada bastante recente de um grupo de senhoras que pretende dar um contributo para ver se consegue encontrar uma plataforma de entendimento entre os diferentes atores", disse Maria do Carmo Silveira.

A secretária executiva da CPLP, que iniciou hoje uma visita de três dias a São Tomé e Príncipe, lembrou a sua recente deslocação a Bissau onde constatou que "as posições estão muito extremadas".

"Todos reconhecem que é necessário dialogar mas muito pouco é feito em termos de iniciativas concretas no sentido de se encontrar uma plataforma para esse diálogo", salientou.

Na sua primeira visita a São Tomé e Príncipe, depois de empossada no cargo, Maria do Carmo Silveira teve hoje um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Urbino Botelho, e inaugurou no Centro Cultural do Brasil uma exposição denominada "Futuro Aposta na CPLP".

Maria do Carmo Silveira, que falava aos jornalistas no final do encontro com o chefe da diplomacia são-tomense, sublinhou que "o Acordo de Conacri tem sido bastante deficiente" e a sua implementação "continua a suscitar problemas".

O Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), prevê a formação de um governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, entre outros pontos.

O atual Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.

A secretária executiva da CPLP referiu que a CPLP entende que o conflito político em Bissau é "um problema político interno", reconhece que "em democracia é normal que haja divergências politicas, porque unanimismo não é bom", mas que o importante é que "as soluções para os conflitos, para as divergências políticas sejam encontradas dentro do quadro constitucionalmente constituído".

Maria do Carmo Silveira lamenta que as "tentativas no terreno" para encontrar uma solução para o diferendo ainda não tenham "resultados muito positivos, porque o impasse continua".

"Continuamos a apelar às partes no sentido de cumprir os acordos estabelecidos e as recomendações das instituições internacionais como as Nações Unidas e o grupo do P5 (constituído por União Africana, ONU, CEDEAO, CPLP e UE).

Sobre Angola, disse que o desejo da sua organização "é que essas eleições possam decorrer dentro da normalidade, tranquilidade, que seja uma festa da democracia e que os angolanos possam eleger o seu representante".

Acredita que o ainda Presidente da República, José Eduardo dos Santos "foi um bom contributo para a democracia em Angola".

"Os angolanos vão escolher os novos representantes, o voto é que os próximos dirigentes de Angola deem sequência ao processo de desenvolvimento", disse Maria do Carmo Silveira.

A responsável da CPLP encontrou-se também hoje com o ministro das Finanças, Comércio e Economia Azul, Américo Ramos, com a ministra da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos, Ilza Amado Vaz e com o ministro da Juventude e Desporto, Marcelino Sanches.

Noticiasaominuto

Guiné-Bissau: Laços com a CPLP são sagrados - PM guineense


Bissau - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou nesta segunda-feira que não é francófono e que os laços do país com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) "são sagrados".

"Nós, antes de aderirmos à Organização Internacional da Francofonia, de nascença somos lusófonos e vamos continuar lusófonos e penso que às vezes há alguns equívocos", disse, em entrevista exclusiva à agência Lusa, Umaro Sissoco Embaló.

Lembrando que quando foi nomeado primeiro-ministro as pessoas afirmaram que era um francófono, Umaro Sissoco Embaló esclareceu que é "lusófono" e será sempre um "homem lusófono".

"Agora é uma questão de opção, a Guiné-Bissau tem de estar em bom termo com a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e a União Africana e os nossos laços são muito sagrados com a CPLP", disse, salientando que "não há hipóteses de tocar nesses princípios".

Sobre acusações relativas à sua relação de grande proximidade com o Senegal, o chefe do Governo guineense explicou que o actual Presidente senegalês, Macky Sall, é um "irmão".

"Vivi em casa dele e temos uma relação com mais de 20 anos. Agora, pela inerência das nossas funções isso tem fortificado as relações entre a Guiné-Bissau e o Senegal. Eu sou um panafricanista e confio na relação sul-sul", afirmou.

"Eu sou membro da União Africana, da CEDEAO e da UEMOA (União Económica Monetária da África Ocidental), mas nunca serei membro da União Europeia, por inerência da situação geográfica do país. É como na Europa. Eu privilegio muito a relação sul-sul, porque a minha relação enquanto exercício do poder é em África. É por isso que tenho mostrado essa relação", afirmou.

Em relação à proximidade com países dos Médio Oriente, o primeiro-ministro guineense disse que são, sobretudo os países árabes, que estão a apoiar actualmente a Guiné-Bissau.

"Eles todos estão a apoiar-nos e a financiar-nos neste momento e é por isso que vamos arrancar com vários projectos logo a seguir à época das chuvas, nomeadamente com as infra-estruturas urbanas e não só estradas, mas água potável para as regiões, electrificação e iluminação de várias cidades", afirmou.

Umaro Sissoco Embaló foi o quinto primeiro-ministro nomeado (em Dezembro de 2016) pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, depois das eleições legislativas de 2014 ganhas pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

A nomeação de Umaro Sissoco Embaló foi feita após a assinatura do Acordo de Conakry, mas provocou controvérsia com o PAIGC a afirmar que não foi o nome escolhido para chefiar o Governo guineense no âmbito daquele acordo.

O Acordo de Conakry, patrocinado CEDEAO, prevê a formação de um governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, entre outros pontos

O actual Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conakry.

Angop.ao

Guiné-Bissau: PM afirma que relação com Portugal é muito boa

Bissau - O chefe do Governo guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou nesta segunda-feira que a relação com Portugal está "muito bem e continuará" e mesmo que haja "discórdia" não significa que os dois países sejam "inimigos".

"A relação com Portugal está muito bem e continuará, mas eu tenho uma política e uma forma de estar. Eu não sou do domínio de ninguém, eu sou um homem independente", disse em entrevista à agência Lusa Umaro Sissoco Embaló.

Segundo o primeiro-ministro guineense, "não há problemas entre a Guiné-Bissau e Portugal".

"Pode haver discórdia, mas isso não significa que somos inimigos", salientou.

Em relação à suspensão das actividades e corte do sinal das emissões da RTP na Guiné-Bissau, o primeiro-ministro disse que já deu orientações ao ministro da Comunicação Social para a situação ser ultrapassada.

"Já dei orientações ao meu ministro da Comunicação Social para se sentar com o homólogo dele português porque aquilo não se trata ao meu nível, porque o meu colega lá em Portugal é o Costa (António Costa, primeiro-ministro português). Já dei instruções para se sentar com o ministro da Cultura para ver como é que podem ultrapassar a situação, para mim é uma situação júnior", explicou.

O Governo guineense suspendeu a 30 de Junho as actividades da RTP na Guiné-Bissau e cortou o sinal que permite ouvir e ver a RDP África e RTP África em sinal aberto no país, alegando ser necessário a revisão do acordo de cooperação naquele sector.

Angop.ao/angola/pt

Guiné-Bissau: Impasse político perto do fim?

Em entrevista exclusiva à DW África, líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, mostra otimismo sobre o fim do impasse político na Guiné-Bissau e reforça importância do Acordo de Conacri.


O líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira.

O impasse político na Guiné-Bissau poderá estar próximo do fim, abrindo portas para a convocação do povo guineense às urnas. É, pelo menos, o que transmite o otimismo de Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas eleições legislativas, mas afastado do poder devido às divergências com o chefe do Estado guineense, José Mário Vaz

Em entrevista exclusiva à DW África, o primeiro-ministro destituído em 2015 por José Mário Vaz assegura que não parece haver outra alternativa ao Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), e que prevê a formação de um Governo consensual integrado por todos os partidos representados no Parlamento. O acordo prevê ainda nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, além de outros pontos.

A proposta de realização de eleições, feita antes pelo PAIGC, continua válida, admite Simões Pereira, que veio a Lisboa de férias, mas também para relançar o seu programa académico, relacionado com uma tese de doutoramento na Universidade Católica sobre a construção de um Estado, com recurso ao caso da Guiné-Bissau.

Em declarações à DW, Domingos Simões Pereira frisou que a crise no país não teve como origem as relações pessoais e incompatibilidade entre ele e o atual Presidente, José Mário Vaz. Simões Pereira falou ainda sobre os indícios de uma solução aceitável perante a crise política e institucional na Guiné-Bissau.

DW África: Há indícios de que poderá haver uma solução aceitável perante a eternidade da crise política e institucional na Guiné-Bissau?

Domingos Simões Pereira: É difícil dizer com segurança, mas temos de acreditar. Penso que em Monróvia a 4 de junho de 2017 (ocasião da cimeira da CEDEAO) foi essa a promessa feita pelo senhor Presidente da República, que solicitou um período de 90 dias para encontrar uma solução. Estamos a menos de 30 dias da conclusão desse prazo e só podemos esperar que até lá aconteça algo.

DW África: O diálogo para uma solução negociada tem sido difícil. Existem iniciativas concretas para lá chegar?

DSP: Há alguns indicadores no sentido positivo. A iniciativa das mulheres no sentido de facilitar esse diálogo. O conjunto de pronunciamentos que têm acontecido. Há dias houve um pronunciamento do P5 (grupo de organismos internacionais constituído pela CEDEAO, União Africana, Nações Unidas, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - CPLP, e União Europeia). A clareza do posicionamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas e de outros organismos internacionais que acompanham a Guiné-Bissau fazem acreditar que todos convergem e que não há outra solução senão voltar ao Acordo de Conacri.


DW África: Esta crise demonstrou que a Guiné-Bissau não foi capaz de respeitar a sua própria Constituição e as suas próprias leis?

DSP: Nós não fomos capazes de o fazer. Chegamos a um ponto de bloqueio das instituições e, portanto, a CEDEAO, em nome da comunidade internacional, favoreceu os diálogos de Conacri e é por isso que hoje todas as instituições - e nós próprios - exigimos a sua implementação porque, de facto, é o consenso. É um acordo ainda válido e não me parece haver alternativa a esse acordo.

DW África: Dois anos depois deste impasse, acredita que agora já estão criadas as condições para se virar a página?

DSP: Penso que os argumentos de um e de outrem foram apresentados. Grande parte da população guineense e da sua diáspora está esclarecida em relação à responsabilidade que incumbe a cada um dos atores desse processo. Hoje, é importante encontrarmos uma saída.

DW África: É um problema de cedência ou de flexibilidade das partes?

DSP: É um problema de respeito às leis. O exercício da democracia tem como principal pressuposto respeitar as leis. E, nesse exercício, muitas vezes somos confrontados com situações de menos conforto, e que não correspondem necessariamente à nossa expetativa e aos nossos interesses.

DW África: No entanto, esta crise criou muitos inconformados no seio da sociedade civil…

DSP: O debate que se tem gerado na sociedade civil guineense permitiu, a meu ver, uma tomada de consciência de que a democracia se faz com a participação popular. Uma participação não só consciente mas também comprometida. Se formos capazes – e eu acredito que seremos capazes – de ultrapassar esta crise, teremos uma Guiné-Bissau diferente. Um país em que o titular de cargo político saberá que está sob escrutínio, sob averiguação permanente. Nem se trata de uma opção, pelo contrário, é obrigado a prestar contas.

DW África: Não restam dúvidas de que os guineenses terão de suportar novas eleições, a serem convocadas pelo Presidente da República?

DSP: Em condições normais, nós devemos ter as próximas eleições legislativas em abril de 2018. Estamos em agosto de 2017. Portanto, a ideia da antecipação já não faz sentido, porque a própria Comissão de Eleições diz que se começassem a trabalhar hoje teriam que reforçar a sua equipa para realmente poder cumprir os prazos eleitorais. Não é uma questão de acelerar ou deixar de acelerar. É uma questão de evitar os desgastes de imagem e de recursos que o país está a ter. Temos um Governo que há quase um ano não presta contas à Assembleia Nacional Popular. Faz despesas, engaja o erário público e não consegue uma boa interlocução com a comunidade internacional, sobretudo com os seus parceiros. Portanto, isso é um desgaste bastante grave para o país. Algo que nos leva a manter insistentemente o nosso pedido, a nossa exortação ao senhor Presidente da República para parar este desgaste e esta "razia” que está a acontecer em relação à credibilidade do país.

DW África: As eleições só podem, então, ter lugar com o comprometimento da comunidade internacional?

DSP: Penso que por mais que se queira prolongar, a cada dia que passa, estamos mais próximos da convocação do povo guineense às urnas. E o que nós pedimos à comunidade internacional é que as condições sejam criadas e asseguradas para que esse exercício seja credível, transparente, e que seja a expressão da vontade popular.

Dw.com/pt

Governo guineense espera chegar a acordo sobre pescas com a UE em setembro

O primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje à agência Lusa que espera chegar a um acordo com a União Europeia sobre as pescas no próximo mês de setembro.


"Estamos a negociar e penso que no próximo mês vamos concluir os acordos onde nós não vamos pretender lesar a União Europeia, nem a União Europeia lesar a Guiné-Bissau, que nunca foi o caso", afirmou.

O primeiro-ministro guineense explicou também que a União Europeia é um "grande parceiro" do país, mas que o acordo de pescas não era negociado há uns anos.

"Cada Governo que vem tem a sua visão e a sua forma de negociar e de estar", disse.

A União Europeia e a Guiné-Bissau não conseguiram chegar a acordo sobre o novo acordo de pesca na quarta ronda de negociações.

A 30 de junho, fonte europeia informou que a quarta ronda de negociações do acordo de pescas entre a União Europeia e a Guiné-Bissau foi marcada por "divergências", nomeadamente a nível da contrapartida financeira europeia.

No entanto, segundo a mesma fonte, as duas partes mostraram vontade de regressar em breve às negociações, de modo a ultrapassar questões financeiras e técnicas que permitam a entrada em vigor do acordo, em novembro.

A contrapartida financeira que a União Europeia (UE) paga para os seus navios, nomeadamente portugueses, poderem pescar nas águas guineenses é "a principal divergência", salientou a fonte europeia.

Bruxelas contribui com 9,5 milhões de euros anuais (os acordos são renegociados a cada quatro anos) e Bissau quer ver essa verba aumentada.

A Comissão Europeia quer que a contribuição financeira "seja baseada numa avaliação séria e mais realista dos preços e modalidades".

Por outro lado, segundo a mesma fonte, falta o acordo para aplicar um sistema de quotas de pesca, tendo Bruxelas declarado a sua disponibilidade para ajudar a Guiné-Bissau a nível técnico, no sistema eletrónico de controlo das capturas.

No entanto, a UE considera que o Sistema de quotas proposto pela Guiné "colocaria um peso desproporcional sobre a frota da UE, o que tornaria suas atividades economicamente inviáveis".

Já Bissau, através do seu ministro das Pescas, Orlando Viegas, afirmou que o Governo guineense considera "pouco o que a União Europeia paga para ter acesso aos recursos" do país.

Por Lusa

ENTREVISTA: Sou muçulmano, minha mulher é católica, como posso dividir o país? -- PM guineense

O primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló, recusou hoje acusações de estar a dividir o país, sublinhando que é muçulmano, mas a mulher é católica e que na Guiné-Bissau "há pessoas" que não podem chefiar o Governo.

"Eu sou fula, sou muçulmano, mas minha mulher é católica. Não sei como posso dividir este país. Se tenho uma mulher (católica) que partilha o mesmo teto comigo, a mesma casa, como é que eu posso. Isso foi sempre um sentimento dos guineenses", afirmou em entrevista à agência Lusa, Umaro Sissoco Embaló, quando questionado sobre acusações de estar dividir o país.

Para Umaro Sissoco Embaló, na Guiné-Bissau "há pessoas que não podem ser primeiro-ministro".

"Há categorias dessas pessoas que não podem ser e, sobretudo, quando toca a um muçulmano na Guiné é grave ser um responsável. Mas eu não vivo daquilo, nem pretendo ter esse sentimento. Até os meus amigos mais próximos são católicos. Mas isso não é só contra mim é contra qualquer outra pessoas que não pertença a uma classe", afirmou o primeiro-ministro, sem especificar a classe a que se referia.

Sobre o desafio de ser primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló disse que é "grande, porque a Guiné-Bissau desde 07 de junho de 1998 tem tido várias convulsões políticas".

"Acho que podia fazer a ponte entre a classe política e o Presidente da República achou por bem nomear-me para fazer essa ponte. É o que estou a fazer neste momento", explicou.

Umaro Sissoco Embaló foi o quinto primeiro-ministro nomeado (em dezembro de 2016) pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, depois das eleições legislativas de 2014 ganhas pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

A nomeação de Umaro Sissoco Embaló foi feita após a assinatura do Acordo de Conacri, mas provocou controvérsia com o PAIGC a afirmar que não foi o nome escolhido para chefiar o Governo guineense no âmbito daquele acordo.

O Acordo de Conacri, patrocinado CEDEAO, prevê a formação de um governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, entre outros pontos.

O atual Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.

Questionado sobre a falta de apoio político para governar, o chefe do executivo guineense disse que o único partido representado no parlamento que não o apoia é o seu partido, o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde).

"Tirando o PAIGC, todos os deputados dos partidos no parlamento estão a apoiar-me, independentemente de os líderes não me apoiarem", disse.

Mas, para Umaro Sissoco Embaló, o mais importante é tirar o país da "situação em que se encontra".

"O bom senso entre os guineenses um dia vai prevalecer porque para mim não é a China ou os Estados Unidos ou a França que têm de vir aqui ditar o que temos de fazer. Não. Nós, é que temos de ter a consciência como boa gente, pessoas de bem", disse.

Referindo-se ainda ao impasse político que o país atravessa, Umaro Sissco Embaló afirmou que vem desde 1998, depois da guerra civil, e que o país está a "ver as consequências".

"Nenhum Governo, nenhum Presidente acabou o mandato. E é lamentável, mas um dia temos de ter consciência do mal que estamos a fazer a nós mesmos. Penso que estamos a falar e é a melhor solução, é a conversa entre os guineenses", lamentou.

Questionado sobre a relação com os outros órgãos de soberania, Umaro Sissoco Embaló disse que tens boas relações com o Presidente José Mário Vaz, com o presidente do Supremo Tribunal e com o presidente da Assembleia Nacional Popular (parlamento), Cipriano Cassamá, que qualificou de "amigo pessoal".

Mas, independentemente das relações, Umaro Sissoco Embaló lembrou que o parlamento "já não funciona há dois anos".

Sobre as prioridades do seu Governo, o primeiro-ministro destacou a transparência e boa gestão da coisa pública, saúde, educação e infraestruturas.

DN.PT



Agricultura - Ministro espera um aumento da produtividade no presente ano

Bissau, 21 Ago 17 (ANG) - O Ministro de Agricultura e Pecuária disse que espera do presente ano agrícola maior produtividade, uma vez que os agricultores receberam bastante apoio por parte do governo e  doutras organizações. 

Nicolau dos Santos falava  sexta-feira, em conferência de imprensa promovida conjuntamente com os seus colegas do Saúde e do Ambiente, e moderado pelo Primeiro-ministro, na qual cada governante procedeu ao balanço das actividades levadas a cabo no respectivo pelouro.

“Os agricultores devem ter maior rendimento este ano porque além dos apoios recebidos de  organizações não-governamentais, também recebem a subvenção de combustível por parte do governo o que permitiu com que o preço de aluguer das máquinas agrícolas saissem de 15 mil Francos cfa para 10 mil ”, disse aquele governante.

O ministro  sublinhou que  a redução do preço de aluguer das máquinas de lavoura permite aos agricultores terem mais horas de trabalho, podendo ter maior rendimento.

 Nicolau dos Santos afirmou que na Guiné-Bissau cada pessoa consome cerca de 130 quilos de arroz anualmente e que o país está em condições de reduzir a insegurança alimentar uma vez que a terra favorece a lavoura nos períodos de chuva e seca.   

Questionado sobre quando  o país  estará em condições de  iniciar os trabalhos de transformação local, respondeu que para ter as indústrias é necessário produzir bastante, e que tudo dependerá do empenho dos agricultores.

“A Guiné-Bissau é um país em que mais de 50 por cento da população é camponesa, isso quer dizer que o ministério da agricultura emprega a maioria da população guineense por isso é necessário maior empenho nesta área de modo a revolucionar o país”, disse Nicolau dos Santos.

Acrescentou que o governo através do ministério de agricultura adopta uma política de aumento de produtividade agrícola para fazer crescer a economia , de modo a diminuir pobreza e a promover o desenvolvimento e bem-estar para o povo da Guiné-Bissau.

O ministro de agricultura informou que o governo tem dois instrumentos importantes para fazer com que o sector agrícola se desenvolva, que são :Carta de Política do Desenvolvimento Agrário e Plano Nacional de Desenvolvimento Agrário.

“Fornecemos sementes de arroz, mancarra, milho e feijão em todo o território nacional com a condição de que depois da campanha agrícola o beneficiário deve devolver a quantia que adquiriu ao ministério. Fazemos isso para permitir que todos consigam cultivar algo”, explicou.

Acrescentou que distribuíram igualmente um total de 32 máquinas agrícolas para as regiões de Quinara, Cacheu, Gabú, Bafatá e Oio para apoiar os camponeses dessas zonas nas suas actividades agrícolas.

O governante afirmou que vão colocar jangadas no porto de Cubumbam, região de Tombali, zona sul do país e na região de Bolama bijagós concretamente em “São João” para facilitar o escoamento do produto para o resto do país. 

“Vamos privilegiar a ornamentação das bolanhas nos próximos tempos para evitar as inundações e possíveis estragos da colheita que possam ser verificados tal como aconteceu em Famandinga região de Oio”, garantiu.

Aquele responsável disse que o seu ministério pretende criar uma agência de mecanização agrícola, sustentando que será mais fácil aumentar a produtividade com agricultura mecanizada do que com agricultura tradicional.

 ANG/AALS/JAM/SG

Pessoas que ouvem vozes detetam mais a fala escondida em sons sem sentido

Um estudo de investigadores do Porto e do Reino Unido concluiu que pessoas que ouvem vozes e não sofrem de doenças mentais, conseguem detetar fala escondida em sons sem sentido aparente mais rápido que aquelas que nunca ouviram vozes.


O estudo, publicado hoje na revista científica Brain, mostra que as pessoas que têm alucinações auditivas verbais (ouvem vozes), "podem ter uma maior tendência para perceber padrões de fala com sentido em estímulos auditivos pouco claros", disse à Lusa César Lima, investigador da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), um dos responsáveis pelo projeto.

Pessoas que têm alucinações auditivas verbais são frequentemente diagnosticadas com uma condição de saúde mental, como esquizofrenia ou doença bipolar, no entanto, nem todas as pessoas que ouvem vozes têm problemas de saúde mental, acrescentou.

Resultante de uma parceria entre a FPCEUP, a University College London e a Durham University, do Reino Unido, a investigação incluiu 12 pessoas que ouvem vozes regularmente - sem problemas de saúde mental nem diagnóstico psiquiátrico - e 17 que nunca tiveram a experiência de ouvir vozes, no grupo de controlo.

Os resultados mostraram que nove dos 12 participantes que ouvem vozes (75%) indicaram detetar fala disfarçada em sons ambíguos, enquanto no grupo de controlo isso aconteceu com oito pessoas (47%).

Para além disso, a maioria dos participantes que ouve vozes detetou a fala escondida antes de saber que os sons podiam conter frases, o que decorreu "significativamente mais cedo" (três ou quatro minutos, em média) do que os participantes do grupo de controlo.

Os resultados mostram ainda que o cérebro das pessoas que ouvem vozes respondeu preferencialmente a sons que continham fala escondida, em comparação àqueles que não continham.

Para obtenção dos dados, os participantes ouviram um conjunto de sons de fala alterada, criados artificialmente e conhecidos como 'sine-wave speech' ou fala sinusoidal (descrita como algo semelhante ao canto dos pássaros), enquanto as respostas cerebrais eram registadas através de ressonância magnética.

Estes sons artificiais, embora se assemelhem a alguns elementos de fala natural, só são reconhecidos como fala depois de ser dito explicitamente às pessoas do que se trata ou depois de treino específico de descodificação, explicou César Lima.

Os investigadores verificaram que entre 5% a 15% da população já teve uma experiência ocasional de ouvir vozes, enquanto 1% tem experiências regulares e mais complexas de alucinações auditivas verbais, sem necessitarem de cuidado ou tratamento psiquiátrico.

De acordo com César Lima, este é o primeiro estudo a identificar uma associação entre a experiência de ouvir vozes e os mecanismos cerebrais de perceção de fala, num grupo de pessoas em que os fatores clínicos associados a problemas de saúde mental não estão presentes.

"A possível relação entre experiências que são atípicas - como ouvir vozes - e processos do dia-a-dia - como perceber fala - é ainda muito pouco compreendida", apontou.

Para o investigador, avanços nesta área poderão ter implicações no desenvolvimento de teorias sobre alucinações auditivas e na compreensão de como o cérebro lida, geralmente, com informação auditiva que contenha valor comunicativo.

Por Lusa

Presidente da Nigéria anuncia reforço da campanha contra o Boko Haram

O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, disse hoje que o governo de Abuja vai reforçar a campanha contra os extremistas islâmicos no norte do país.


"Os terroristas e os criminosos devem ser combatidos e destruídos para que a maioria possa viver em paz e segurança", disse Buhari num discurso transmitido hoje pela televisão.

"Nós vamos reforçar e revigorar a luta e não vai ser apenas contra os elementos do Boko Haram [grupo extremista armado] que estão a levar a cabo uma nova série de novos atentados e raptos. Estão a provocar o confronto entre agricultores e pastores além de estarem a promover a violência étnica, provocada por malfeitores. Nós temos de atacá-los a todos", declarou o chefe de Estado.

Buhari, que esteve em Londres por motivos de saúde, regressou a Abuja no sábado, não tendo feito qualquer declaração no momento da chegada ao país.

No discurso que foi transmitido hoje, Muhammadu Buhari, 74 anos, não disse por que motivo abandonou a Nigéria para tratamentos em Londres, mas agradeceu a todos "pelas orações".

"Estou contente por voltar à pátria, por voltar para os meus irmãos e irmãs", disse.

O executivo do país mais populoso de África nunca fez referência sobre os motivos que levaram Buhari a ausentar-se durante longos períodos, nos últimos meses.

Devido às deslocações prolongadas, algumas forças políticas chegaram a pedir a substituição do chefe de Estado o que levou as chefias militares a pedir "lealdade" aos efetivos.

No início do ano, Buhari esteve no Reino Unido durante sete semanas, onde foi submetido a tratamento médico, tendo afirmado na altura que nunca se tinha sentido "tão doente".

Na mensagem dirigida hoje aos nigerianos, o presidente falou das divisões políticas e pediu para a Nigéria se manter unida acrescentado que durante o período em que esteve em Londres mantinha o contacto diário e acompanhava tudo o que se passava no país.

"Os nigerianos são fortes e gostam de discutir os assuntos, mas eu reparei que alguns comentários, especialmente os que foram difundidos através das redes sociais, ultrapassaram as 'linhas vermelhas' quando ousaram questionar a existência da Nigéria como nação. Isso é ir demasiado longe", acusou.

A Nigéria enfrenta a violência dos extremistas armados do Boko Haram além de sérias dificuldades económicas e uma crise humanitária que está a afetar milhões de pessoas, sobretudo no norte do país onde se verifica uma grave escassez de alimentos.

O vice-presidente Yemi Osinbajo assumiu o cargo de chefe de Estados durante os períodos de ausência de Buhari no estrangeiro.

NAOM

Inundações na Serra Leoa fizeram pelos menos 499 mortos

As inundações e os deslizamentos de terras que atingiram a Serra Leoa há uma semana fizeram 499 mortos, incluindo 156 crianças, mas os socorristas procuram ainda mais vítimas, informou hoje a AFP, citando fonte da morgue central de Freetown.


"Até hoje de manhã contámos 499 corpos", disse à Agência France Presse (AFP) Mohamed Sinneh Kamara, que trabalha na morgue do hospital Connaught de Freetown.

A agência indicou que ainda não foi possível confirmar este número junto da Cruz Vermelha local.

Um balanço anterior dava conta de 441 mortos, mas há ainda centenas de pessoas desaparecidas, uma semana depois da catástrofe.

A ajuda internacional continua a chegar ao país, depois de as autoridades terem lançado um apelo à comunidade internacional devido à dimensão do desastre.

Hoje, chegou ao país um avião com ajuda do Ghana e um outro proveniente de Marrocos.

Ao mesmo tempo, os socorristas continuam a procurar mais corpos nos escombros para evitar a propagação de doenças como a cólera.

Por Lusa