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Por Lusa 03/06/24
A Rússia acusou hoje o Ocidente de estar a seguir o caminho da escalada e assegurou que tomará as medidas necessárias para neutralizar as ameaças contra o país.
"Sabemos que os países ocidentais estão a seguir o caminho da escalada. Por isso, serão tomadas todas as medidas necessárias da nossa parte para neutralizar as ameaças associadas a essa escalada", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Alexander Grushko.
Grushko comentava declarações do chefe do grupo de trabalho sobre a coordenação da ajuda a Kiev do Ministério da Defesa alemão, que não excluiu a utilização de sistemas de defesa aérea Patriot para destruir alvos aéreos nos céus da Rússia.
"É bem possível que os sistemas Patriot sejam agora utilizados também na zona de Kharkiv e sobre a Rússia", disse o major-general Christian Freuding ao canal de televisão ARD no domingo, segundo a agência russa TASS.
Grushko, um dos vários adjuntos do ministro Serguei Lavrov, comentou que a Rússia não teme as armas ocidentais que possam ser usadas pela Ucrânia contra o país.
"A imagem nos campos de batalha diz exatamente isso. Tudo o que eles levam para lá, a começar pelo equipamento terrestre, é triturado pelos nossos combatentes. O mesmo acontecerá desta vez", afirmou.
"Eles estão a escalar. Têm uma estratégia. Estão a seguir este caminho", acrescentou o vice-ministro russo.
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, já tinha afirmado anteriormente que a NATO terá de responder por ataques da Ucrânia ao território russo com armas ocidentais.
Vários países da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte), incluindo Estados Unidos e Alemanha autorizaram a Ucrânia a usar armas ocidentais para atacar alvos militares em território russo, sob certas condições.
A Ucrânia, que enfrenta uma nova ofensiva russa na região fronteiriça de Kharkiv, no nordeste do país, há muito que solicitava aos aliados armamento com capacidade para neutralizar bases na Rússia usadas para atacar território ucraniano.
Kiev tem criticado hesitações e atrasos nas entregas de armamento por parte dos seus aliados.
"Pagamos [os atrasos] com sangue", disse o comandante de uma brigada ucraniana, Vsevolod Kozhemyako, cujas tropas estão estacionadas há três semanas a cerca de oito quilómetros da fronteira russa, ao jornal norte-americano The Washington Post.
"Podem sentar-se num escritório em Washington e tomar uma chávena de chá durante 10 minutos e aqui, durante 10 minutos, eles podem fazer 10 ataques aéreos e matar dezenas de pessoas", acrescentou Kozhemyako.
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