“Cerca de 486.000 pessoas já foram forçadas a abandonar o interior do país, incluindo 267.000 só nos últimos três meses”, anunciou o porta-voz do ACNUR, Andrew Mbogori, numa conferência de imprensa em Genebra, acrescentando que outros 16.000 abandonaram o país, refugiando-se nas nações vizinhas.
De acordo com a agência das Nações Unidas, o aumento da violência armada está a provocar uma “emergência humanitária sem precedentes no Sahel”.
Num comunicado publicado no seu portal, o ACNUR refere que todas as 13 regiões do Burkina Faso estão a albergar refugiados, com a região Centro-Norte a acolher o maior número de refugiados, seguindo-se a do Sahel (extremo norte).
A agência da ONU aponta ainda que cerca de 1,5 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária urgente, mostrando-se ainda preocupada com os 31.000 refugiados malianos afectados pelo conflito.
Why is violence increasing in Burkina Faso? l Inside Story
O ACNUR afirma ainda que “as necessidades de ajuda humanitária estão a crescer tão depressa quanto o conflito” e que a “insegurança continua a devastar centenas de milhares de vidas”.
“Precisamos urgentemente de recursos para lançar uma resposta humanitária coordenada – uma necessidade imediata para salvar vidas”, refere a agência, que alerta para as dificuldades já enfrentadas pelas comunidades de acolhimento.
Violence in Burkina Faso Wreaks Havoc on Educators, Children
“Alimentos, água, abrigo e cuidados de saúde têm de ser obtidos e reforçados imediatamente se pretendemos evitar uma tragédia dentro de outra tragédia. A subnutrição e a fome são uma ameaça real”, reforçou o ACNUR.
Os ataques por grupos armados na região do Sahel, em particular no Burkina Faso, no Mali e no Níger têm-se intensificado, com o ACNUR a considerar que as fronteiras entre os três países são “focos de violência”.
A agência estima que a violência, que também já afectou o Benin, tenha colocado 5,4 milhões de pessoas em necessidade de assistência urgente.
O Burkina Faso, um país de baixo rendimento na África Ocidental, caiu numa espiral de violência nos últimos quatro anos e meio, atribuída a grupos armados ‘jihadistas’, alguns ligados à Al-Qaida e outros ao grupo terrorista Estado Islâmico.
expressodasilhas.cv
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