Outrora, um partido de princípios nobres, de dignidade, de moralidade e de legalidade. Hoje, um partido sem princípios, sem nobreza de carácter, sem dignidade e à margem da legalidade. Hoje, o PAIGC é a imagem da personificação do carácter, da forma de actuação e da postura de quem o lidera.
O PAIGC mudou a sua matriz libertadora, inclusiva e de massas, para uma matriz elitista, sectarista, urbanizada e acima de tudo centralista e fortemente personificada. Um paradigma novo, inventado e imposto matreiramente, com o propósito de dar corpo e sustentabilidade a um projeto de culto de personalidade à volta de um líder egocêntrico, narcísista, manipulador e ditador em gestação.
O PAIGC que outrora, mesmo sendo espezinhado dos seus direitos, perseguido e constrangido no exercicio dos ganhos políticos alcançados nas urnas, soube sempre, lutar com dignidade, dentro do quadro da legalidade, na base de princípios de conduta e de procedimentos.
O PAIGC, fazia da coesão interna, a solidariedade e a capacidade de resistência, as suas armas mais fortes dos combates políticos, mas sempre, dentro do quadro legal, da transparência e da exemplaridade de conduta, exigindo sempre o respeito das regras democráticas e do Estado de Direito.
Hoje, é o PAIGC que dá os maus exemplos da falta de transparência no jogo político, da falta de ética, de coerência e honrabilidade, do desrespeito das regras, dos estatutos e dos acordos. Hoje, o PAIGC dá primazia ao jogo da manigância, da manipulação, da intrujíce, da aldrabice, da vilania e trapaça dos “chicos espertos”, tanto no exercício da política corrente, quer nos acordos ou parcerias com os demais partidos.
O PAIGC de hoje, deixou de ser um partido sério e exemplar, perdeu a essência com que outrora actuava, mesmo à custa de sacrifícios de um partido mártir. O mau exemplo verificado na constituição da mesa assembleia da presente legislatura foi o prenúncio de uma conduta de charneira que, infelizmente, vem sendo hábito e prática num partido que outrora fora exemplo acabado de uma cultura democrática de excelência.
Desse caso, seguiram-se outros casos de falta de lealdade tais como os das nomeações à revelia de Directores Gerais nos ministérios e institutos públicos, cujas tutelas cabiam aos seus parceiros de “coligação”, assim como o caso recente de se avançar para as “correcções” dos cadernos eleitorais sem consulta ou consenso com os parceiros da “coligação” e tão pouco, com os demais partidos políticos.
Hoje, é com mágoa que vejo o PAIGC levar 74 dias sem poder apresentar o OGE e o Programa do Governo na ANP e a fugir de uma responsabilidade legal, ao ponto de recorrer a meios subversivos de jogo de sindicatos, para servir de Cavalo de Trôia para obstruir, inviabilizar ou protelar essa obrigatoriedade de se apresentar perante a plenária da ANP para ser sindicado sobre a sua legitimidade de poder ou não governar.
Esse medo, essa fuga para a frente, justifica-se pelo receio de ser derrubado com uma moção de censura...porém, nada mais simples e natural no jogo democrático, pois a força de governar advém da força dos argumentos nas urnas. E, neste caso, o PAIGC está em queda livre de menos 10 deputados por legislatura. Hoje, é certo que não me revejo neste PAIGC actual que me envergonha e deprime pela postura indigna de um grupo de trapaceiros que querem transformar a nobreza do jogo político democrático num jogo de “chicos espertos”.
Saudações de um combatente de Cabral Patria Amada à(s) 15:04
Publicada por Bambaram di Padida
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