quarta-feira, 11 de julho de 2018

Função Pública - UNTG exige em protesto de rua aplicação da nova grelha salarial


Bissau, 11 Jul 18 (ANG) – A União Nacional de Trabalhadores da Guiné-Bissau saiu hoje as ruas de Bissau numa marcha pacífica de exigência à aplicação pelo governo da nova grelha salarial, aprovada pelo  executivo de Umaro Sissoco,  e o pagamento integral da dívida aos funcionários públicos de  2003.

A referida marcha que iniciou na Chapa de Bissau e terminou na sede da UNTG contou com a participação de funcionários de diferentes instituições públicas, e elementos do Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados.

Os marchantes exibiram dísticos com dizeres tais como: “trabalho digno, salário justo, abaixo aqueles que ganham sem trabalhar, abaixo aos sindicatos e funcionários que se solidarizam com o governo, abaixo os deputados que não fizem nada e recebem salários exorbitantes”.  

Em declarações à imprensa no final da marcha, o Secretário-geral da UNTG, Júlio António Mendonça disse que a caminhada serviu para mostrar ao executivo  que não estão a brincar neste processo.

“Concluímos que, se não houver reivindicações dos trabalhadores a situação continuará  pior, e os políticos continuarão a resolver os seus problemas a custa dos trabalhadores. A título de exemplo, os deputados não obstante terem beneficiado em 2015 de um aumento salarial de cem por cento, este ano fizeram o mesmo e nós não podemos esperar que tudo caia do céu”, criticou o líder sindical.

Júlio Mendonça sublinhou que os trabalhadores têm que assumir o processo de reivindicação dos seus direitos, porque eles é que produzem as riquezas, e disse que vai prosseguir com protesto até que os seus objectivos sejam alcançados.

Instado a falar do encontro tido segunda-feira com o chefe do governo na qual Aristides Gomes pediu uma moratória aos sindicatos, Júlio Mendonça disse que é preciso que o governante perceba que os sacrifícios não devem ser só dos trabalhadores, mas também dos políticos, deputados e que os próprios dirigentes devem se sacrificar.

“Os trabalhadores deram moratória há mais de 44 anos ao governo, doravante os políticos, deputados e dirigentes devem dar igualmente uma moratória aos trabalhadores, permitindo que os mesmos tenham um pouco de sorriso no final de cada mês”, disse Júlio Mendonça.

Afirmou que a luta pela melhoria de condições de vida dos funcionários vai continuar até que o governo cumpra o Decreto número 1/2017, de 15 Janeiro, promulgado pelo Presidente da República que ordena aplicação da nova grelha salarial e reajuste salarial na função pública guineense.

O Secretário-geral da UNTG indicou a aplicação da nova grelha salarial, pagamento das dívidas do ano 2003 aos funcionários públicos, instituição do fundo de pensão e abono de família para os servidores públicos e garantias de assistência médica e medicamentosa como condições mínimas para a suspensão das paralisações.

Entretanto, O Presidente do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados, em declarações à Rádio “Sol Mansi”, nas primeiras horas desta marcha, justificou a sua participação na marcha com aquilo que chamou de “violação dos direitos do povo” e que quando é assim a sua organização está e estará sempre em defesa dos direitos do povo e neste caso dos trabalhadores.

Porque, segundo Sana Canté, assistiu-se recentemente aprovação do estatuto remuneratório dos magistrados e os ministros e seus assessores estão a beneficiar de subsídios de representação, enquanto os geradores desses rendimentos continuam a usufruir de magro salário.

O Ministério de Interior impediu os marchantes de passarem a frente das instalações do Ministério da Função Pública ou seja na Avenida Domingos Ramos.

 ANG/LPG/ÂC//SG

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