terça-feira, 8 de dezembro de 2020

EUA adiciona Nigéria à lista negra de países que atentam contra liberdade religiosa

sicnoticias.pt  08.12.2020   

"Nenhum país ou entidade deve poder perseguir com impunidade pessoas com base nas suas crenças."

Os Estados Unidos acrescentaram esta segunda-feira a Nigéria à lista de países de "particular preocupação" no que diz respeito à liberdade religiosa, considerada "a primeira das liberdades" pelo chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo.

"Os Estados Unidos da América (EUA) são inabaláveis no seu compromisso com a liberdade religiosa. Nenhum país ou entidade deve poder perseguir com impunidade pessoas com base nas suas crenças. Estas designações anuais mostram que quando a liberdade religiosa for atacada, nós iremos agir", escreveu na rede social Twitter o Secretário de Estado norte-americano.

Esta lista, prosseguiu Pompeo através de outro 'tweet', incluiu a China, a Eritreia, o Irão, a Nigéria, a Coreia do Norte, o Paquistão, a Arábia Saudita, o Tajiquistão e o Turquemenistão, países que perpetuam "violações sistemáticas, contínuas e notórias da liberdade religiosa".

Mike Pompeo não incluiu, no entanto, a Índia, apesar da recomendação feita nesse sentido pela comissão responsável pela avaliação da liberdade religiosa a nível internacional.

Este órgão denunciou uma "drástica deterioração" desta condição sob a égide do primeiro-ministro indiano, Nerendra Modi, um conhecido aliado do Presidente cessante dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump.

O Sudão, que abandonou esta lista no ano passado, também sai este ano da lista de Estados "sob vigilância", por causa das "reformas corajosas" levadas a cabo pelas autoridades responsáveis pela transição de poder no país.

Cartum também abandonou recentemente a 'lista negra' dos EUA de países que, alegadamente, apoiam o terrorismo.

A Nigéria ascendeu da lista de países "sob vigilância" para os países de "particular preocupação", apesar de Pompeo não ter justificado esta decisão.

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Contudo, o último relatório sobre liberdade religiosa no mundo, publicado em junho pelo Departamento de Estados dos EUA, dá conta de que há tensões entre as autoridades nigerianas e o grupo radical xiita "Movimento Islâmico na Nigéria", cujas manifestações são habitualmente reprimidas de um modo violento.

A Igreja Católica nigeriana apelou no ano passado à proibição desta organização, que vê a sua constituição como uma liberdade à religião em geral.

A inclusão nesta lista poderá levar a sanções contra a Nigéria, incluindo a retirada de qualquer apoio económico de Washington.

Mike Pompeo, um cristão evangélico devoto, fez da defesa da liberdade religiosa a principal prioridade ao nível dos direitos humanos, uma área que foi, no entanto, pouco destacada pela administração do Presidente cessante.

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