O jovem jogador, foi morto na cidade de Yoff, em Dakar.
Mamadou Lamine Ndoye, um jovem jogador de futebol, de nacionalidade senegalesa, foi morto esta quinta-feira, por um vendedor de artigos religiosos.
O incidente ocorreu em Yoff, Dakar, em frente a uma mesquita. O futebolista, a jogar profissionalmente em Portugal, foi esfaqueado pelo comerciante no pescoço, durante uma altercação e acabou por morrer no hospital.
Segundo testemunhas, citadas por um meio de comunicação local, o Dakaractu, Lamine Ndoye dirigiu-se ao estabelecimento do homem com o intuito de recolher um terço que tinha encomendado quando o incidente ocorreu.
O avançado jogou com o RS Yoff e o Dakar Sacré-Coeur e tinha sido eleito, em 2017, o melhor jogador senegalês, antes de vir para Portugal. Estava de férias e tinha regresso marcado para terras lusas no dia em que morreu.
O comerciante foi entretanto detido pelas autoridades.
NAOM
sábado, 23 de junho de 2018
Explosão no Zimbabué em estádio onde discursava presidente
Uma explosão ocorreu hoje num estádio no Zimbabué onde discursava o presidente daquele país do sul de África, Emmerson Mnangagwa, noticiou o jornal público local, adiantando que o Presidente foi retirado do local sem ferimentos.
O porta-voz do Presidente, George Charamba, em declarações ao jornal Zimbabwe Herald, disse que Emmerson Mnangagwa está em segurança agora numa habitação estatal na cidade de Bulawayo, onde o presidente tinha feito o seu discurso sobre a eleição do próximo mês.
Bulawayo, a segunda maior cidade do Zimbábue, é tradicionalmente uma fortaleza da oposição.
A mesma fonte adiantou estarem em curso investigações e lembrou as "múltiplas tentativas" de atentados à vida do presidente, ao longo dos anos.
Emmerson Mnangagwa assumiu o poder em novembro, depois de o líder o seu ex-aliado, o antigo líder Robert Mugabe, ter renunciado sob pressão militar.
A votação de 30 de julho é a primeira sem Mugabe desde a independência em 1980.
Um dos dois vice-presidentes do Zimbabué, Kembo Mohadi, foi ferido na explosão que abalou hoje um comício eleitoral no qual participava o presidente Emmerson Mnangagwa em Bulawayo (sul), informou a televisão nacional.
Dois responsáveis do partido no poder, União Nacional Africana do Zimbabwe - Frente Patriótica (ZANU-PF), também ficaram feridos na explosão, assim como três funcionários da televisão nacional (ZBC), adiantou.
Um jornal local disse que a explosão ocorreu num estádio onde o presidente tinha acabado de discursar. Mnangagwa foi retirado do local sem ferimentos.
A televisão estatal falou de "tentativa de assassinato" do presidente, que assumiu o poder em novembro, depois de o chefe de Estado e seu ex-aliado, Robert Mugabe, ter renunciado sob pressão militar.
Bulawayo, a segunda maior cidade do Zimbabué, é tradicionalmente um baluarte da oposição.
As eleições legislativas e presidenciais de 30 de julho são as primeiras organizadas desde a demissão de Mugabe, que dirigiu o Zimbabué desde a sua independência em 1980.
NAOM
O porta-voz do Presidente, George Charamba, em declarações ao jornal Zimbabwe Herald, disse que Emmerson Mnangagwa está em segurança agora numa habitação estatal na cidade de Bulawayo, onde o presidente tinha feito o seu discurso sobre a eleição do próximo mês.
Bulawayo, a segunda maior cidade do Zimbábue, é tradicionalmente uma fortaleza da oposição.
A mesma fonte adiantou estarem em curso investigações e lembrou as "múltiplas tentativas" de atentados à vida do presidente, ao longo dos anos.
Emmerson Mnangagwa assumiu o poder em novembro, depois de o líder o seu ex-aliado, o antigo líder Robert Mugabe, ter renunciado sob pressão militar.
A votação de 30 de julho é a primeira sem Mugabe desde a independência em 1980.
Um dos vice-presidentes do Zimbabué ferido na explosão no sul
Um dos dois vice-presidentes do Zimbabué, Kembo Mohadi, foi ferido na explosão que abalou hoje um comício eleitoral no qual participava o presidente Emmerson Mnangagwa em Bulawayo (sul), informou a televisão nacional.
Dois responsáveis do partido no poder, União Nacional Africana do Zimbabwe - Frente Patriótica (ZANU-PF), também ficaram feridos na explosão, assim como três funcionários da televisão nacional (ZBC), adiantou.
Um jornal local disse que a explosão ocorreu num estádio onde o presidente tinha acabado de discursar. Mnangagwa foi retirado do local sem ferimentos.
A televisão estatal falou de "tentativa de assassinato" do presidente, que assumiu o poder em novembro, depois de o chefe de Estado e seu ex-aliado, Robert Mugabe, ter renunciado sob pressão militar.
Bulawayo, a segunda maior cidade do Zimbabué, é tradicionalmente um baluarte da oposição.
As eleições legislativas e presidenciais de 30 de julho são as primeiras organizadas desde a demissão de Mugabe, que dirigiu o Zimbabué desde a sua independência em 1980.
NAOM
Ajudar as mulheres nas tarefas domésticas aumenta o risco de divórcio
Um estudo realizado pelo Instituto de Ciências Sociais Nova, na Noruega, concluiu que em famílias onde as tarefas domésticas são partilhadas, as hipóteses de divórcio aumentaram 50% em comparação com as famílias onde a maioria do trabalho de casa é realizado por mulheres.
Um dos autores do estudo, intitulado “Equality in the Home”, ou seja, “Igualdade em casa”, Thomas Hansen é enfático ao analisar os dados. “Quanto mais ajudar um homem na casa, maior o risco de divórcio”. Ele continua: “Casais modernos distribuem tarefas domésticas e têm uma percepção menor do casamento sagrado, nestes casais modernos, as mulheres muitas vezes são altamente qualificadas e têm empregos bem pagos, tornando-se menos dependentes economicamente dos seus maridos. Portanto, podem lidar mais facilmente com casos de divórcio”
A Noruega tem uma longa tradição de igualdade de género, e a educação dos filhos é compartilhada igualmente entre mães e pais em 70% dos casos, mas quando se trata de tarefas domésticas, as mulheres na Noruega ainda realizam a maior parte das tarefas. O estudo enfatizou que as mulheres fazem isso por sua própria vontade estão “felizes” como as mulheres dos casais “modernos”.
Os dados mostram claramente que “quanto mais um homem faz em casa, maior a taxa de divórcio”, finalizou Hansen.
Lê o estudo na íntegra
Fonte: teste.desporto365.com
Um dos autores do estudo, intitulado “Equality in the Home”, ou seja, “Igualdade em casa”, Thomas Hansen é enfático ao analisar os dados. “Quanto mais ajudar um homem na casa, maior o risco de divórcio”. Ele continua: “Casais modernos distribuem tarefas domésticas e têm uma percepção menor do casamento sagrado, nestes casais modernos, as mulheres muitas vezes são altamente qualificadas e têm empregos bem pagos, tornando-se menos dependentes economicamente dos seus maridos. Portanto, podem lidar mais facilmente com casos de divórcio”
A Noruega tem uma longa tradição de igualdade de género, e a educação dos filhos é compartilhada igualmente entre mães e pais em 70% dos casos, mas quando se trata de tarefas domésticas, as mulheres na Noruega ainda realizam a maior parte das tarefas. O estudo enfatizou que as mulheres fazem isso por sua própria vontade estão “felizes” como as mulheres dos casais “modernos”.
Os dados mostram claramente que “quanto mais um homem faz em casa, maior a taxa de divórcio”, finalizou Hansen.
Lê o estudo na íntegra
Fonte: teste.desporto365.com
Marcelo Rebelo de Sousa já saiu do hospital e diz que "está tudo bem"
Presidente da República foi levado para o Hospital de Braga por precaução.
Marcelo Rebelo de Sousa sentiu-se mal este sábado numa visita ao santuário do Bom Jesus, em Braga. O Presidente da República terá pedido um copo de água, mas acabou por desfalecer.
Vídeo mostra momento em que Marcelo desmaia e é transportado em braços Presidente desmaiou em Braga.
Marcelo desmaiou à saída do santuário e foi levado em braços para o Hotel do Templo, próximo do local, para ser assistido.
Uma fonte presidencial confirmou ao Jornal de Negócios que Marcelo Rebelo de Sousa sofreu uma "quebra de tensão provocada pelo calor excessivo".
O INEM chegou ao local às 13h07 para assistir o Presidente. Assessor de comunicação afirma que o presidente está a "apanhar ar" e os médicos aconselharam ida de Marcelo ao Hospital de Braga por precaução onde serão feitos exames.
À saída do hospital, por volta das 17h04, Marcelo Rebelo de Sousa revelou que "está tudo bem" e que se sente melhor. O Presidente da República diz que a razão da sua indisposição foi uma intoxicação alimentar aguda que resultou numa desidratação, que aliada à alta temperatura provocou uma quebra abrupta de tensão. "Quando estava a terminar a visita ao Santuário do Bom Jesus disse que não me estava a sentir bem e que a qualquer momento ia desmaiar. Ainda pedi àgua, mas já não deu tempo", afirmou em declarações aos jornalistas.
Menos de uma semana depois da formalização da candidatura das Festas de São João de Braga a Património Cultural Imaterial, Marcelo Rebelo de Sousa tinha previsto passar hoje o dia na cidade, começando por visitar o Santuário do Bom Jesus do Monte ao final da manhã.
O Presidente da República afirmou que não vai estar presente no São João de Braga, mas afirma "que fica para o ano". "Era um sonho o São João de Braga", disse Marcelo.
Programa de Marcelo previsto para este fim de semana vai sofrer "adaptação"
Nota da Presidência da República afirma que o Presidente "teve esta manhã uma ligeira indisposição". Na mesma nota é dito que o programa previsto para este fim de semana vai sofrer "uma adaptação".
Este ajuste da agenda do presidente da República deverá comprometer a presença de Marcelo Rebelo de Sousa nas festividades do São João. O presidente tinha planeado inaugurar a estátua de São João na rotunda do Parque da Ponte, na bracarense avenida da Liberdade, deverá cancelar o evento como parte do ajuste de agenda já anunciado pela Presidência da República.
À saída do hospital, Marcelo confirmou que não vai continuar a visita hoje "por indicação médica", e que amanhã também não irá seguir o programa. O Presidente diz esperar estar em condições para retomar a agenda na próxima segunda-feira, uma vez que não pode "pôr em causa" a visita a Washington, marcada para terça-feira.
Cavaco Silva desmaiou enquanto discursava na Guarda há quatro anos
Cavaco Silva desmaiou a 10 de junho de 2014 enquanto discursava na tribuna na Guarda. O então Presidente da República estava presente nas comemorações do Dia de Portugal quando se sentiu mal.
Na altura, foi imediatamente retirado pelos seguranças, pelo Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas e os ajudantes de campo do Exército e da Marinha para as traseiras da tribuna de honra onde foi assistido por volta das 10h40.
cmjornal.pt
Marcelo Rebelo de Sousa sentiu-se mal este sábado numa visita ao santuário do Bom Jesus, em Braga. O Presidente da República terá pedido um copo de água, mas acabou por desfalecer.
Vídeo mostra momento em que Marcelo desmaia e é transportado em braços Presidente desmaiou em Braga.
Marcelo desmaiou à saída do santuário e foi levado em braços para o Hotel do Templo, próximo do local, para ser assistido.
Uma fonte presidencial confirmou ao Jornal de Negócios que Marcelo Rebelo de Sousa sofreu uma "quebra de tensão provocada pelo calor excessivo".
O INEM chegou ao local às 13h07 para assistir o Presidente. Assessor de comunicação afirma que o presidente está a "apanhar ar" e os médicos aconselharam ida de Marcelo ao Hospital de Braga por precaução onde serão feitos exames.
À saída do hospital, por volta das 17h04, Marcelo Rebelo de Sousa revelou que "está tudo bem" e que se sente melhor. O Presidente da República diz que a razão da sua indisposição foi uma intoxicação alimentar aguda que resultou numa desidratação, que aliada à alta temperatura provocou uma quebra abrupta de tensão. "Quando estava a terminar a visita ao Santuário do Bom Jesus disse que não me estava a sentir bem e que a qualquer momento ia desmaiar. Ainda pedi àgua, mas já não deu tempo", afirmou em declarações aos jornalistas.
Menos de uma semana depois da formalização da candidatura das Festas de São João de Braga a Património Cultural Imaterial, Marcelo Rebelo de Sousa tinha previsto passar hoje o dia na cidade, começando por visitar o Santuário do Bom Jesus do Monte ao final da manhã.
O Presidente da República afirmou que não vai estar presente no São João de Braga, mas afirma "que fica para o ano". "Era um sonho o São João de Braga", disse Marcelo.
Programa de Marcelo previsto para este fim de semana vai sofrer "adaptação"
Nota da Presidência da República afirma que o Presidente "teve esta manhã uma ligeira indisposição". Na mesma nota é dito que o programa previsto para este fim de semana vai sofrer "uma adaptação".
Este ajuste da agenda do presidente da República deverá comprometer a presença de Marcelo Rebelo de Sousa nas festividades do São João. O presidente tinha planeado inaugurar a estátua de São João na rotunda do Parque da Ponte, na bracarense avenida da Liberdade, deverá cancelar o evento como parte do ajuste de agenda já anunciado pela Presidência da República.
À saída do hospital, Marcelo confirmou que não vai continuar a visita hoje "por indicação médica", e que amanhã também não irá seguir o programa. O Presidente diz esperar estar em condições para retomar a agenda na próxima segunda-feira, uma vez que não pode "pôr em causa" a visita a Washington, marcada para terça-feira.
Cavaco Silva desmaiou enquanto discursava na Guarda há quatro anos
Cavaco Silva desmaiou a 10 de junho de 2014 enquanto discursava na tribuna na Guarda. O então Presidente da República estava presente nas comemorações do Dia de Portugal quando se sentiu mal.
Na altura, foi imediatamente retirado pelos seguranças, pelo Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas e os ajudantes de campo do Exército e da Marinha para as traseiras da tribuna de honra onde foi assistido por volta das 10h40.
cmjornal.pt
ÍNDIA - Menina de seis anos raptada, violada e mutilada em troca de um gelado
Homem seria um dos elementos do catering de um evento no qual a criança participava.
Uma criança de seis anos aceitou sair do casamento em que se encontrava na companhia dos pais, com um estranho, porque este lhe prometeu que lhe ia dar um gelado.
Imagens de videovigilância mostram a menina, com um vestido branco, a ir atrás do homem numa rua em Gwalior, na India, na quarta-feira à tarde.
O homem é visto, três horas depois, a regressar, mas sem a criança, noticia o Mirror.
A polícia revelou que a criança foi violada e depois sufocada até à morte. O seu rosto foi desfigurado, com recurso a uma pedra, para que esta ficasse irreconhecível.
Acredita-se que o criminoso será um elemento da equipa de catering do casamento, que entretanto já oi detido.
NAOM
Uma criança de seis anos aceitou sair do casamento em que se encontrava na companhia dos pais, com um estranho, porque este lhe prometeu que lhe ia dar um gelado.
Imagens de videovigilância mostram a menina, com um vestido branco, a ir atrás do homem numa rua em Gwalior, na India, na quarta-feira à tarde.
O homem é visto, três horas depois, a regressar, mas sem a criança, noticia o Mirror.
A polícia revelou que a criança foi violada e depois sufocada até à morte. O seu rosto foi desfigurado, com recurso a uma pedra, para que esta ficasse irreconhecível.
Acredita-se que o criminoso será um elemento da equipa de catering do casamento, que entretanto já oi detido.
NAOM
ONU promete mobilizar ajuda para eleições em novembro na Guiné-Bissau se a data for mantida
O novo representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, o brasileiro José Viegas Filho, anunciou a mobilização internacional para apoiar financeiramente as eleições legislativas, previstas para novembro, caso seja mantida a data do escrutínio.
Na sua primeira grande entrevista à Lusa e RTP, desde que chegou a Bissau há três semanas, Viegas Filho disse sentir “uma conjuntura favorável” em relação à Guiné-Bissau, o que o levou a afirmar que a comunidade internacional está disposta a aumentar os apoios financeiros caso estes se justifiquem, a questão será, contudo, a manutenção da data de 18 de novembro para o escrutínio.
“Quando ganharmos suficiente demonstração de firmeza por parte dos partidos políticos, por parte das instituições deste país, o dinheiro certamente chegará para que nós tenhamos as eleições realizadas”, defendeu o representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau.
José Viegas Filho observou que “o problema do momento” são os equipamentos de registo de eleitores para os quais, disse, já existem contribuições da ONU, de países e de instituições internacionais. O diplomata afirmou ter confiança de que se for necessário os apoios serão aumentados nesse sentido.
O representante de António Guterres na Guiné-Bissau sublinhou igualmente ser “urgente encaminhar” o processo eleitoral e ainda uma demonstração de determinação das autoridades guineenses, da própria ONU e da comunidade internacional na vontade de realização de eleições legislativas na data prevista.
Com as eleições realizadas em novembro e com a estabilidade política recuperada, Viegas Filho acredita que estarão criadas todas as condições para que a Guiné-Bissau volte a receber, da comunidade internacional, uma nova ajuda financeira, “talvez tão intensa” como aquela anunciada, mas ainda não disponibilizada, no âmbito do programa Terra Ranka, disse.
Numa mesa redonda em março de 2015, realizada na Bélgica, a comunidade internacional prometeu 1,5 mil milhões dólares para financiar o programa de desenvolvimento da Guiné-Bissau, Terra Ranka.
Viegas Filho avisou que as esperanças atuais em relação às eleições legislativas, previstas para 18 de novembro, não podem ser defraudadas.
“Se estas esperanças não se confirmarem, em novembro, será extremamente difícil para mim provocar um apoio da comunidade internacional em favor deste país”, disse o diplomata da ONU.
24.sapo.pt
Na sua primeira grande entrevista à Lusa e RTP, desde que chegou a Bissau há três semanas, Viegas Filho disse sentir “uma conjuntura favorável” em relação à Guiné-Bissau, o que o levou a afirmar que a comunidade internacional está disposta a aumentar os apoios financeiros caso estes se justifiquem, a questão será, contudo, a manutenção da data de 18 de novembro para o escrutínio.
“Quando ganharmos suficiente demonstração de firmeza por parte dos partidos políticos, por parte das instituições deste país, o dinheiro certamente chegará para que nós tenhamos as eleições realizadas”, defendeu o representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau.
José Viegas Filho observou que “o problema do momento” são os equipamentos de registo de eleitores para os quais, disse, já existem contribuições da ONU, de países e de instituições internacionais. O diplomata afirmou ter confiança de que se for necessário os apoios serão aumentados nesse sentido.
O representante de António Guterres na Guiné-Bissau sublinhou igualmente ser “urgente encaminhar” o processo eleitoral e ainda uma demonstração de determinação das autoridades guineenses, da própria ONU e da comunidade internacional na vontade de realização de eleições legislativas na data prevista.
Com as eleições realizadas em novembro e com a estabilidade política recuperada, Viegas Filho acredita que estarão criadas todas as condições para que a Guiné-Bissau volte a receber, da comunidade internacional, uma nova ajuda financeira, “talvez tão intensa” como aquela anunciada, mas ainda não disponibilizada, no âmbito do programa Terra Ranka, disse.
Numa mesa redonda em março de 2015, realizada na Bélgica, a comunidade internacional prometeu 1,5 mil milhões dólares para financiar o programa de desenvolvimento da Guiné-Bissau, Terra Ranka.
Viegas Filho avisou que as esperanças atuais em relação às eleições legislativas, previstas para 18 de novembro, não podem ser defraudadas.
“Se estas esperanças não se confirmarem, em novembro, será extremamente difícil para mim provocar um apoio da comunidade internacional em favor deste país”, disse o diplomata da ONU.
24.sapo.pt
Presidente das Filipinas confessa que não gosta de nomear mulheres
O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, confessou hoje que prefere não nomear mulheres para "cargos importantes"no Governo, uma vez que se sente incomodado em pedir que cumpram determinadas missões ou tarefas.
O controverso Chefe de Estado filipino exemplificou, dizendo que se sente “incomodado por pedir a uma mulher que vá de repente a Marawi”, cidade onde em 2017 se travou durante cinco meses uma sangrenta batalha entre o exército e partidários do movimento terrorista Estado Islâmico, comandados pelo grupo Maute.
“Pode pedir-se isso a uma mulher, forçá-la a essa situação?”, questionou o presidente filipino,durante uma sessão pública de discussão de novas tecnologias.
Duterte, que tem um largo registo de afirmações consideradas misóginas e sexistas, garante que prefere trabalhar com homens porque estes “podem receber uma avalanche de ordens sem se queixarem”.
O governante de 73 anos diz ainda que há certos cargos “mais adequados às mulheres”, como a pasta do Turismo.
No gabinete de Duterte têm assento cinco mulheres, nos departamentos de Turismo, Educação e Bem Estar Social e nas comissões contra a pobreza e dos muçulmanos.
Duterte esteve no centro de mais uma polémica no início de junho quando beijou nos lábios uma mulher da comunidade filipina de Seoul, Coreia do Sul.
Em fevereiro tinha também recomendado aos militares que “alvejassem a tiro as vaginas das guerrilheiras, para que estas não possam procriar.
24.sapo.pt
O controverso Chefe de Estado filipino exemplificou, dizendo que se sente “incomodado por pedir a uma mulher que vá de repente a Marawi”, cidade onde em 2017 se travou durante cinco meses uma sangrenta batalha entre o exército e partidários do movimento terrorista Estado Islâmico, comandados pelo grupo Maute.
“Pode pedir-se isso a uma mulher, forçá-la a essa situação?”, questionou o presidente filipino,durante uma sessão pública de discussão de novas tecnologias.
Duterte, que tem um largo registo de afirmações consideradas misóginas e sexistas, garante que prefere trabalhar com homens porque estes “podem receber uma avalanche de ordens sem se queixarem”.
O governante de 73 anos diz ainda que há certos cargos “mais adequados às mulheres”, como a pasta do Turismo.
No gabinete de Duterte têm assento cinco mulheres, nos departamentos de Turismo, Educação e Bem Estar Social e nas comissões contra a pobreza e dos muçulmanos.
Duterte esteve no centro de mais uma polémica no início de junho quando beijou nos lábios uma mulher da comunidade filipina de Seoul, Coreia do Sul.
Em fevereiro tinha também recomendado aos militares que “alvejassem a tiro as vaginas das guerrilheiras, para que estas não possam procriar.
24.sapo.pt
"Crises e oportunidades: jovens guineenses na vanguarda"
Por: SANTOS FERNANDES
De 2012 à 2018, o nosso país experimentou crises político-militares que afetaram, sobremaneira, o seu tecido social e económico.
No epicentro dessas peripécias políticas, de um lado, o partido libertador - PAIGC - vem ganhando eleições, umas atrás de outras, e, por outro lado, o PAIGC vai acumulando "intrigas", "fricções" e "traições", ao longo de mais de quatro décadas a esta parte. Ele não tem conseguido cumprir o "programa maior", por várias razões e, sobretudo, por "culpa própria".
Porém, se é verdade que a nossa classe politica é o reflexo do dirigismo político-partidário do PAIGC na atmosfera política guineense, também, não é menos verdade que a luta entre facções no seio do PAIGC acaba afetando o tecido social e político guineenses, minando, deste modo, o consenso mínimo que se quer presente na sociedade guineense, na medida em que trata-se da principal "formação política" ao nível nacional.
Ora, em face ao constante embroglio político guineense, no qual o PAIGC vai ganhando as eleições atrás de eleições, contudo, este partido não consegue governar a si mesmo, não consegue gerir os seus problemas internos e, muito menos, consegue gerir positivamente o país como um todo.
Não menos importante, os jovens, tristemente, não têm sido "achados" e, muito menos, "tidos" em linha de consideração, pelo menos, do ponto de vista estratégico e sustentado, em todo esse processo.
Em consequência desta prática, verifica-se, cada vez mais, a vulnerabilidade e a dependência dos jovens face ao processo político, por quanto são, frequentemente, instrumentalizados, banalizados e, digamos assim, colocados, pura e simplesmente, nas estruturas "subalternas" da esfera de decisão, como meros assistentes dos líderes políticos.
À título de exemplo, esta semana, o PM, Aristides Gomes, apresentou o programa do seu governo de "consenso", no hemiciclo, sem uma prévia auscultação dos anseios e das perspectivas das estruturas representativas da camada juvenil, nomeadamente CNJ e RENAJ, não obstante, o mandato deste governo se cirscuncrever à realização das eleições legislativas previstas para o mês de novembro próximo.
À meu ver, eis as razões fundamentais, às quais essas "crises" de LIDERANÇAS, quer sejam no PAIGC e noutras formações político-partidárias, quer sejam ao nível do Estado, se possam traduzir em "oportunidades" concretas e objectivas para uma participação mais activa e efectiva dos jovens no processo político-eleitoral que se avizinha.
Por conseguinte, em jeito duma simples chamada de atenção, espera-se que os jovens guineenses assumam, efectivamente, o protagonismo nessas eleições à seu favor.
Que os jovens guineenses, ávidos por um futuro mais próspero, não troquem seus preciosos votos por banalidades como: "t-shirts",(camisolas), piqueniques, prendas, etc.
Apenas uma opinião!
Bissau, 22/6/2018
Santos Fernandes
Fonte: Braima Darame
De 2012 à 2018, o nosso país experimentou crises político-militares que afetaram, sobremaneira, o seu tecido social e económico.
No epicentro dessas peripécias políticas, de um lado, o partido libertador - PAIGC - vem ganhando eleições, umas atrás de outras, e, por outro lado, o PAIGC vai acumulando "intrigas", "fricções" e "traições", ao longo de mais de quatro décadas a esta parte. Ele não tem conseguido cumprir o "programa maior", por várias razões e, sobretudo, por "culpa própria".
Porém, se é verdade que a nossa classe politica é o reflexo do dirigismo político-partidário do PAIGC na atmosfera política guineense, também, não é menos verdade que a luta entre facções no seio do PAIGC acaba afetando o tecido social e político guineenses, minando, deste modo, o consenso mínimo que se quer presente na sociedade guineense, na medida em que trata-se da principal "formação política" ao nível nacional.
Ora, em face ao constante embroglio político guineense, no qual o PAIGC vai ganhando as eleições atrás de eleições, contudo, este partido não consegue governar a si mesmo, não consegue gerir os seus problemas internos e, muito menos, consegue gerir positivamente o país como um todo.
Não menos importante, os jovens, tristemente, não têm sido "achados" e, muito menos, "tidos" em linha de consideração, pelo menos, do ponto de vista estratégico e sustentado, em todo esse processo.
Em consequência desta prática, verifica-se, cada vez mais, a vulnerabilidade e a dependência dos jovens face ao processo político, por quanto são, frequentemente, instrumentalizados, banalizados e, digamos assim, colocados, pura e simplesmente, nas estruturas "subalternas" da esfera de decisão, como meros assistentes dos líderes políticos.
À título de exemplo, esta semana, o PM, Aristides Gomes, apresentou o programa do seu governo de "consenso", no hemiciclo, sem uma prévia auscultação dos anseios e das perspectivas das estruturas representativas da camada juvenil, nomeadamente CNJ e RENAJ, não obstante, o mandato deste governo se cirscuncrever à realização das eleições legislativas previstas para o mês de novembro próximo.
À meu ver, eis as razões fundamentais, às quais essas "crises" de LIDERANÇAS, quer sejam no PAIGC e noutras formações político-partidárias, quer sejam ao nível do Estado, se possam traduzir em "oportunidades" concretas e objectivas para uma participação mais activa e efectiva dos jovens no processo político-eleitoral que se avizinha.
Por conseguinte, em jeito duma simples chamada de atenção, espera-se que os jovens guineenses assumam, efectivamente, o protagonismo nessas eleições à seu favor.
Que os jovens guineenses, ávidos por um futuro mais próspero, não troquem seus preciosos votos por banalidades como: "t-shirts",(camisolas), piqueniques, prendas, etc.
Apenas uma opinião!
Bissau, 22/6/2018
Santos Fernandes
Fonte: Braima Darame
BCEAO DIZ QUE O SISTEMA BANCÁRIO GUINEENSE ESTÁ PORTAR-SE BEM
O Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) garantiu hoje, 22 de Junho 2018, que o sistema bancário guineense está a portar-se bem. Avaliação foi anunciada durante um encontro entre a direção do BCEAO e os bancos comerciais do país.
O encontro enquadra-se no cumprimento do calendário das reuniões trimestrais que visam debater assuntos candentes desse setor e adotar medidas de acompanhamento para suprir as dificuldades que o sistema bancário enfrenta.
No final da reunião, o Conselheiro da Diretora Nacional do BCEAO, Filomeno Lobo de Pina, contou que um dos assuntos de atualidade económica abordada é retivamente à campanha de comercialização de caju, assegurando que o sistema bancário da Guiné-Bissau está a portar-se bem e tem acompanhado na medida de possível a economia.
Na reunião, segundo Filomeno Lobo de Pina, para além de discussão relativa às outras vias possíveis que permitam o sistema bancário ser mais interventivo a nível no financiamento das economias, foi também o entendimento dos bancos que o BCEAO tem acompanhado regularmente o sistema bancário nacional, enfatizando novos dispositivos adotados a nível da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) que permitam os bancos terem outros mecanismos de financiamento à economia.
BCEAO criou um novo mecanismo chamado Bureau de Informação de Crédito que permite ter uma visibilidade do empresariado que recorre ao seu crédito.
“Bureau de Informação de Crédito permite os bancos saber se o indivíduo não tem dívidas com outros bancos, se não tem dívidas da taxa do telefone, paga os impostos, ou seja, se a pessoa está dentro dos parâmetros estabelecidos”, explica Lobo de Pina, quando respondia à situação dos créditos mal parados nos bancos comerciais.
O vice-presidente da Associação Profissional dos Bancos, Amadou Allaye Sankaré, disse que os bancos comerciais do país estão a portar-se bem, enaltecendo a importância desses encontros trimestrais com o BCEAO para analisar a situação económica e financeira dos bancos.
Por: Sene CAMARÁ
OdemocrataGB
O encontro enquadra-se no cumprimento do calendário das reuniões trimestrais que visam debater assuntos candentes desse setor e adotar medidas de acompanhamento para suprir as dificuldades que o sistema bancário enfrenta.
No final da reunião, o Conselheiro da Diretora Nacional do BCEAO, Filomeno Lobo de Pina, contou que um dos assuntos de atualidade económica abordada é retivamente à campanha de comercialização de caju, assegurando que o sistema bancário da Guiné-Bissau está a portar-se bem e tem acompanhado na medida de possível a economia.
Na reunião, segundo Filomeno Lobo de Pina, para além de discussão relativa às outras vias possíveis que permitam o sistema bancário ser mais interventivo a nível no financiamento das economias, foi também o entendimento dos bancos que o BCEAO tem acompanhado regularmente o sistema bancário nacional, enfatizando novos dispositivos adotados a nível da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) que permitam os bancos terem outros mecanismos de financiamento à economia.
BCEAO criou um novo mecanismo chamado Bureau de Informação de Crédito que permite ter uma visibilidade do empresariado que recorre ao seu crédito.
“Bureau de Informação de Crédito permite os bancos saber se o indivíduo não tem dívidas com outros bancos, se não tem dívidas da taxa do telefone, paga os impostos, ou seja, se a pessoa está dentro dos parâmetros estabelecidos”, explica Lobo de Pina, quando respondia à situação dos créditos mal parados nos bancos comerciais.
O vice-presidente da Associação Profissional dos Bancos, Amadou Allaye Sankaré, disse que os bancos comerciais do país estão a portar-se bem, enaltecendo a importância desses encontros trimestrais com o BCEAO para analisar a situação económica e financeira dos bancos.
Por: Sene CAMARÁ
OdemocrataGB
DEPUTADOS APROVAM ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO NA GENERALIDADE
Os deputados da Guiné-Bissau votaram por unanimidade o Orçamento Geral do Estado do Governo liderado por Aristides Gomes para o ano económico 2018, estimado em duzentos e doze bilhões trezentos e trinta e um milhões [cerca de 324 milhões de euros].
A previsão das receitas globais para o ano de 2018 registaram um aumento em cerca de 23% em relação ao ano de 2017. O déficit orçamental é de 68.548 milhões de francos CFA. A sua cobertura fica agora sob responsabilidade do Governo, através do Ministério da Economia e Finanças, autorizado a contrair empréstimos necessários junto das instituições financeiras e de outros mercados financeiros.
O orçamento vai vigorar até as eleições legislativas de 18 de Novembro de 2018, mas, ontem, 21 de Junho, no primeiro dia de apresentação do instrumento que depois ficou inconclusivo, o primeiro-ministro minimizou a questão de quem leva ou não o maior bolo orçamental. O chefe de governo disse aos jornalistas que não era relevante, contudo, fez referência a dois setores sociais (educação e saúde). Por exemplo, o setor da educação deverá beneficiar de 10%, enquanto o da saúde absorve 7%, dos 212 331 milhões FCFA apresentados aos deputados.
Um dos dois instrumentos que legitimam a governação de um Executivo foi discutido dois dias consecutivos (quinta e sextas-feiras) e, finalmente, aceite na generalidade pelos 90 dos 102 parlamentares presentes na sessão desta sexta-feira, 22 de Junho de 2018.
Segundo o documento consultado pelo Jornal O Democrata, prevê-se como fonte de receitas de OGB, as alfândegas 50% (contra 52 executados em 2017), impostos com 34% (contra 32% executados em 2017), pescas com 6% e outras receitas que atinge a 10% devido a contabilização de venda de madeira confiscada.
Depois da votação, Aristides Gomes afirma que o orçamento apresentado é “exequível”.
“É um orçamento exequível, porque estava a ser executado. É uma luz verde para continuarmos a trabalhar na mesma linha”, realça, indicando que o seu governo vai continuar a trabalhar, reformando a instituições de cobranças de receitas para contornar as lacunas que existem no documento.
CALIFA SEIDE AFIRMA QUE ORÇAMENTO APRESENTADO É EXEQUÍVEL
Califa Seide, líder da bancada parlamentar do PAIGC, afirma que o seu grupo decidiu votar favoravelmente o orçamento porque é “exequível”, se trata de um orçamento de apenas um ano e que por sinal uma parte já tinha sido executada.
SERTÓRIO BIOTE: “VOTAÇÃO DO ORÇAMENTO É REFLEXO DE ANÁLISE PROFUNDA DAS DUAS BANCADAS”
Por sua vez, o líder da bancada para lamentar do Partido da Renovação Social, Sertório Biote, justifica que a votação do documento é resultado de uma análise profunda das duas bancadas parlamentares maioritárias (PAIGC e PRS) fundamentada nos termos das indicações do Acordo de Conacri, “portanto é exequível”.
“O governo já tem dois instrumentos fundamentais de governação para poder cumprir com a sua nobre missão, organizar as eleições no dia 18 de Novembro”, refere Sertório Biote.
Concluída a fase de legitimação, a partir da próxima semana todos os ministros voltam à ANP, em função das comissões especializadas de diferentes áreas, para iniciar os trabalhos da lei do orçamento, já aprovada.
Por: Filomeno Sambú
OdemocrataGB
A previsão das receitas globais para o ano de 2018 registaram um aumento em cerca de 23% em relação ao ano de 2017. O déficit orçamental é de 68.548 milhões de francos CFA. A sua cobertura fica agora sob responsabilidade do Governo, através do Ministério da Economia e Finanças, autorizado a contrair empréstimos necessários junto das instituições financeiras e de outros mercados financeiros.
O orçamento vai vigorar até as eleições legislativas de 18 de Novembro de 2018, mas, ontem, 21 de Junho, no primeiro dia de apresentação do instrumento que depois ficou inconclusivo, o primeiro-ministro minimizou a questão de quem leva ou não o maior bolo orçamental. O chefe de governo disse aos jornalistas que não era relevante, contudo, fez referência a dois setores sociais (educação e saúde). Por exemplo, o setor da educação deverá beneficiar de 10%, enquanto o da saúde absorve 7%, dos 212 331 milhões FCFA apresentados aos deputados.
Um dos dois instrumentos que legitimam a governação de um Executivo foi discutido dois dias consecutivos (quinta e sextas-feiras) e, finalmente, aceite na generalidade pelos 90 dos 102 parlamentares presentes na sessão desta sexta-feira, 22 de Junho de 2018.
Segundo o documento consultado pelo Jornal O Democrata, prevê-se como fonte de receitas de OGB, as alfândegas 50% (contra 52 executados em 2017), impostos com 34% (contra 32% executados em 2017), pescas com 6% e outras receitas que atinge a 10% devido a contabilização de venda de madeira confiscada.
Depois da votação, Aristides Gomes afirma que o orçamento apresentado é “exequível”.
“É um orçamento exequível, porque estava a ser executado. É uma luz verde para continuarmos a trabalhar na mesma linha”, realça, indicando que o seu governo vai continuar a trabalhar, reformando a instituições de cobranças de receitas para contornar as lacunas que existem no documento.
CALIFA SEIDE AFIRMA QUE ORÇAMENTO APRESENTADO É EXEQUÍVEL
Califa Seide, líder da bancada parlamentar do PAIGC, afirma que o seu grupo decidiu votar favoravelmente o orçamento porque é “exequível”, se trata de um orçamento de apenas um ano e que por sinal uma parte já tinha sido executada.
SERTÓRIO BIOTE: “VOTAÇÃO DO ORÇAMENTO É REFLEXO DE ANÁLISE PROFUNDA DAS DUAS BANCADAS”
Por sua vez, o líder da bancada para lamentar do Partido da Renovação Social, Sertório Biote, justifica que a votação do documento é resultado de uma análise profunda das duas bancadas parlamentares maioritárias (PAIGC e PRS) fundamentada nos termos das indicações do Acordo de Conacri, “portanto é exequível”.
“O governo já tem dois instrumentos fundamentais de governação para poder cumprir com a sua nobre missão, organizar as eleições no dia 18 de Novembro”, refere Sertório Biote.
Concluída a fase de legitimação, a partir da próxima semana todos os ministros voltam à ANP, em função das comissões especializadas de diferentes áreas, para iniciar os trabalhos da lei do orçamento, já aprovada.
Por: Filomeno Sambú
OdemocrataGB
sexta-feira, 22 de junho de 2018
Mantenham- se calmos porque ninguém vai ser preso…, quanto mais o DSP.
Fonte: dokainternacionaldenunciante.blogspot.com
What’s wrong??? Everyone must be calm, because no one will be arrested.
Mantenham- se calmos porque ninguém vai ser preso…, quanto mais o DSP.
Porque quem manda na Guiné Bissau de uns tempos para cá, é a CEDEAO e quem protege DSP é a CEDEAO e a CEDEAO jamais irá permitir que DSP seja detido. Basta juntarem as pontas que irão ver o filme completo.
É mais fácil a CEDEAO dar ou promover e financiar um golpe de estado na Guiné Bissau e destituir ao Jomav do poder e mata-lo…, do que DSP ser preso.
Mas quem esta administrando a Guiné Bissau atualmente é a CEDEAO e acreditem que nem Jomav e muito menos os que o rodeiam e vão aconselhando erradamente têm a coragem de fazer frente a CEDEAO.
Vejamos:
1º Quem sancionou a quem na Guiné Bissau?
2º Quem escolta e protege ao DSP?
3º Quem Controla o palácio aonde Jomav dorme?
4º Quem humilhou ao Jomav no encontro com todos os lideres presentes na sala?
5º Quem ajudou a repassar a péssima imagem a nivél internacional fazendo que este perdesse a credibilidade perante aos seus homólogos?
6º Quem protegeu ao PAIGC até aqui indo aos almoços com este e aquele???
Resposta
CEDEAO…., portanto deixem de barulho, porque DSP e nenhum elemento próximo ao DSP será detido
What’s wrong??? Everyone must be calm, because no one will be arrested.
Mantenham- se calmos porque ninguém vai ser preso…, quanto mais o DSP.
Porque quem manda na Guiné Bissau de uns tempos para cá, é a CEDEAO e quem protege DSP é a CEDEAO e a CEDEAO jamais irá permitir que DSP seja detido. Basta juntarem as pontas que irão ver o filme completo.
É mais fácil a CEDEAO dar ou promover e financiar um golpe de estado na Guiné Bissau e destituir ao Jomav do poder e mata-lo…, do que DSP ser preso.
Mas quem esta administrando a Guiné Bissau atualmente é a CEDEAO e acreditem que nem Jomav e muito menos os que o rodeiam e vão aconselhando erradamente têm a coragem de fazer frente a CEDEAO.
Vejamos:
1º Quem sancionou a quem na Guiné Bissau?
2º Quem escolta e protege ao DSP?
3º Quem Controla o palácio aonde Jomav dorme?
4º Quem humilhou ao Jomav no encontro com todos os lideres presentes na sala?
5º Quem ajudou a repassar a péssima imagem a nivél internacional fazendo que este perdesse a credibilidade perante aos seus homólogos?
6º Quem protegeu ao PAIGC até aqui indo aos almoços com este e aquele???
Resposta
CEDEAO…., portanto deixem de barulho, porque DSP e nenhum elemento próximo ao DSP será detido
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sexta-feira, junho 22, 2018
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José Mário Vaz - Visita as instalações da Agro-Safim em Portugole, acompanhado pelo Embaixador de Portugal na Guiné-Bissau e pelo Ministro da Agricultura em representação do Governo.
É com muito agrado que constatamos no terreno o grande investimento desta empresa portuguesa no nosso mercado, aumentando significativamente a sua produção e já na fase de exportação, conta com cerca de 500 funcionários na sua maioria de contratação local.
Fonte: José Mário Vaz - Presidente da Republica da Guiné-Bissau
Fonte: José Mário Vaz - Presidente da Republica da Guiné-Bissau
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sexta-feira, junho 22, 2018
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Homem contrata garota de programa e descobre que ela é sua esposa
Foto: meramente ilustrativa
Um homem de 46 anos, de Bom Jesus do Norte, no ES, ganhou as manchetes depois que sua tentativa de contratar uma prostituta através de um serviço online terminou em uma terrível confusão que provavelmente lhe custou o casamento.
O homem, que não teve a identidade revelada por razões de privacidade, vinha usando o site de reservas há alguns meses para contratar prostitutas. Ao fazer o check-in no motel, o homem usou seu telefone para acessar seu site regular usado para reservar prostitutas.
Convidados em quartos adjacentes ligaram para a recepção para relatar um distúrbio por volta das 8h da noite depois que a mulher chegou e descobriu que seu cliente não era outra senão o marido com quem ela estava casada durante 17 anos.
Fonte: Folha ES
Um homem de 46 anos, de Bom Jesus do Norte, no ES, ganhou as manchetes depois que sua tentativa de contratar uma prostituta através de um serviço online terminou em uma terrível confusão que provavelmente lhe custou o casamento.
O homem, que não teve a identidade revelada por razões de privacidade, vinha usando o site de reservas há alguns meses para contratar prostitutas. Ao fazer o check-in no motel, o homem usou seu telefone para acessar seu site regular usado para reservar prostitutas.
Convidados em quartos adjacentes ligaram para a recepção para relatar um distúrbio por volta das 8h da noite depois que a mulher chegou e descobriu que seu cliente não era outra senão o marido com quem ela estava casada durante 17 anos.
Fonte: Folha ES
INVESTIMENTO - EUA vão investir 33 milhões na castanha de caju na Guiné-Bissau
O embaixador dos EUA na Guiné-Bissau anunciou hoje um investimento de 22 mil milhões de francos cfa (33 milhões de euros) na fileira da castanha de caju, no âmbito de um projeto que inclui também a Gâmbia e o Senegal.
"A boa notícia é que o nosso Governo decidiu investir 22 mil milhões de francos cfa para fortalecer a cadeia de valor da castanha de caju no Senegal, Gâmbia e Guiné-Bissau", afirmou Tulinabo Mushingi à saída de uma audiência com o Presidente guineense, José Mário Vaz.
Segundo Tulinabo Mushingi, a empresa para executar o programa na Guiné-Bissau já está escolhida e o encontro com o chefe de Estado guineense serviu, entre outros assuntos, para pedir ajuda para o seu estabelecimento no país.
A castanha de caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau e motor do crescimento económico, mas o produto ainda não é transformado no país.
Segundo estudos realizados no país, a Guiné-Bissau podia ganhar dez vezes mais se aproveitasse o fruto e transformasse a castanha em amêndoa no país.
NAOM
"A boa notícia é que o nosso Governo decidiu investir 22 mil milhões de francos cfa para fortalecer a cadeia de valor da castanha de caju no Senegal, Gâmbia e Guiné-Bissau", afirmou Tulinabo Mushingi à saída de uma audiência com o Presidente guineense, José Mário Vaz.
Segundo Tulinabo Mushingi, a empresa para executar o programa na Guiné-Bissau já está escolhida e o encontro com o chefe de Estado guineense serviu, entre outros assuntos, para pedir ajuda para o seu estabelecimento no país.
A castanha de caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau e motor do crescimento económico, mas o produto ainda não é transformado no país.
Segundo estudos realizados no país, a Guiné-Bissau podia ganhar dez vezes mais se aproveitasse o fruto e transformasse a castanha em amêndoa no país.
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sexta-feira, junho 22, 2018
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FRONTEIRA EUA/MÉXICO - Criança que aparece na capa da Time não foi separada da mãe
Pai da menina cuja fotografia se tornou símbolo da desumanidade na fronteira entre Estados Unidos e México disse que a filha e a mulher estão juntas num centro de detenção. A sua filha não é uma das 2.300 que foram separadas dos pais, mas podia ter sido.
A fotografia de uma criança a chorar enquanto a mãe era revistada pelas autoridades na fronteira entre os Estados Unidos e o México tornou-se símbolo da crueldade da política de “tolerância zero” da administração Trump.
A mesma fotografia acabou por ser utilizada para a emblemática capa da Time, que sairá para as bancas na próxima quinta-feira, com a criança, a chorar, ao lado de um Donald Trump impávido e sereno.
No entanto, o pai da menina disse ao The Washington Post que a criança e a mãe não foram separadas na fronteira, mas sim que estão detidas em conjunto.
Ao início, pouco se sabia da história da menina. O fotojornalista John Moore contou que estava a falar com a mãe da menina, natural das Honduras, quando esta foi abordada pelas autoridades. A mãe pousou a menina no chão, ao que esta começou a chorar. Tirou de imediato a fotografia.
Na mesma altura, noticiava-se que 2.300 crianças foram separadas dos pais na fronteira dos Estados Unidos, com os relatos retirados de um interior dos campos de detenção a revelarem a crueldade vivida na fronteira. Perante a foto emblemática do momento que lá se vive, os media partiram do pressuposto que a menina de dois anos das Honduras também tinha sido separada da mãe.
Javier Varela Hernandez reconheceu de imediato a fotografia quando a viu a circular por todo o mundo. Temeu que a filha tivesse sido separada da mulher, Sandra Sanchez.
“No primeiro segundo que vi, soube que era a minha filha”, contou Varela Hernandez ao The Washington Post. “Reconheci-a imediatamente”.
Na quinta-feira, contudo, ficou a saber que a filha e a mulher estão juntas, detidas em McAllen, Texas. As duas foram detidas no passado dia 12 de junho, tendo sido transferidas para um centro de detenção a 17 de junho.
Varela Hernandez recebeu um telefonema da ministra dos negócios estrangeiros das Honduras que confirmou que a sua filha e a mulher estavam juntas. Apesar de não saber o estado em que se encontram, ficou aliviado por saber que a filha de apenas dois anos não estava sozinha.
Quando foi divulgado que a criança em causa não tinha sido separada da mãe, os media conservadores norte-americanos, em particular os que são próximos de Donald Trump, como o Breitbart, partilharam a história como ‘fake news’.
Contudo, como o próprio pai da menina hondurenha sublinha, não se pode duvidar das “violações de direitos humanos” que estão a ocorrer na fronteira. A sua filha, felizmente, não foi uma das 2.300 que foram separadas dos pais, mas podia ter sido.
Este pai, um bocado mais aliviado por saber que a filha não está sozinha, disse sentir “orgulho” na criança, que “representa o problema em torno da imigração”, em que crianças são separadas dos pais numa política de “tolerância zero”.
NAOM
A fotografia de uma criança a chorar enquanto a mãe era revistada pelas autoridades na fronteira entre os Estados Unidos e o México tornou-se símbolo da crueldade da política de “tolerância zero” da administração Trump.
A mesma fotografia acabou por ser utilizada para a emblemática capa da Time, que sairá para as bancas na próxima quinta-feira, com a criança, a chorar, ao lado de um Donald Trump impávido e sereno.
No entanto, o pai da menina disse ao The Washington Post que a criança e a mãe não foram separadas na fronteira, mas sim que estão detidas em conjunto.
Ao início, pouco se sabia da história da menina. O fotojornalista John Moore contou que estava a falar com a mãe da menina, natural das Honduras, quando esta foi abordada pelas autoridades. A mãe pousou a menina no chão, ao que esta começou a chorar. Tirou de imediato a fotografia.
Na mesma altura, noticiava-se que 2.300 crianças foram separadas dos pais na fronteira dos Estados Unidos, com os relatos retirados de um interior dos campos de detenção a revelarem a crueldade vivida na fronteira. Perante a foto emblemática do momento que lá se vive, os media partiram do pressuposto que a menina de dois anos das Honduras também tinha sido separada da mãe.
Javier Varela Hernandez reconheceu de imediato a fotografia quando a viu a circular por todo o mundo. Temeu que a filha tivesse sido separada da mulher, Sandra Sanchez.
“No primeiro segundo que vi, soube que era a minha filha”, contou Varela Hernandez ao The Washington Post. “Reconheci-a imediatamente”.
Na quinta-feira, contudo, ficou a saber que a filha e a mulher estão juntas, detidas em McAllen, Texas. As duas foram detidas no passado dia 12 de junho, tendo sido transferidas para um centro de detenção a 17 de junho.
Varela Hernandez recebeu um telefonema da ministra dos negócios estrangeiros das Honduras que confirmou que a sua filha e a mulher estavam juntas. Apesar de não saber o estado em que se encontram, ficou aliviado por saber que a filha de apenas dois anos não estava sozinha.
Quando foi divulgado que a criança em causa não tinha sido separada da mãe, os media conservadores norte-americanos, em particular os que são próximos de Donald Trump, como o Breitbart, partilharam a história como ‘fake news’.
Contudo, como o próprio pai da menina hondurenha sublinha, não se pode duvidar das “violações de direitos humanos” que estão a ocorrer na fronteira. A sua filha, felizmente, não foi uma das 2.300 que foram separadas dos pais, mas podia ter sido.
Este pai, um bocado mais aliviado por saber que a filha não está sozinha, disse sentir “orgulho” na criança, que “representa o problema em torno da imigração”, em que crianças são separadas dos pais numa política de “tolerância zero”.
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quinta-feira, 21 de junho de 2018
Identificação Civil - Primeiro-ministro promete baixar preço de Bilhete de Identidade
Bissau, 20 Jun18 (ANG) – O Primeiro-ministro prometeu para breve baixar o preço de bilhete de Identidade de dez para cinco mil francos, para as pessoas de zero a vinte anos.
Aristides Gomes que respondia algumas questões levantadas pelos deputados da nação antes da aprovação do programa de governo na Assembleia Nacional Popular, informou aos deputados que o recenseamento eleitoral será feito no país e que os cartões de eleitor serão também impressos localmente à semelhança do que acontecera há quatro anos.
Instado pelos deputados a falar da falta de fornecimento regular da luz elétrica, disse que a situação da energia é um handicap de momento, mas que, contudo, promete melhoria no serviço para suscitar o investimento interno e externo.
Em relação a castanha de caju revelou que a exportação do presente ano poderá situar-se em torno dos 160 toneladas.
Enquanto isso, o Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassama disse esperar que as aspirações dos guineenses para uma vida condigna sejam refletidos no documento de governação.
Disse que os sectores sociais, nomeadamente Saúde e Educação, a promoção do auto emprego e ao desenvolvimento das capacidades físicais e intelectuais, bem como a Justiça, Segurança e paz social, são questões que devem ser melhor interpretadas pelo executivo através de eixos programáticos e balizados políticamente na firme convicção de cumprimento do mandato representativo.
À par desta preocupação, o responsável máximo do hemiciclo defende a gestão rigorosa e transparente da coisa pública de acorco com as leis das finanças públicas para que a utilização dos fundos públicos tenham efeito social multiplicador, provocando melhorias significativas na vida dos cidadãos.
”Todos ambicionam uma vida semelhante aos das sociedades mais desenvolvidas, que imprimiram maior justiça na distribuição das riquezas geradas por cada um dos seus membros. Por isso, deve-se reorganizar as instituições de Estado, sobretudo as sociais, políticas e judiciais”, referiu.
Cassamá sustentou que o sucesso de um povo reside na sua capacidade de controlo do seu bem comum, que equivale a boa governação dos seus recursos públicos.
Disse que o sucesso do governo que agora se legitima politicamente está na capacidade de satisfazer os objetivos da sua existência, a par das questões sociais e econômicas.
Por isso, disse que o governo de inclusão será particularmente avaliado para garantir os meios necessários ao cumprimento de todos os preceitos que regulam o processo eleitoral.
Reconhece as limitações das finanças públicas, sobretudo para garantir o normal funcionamento das instituições públicas, mas disse acreditar que o governo estará à altura de pôr à disposição da Comissão Nacional de Eleições os meios necessários para a concretização do cronograma apresentado.
ANG/LPG/ÂC//SG
Aristides Gomes que respondia algumas questões levantadas pelos deputados da nação antes da aprovação do programa de governo na Assembleia Nacional Popular, informou aos deputados que o recenseamento eleitoral será feito no país e que os cartões de eleitor serão também impressos localmente à semelhança do que acontecera há quatro anos.
Instado pelos deputados a falar da falta de fornecimento regular da luz elétrica, disse que a situação da energia é um handicap de momento, mas que, contudo, promete melhoria no serviço para suscitar o investimento interno e externo.
Em relação a castanha de caju revelou que a exportação do presente ano poderá situar-se em torno dos 160 toneladas.
Enquanto isso, o Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassama disse esperar que as aspirações dos guineenses para uma vida condigna sejam refletidos no documento de governação.
Disse que os sectores sociais, nomeadamente Saúde e Educação, a promoção do auto emprego e ao desenvolvimento das capacidades físicais e intelectuais, bem como a Justiça, Segurança e paz social, são questões que devem ser melhor interpretadas pelo executivo através de eixos programáticos e balizados políticamente na firme convicção de cumprimento do mandato representativo.
À par desta preocupação, o responsável máximo do hemiciclo defende a gestão rigorosa e transparente da coisa pública de acorco com as leis das finanças públicas para que a utilização dos fundos públicos tenham efeito social multiplicador, provocando melhorias significativas na vida dos cidadãos.
”Todos ambicionam uma vida semelhante aos das sociedades mais desenvolvidas, que imprimiram maior justiça na distribuição das riquezas geradas por cada um dos seus membros. Por isso, deve-se reorganizar as instituições de Estado, sobretudo as sociais, políticas e judiciais”, referiu.
Cassamá sustentou que o sucesso de um povo reside na sua capacidade de controlo do seu bem comum, que equivale a boa governação dos seus recursos públicos.
Disse que o sucesso do governo que agora se legitima politicamente está na capacidade de satisfazer os objetivos da sua existência, a par das questões sociais e econômicas.
Por isso, disse que o governo de inclusão será particularmente avaliado para garantir os meios necessários ao cumprimento de todos os preceitos que regulam o processo eleitoral.
Reconhece as limitações das finanças públicas, sobretudo para garantir o normal funcionamento das instituições públicas, mas disse acreditar que o governo estará à altura de pôr à disposição da Comissão Nacional de Eleições os meios necessários para a concretização do cronograma apresentado.
ANG/LPG/ÂC//SG
[ENTREVISTA] JOSÉ MÁRIO VAZ FAZ O BALANÇO DE 4 ANOS NA PRESIDÊNCIA DA GUINÉ-BISSAU
O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, completa no próximo dia 23 de Junho de 2018, 4 anos como Chefe de Estado guineense.
José Mário Vaz naquela que é a sua primeira entrevista conjunta aos jornalistas, disponibilizou-se a responder 26 perguntas, 3 por cada órgão de comunicação social, num total de mais de 1h40'.
Não foi possível abordar todos os temas quentes que marcaram a sua presidência nesses 4 anos, mas José Mário Vaz, abordou assuntos relacionados à crise política, as suas incongruências, interferências no poder executivo, demissões dos sucessivos governos e ainda sobre a dupla que fazia com DSP.
Confira a entrevista:
Braima Darame
José Mário Vaz naquela que é a sua primeira entrevista conjunta aos jornalistas, disponibilizou-se a responder 26 perguntas, 3 por cada órgão de comunicação social, num total de mais de 1h40'.
Não foi possível abordar todos os temas quentes que marcaram a sua presidência nesses 4 anos, mas José Mário Vaz, abordou assuntos relacionados à crise política, as suas incongruências, interferências no poder executivo, demissões dos sucessivos governos e ainda sobre a dupla que fazia com DSP.
Confira a entrevista:
Braima Darame
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quinta-feira, junho 21, 2018
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Guiné-Bissau: “Nunca tive divergências com o PAIGC. Pelo contrário, servi o partido nos momentos difíceis”, afirma José Mário Vaz
O presidente guineense José Mário Vaz concedeu uma entrevista coletiva à imprensa com a condição que esta ficasse “embargada” durante uma semana, podendo ser publicada apenas nesta quinta-feira, 21 de Junho. Ao longo da entrevista, a expressão que o Chefe de Estado mais vezes repetiu foi “o meu legado”, dando mostra de que tem consciência de …Ler Mais
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quinta-feira, junho 21, 2018
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Presidente JOMAV: "SEM REFORMA NA JUSTIÇA, JOVENS NÃO CONHECERÃO DIAS MELHORES NESTE PAÍS"
[ENTREVISTA] O Presidente da República, José Mário Vaz (JOMAV), afirmou durante uma entrevista coletiva concedida aos órgãos de comunicação social nacional e internacional, que o levantamento das sanções impostas pelas Nações Unidas contra os militares guineenses que lideraram o golpe de 12 de Abril de 2012 será um prémio para os militares como o seu legado. Na mesma entrevista, o Chefe de Estado revelou que em várias ocasiões defendeu que era chegada a altura de as Nações Unidas levantarem as sanções, porque, conforme disse, os militares guineenses provaram, através da nova liderança, que não há razão nenhuma de as sanções continuarem a vigorar “porque são injustas”.
Em Maio de 2012, na sequência do golpe de Estado, o Conselho de Segurança da ONU aplicou sanções aos responsáveis envolvidos na alteração da ordem Constitucional, entre os quais o general António Indjai, general Mamadu Turé, general Estevão Na Mena, general Ibraima Camará e o Brigadeiro-general Daba Na Walna. No entanto, José Mário Vaz manifesta a sua determinação e afirma que vai insistir junto da ONU para pedir o levantamento das mesmas.
A entrevista coletiva à imprensa insere-se no âmbito da comemoração de quatro anos de exercício de José Mário Vaz no cargo de Presidente da República assinalados no dia 21 de junho de 2018. Vaz fora empossado como o quarto Chefe de Estado da Guiné-Bissau, democraticamente eleito, a 21 de Junho de 2014.
Durante a entrevista que durou mais de uma hora e meia, José Mário Vaz respondeu mais de duas dezenas de questões de jornalistas sobre diferentes assuntos que marcaram os quatro anos do seu exercício a mais alto cargo da magistratura guineense, na qual abordou as razões que motivaram a demissão do executivo liderado por Eng. Domingos Simões Pereira. Igualmente falou da questão do cheque de 500 milhões de francos CFA que remetera ao então Primeiro-Ministro Baciro Dja, destinados à construção da Avenida General – Presidente João Bernardo Vieira, bem como da situação da justiça na qualidade de um órgão independente. Sobre esta matéria, José Mário Vaz defende a necessidade urgente de reformar, não só, o setor de justiça como também o da função pública e os da defesa e segurança.
JOMAV AFIRMA QUE A CONSTITUIÇÃO GUINEENSE É FEITA A IMAGEM DE UMA FIGURA
Relativamente às razões que motivaram a nomeação de mais de sete Primeiros-Ministros em quatro anos do seu mandato, o Chefe do Estado explicou que o povo guineense esteve sempre presente nas tomadas das suas decisões, tendo lembrado que foi eleito pelo povo e que está ali graças ao povo que deve defender. Na sua observação, “a política só é nobre, quando trabalhamos em defesa dos interesses comuns”.
Respondendo à questão sobre as razões da nomeação de sete Primeiros-ministros em quatro anos do seu mandato, Presidente José Mário Vaz reconheceu que tanto ele como os seus antecessores não fizeram um bom trabalho de casa, porque não foram capazes de atacar corretamente os problemas candentes do país.
José Mário Vaz disse que durante os quatros anos viveu-se uma situação difícil, porque, no seu entender, muitos problemas do país podiam ser resolvidos, e que infelizmente não foi o caso. Contudo, admitiu que apenas alguns dos muitos problemas foram resolvidos, mas sem, no entanto, especificar os problemas que alega estarem resolvidos.
“Qual é a missão verdadeira do Presidente da República? O Presidente da República é chefe do Estado, símbolo da unidade nacional e não só, o Presidente deve tudo fazer para que a vida dos guineenses seja melhor e que seja diferente. Estou triste na medida em que o trabalho de casa que devíamos fazer não foi feito! Não conseguimos dar aquilo que os guineenses verdadeiramente necessitam. Vê-se a fragilidade na educação, na saúde bem como o problema de auto-suficiência alimentar e o problema da corrupção. Estamos completamente desviados daquilo que é a verdadeira missão dos governantes”, espelhou.
Recordou que depois das eleições gerais de 2014, os guineenses tinham a esperança de que teriam um país diferente, ou melhor, um país em que todos os guineenses se revessem e que não haveria outros problemas senão realmente pôr o país a funcionar, mas infelizmente não conseguiram.
“O Presidente da República não tomou nenhuma decisão fora da Constituição. As decisões tomadas pelo Presidente da República são decisões que respeitam a Constituição e as leis do país. A pergunta o porquê de sete Primeiros-ministros, durante os meus quatro anos? Nós temos os desafios críticos do país e temos que os resolver, por isso é que o povo nos elegeu para resolver de facto esses problemas. Infelizmente, ao longo da caminhada repararmos que será difícil honrar os compromissos e as promessas feitas durante a campanha eleitoral, sobretudo no que tem a ver com o problema de corrupção e desvios dos procedimentos. Para além desses fenómenos, não conseguimos atingir significativamente o que tínhamos em relação a setor da educação, saúde e das infraestruturas. Portanto, tivemos muitas dificuldades em resolver esses problemas. Infelizmente, isso pesou muito nas decisões do Presidente”, notou.
Referiu, no entanto, que os diferentes governos e Primeiros-ministros nomeados não foram capazes de atender as necessidades do povo, tendo afirmado que o facto de não terem conseguido, o Presidente da República foi obrigado a tomar a sua decisão.
“Ninguém toma essa decisão por tomar! Ninguém toma essas decisões de ânimo leve ou porque quer tomá-las, não. Tem de tomar essas decisões, levando em conta os interesses do país e do nosso povo, mas, sobretudo baseando na ideia de que a Guiné deve ser de todos e para todos. Devido a tudo isto, o país foi obrigado de facto a ter sete Primeiros-ministros, durante os quatro anos do nosso mandato”, ressalvou.
Interrogado sobre a alegada interferência no trabalho de Governo que se presume tenha resultado nas consecutivas nomeações de Primeiros-ministros, o Chefe de Estado esclareceu que não interfere apenas por interferir nas ações de governação. Contudo, adiantou que sempre que teve de inferir respeita a lei, e que “infelizmente há pessoas que não sabem ou desconhecem o poder do Presidente”.
“O Presidente da República pode presidir tantas e quantas vezes quiser o Conselho de Ministros. É um poder de Presidente. É verdade que esta Constituição foi feita a imagem de uma figura e talvez hoje não seja esta figura que está a vossa frente! O Presidente podia presidir toda a legislatura e todo o Conselho de Ministros, ninguém impede o Presidente de o fazer. O Presidente não o fez para evitar más interpretações. Por isso nós não interferimos na governação. Simplesmente, temos um desafio crítico. Quando há desafios críticos a serem postos em causa, o Presidente é obrigado a fazer às vezes as mudanças ou as intervenções que nos olhos do cidadão guineense podem não ser bem interpretadas. A verdade é que nada fizemos para além daquilo que é nossa prorrogativa constitucional”, observou.
Ainda sobre as divergências com o seu partido (PAIGC), José Mário Vaz esclareceu que não tem e que nunca teve divergência alguma com o seu partido: Todavia, lembrou que serviu o PAIGC com muito orgulho.
“Eu era militante ativo deste partido e fiz tudo que esteve ao meu alcance. Ajudei o partido em situações difíceis, portanto não posso de forma alguma aceitar que haja divergências com o meu partido. Nunca poderia ter, porque estou sentado aqui hoje graças ao meu partido e ao povo guineense. Éramos nove candidatos nas primárias do partido para as eleições presidenciais e saí como o candidato do PAIGC para as presidenciais. Graças ao partido estou sentado nesta cadeira. Então, nunca poderia estar contra o PAIGC”, disse, reafirmando que em nenhum momento esteve em divergência com o PAIGC.
Sobre a figura de Augusto Olivais que outrora era considerado o nome consensual escolhido nas negociações de Conacri para dirigir o governo, nega que o nome de Olivais tenha sido escolhido para ser nomeado como o Primeiro-ministro. Afasta qualquer possibilidade de a sua suposta divergência com o seu partido esteja na base da sua declaração em recusar Augusto Olivais como nome de consenso encontrado em Conacri para chefiar o Governo. Contou que para nomear um Primeiro-ministro é preciso ter duas coisas importantes, ou seja, é preciso que a pessoa nomeada tenha a capacidade de fazer passar o Programa do Governo e o Orçamento Geral do Estado (OGE) no Parlamento.
Acrescenta que depois das reuniões mantidas com todas as partes envolvidas no processo concluiu que Olivais não reunia consensos para fazer passar o programa do governo e OGE, sustentando que essa é a razão pela qual Augusto Olivais não foi nomeado Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, porque a sua figura não reuniu consensos.
José Mário Vaz nega ter sido coagido pela CEDEAO com a imposição de sanções ao PRS, Grupo dos 15, Procurador-geral da República e o seu próprio filho e nem terão influenciado na formação do governo de consenso dirigido por Aristides Gomes. Segundo José Mário Vaz, em nenhum momento sentiu a pressão da comunidade internacional para influenciar a sua tomada de decisão. Acrescentou que o consenso chegado é resultado do entendimento chegado pelos próprios guineenses através de um diálogo, deixando de lado tudo aquilo que lhes dividia desde o início da crise despoletada com a demissão do governo de Domingos Simões Pereira, em Agosto de 2015.
Realçou que a solução chegada foi graças à figura do Bispo de Bissau, Dom José Camnate Na Bissing e das mulheres facilitadoras, bem como a intervenção da sociedade civil que deram as suas contribuições para que se possa encontrar uma solução à crise.
“Não é por causa da comunidade internacional é que se conseguiu resolver a crise, mas sim foi a iniciativa dos guineenses e sinto-me feliz que a referida iniciativa tenha resultado bem”, realça.
No que concerne ao argumento apresentado de corrupção para exonerar o Governo de Domingos Simões Pereira e três anos depois o Ministério Público não conseguiu indiciar o líder do PAIGC, explica que ele enquanto Presidente recebe no seu trabalho de dia-a-dia muitas informações sobre a situação económica, política e social do país e que é na base destas informações recebidas que fez a chamada de atenção à comunidade interna sobre os desvios de procedimento no aparelho do Estado, tendo frisado que neste sentido não compete ao Presidente tomar algumas decisões que não são da sua competência.
“A corrupção é terrível para a Guiné-Bissau e para os guineenses. Está a corroer a nossa economia e não deixa avançar o país! Chamei atenção e compete a quem do direito resolver esse problema, mas podemos ver mais a frente de que algum trabalho está a ser feito neste sentido. Compete ao poder judicial resolver esse problema, portanto tenho informação que o Tribunal de Contas já colocou as informações no Ministério Público, mas infelizmente até hoje esses problemas não estão resolvidos”, lamentou, indicando que a resolução destes problemas não compete ao Presidente da República.
Relativamente a últimos relatórios do Tribunal de Contas da Guiné-Bissau resultantes de auditorias feitas às instituições públicas do país que denunciam graves irregularidades na gestão do erário público, José Mário Vaz disse que Presidente da República funciona ao abrigo da Constituição e demais Leis da República. Informou, no entanto, que há condições para nomeação do Procurador-Geral da República, que tem que ser uma figura da confiança do Chefe de Estado e, em princípio, escolhida com base na competência.
“Partimos de princípio que ao nomear António, M’bana, Joaquim… temos a confiança de que essa pessoa irá fazer um bom trabalho, ou seja, irá servir de fato os interesses dos guineenses. Os procuradores que foram indicados para exercer o cargo foram indicados na base disto. Agora se conseguiram de fato resolver ou não o problema a esta pergunta não devia ser dirigida ao Presidente da República, mas, sim, devia ser dirigida diretamente ao Procurador-Geral da República”, assinala o estadista guineense.
José Mário Vaz salientou que, de acordo com as informações que tem até aqui, o procurador sozinho não pode fazer nada, porque os detentores dos processos agem de acordo com as suas consciências e as leis da República, acrescentando que tanto o procurador como o Presidente não pode orientar os detentores dos processos sobre como agir durante seus trabalhos nos processos. – “Nem o Presidente da República tem poderes de dizer ao Procurador-Geral da República para não tomar esta ou aquela posição, ele é responsável por um órgão judicial e age também conforme a sua consciência e as leis do país, assim como todos os magistrados do Ministério Público agem de acordo com as suas consciências e as leis”.
José Mário Vaz aproveitou ainda para esclarecer que o Chefe do Estado não pode interferir no poder judicial e nem pode influenciar uma determinada decisão judicial, porque não tem poder de o fazer. Presidente da República sublinha que o poder judicial é independente e autónomo. Lembra que tanto os magistrados como o próprio Procurador-Geral da República agem de acordo com a sua consciência e as leis. No entender de JOMAV, se tentar imiscuir-se nas decisões dos magistrados, eles podem levantar um processo contra o Chefe do Estado, sublinhando que ele (José Mário Vaz) defende que os magistrados continuem a agir de acordo com suas consciências e as leis, apesar de ser apologista da celeridade dos processos.
SEM REFORMA NA JUSTIÇA, JOVENS NÃO CONHECERÃO DIAS MELHORES NESTE PAÍS
O Chefe de Estado diz que nomeou três Procuradores-Gerais da República, porque acreditou que cada figura nomeada conseguiria endireitar a justiça da Guiné-Bissau. Aos olhos de José Mário Vaz, o sistema judiciário guineense precisa de uma reforma que diz ser urgente e importante – ‘doa a quem doer’, alertando que se isso não for o caso, os jovens não conhecerão dias melhores neste país.
Em relação a sua possível recandidatura às próximas eleições presidenciais, disse que o país está a um ano das eleições presidenciais, tendo frisado que todos os guineenses e incluindo ele próprio estão todos empenhados para que o dia 18 de Novembro seja de facto o dia das eleições legislativas.
“Estamos todos a trabalhar para que essas eleições tenham lugar no mesmo dia e para que todos os guineenses possam escolher os seus deputados e, quiçá, o seu Primeiro-ministro. O que nós gostaríamos neste momento é ver o caminho até lá em que não haja problemas e que todo o guineense se sinta bem e que todos devem trabalhar para que essas eleições tenham um sucesso. Em que os resultados não serão contestados por ninguém e que todos os guineenses se sintam bem durante esse período eleitoral e que os resultados sejam aceites pelos guineenses e pelos nossos parceiros”, referiu.
Avançou que de momento toda a energia e inclusive do Presidente da República está concentrada no processo das eleições legislativas, tendo assegurado que depois das eleições legislativas estará em melhores condições para se pronunciar se se recandidata ou não às próximas eleições presidenciais. Sublinhou que agora está empenhado e determinado para que as eleições de 18 de Novembro tenham lugar, num ambiente que permita todos exercer a verdadeira democracia guineense e colocar no Parlamento os deputados e que ganhe o melhor.
Em relação ao financiamento das eleições legislativas, José Mário Vaz revelou que atualmente o orçamento das eleições está acima de dez milhões de dólares norte-americanos, tendo frisado que o orçamento está acima do valor de 7,7 milhões de dólares avançados pela imprensa.
JOMAV SUGERE A REFORMA NA JUSTIÇA COMO SOLUÇÃO PARA PROBLEMAS DE LENTIDÃO E CORRUPÇÃO
Falando sobre a situação da justiça que é muito criticada pela sociedade no que concerne a sua lentidão, a burocracia e em particular a situação da corrupção denunciada pela população, José Mário Vaz disse que está muito preocupado com a questão da justiça. Contudo, lembrou que a Constituição define de forma clara os poderes do Presidente, do Executivo, Legislativo e Judicial.
Salientou neste particular que o Presidente da República não pode imiscuir-se noutros poderes. Acrescentou que o poder judicial é um poder autónomo e independente, razão pela qual não pode interferir-se nele tanto como guineense e como Presidente da República.
“A solução para esses problemas tem que ser na base daquilo que que se começou há muitos anos, a reforma na Função Pública, a reforma no poder judicial e a reforma a nível dos setores da defesa e segurança. São essas reformas que poderão de facto ajudar na saída da situação difícil em que nós estamos hoje, porque não é só o poder judicial é que está neste momento na situação difícil. A Função Pública tem problemas sérios e o Estado vive acima das suas possibilidades. É preciso a reforma e adequar as necessidades aos recursos do país e a mesma situação se regista a nível das forças da defesa e segurança”, rematou.
Considera de grave aquilo que acontece na administração pública e no setor da justiça e denuncia que os mais velhos recusam dar o espaço aos jovens mais qualificados que estão a sair hoje das universidades.
“A Função Pública está completamente ocupada por pessoas que poderiam deixar os mais jovens ou os mais qualificados assumirem diferentes direções da administração pública. Diariamente, muitos oficiais passam aqui para pedir ao Presidente que querem voltar para a casa, mas isso só é possível através da reforma. Não havendo a reforma, não é possível resolver os problemas da justiça, das forças da defesa e segurança e da função pública. A solução de todos esses problemas evocados todos os dias chama-se a reforma. E não é matéria da competência do Presidente da República, mas sim de todos nós”, notou.
Indagado se concorda que a nomeação do Procurador-Geral da República deve passar a ser feita pelos seus pares e com um mandato determinado, chefe de Estado disse que a figura do Procurador-Geral da República funciona em estreita observância à lei. Frisou que o Presidente não é o fazedor da lei e o mesmo compete a outro órgão de soberania, mas insiste que é o cumpridor da lei.
“Se porventura a lei assim o quis, o Presidente não tem outra coisa a fazer a não ser cumpri-la. Esta é a minha missão, aliás, a Constituição é clara neste sentido. O Presidente deve cumprir a lei e fazer cumprir também a lei. Estou aqui de facto para cumprir a lei, portanto não posso tomar nenhuma decisão que esteja fora da lei”, espelhou, lamentando as críticas que são feitas em relação à falta das infraestruturas na Guiné-Bissau, ou seja, não houve nenhum salto qualitativo que ilustre um desenvolvimento infra-estrutural no país. Em reação às críticas, o Chefe de Estado defendeu que houve alguma coisa em termos do desenvolvimento, tendo exemplificado a construção de dois hotéis de luxo ao longo das Avenidas Francisco Mendes e Amílcar Cabral.
“Se olharem para o interior, sobretudo no ano passado em que correu bem a campanha da castanha de caju vão encontrar casas novas com folhas do zinco e painéis solares. E vão encontrar motorizadas e até viaturas, como também encontrarão mais escolas e famílias disponíveis e em condições de financiar a educação dos seus próprios filhos”, vincou.
CHEFE DE ESTADO RECONHECE QUE O PAÍS DEIXOU DE RECEBER INVESTIMENTOS INTERNACIONAIS
Referindo-se ao cancelamento de apoios do desenvolvimento da parte da comunidade internacional devido à crise política, José Mário Vaz recordou que ocupou a pasta das Finanças no passado, portanto não duvida que o país deixou de receber investimentos internacionais. Informou que o país vive de três coisas, nomeadamente de ajuda pública ao desenvolvimento (comunidade internacional), dos seus próprios recursos e vive dos empréstimos.
“A comunidade internacional nunca virou as costas à Guiné-Bissau neste sentido. Os apoios continuam e espero que vão continuar. Às vezes as pessoas pensam que a Guiné-Bissau perdeu muito nos últimos tempos com a comunidade internacional, mas o que não conseguimos é trazer os empresários para o país. O que a Guiné-Bissau de facto não conseguiu são os empréstimos, mas não é a Guiné-Bissau que decide sobre isto”, disse.
Avançou que a Guiné tem um programa com o Fundo Monetário Internacional, tendo lembrado aos guineenses que há critérios para ter acesso aos recursos externos na base dos empréstimos concessionais com os juros mais baixos. Reconheceu ainda que na verdade a Guiné-Bissau não recebeu muitos investimentos e não conseguiu muitos empréstimos internacionais.
Advertiu, no entanto, que os guineenses precisam trabalhar mais e criar condições necessárias para que haja investimento externo, como também respeitar o compromisso que tem com o Fundo Monetário Internacional. Salientou ainda que a ajuda pública para o desenvolvimento diminuiu-se hoje e não é apenas para a Guiné-Bissau, mas sim para todo o mundo e que todos os países mais fracos queixam-se dessa redução.
Instado a esclarecer a história do cheque de 500 milhões de francos CFA destinados à construção da Avenida João Bernardo Nino Vieira e que o ex-Primeiro-Ministro Baciro Djá alega ter devolvido ao Presidente da República, JOMAV lembra que entregou referido cheque publicamente e que o ato foi testemunhado pela comunicação social que falou sobre o assunto.
“Se o então Primeiro-Ministro disse ter entregado de volta o cheque de 500 milhões de francos CFA ao Presidente da República deve apresentar provas da entrega e devolução deste cheque”, desafiou.
Questionado sobre o que pretende fazer para incentivar o levantamento das sanções impostas pelas Nações Unidas aos militares guineenses protagonistas de golpe de 2012 devido à postura republicana que têm tido nos últimos anos e elogiada pela comunidade internacional, disse que várias vezes defendeu que era a altura das Nações Unidas levantarem as sanções, porque, segundo disse, os militares provaram, através da nova liderança, que não há razão nenhuma de as sanções que considera “injustas” continuarem a vigorar.
“Eu não tenho poupado os esforços neste sentido. Todas as vezes que tive a oportunidade de falar com os membros da comunidade internacional, uma das preocupações minhas é pedir o levantamento das sanções impostas contra os militares guineenses. Seria um prémio pelo trabalho que estão a fazer, mas também seria um prémio que vou deixaria aos militares como o meu legado. Durante o meu mandato não houve pelo menos um único tiro nos quarteis e nem houve golpe do Estado, mas, sobretudo porque os militares submeteram-se ao poder político”, ressalvou.
JOMAV: “VOU CONTINUAR A COMBATER POR PREÇO DE MIL FRANCOS CFA DE CASTANHA”
Sobre a campanha de comercialização da castanha de caju deste ano que se considera de fracasso por culpa de Presidente da República, José Mário Vaz disse que acredita que é possível ainda comprar o produto a um preço de mil francos CFA por quilo junto do produtor guineense.
“Vocês não podem dizer que o Presidente é culpado ou se sente culpado disto, porque não foi a decisão do Presidente. O então Primeiro-ministro reuniu-se com o seu elenco governamental na altura chegou à conclusão que era possível que a castanha fosse comprada a um preço de mil francos cfa este ano. Continuo a defender para que a nossa economia possa avançar nos próximos tempos, pelo que é importante criar as condições para que o produtor tenha mais rendimento e trazer mais investimentos no sector agrícola”, explicou.
Assegurou que não se sente culpado e que continua a defender o preço de mil francos cfa, prometendo, no entanto, que “vou continuar a combater por este preço, não é o meu preço, mas sim da Guiné-Bissau. Porque foi uma decisão dos ministros e do Primeiro-ministro. Eu, simplesmente anunciei o preço porque o governo assim decidiu e os régulos também assim decidiram. Simplesmente, sou o porta-voz dos régulos e do próprio governo”.
“Eu não me sinto culpado e a campanha ainda não acabou. O produto ainda continua no terreno. O produtor é guineense e a castanha de caju é nossa, portanto nós devemos defender aquilo que é nosso. E não vou baixar os braços perante este combate! Não sou uma pessoa para deixar na primeira esquina um desafio que eu sei é de interesse de todos e, sobretudo dos mais fracos”, disse o Chefe de Estado, que, entretanto, afirmou que não vai ganhar nada com a compra da castanha de caju, porque, conforme disse, não tem a plantação da castanha e nem a sua família deixou plantação.
José Mário Vaz insiste que está em defesa dos produtores da castanha de caju, ou seja, daquilo que considera “uma causa justa”, por isso sustenta que não vai baixar os braços e que muito menos aceitará que seja tratado pelas pessoas como culpado pelo fracasso do presente ano agrícola de caju. Acrescentou ainda que está confiante que as pessoas vão precisar da castanha de caju. Neste sentido, aconselha que não há motivos para o alarmismo.
“Se é para perder, já perdemos. Já vendemos a castanha a 25 francos cfa por quilo, vamos lutar! Na vida ninguém oferece nada de bandeja a ninguém. Vamos lutar e vamos continuar a lutar pelo preço de mil francos cfa”, defendeu.
Quanto à mudança do projeto mon na lama para a fundação mon na lama, em particular da questão da quantidade do arroz produzido em 2017, no seu campo agrícola, na sua terra natal, chefe de Estado guineense justificou que a mudança do projeto para a fundação visa permitir a maior estabilidade do projeto e adaptá-lo a maior autonomia administrativa e financeira. Revelou na ocasião que o objetivo é criar uma escola de formação para a preparação dos jovens interessados em desenvolver atividades de campo, de formas a trabalhar para o desenvolvimento da economia.
Falando da razão da nomeação do Artur Silva, José Mário Vaz admitiu que o nome do Artur Silva não constava da lista que deixara em Conacri, como candidato ao Chefe do Governo. E justifica que decidiu nomear Artur Silva para chefiar o Executivo, porque Artur Silva é um homem competente, trabalhador e uma pessoa que durante a crise se posicionou longe e de forma isenta. Aos olhos de JOMAV, Artur Silva apresentava-se como uma figura de consenso que, no seu entender, podia facilitar o processo se fosse nomeado Primeiro-ministro.
“Artur Silva foi um grande dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e demonstrou que é uma pessoa que vive o partido. Fez tudo que estava ao seu alcance para salvar o congresso do partido. Pensei com tudo isso que o nome dele poderia ser o mais consensual, a pessoa que seria aceite por todas as partes, sem problemas. Ele nunca baixou os braços e lutou até ao último dia da sua presença na prematura”, explica.
JOMAV DEFENDE QUE HÁ LIBERDADE DE IMPRENSA E DE MANIFESTAÇÃO NO PAÍS
José Mário Vaz diz acreditar que as liberdades de imprensa, de manifestação e de expressão farão parte do seu legado na chefia do Estado da Guiné-Bissau, apesar de todas as críticas feitas contra a sua pessoa em como terá perpetrado repressões contra algumas manifestações e autoridades. Disse, no entanto, que não tem memória de se alguma vez ou algum dia houve repressão à liberdade de expressão, de imprensa e de manifestação no seu reinado, recordando da primeira vez que os manifestantes foram à Praça de Império manifestar em rente à sede do Palácio da República.
“Fiquei feliz em ver pessoas em frente à sede do Palácio, gozando a sua liberdade que a lei lhes assiste”, realçou.
No que tange a algumas proibições, o Chefe do Estado disse que isto é da competência do Governo que tem uma estrutura específica que se ocupa de autorizar ou não as manifestações, que diz não ter conhecimento. E garante que se soubesse usaria a sua influência para pedir satisfação ao chefe de Executivo, acrescentando que “temos que estar habituados a conviver com isto’, alertando ainda que há também leis, perímetros e espaços que devem ser respeitados”.
“Havendo respeito à lei, não vejo o porquê é que vão impedir as manifestações na Guiné-Bissau, tudo quanto eu sei isso fará parte do meu mandato, ou seja, no mandato de José Mário Vaz, Presidente da República, há liberdade de expressão, de imprensa e de manifestação”, afirmou o chefe de Estado. E promete lutar por isso.
JOMAV: “GUINEENSES NÃO ESTÃO PREPARADOS PARA EXPLORAR RECURSOS NATURAIS”
Sobre os hidrocarbonetos numa futura exploração conjunta com o Senegal, José Mário Vaz começou por detalhar que o país acaba de nomear um novo Secretário-geral da Agência de Gestão de Cooperação entre Guiné-Bissau e Senegal na pessoa do ex-Primeiro-ministro, Artur Silva, que assumiu as funções recentemente. Contudo, deixa esperança de que é um assunto que merecerá muita boa atenção do país, porque é um tema muito delicado. Na observação de Chefe de Estado, a entrevista não era o espaço ideal para abordar a situação da exploração dos hidrocarbonetos com o Senegal. José Mário Vaz acredita que Artur Silva é um patriota que defenderá os interesses do país na agência, onde o estadista defende o equilíbrio de interesses, enaltecendo a relação de vizinhança, de amizade e de harmonia entre os dois países, traços que devem ser respeitados e preservados.
Em relação à exploração dos recursos naturais, o Presidente da República referiu que o país não está ainda preparado para iniciar a exploração dos seus recursos naturais e sustenta que processos de explorações desta natureza exigem uma grande responsabilidade e um bom nível de preparação, sobretudo nos domínios da defesa e segurança.
“Eu acho que os guineenses não estão à altura e nem preparados, neste momento, para iniciar a exploração dos recursos naturais, porque se esse assunto não for analisado bem beneficiará apenas uma dúzia de indivíduos. Nós precisamos formar melhor os guineenses para que amanhã possam estar melhor preparados e em condições de poder iniciar a exploração dos seus recursos de forma racional em benefício dos interesses do país e do povo guineense”, reforçou.
JOMAV disse que não tem conhecimento das informações de exploração de recursos naturais, mas sublinhou que se fala de areias pesadas, do fosfato e de pedra de construção civil que é exportada para um dos países vizinhos, que o próprio não revelou. Todavia, disse que espera que o país ganhe alguma coisa com as suas explorações, lembrando que as areias pesadas de Varela (a norte) e o fosfato de Farim (também norte do país) ainda estão em fase de prospecção. Segundo Presidente da República, se se dependesse dele não mexeria nos recursos naturais da Guiné-Bissau, os deixaria até quando os guineenses estiverem mais bem preparados para assumir os destinos da exploração dos seus recursos naturais para servir o país e seu povo.
No capítulo do alegado tráfico de drogas no país, segundo os relatórios internacionais, sobretudo das Nações Unidas, o Chefe do Estado disse que no último Conselho de Segurança abordou-se seriamente a questão de alegado tráfico de droga no território nacional.
“No último Conselho de Segurança da ONU fiquei feliz e achei que todos os guineenses ficaram felizes da forma como falaram da Guiné-Bissau, sobretudo no que toca com um Primeiro-ministro de consenso e um Governo inclusivo e abertura de muitas oportunidades para o país. Infelizmente, vem assombrar o problema do tráfico de droga (que é um assunto muito preocupante) que deve ser assumido por nós, os guineenses. Nós temos que fazer avaliação, se devemos continuar na boca do mundo ou não.
A imagem da situação do país conforme é tratada, temos que ter essa consciência dela e sobre este assunto. Há ações que estão a ser empreendidas, este lugar não é um lugar para falar sobre isso. A única coisa que fiz, fui ao Estado-maior e também fui ao Ministério do Interior falar com as forças da defesa e segurança para pedir apoio e ajuda para unirmos as forças para combater este flagelo, mas aqui não é lugar apropriado para falar de tudo que está a ser feito”, sustentou.
Pediu, contudo, a união no seio dos guineenses e trabalhar juntos para resolver este flagelo, acrescentando que ninguém virá de fora para solucionar a situação de alegado tráfico de droga no país. Acredita que na unidade, na coesão e solidariedade é que os guineenses podem decidir e dizer, numa só voz, que a droga não pode fazer parte do dia-a-dia dos guineenses e da Guiné-Bissau.
“Temos que nos levantar para combater a droga ferozmente, ninguém pode gostar da Guiné-Bissau mais do que guineenses, a imagem da Guiné-Bissau ninguém ganha com isto, toda gente perde com isso. E nós todos temos a ganhar através de uma imagem positiva do nosso país, então temos que trabalhar para acabar com isto de má imagem do país”, sublinhou o Chefe do Estado da Guiné-Bissau.
Por: Assana Sambú/Sene Camará
Foto: Marcelo Na Ritche
OdemocrataGB
Em Maio de 2012, na sequência do golpe de Estado, o Conselho de Segurança da ONU aplicou sanções aos responsáveis envolvidos na alteração da ordem Constitucional, entre os quais o general António Indjai, general Mamadu Turé, general Estevão Na Mena, general Ibraima Camará e o Brigadeiro-general Daba Na Walna. No entanto, José Mário Vaz manifesta a sua determinação e afirma que vai insistir junto da ONU para pedir o levantamento das mesmas.
A entrevista coletiva à imprensa insere-se no âmbito da comemoração de quatro anos de exercício de José Mário Vaz no cargo de Presidente da República assinalados no dia 21 de junho de 2018. Vaz fora empossado como o quarto Chefe de Estado da Guiné-Bissau, democraticamente eleito, a 21 de Junho de 2014.
Durante a entrevista que durou mais de uma hora e meia, José Mário Vaz respondeu mais de duas dezenas de questões de jornalistas sobre diferentes assuntos que marcaram os quatro anos do seu exercício a mais alto cargo da magistratura guineense, na qual abordou as razões que motivaram a demissão do executivo liderado por Eng. Domingos Simões Pereira. Igualmente falou da questão do cheque de 500 milhões de francos CFA que remetera ao então Primeiro-Ministro Baciro Dja, destinados à construção da Avenida General – Presidente João Bernardo Vieira, bem como da situação da justiça na qualidade de um órgão independente. Sobre esta matéria, José Mário Vaz defende a necessidade urgente de reformar, não só, o setor de justiça como também o da função pública e os da defesa e segurança.
JOMAV AFIRMA QUE A CONSTITUIÇÃO GUINEENSE É FEITA A IMAGEM DE UMA FIGURA
Relativamente às razões que motivaram a nomeação de mais de sete Primeiros-Ministros em quatro anos do seu mandato, o Chefe do Estado explicou que o povo guineense esteve sempre presente nas tomadas das suas decisões, tendo lembrado que foi eleito pelo povo e que está ali graças ao povo que deve defender. Na sua observação, “a política só é nobre, quando trabalhamos em defesa dos interesses comuns”.
Respondendo à questão sobre as razões da nomeação de sete Primeiros-ministros em quatro anos do seu mandato, Presidente José Mário Vaz reconheceu que tanto ele como os seus antecessores não fizeram um bom trabalho de casa, porque não foram capazes de atacar corretamente os problemas candentes do país.
José Mário Vaz disse que durante os quatros anos viveu-se uma situação difícil, porque, no seu entender, muitos problemas do país podiam ser resolvidos, e que infelizmente não foi o caso. Contudo, admitiu que apenas alguns dos muitos problemas foram resolvidos, mas sem, no entanto, especificar os problemas que alega estarem resolvidos.
“Qual é a missão verdadeira do Presidente da República? O Presidente da República é chefe do Estado, símbolo da unidade nacional e não só, o Presidente deve tudo fazer para que a vida dos guineenses seja melhor e que seja diferente. Estou triste na medida em que o trabalho de casa que devíamos fazer não foi feito! Não conseguimos dar aquilo que os guineenses verdadeiramente necessitam. Vê-se a fragilidade na educação, na saúde bem como o problema de auto-suficiência alimentar e o problema da corrupção. Estamos completamente desviados daquilo que é a verdadeira missão dos governantes”, espelhou.
Recordou que depois das eleições gerais de 2014, os guineenses tinham a esperança de que teriam um país diferente, ou melhor, um país em que todos os guineenses se revessem e que não haveria outros problemas senão realmente pôr o país a funcionar, mas infelizmente não conseguiram.
“O Presidente da República não tomou nenhuma decisão fora da Constituição. As decisões tomadas pelo Presidente da República são decisões que respeitam a Constituição e as leis do país. A pergunta o porquê de sete Primeiros-ministros, durante os meus quatro anos? Nós temos os desafios críticos do país e temos que os resolver, por isso é que o povo nos elegeu para resolver de facto esses problemas. Infelizmente, ao longo da caminhada repararmos que será difícil honrar os compromissos e as promessas feitas durante a campanha eleitoral, sobretudo no que tem a ver com o problema de corrupção e desvios dos procedimentos. Para além desses fenómenos, não conseguimos atingir significativamente o que tínhamos em relação a setor da educação, saúde e das infraestruturas. Portanto, tivemos muitas dificuldades em resolver esses problemas. Infelizmente, isso pesou muito nas decisões do Presidente”, notou.
Referiu, no entanto, que os diferentes governos e Primeiros-ministros nomeados não foram capazes de atender as necessidades do povo, tendo afirmado que o facto de não terem conseguido, o Presidente da República foi obrigado a tomar a sua decisão.
“Ninguém toma essa decisão por tomar! Ninguém toma essas decisões de ânimo leve ou porque quer tomá-las, não. Tem de tomar essas decisões, levando em conta os interesses do país e do nosso povo, mas, sobretudo baseando na ideia de que a Guiné deve ser de todos e para todos. Devido a tudo isto, o país foi obrigado de facto a ter sete Primeiros-ministros, durante os quatro anos do nosso mandato”, ressalvou.
Interrogado sobre a alegada interferência no trabalho de Governo que se presume tenha resultado nas consecutivas nomeações de Primeiros-ministros, o Chefe de Estado esclareceu que não interfere apenas por interferir nas ações de governação. Contudo, adiantou que sempre que teve de inferir respeita a lei, e que “infelizmente há pessoas que não sabem ou desconhecem o poder do Presidente”.
“O Presidente da República pode presidir tantas e quantas vezes quiser o Conselho de Ministros. É um poder de Presidente. É verdade que esta Constituição foi feita a imagem de uma figura e talvez hoje não seja esta figura que está a vossa frente! O Presidente podia presidir toda a legislatura e todo o Conselho de Ministros, ninguém impede o Presidente de o fazer. O Presidente não o fez para evitar más interpretações. Por isso nós não interferimos na governação. Simplesmente, temos um desafio crítico. Quando há desafios críticos a serem postos em causa, o Presidente é obrigado a fazer às vezes as mudanças ou as intervenções que nos olhos do cidadão guineense podem não ser bem interpretadas. A verdade é que nada fizemos para além daquilo que é nossa prorrogativa constitucional”, observou.
Ainda sobre as divergências com o seu partido (PAIGC), José Mário Vaz esclareceu que não tem e que nunca teve divergência alguma com o seu partido: Todavia, lembrou que serviu o PAIGC com muito orgulho.
“Eu era militante ativo deste partido e fiz tudo que esteve ao meu alcance. Ajudei o partido em situações difíceis, portanto não posso de forma alguma aceitar que haja divergências com o meu partido. Nunca poderia ter, porque estou sentado aqui hoje graças ao meu partido e ao povo guineense. Éramos nove candidatos nas primárias do partido para as eleições presidenciais e saí como o candidato do PAIGC para as presidenciais. Graças ao partido estou sentado nesta cadeira. Então, nunca poderia estar contra o PAIGC”, disse, reafirmando que em nenhum momento esteve em divergência com o PAIGC.
Sobre a figura de Augusto Olivais que outrora era considerado o nome consensual escolhido nas negociações de Conacri para dirigir o governo, nega que o nome de Olivais tenha sido escolhido para ser nomeado como o Primeiro-ministro. Afasta qualquer possibilidade de a sua suposta divergência com o seu partido esteja na base da sua declaração em recusar Augusto Olivais como nome de consenso encontrado em Conacri para chefiar o Governo. Contou que para nomear um Primeiro-ministro é preciso ter duas coisas importantes, ou seja, é preciso que a pessoa nomeada tenha a capacidade de fazer passar o Programa do Governo e o Orçamento Geral do Estado (OGE) no Parlamento.
Acrescenta que depois das reuniões mantidas com todas as partes envolvidas no processo concluiu que Olivais não reunia consensos para fazer passar o programa do governo e OGE, sustentando que essa é a razão pela qual Augusto Olivais não foi nomeado Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, porque a sua figura não reuniu consensos.
José Mário Vaz nega ter sido coagido pela CEDEAO com a imposição de sanções ao PRS, Grupo dos 15, Procurador-geral da República e o seu próprio filho e nem terão influenciado na formação do governo de consenso dirigido por Aristides Gomes. Segundo José Mário Vaz, em nenhum momento sentiu a pressão da comunidade internacional para influenciar a sua tomada de decisão. Acrescentou que o consenso chegado é resultado do entendimento chegado pelos próprios guineenses através de um diálogo, deixando de lado tudo aquilo que lhes dividia desde o início da crise despoletada com a demissão do governo de Domingos Simões Pereira, em Agosto de 2015.
Realçou que a solução chegada foi graças à figura do Bispo de Bissau, Dom José Camnate Na Bissing e das mulheres facilitadoras, bem como a intervenção da sociedade civil que deram as suas contribuições para que se possa encontrar uma solução à crise.
“Não é por causa da comunidade internacional é que se conseguiu resolver a crise, mas sim foi a iniciativa dos guineenses e sinto-me feliz que a referida iniciativa tenha resultado bem”, realça.
No que concerne ao argumento apresentado de corrupção para exonerar o Governo de Domingos Simões Pereira e três anos depois o Ministério Público não conseguiu indiciar o líder do PAIGC, explica que ele enquanto Presidente recebe no seu trabalho de dia-a-dia muitas informações sobre a situação económica, política e social do país e que é na base destas informações recebidas que fez a chamada de atenção à comunidade interna sobre os desvios de procedimento no aparelho do Estado, tendo frisado que neste sentido não compete ao Presidente tomar algumas decisões que não são da sua competência.
“A corrupção é terrível para a Guiné-Bissau e para os guineenses. Está a corroer a nossa economia e não deixa avançar o país! Chamei atenção e compete a quem do direito resolver esse problema, mas podemos ver mais a frente de que algum trabalho está a ser feito neste sentido. Compete ao poder judicial resolver esse problema, portanto tenho informação que o Tribunal de Contas já colocou as informações no Ministério Público, mas infelizmente até hoje esses problemas não estão resolvidos”, lamentou, indicando que a resolução destes problemas não compete ao Presidente da República.
Relativamente a últimos relatórios do Tribunal de Contas da Guiné-Bissau resultantes de auditorias feitas às instituições públicas do país que denunciam graves irregularidades na gestão do erário público, José Mário Vaz disse que Presidente da República funciona ao abrigo da Constituição e demais Leis da República. Informou, no entanto, que há condições para nomeação do Procurador-Geral da República, que tem que ser uma figura da confiança do Chefe de Estado e, em princípio, escolhida com base na competência.
“Partimos de princípio que ao nomear António, M’bana, Joaquim… temos a confiança de que essa pessoa irá fazer um bom trabalho, ou seja, irá servir de fato os interesses dos guineenses. Os procuradores que foram indicados para exercer o cargo foram indicados na base disto. Agora se conseguiram de fato resolver ou não o problema a esta pergunta não devia ser dirigida ao Presidente da República, mas, sim, devia ser dirigida diretamente ao Procurador-Geral da República”, assinala o estadista guineense.
José Mário Vaz salientou que, de acordo com as informações que tem até aqui, o procurador sozinho não pode fazer nada, porque os detentores dos processos agem de acordo com as suas consciências e as leis da República, acrescentando que tanto o procurador como o Presidente não pode orientar os detentores dos processos sobre como agir durante seus trabalhos nos processos. – “Nem o Presidente da República tem poderes de dizer ao Procurador-Geral da República para não tomar esta ou aquela posição, ele é responsável por um órgão judicial e age também conforme a sua consciência e as leis do país, assim como todos os magistrados do Ministério Público agem de acordo com as suas consciências e as leis”.
José Mário Vaz aproveitou ainda para esclarecer que o Chefe do Estado não pode interferir no poder judicial e nem pode influenciar uma determinada decisão judicial, porque não tem poder de o fazer. Presidente da República sublinha que o poder judicial é independente e autónomo. Lembra que tanto os magistrados como o próprio Procurador-Geral da República agem de acordo com a sua consciência e as leis. No entender de JOMAV, se tentar imiscuir-se nas decisões dos magistrados, eles podem levantar um processo contra o Chefe do Estado, sublinhando que ele (José Mário Vaz) defende que os magistrados continuem a agir de acordo com suas consciências e as leis, apesar de ser apologista da celeridade dos processos.
SEM REFORMA NA JUSTIÇA, JOVENS NÃO CONHECERÃO DIAS MELHORES NESTE PAÍS
O Chefe de Estado diz que nomeou três Procuradores-Gerais da República, porque acreditou que cada figura nomeada conseguiria endireitar a justiça da Guiné-Bissau. Aos olhos de José Mário Vaz, o sistema judiciário guineense precisa de uma reforma que diz ser urgente e importante – ‘doa a quem doer’, alertando que se isso não for o caso, os jovens não conhecerão dias melhores neste país.
Em relação a sua possível recandidatura às próximas eleições presidenciais, disse que o país está a um ano das eleições presidenciais, tendo frisado que todos os guineenses e incluindo ele próprio estão todos empenhados para que o dia 18 de Novembro seja de facto o dia das eleições legislativas.
“Estamos todos a trabalhar para que essas eleições tenham lugar no mesmo dia e para que todos os guineenses possam escolher os seus deputados e, quiçá, o seu Primeiro-ministro. O que nós gostaríamos neste momento é ver o caminho até lá em que não haja problemas e que todo o guineense se sinta bem e que todos devem trabalhar para que essas eleições tenham um sucesso. Em que os resultados não serão contestados por ninguém e que todos os guineenses se sintam bem durante esse período eleitoral e que os resultados sejam aceites pelos guineenses e pelos nossos parceiros”, referiu.
Avançou que de momento toda a energia e inclusive do Presidente da República está concentrada no processo das eleições legislativas, tendo assegurado que depois das eleições legislativas estará em melhores condições para se pronunciar se se recandidata ou não às próximas eleições presidenciais. Sublinhou que agora está empenhado e determinado para que as eleições de 18 de Novembro tenham lugar, num ambiente que permita todos exercer a verdadeira democracia guineense e colocar no Parlamento os deputados e que ganhe o melhor.
Em relação ao financiamento das eleições legislativas, José Mário Vaz revelou que atualmente o orçamento das eleições está acima de dez milhões de dólares norte-americanos, tendo frisado que o orçamento está acima do valor de 7,7 milhões de dólares avançados pela imprensa.
JOMAV SUGERE A REFORMA NA JUSTIÇA COMO SOLUÇÃO PARA PROBLEMAS DE LENTIDÃO E CORRUPÇÃO
Falando sobre a situação da justiça que é muito criticada pela sociedade no que concerne a sua lentidão, a burocracia e em particular a situação da corrupção denunciada pela população, José Mário Vaz disse que está muito preocupado com a questão da justiça. Contudo, lembrou que a Constituição define de forma clara os poderes do Presidente, do Executivo, Legislativo e Judicial.
Salientou neste particular que o Presidente da República não pode imiscuir-se noutros poderes. Acrescentou que o poder judicial é um poder autónomo e independente, razão pela qual não pode interferir-se nele tanto como guineense e como Presidente da República.
“A solução para esses problemas tem que ser na base daquilo que que se começou há muitos anos, a reforma na Função Pública, a reforma no poder judicial e a reforma a nível dos setores da defesa e segurança. São essas reformas que poderão de facto ajudar na saída da situação difícil em que nós estamos hoje, porque não é só o poder judicial é que está neste momento na situação difícil. A Função Pública tem problemas sérios e o Estado vive acima das suas possibilidades. É preciso a reforma e adequar as necessidades aos recursos do país e a mesma situação se regista a nível das forças da defesa e segurança”, rematou.
Considera de grave aquilo que acontece na administração pública e no setor da justiça e denuncia que os mais velhos recusam dar o espaço aos jovens mais qualificados que estão a sair hoje das universidades.
“A Função Pública está completamente ocupada por pessoas que poderiam deixar os mais jovens ou os mais qualificados assumirem diferentes direções da administração pública. Diariamente, muitos oficiais passam aqui para pedir ao Presidente que querem voltar para a casa, mas isso só é possível através da reforma. Não havendo a reforma, não é possível resolver os problemas da justiça, das forças da defesa e segurança e da função pública. A solução de todos esses problemas evocados todos os dias chama-se a reforma. E não é matéria da competência do Presidente da República, mas sim de todos nós”, notou.
Indagado se concorda que a nomeação do Procurador-Geral da República deve passar a ser feita pelos seus pares e com um mandato determinado, chefe de Estado disse que a figura do Procurador-Geral da República funciona em estreita observância à lei. Frisou que o Presidente não é o fazedor da lei e o mesmo compete a outro órgão de soberania, mas insiste que é o cumpridor da lei.
“Se porventura a lei assim o quis, o Presidente não tem outra coisa a fazer a não ser cumpri-la. Esta é a minha missão, aliás, a Constituição é clara neste sentido. O Presidente deve cumprir a lei e fazer cumprir também a lei. Estou aqui de facto para cumprir a lei, portanto não posso tomar nenhuma decisão que esteja fora da lei”, espelhou, lamentando as críticas que são feitas em relação à falta das infraestruturas na Guiné-Bissau, ou seja, não houve nenhum salto qualitativo que ilustre um desenvolvimento infra-estrutural no país. Em reação às críticas, o Chefe de Estado defendeu que houve alguma coisa em termos do desenvolvimento, tendo exemplificado a construção de dois hotéis de luxo ao longo das Avenidas Francisco Mendes e Amílcar Cabral.
“Se olharem para o interior, sobretudo no ano passado em que correu bem a campanha da castanha de caju vão encontrar casas novas com folhas do zinco e painéis solares. E vão encontrar motorizadas e até viaturas, como também encontrarão mais escolas e famílias disponíveis e em condições de financiar a educação dos seus próprios filhos”, vincou.
CHEFE DE ESTADO RECONHECE QUE O PAÍS DEIXOU DE RECEBER INVESTIMENTOS INTERNACIONAIS
Referindo-se ao cancelamento de apoios do desenvolvimento da parte da comunidade internacional devido à crise política, José Mário Vaz recordou que ocupou a pasta das Finanças no passado, portanto não duvida que o país deixou de receber investimentos internacionais. Informou que o país vive de três coisas, nomeadamente de ajuda pública ao desenvolvimento (comunidade internacional), dos seus próprios recursos e vive dos empréstimos.
“A comunidade internacional nunca virou as costas à Guiné-Bissau neste sentido. Os apoios continuam e espero que vão continuar. Às vezes as pessoas pensam que a Guiné-Bissau perdeu muito nos últimos tempos com a comunidade internacional, mas o que não conseguimos é trazer os empresários para o país. O que a Guiné-Bissau de facto não conseguiu são os empréstimos, mas não é a Guiné-Bissau que decide sobre isto”, disse.
Avançou que a Guiné tem um programa com o Fundo Monetário Internacional, tendo lembrado aos guineenses que há critérios para ter acesso aos recursos externos na base dos empréstimos concessionais com os juros mais baixos. Reconheceu ainda que na verdade a Guiné-Bissau não recebeu muitos investimentos e não conseguiu muitos empréstimos internacionais.
Advertiu, no entanto, que os guineenses precisam trabalhar mais e criar condições necessárias para que haja investimento externo, como também respeitar o compromisso que tem com o Fundo Monetário Internacional. Salientou ainda que a ajuda pública para o desenvolvimento diminuiu-se hoje e não é apenas para a Guiné-Bissau, mas sim para todo o mundo e que todos os países mais fracos queixam-se dessa redução.
Instado a esclarecer a história do cheque de 500 milhões de francos CFA destinados à construção da Avenida João Bernardo Nino Vieira e que o ex-Primeiro-Ministro Baciro Djá alega ter devolvido ao Presidente da República, JOMAV lembra que entregou referido cheque publicamente e que o ato foi testemunhado pela comunicação social que falou sobre o assunto.
“Se o então Primeiro-Ministro disse ter entregado de volta o cheque de 500 milhões de francos CFA ao Presidente da República deve apresentar provas da entrega e devolução deste cheque”, desafiou.
Questionado sobre o que pretende fazer para incentivar o levantamento das sanções impostas pelas Nações Unidas aos militares guineenses protagonistas de golpe de 2012 devido à postura republicana que têm tido nos últimos anos e elogiada pela comunidade internacional, disse que várias vezes defendeu que era a altura das Nações Unidas levantarem as sanções, porque, segundo disse, os militares provaram, através da nova liderança, que não há razão nenhuma de as sanções que considera “injustas” continuarem a vigorar.
“Eu não tenho poupado os esforços neste sentido. Todas as vezes que tive a oportunidade de falar com os membros da comunidade internacional, uma das preocupações minhas é pedir o levantamento das sanções impostas contra os militares guineenses. Seria um prémio pelo trabalho que estão a fazer, mas também seria um prémio que vou deixaria aos militares como o meu legado. Durante o meu mandato não houve pelo menos um único tiro nos quarteis e nem houve golpe do Estado, mas, sobretudo porque os militares submeteram-se ao poder político”, ressalvou.
JOMAV: “VOU CONTINUAR A COMBATER POR PREÇO DE MIL FRANCOS CFA DE CASTANHA”
Sobre a campanha de comercialização da castanha de caju deste ano que se considera de fracasso por culpa de Presidente da República, José Mário Vaz disse que acredita que é possível ainda comprar o produto a um preço de mil francos CFA por quilo junto do produtor guineense.
“Vocês não podem dizer que o Presidente é culpado ou se sente culpado disto, porque não foi a decisão do Presidente. O então Primeiro-ministro reuniu-se com o seu elenco governamental na altura chegou à conclusão que era possível que a castanha fosse comprada a um preço de mil francos cfa este ano. Continuo a defender para que a nossa economia possa avançar nos próximos tempos, pelo que é importante criar as condições para que o produtor tenha mais rendimento e trazer mais investimentos no sector agrícola”, explicou.
Assegurou que não se sente culpado e que continua a defender o preço de mil francos cfa, prometendo, no entanto, que “vou continuar a combater por este preço, não é o meu preço, mas sim da Guiné-Bissau. Porque foi uma decisão dos ministros e do Primeiro-ministro. Eu, simplesmente anunciei o preço porque o governo assim decidiu e os régulos também assim decidiram. Simplesmente, sou o porta-voz dos régulos e do próprio governo”.
“Eu não me sinto culpado e a campanha ainda não acabou. O produto ainda continua no terreno. O produtor é guineense e a castanha de caju é nossa, portanto nós devemos defender aquilo que é nosso. E não vou baixar os braços perante este combate! Não sou uma pessoa para deixar na primeira esquina um desafio que eu sei é de interesse de todos e, sobretudo dos mais fracos”, disse o Chefe de Estado, que, entretanto, afirmou que não vai ganhar nada com a compra da castanha de caju, porque, conforme disse, não tem a plantação da castanha e nem a sua família deixou plantação.
José Mário Vaz insiste que está em defesa dos produtores da castanha de caju, ou seja, daquilo que considera “uma causa justa”, por isso sustenta que não vai baixar os braços e que muito menos aceitará que seja tratado pelas pessoas como culpado pelo fracasso do presente ano agrícola de caju. Acrescentou ainda que está confiante que as pessoas vão precisar da castanha de caju. Neste sentido, aconselha que não há motivos para o alarmismo.
“Se é para perder, já perdemos. Já vendemos a castanha a 25 francos cfa por quilo, vamos lutar! Na vida ninguém oferece nada de bandeja a ninguém. Vamos lutar e vamos continuar a lutar pelo preço de mil francos cfa”, defendeu.
Quanto à mudança do projeto mon na lama para a fundação mon na lama, em particular da questão da quantidade do arroz produzido em 2017, no seu campo agrícola, na sua terra natal, chefe de Estado guineense justificou que a mudança do projeto para a fundação visa permitir a maior estabilidade do projeto e adaptá-lo a maior autonomia administrativa e financeira. Revelou na ocasião que o objetivo é criar uma escola de formação para a preparação dos jovens interessados em desenvolver atividades de campo, de formas a trabalhar para o desenvolvimento da economia.
Falando da razão da nomeação do Artur Silva, José Mário Vaz admitiu que o nome do Artur Silva não constava da lista que deixara em Conacri, como candidato ao Chefe do Governo. E justifica que decidiu nomear Artur Silva para chefiar o Executivo, porque Artur Silva é um homem competente, trabalhador e uma pessoa que durante a crise se posicionou longe e de forma isenta. Aos olhos de JOMAV, Artur Silva apresentava-se como uma figura de consenso que, no seu entender, podia facilitar o processo se fosse nomeado Primeiro-ministro.
“Artur Silva foi um grande dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e demonstrou que é uma pessoa que vive o partido. Fez tudo que estava ao seu alcance para salvar o congresso do partido. Pensei com tudo isso que o nome dele poderia ser o mais consensual, a pessoa que seria aceite por todas as partes, sem problemas. Ele nunca baixou os braços e lutou até ao último dia da sua presença na prematura”, explica.
JOMAV DEFENDE QUE HÁ LIBERDADE DE IMPRENSA E DE MANIFESTAÇÃO NO PAÍS
José Mário Vaz diz acreditar que as liberdades de imprensa, de manifestação e de expressão farão parte do seu legado na chefia do Estado da Guiné-Bissau, apesar de todas as críticas feitas contra a sua pessoa em como terá perpetrado repressões contra algumas manifestações e autoridades. Disse, no entanto, que não tem memória de se alguma vez ou algum dia houve repressão à liberdade de expressão, de imprensa e de manifestação no seu reinado, recordando da primeira vez que os manifestantes foram à Praça de Império manifestar em rente à sede do Palácio da República.
“Fiquei feliz em ver pessoas em frente à sede do Palácio, gozando a sua liberdade que a lei lhes assiste”, realçou.
No que tange a algumas proibições, o Chefe do Estado disse que isto é da competência do Governo que tem uma estrutura específica que se ocupa de autorizar ou não as manifestações, que diz não ter conhecimento. E garante que se soubesse usaria a sua influência para pedir satisfação ao chefe de Executivo, acrescentando que “temos que estar habituados a conviver com isto’, alertando ainda que há também leis, perímetros e espaços que devem ser respeitados”.
“Havendo respeito à lei, não vejo o porquê é que vão impedir as manifestações na Guiné-Bissau, tudo quanto eu sei isso fará parte do meu mandato, ou seja, no mandato de José Mário Vaz, Presidente da República, há liberdade de expressão, de imprensa e de manifestação”, afirmou o chefe de Estado. E promete lutar por isso.
JOMAV: “GUINEENSES NÃO ESTÃO PREPARADOS PARA EXPLORAR RECURSOS NATURAIS”
Sobre os hidrocarbonetos numa futura exploração conjunta com o Senegal, José Mário Vaz começou por detalhar que o país acaba de nomear um novo Secretário-geral da Agência de Gestão de Cooperação entre Guiné-Bissau e Senegal na pessoa do ex-Primeiro-ministro, Artur Silva, que assumiu as funções recentemente. Contudo, deixa esperança de que é um assunto que merecerá muita boa atenção do país, porque é um tema muito delicado. Na observação de Chefe de Estado, a entrevista não era o espaço ideal para abordar a situação da exploração dos hidrocarbonetos com o Senegal. José Mário Vaz acredita que Artur Silva é um patriota que defenderá os interesses do país na agência, onde o estadista defende o equilíbrio de interesses, enaltecendo a relação de vizinhança, de amizade e de harmonia entre os dois países, traços que devem ser respeitados e preservados.
Em relação à exploração dos recursos naturais, o Presidente da República referiu que o país não está ainda preparado para iniciar a exploração dos seus recursos naturais e sustenta que processos de explorações desta natureza exigem uma grande responsabilidade e um bom nível de preparação, sobretudo nos domínios da defesa e segurança.
“Eu acho que os guineenses não estão à altura e nem preparados, neste momento, para iniciar a exploração dos recursos naturais, porque se esse assunto não for analisado bem beneficiará apenas uma dúzia de indivíduos. Nós precisamos formar melhor os guineenses para que amanhã possam estar melhor preparados e em condições de poder iniciar a exploração dos seus recursos de forma racional em benefício dos interesses do país e do povo guineense”, reforçou.
JOMAV disse que não tem conhecimento das informações de exploração de recursos naturais, mas sublinhou que se fala de areias pesadas, do fosfato e de pedra de construção civil que é exportada para um dos países vizinhos, que o próprio não revelou. Todavia, disse que espera que o país ganhe alguma coisa com as suas explorações, lembrando que as areias pesadas de Varela (a norte) e o fosfato de Farim (também norte do país) ainda estão em fase de prospecção. Segundo Presidente da República, se se dependesse dele não mexeria nos recursos naturais da Guiné-Bissau, os deixaria até quando os guineenses estiverem mais bem preparados para assumir os destinos da exploração dos seus recursos naturais para servir o país e seu povo.
No capítulo do alegado tráfico de drogas no país, segundo os relatórios internacionais, sobretudo das Nações Unidas, o Chefe do Estado disse que no último Conselho de Segurança abordou-se seriamente a questão de alegado tráfico de droga no território nacional.
“No último Conselho de Segurança da ONU fiquei feliz e achei que todos os guineenses ficaram felizes da forma como falaram da Guiné-Bissau, sobretudo no que toca com um Primeiro-ministro de consenso e um Governo inclusivo e abertura de muitas oportunidades para o país. Infelizmente, vem assombrar o problema do tráfico de droga (que é um assunto muito preocupante) que deve ser assumido por nós, os guineenses. Nós temos que fazer avaliação, se devemos continuar na boca do mundo ou não.
A imagem da situação do país conforme é tratada, temos que ter essa consciência dela e sobre este assunto. Há ações que estão a ser empreendidas, este lugar não é um lugar para falar sobre isso. A única coisa que fiz, fui ao Estado-maior e também fui ao Ministério do Interior falar com as forças da defesa e segurança para pedir apoio e ajuda para unirmos as forças para combater este flagelo, mas aqui não é lugar apropriado para falar de tudo que está a ser feito”, sustentou.
Pediu, contudo, a união no seio dos guineenses e trabalhar juntos para resolver este flagelo, acrescentando que ninguém virá de fora para solucionar a situação de alegado tráfico de droga no país. Acredita que na unidade, na coesão e solidariedade é que os guineenses podem decidir e dizer, numa só voz, que a droga não pode fazer parte do dia-a-dia dos guineenses e da Guiné-Bissau.
“Temos que nos levantar para combater a droga ferozmente, ninguém pode gostar da Guiné-Bissau mais do que guineenses, a imagem da Guiné-Bissau ninguém ganha com isto, toda gente perde com isso. E nós todos temos a ganhar através de uma imagem positiva do nosso país, então temos que trabalhar para acabar com isto de má imagem do país”, sublinhou o Chefe do Estado da Guiné-Bissau.
Por: Assana Sambú/Sene Camará
Foto: Marcelo Na Ritche
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quinta-feira, junho 21, 2018
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