A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau apreendeu no âmbito de uma operação, denominada “Arroz do Povo”, várias centenas de toneladas de arroz doado pela China, que, segundo aquela força de investigação criminal, estava a ser preparado para ser vendido ao público.
“O Ministério Público tomou conhecimento da suposta distribuição do arroz em causa, sem que houvesse o relatório final de inquérito da Polícia Judiciária para o esclarecimento cabal da situação”, refere a Procuradoria-Geral da República, em comunicado.
Portanto, continua a PGR, a “iniciativa do senhor primeiro-ministro em ordenar a distribuição do mesmo, revela a ocultação da verdade material dos factos”.
No documento, a PGR salienta que ao iniciar a distribuição de arroz sem o “esclarecimento cabal da situação e nem anuência do Ministério Público na qualidade de titular da ação penal, o responsável pelo ato assumirá as devidas consequências penais”.
Na sequência da apreensão do arroz, a PJ tentou deter o ministro da Agricultura, Nicolau dos Santos, mas foi impedida pelas forças de segurança, que umas semanas mais tarde foram buscar o arroz apreendido, cumprindo um despacho do Ministério Público.
Na semana passada, o primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, esteve reunido com o ministro do Interior e com a Polícia Judiciária e mandou colocar novamente o arroz nos armazéns da PJ para começar a ser distribuído à população.
O Governo guineense iniciou hoje a distribuição do arroz doado pela China para a população carenciada com a entrega de 180 toneladas para as Forças Armadas.
No total, a China fez um donativo de 2.638 toneladas de arroz, no valor de três milhões de dólares. O arroz chegou a Bissau a 26 de janeiro.
interlusofona.info
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