quarta-feira, 11 de julho de 2018

OCDE e União Africana defendem nova estratégia para desenvolver África

A OCDE e a União Africana recomendaram hoje aos governos africanos que implementem novas estratégias e políticas para cumprir os objetivos da Agenda 2063, no primeiro relatório conjunto sobre as Dinâmicas de Desenvolvimento da economia africana.


"Apesar do forte crescimento do continente, os empregos qualificados continuam escassos e as desigualdades continuam altas", lê-se no relatório sobre as "Dinâmicas de Desenvolvimento de África", que é hoje divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e pela União Africana.

O documento, o primeiro a ser feito nestes moldes de cooperação entre as duas entidades sobre este tema, recomenda dez ações prioritárias, separadas em função da região do continente africano, que surgem devido a cinco grandes tendências que se verificam no continente africano.

"Estas iniciativas focam-se no desenvolvimento económico sustentável através da estimulação do investimento doméstico, diversificação das exportações e aprofundamento das ligações entre o mundo urbano e rural e promoção do crescimento verde", lê-se no documento de 257 páginas que é hoje lançado em Adis Abeba, na presença do presidente da UA, Moussa Mahamat Faki, e do diretor do Centro de Desenvolvimento da OCDE, Mario Pezzini.

O desenvolvimento da inclusão social através do alinhamento entre a educação e o mercado de trabalho e a proteção social efetiva e universal, além do fortalecimento das instituições através da integração regional, melhor mobilização de recursos domésticos e melhoria da governação política e económica, são outras das recomendações gerais que os governos africanos devem implementar.

Estas dez áreas de iniciativas políticas, lê-se no relatório, são necessárias devido a várias razões apresentadas pela OCDE e UA e que são, entre outras, a volatilidade do crescimento, a falta de correspondência entre o crescimento económico e a qualidade de vida, a escassez dos empregos qualificados, a redução das desigualdades e o aumento da produtividade como ferramenta essencial para a transformação estrutural do continente.

As cinco 'megatendências', como são classificadas no relatório, "estão a moldar a integração de África na economia global, e cada uma traz riscos e oportunidades com importantes implicações para as políticas".

"Em primeiro lugar, a riqueza mundial está a mudar, com os países emergentes a produzirem mais de metade da produção mundial, com as parcerias com África a aumentarem", lê-se no documento, que apresenta como segunda 'megatendência' os obstáculos para os produtores africanos criados com "a nova revolução na produção".

Em terceiro lugar, a OCDE e a UA sublinham o "dividendo demográfico" que África pode colher com a juventude da sua população, mas alerta que é preciso "oferecer empregos e serviços básicos suficientes" aos jovens que vão a entrar na idade adulta.

Em "quarto, a rápida urbanização está a mudar as estruturas económicas e a colocar novos desafios, e quinto, muitos países africanos precisam de estratégias de 'crescimento verde' para se adaptarem às mudanças climáticas", conclui o relatório.

NAOM

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