O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné – Central Sindical (UNTG/CS), Júlio Mendonça acusou hoje, 11 de Julho 2018, os deputados de terem condicionado o governo para tirar proveitos que, segundo sindicalista, valeu o aumento do orçamento da Assembleia Nacional Popular (ANP) pelo Executivo liderado por Aristides Gomes.
Júlio Mendonça proferiu essas declarações durante uma marcha pacífica que a central sindical realizou com vista a pressionar o Governo da Guiné-Bissau para a rápida aplicação do reajuste salarial já promulgado pelo Chefe do Estado.
Numa marcha que teve início na Chapa de Bissau e terminou em frente da sede nacional da UNTG, avenida Osvaldo Vieira, num percurso com algumas paragens. Já a frente da Assembleia Nacional Popular, marchantes deixaram algumas mensagens, por exemplo, ouvia-se “abaixo deputados, abaixo Primeiro-Ministro, abaixo ministro da Função Pública e abaixo ao presidente da ANP”.
Os marchantes exibiram dísticos com dizeres como: “trabalho digno e salário justo!” Podia-se notar igualmente o dístico do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados que se juntou aos trabalhadores, com escrito “Povo I ka Lixo”.
Os funcionários da saúde pública apresentaram-se com seus uniformes durante a marcha.
“Tínhamos alertado ao Governo de que não estamos em brincadeira neste processo, porque, concluímos que se não houver reivindicação dos trabalhadores, a situação continuará a piorar e os políticos continuarão a tirar os seus proveitos, o exemplo claro disso é o que aconteceu na Assembleia Nacional Popular”, justifica Júlio Mendonça.
Mendonça disse ainda que a UNTG não vai esperar que tudo caia do Céu, mas garante que a sua organização assumirá a liderança deste processo iniciado desde 2016 até quando os objetivos forem alcançados, acrescentando que – “nós somos trabalhadores desta terra e nós é que produzimos a riqueza deste país”.
O líder sindical, adiantou ainda que ontem, 10 de Julho, mantiveram o primeiro encontro “sério” com o chefe do Governo, Aristides Gomes, afirmando que o Primeiro-Ministro consegue perceber de que a UNTG não está nesta luta de ‘ânimo leve’.
Questionado sobre a moratória pedida pelo Governo, Júlio Mendonça disse que Aristides Gomes deve entender que o sacrifício não deve ser apenas dos trabalhadores, mas também dos políticos, dos governantes, dos deputados que devem dar uma moratória ao Estado, abdicando dos seus benefícios. O líder sindical sublinha ainda que os funcionários públicos já deram moratória há mais de 44 anos.
“É a vez de os dirigentes darem moratória nos seus benefícios, dando assim um pouco de sorriso no rosto dos trabalhadores da Guiné-Bissau”, rematou.
Saliente-se que a UNTG determina que a condição indispensável para acabar com as vagas de greve passa pela aplicação de nova grelha salarial, pagamento das dívidas contraídas com os servidores do Estado e definição de pagamento de pensões aos funcionários públicos, assim como a assistência médica e medicamentosa a todos os servidores do Estado da Guiné-Bissau.
Por: Sene CAMARÁ
Foto: SC
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