Por: SANTOS FERNANDES
De 2012 à 2018, o nosso país experimentou crises político-militares que afetaram, sobremaneira, o seu tecido social e económico.
No epicentro dessas peripécias políticas, de um lado, o partido libertador - PAIGC - vem ganhando eleições, umas atrás de outras, e, por outro lado, o PAIGC vai acumulando "intrigas", "fricções" e "traições", ao longo de mais de quatro décadas a esta parte. Ele não tem conseguido cumprir o "programa maior", por várias razões e, sobretudo, por "culpa própria".
Porém, se é verdade que a nossa classe politica é o reflexo do dirigismo político-partidário do PAIGC na atmosfera política guineense, também, não é menos verdade que a luta entre facções no seio do PAIGC acaba afetando o tecido social e político guineenses, minando, deste modo, o consenso mínimo que se quer presente na sociedade guineense, na medida em que trata-se da principal "formação política" ao nível nacional.
Ora, em face ao constante embroglio político guineense, no qual o PAIGC vai ganhando as eleições atrás de eleições, contudo, este partido não consegue governar a si mesmo, não consegue gerir os seus problemas internos e, muito menos, consegue gerir positivamente o país como um todo.
Não menos importante, os jovens, tristemente, não têm sido "achados" e, muito menos, "tidos" em linha de consideração, pelo menos, do ponto de vista estratégico e sustentado, em todo esse processo.
Em consequência desta prática, verifica-se, cada vez mais, a vulnerabilidade e a dependência dos jovens face ao processo político, por quanto são, frequentemente, instrumentalizados, banalizados e, digamos assim, colocados, pura e simplesmente, nas estruturas "subalternas" da esfera de decisão, como meros assistentes dos líderes políticos.
À título de exemplo, esta semana, o PM, Aristides Gomes, apresentou o programa do seu governo de "consenso", no hemiciclo, sem uma prévia auscultação dos anseios e das perspectivas das estruturas representativas da camada juvenil, nomeadamente CNJ e RENAJ, não obstante, o mandato deste governo se cirscuncrever à realização das eleições legislativas previstas para o mês de novembro próximo.
À meu ver, eis as razões fundamentais, às quais essas "crises" de LIDERANÇAS, quer sejam no PAIGC e noutras formações político-partidárias, quer sejam ao nível do Estado, se possam traduzir em "oportunidades" concretas e objectivas para uma participação mais activa e efectiva dos jovens no processo político-eleitoral que se avizinha.
Por conseguinte, em jeito duma simples chamada de atenção, espera-se que os jovens guineenses assumam, efectivamente, o protagonismo nessas eleições à seu favor.
Que os jovens guineenses, ávidos por um futuro mais próspero, não troquem seus preciosos votos por banalidades como: "t-shirts",(camisolas), piqueniques, prendas, etc.
Apenas uma opinião!
Bissau, 22/6/2018
Santos Fernandes
Fonte: Braima Darame
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