quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

GANA: Seis condenados à morte no Gana por alegada conspiração contra o governo

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POR LUSA    24/01/24 

Seis pessoas, incluindo três soldados, foram hoje condenados à morte por enforcamento no Gana, devido ao seu envolvimento numa alegada conspiração para derrubar o Governo do país, há três anos.

Nove homens foram detidos em 2021 quando testavam armas num antigo campo de tiro em Acra. As escutas dos serviços secretos levaram a uma forja onde os acusados tinham mandado fabricar armas, de acordo com os documentos do tribunal.

Acusados de conspiração para cometer traição, todos se declararam inocentes durante o julgamento.

Seis deles foram condenados à morte e três outros foram absolvidos: o antigo chefe da polícia Benjamin Agordzo, um coronel e um oficial subalterno.

"Damos glória a Deus. Só ele conseguiu. Eles sabiam que era uma mentira. O nosso Deus não falha. Sempre fui livre no meu coração e sabia como isto ia acabar", declarou o antigo agente da polícia à imprensa, visivelmente aliviado após a sua absolvição.

O procurador-geral do Gana, Godfred Yeboah Dame, que liderou a acusação, congratulou-se com o resultado do julgamento.

"Este é um julgamento importante porque a Constituição do Gana garante a estabilidade da nação e repreende seriamente qualquer tentativa de derrubar um Governo e é por isso que este crime (traição) é punível com a morte", disse Dame após o julgamento.

De acordo com os documentos do tribunal, os condenados foram detidos em Acra, a capital, na posse de armas fabricadas localmente, dispositivos explosivos improvisados (IED), espingardas AK-47 e munições.

O procurador-geral afirmou que os acusados pertenciam a uma associação denominada Take Action Ghana (TAG) e que tinham planeado organizar manifestações para derrubar o Governo.

Este é o primeiro julgamento por traição no Gana desde 1963, quando o primeiro presidente, Kwame Nkrumah, foi derrubado.

A última vez que um prisioneiro no corredor da morte foi executado no Gana foi em 1992, quando o país regressou ao regime constitucional.

Esta decisão surge numa altura em que o país da África Ocidental, conhecido pela sua democracia estável desde 1992, se prepara para eleições em dezembro e em que a região assistiu recentemente a uma série de golpes de Estado.



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