terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O UNIFORME ESCOLAR COMBATE A INJUSTIÇA SOCIAL E AS DESIGUALDADES?


Por Nelvina Barreto

O UNIFORME ESCOLAR COMBATE A INJUSTIÇA SOCIAL E AS DESIGUALDADES? 

É verdade que a desigualdade social é um mal que existe desde os primórdios da sociedade humana e está presente em todos os países do mundo, em maior ou menor grau. Ela prejudica e limita o status social dos indivíduos pois determina á partida o seu lugar na sociedade. 

Na Guiné-Bissau grande parte da população vê-se assim privada de uma educação e saúde de qualidade, do direito à propriedade, direito ao trabalho, direito à habitação, mas principalmente do acesso às oportunidades.

Estas questões vitais não podem ser resolvidas com medidas ad-hoc.

Enfatizar a questão dos uniformes, faz passar para o plano secundário as graves deficiências e desafios do nosso sistema educativo ainda por resolver, a ausência de uma visão coerente e integrada para corrigir as graves injustiças sociais, a falta de políticas públicas específicas destinadas a apoiar os mais desfavorecidos, nomeadamente na criação de um verdadeiro sistema nacional de previdência social.

As medidas de política valem pela sua pertinência, eficácia, abrangência e utilidade pública. 

Neste quadro, não se compreende a decisão avançada pelas autoridades guineenses de impor uma sobrecarga adicional às famílias, obrigando-as a adquirir fardas escolares, (após o esforço já dispendido pela maioria das famílias para comprar uniformes para os sseus efucansos), a um custo unitário acima das suas possibilidades, sem qualquer preparação ou debate prévio, num contexto de dificuldades económicas extremas agravadas pela pandemia.

As injustiças e desigualdades sociais, económicas e culturais, combatem-se com políticas sérias e acções concretas, por exemplo:

-A atribuição de bolsas escolares para crianças de zonas mais remotas e desfavorecidas;

-A concessão de incentivos fiscais e outros para os estabelecimentos de ensino privados que recebam um determinado número de estudantes oriundos de famílias em dificuldades; 

- O apoio às escolas no fornecimento de refeições gratuitas nas cantinas em todo o País, etc..

Sensibilidade e empatia em relação ao sofrimento da população, exigem-se dos detentores dos poderes públicos (de ontem e hoje) na realização da sua missão.

Contribuição Cidadã 

Nelvina Barreto

Bissau, 08/12/2020

2 comentários:

  1. Sra. Nelvina, foi por essa razão que o governo decidiu não cobrar as matrículas em todos os níveis da escolaridade. A Sra. fez questão de saber quanto é que custa só uma camisola de uniformes nas escolas públicas e privadas antes? A Sra. Foi governante, algum dia se preocupou por este assunto? Nos vossos conselhos de ministros onde a Sra. fazia parte deu alguma contribuição nesse sector? Por favor....

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    1. A questao que ela levantou e muitas outras sao relevantes. Nao estou aqui em defesa dela, aliás, ela é jurista de formaçao, mas tentar misturar alhos com bugalhos nao me parece muito bom. O que ela fez foi apenas emitir a sua opiniao sobre uma questao da actualidade.
      Que fique claro que as convicçoes ideológicas desta senhoraforam influenciadas pelo progenitor, que foi um dos dirigentes mais íntegros que este país conheceu.
      Que cada um emita a sua opiniao de forma livre, e nao ttazer para o debate questoes que nao têm nada a ver.
      Somos todos Guineenses, por isso é que nos preocupamos com o que se passa à nossa volta.
      Haja compreensão e sobretudo apreço para o próximo!
      Que viva o espítito da Guinendade!

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