sexta-feira, 19 de outubro de 2018
PROCURADOR-GERAL DA REPUBLICA EQUACIONA PRENDER DOMINGOS SIMÕES PEREIRA
O Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau (PRG), Bacari Biai, equaciona prender o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira e mais dois dirigentes do partido (Geraldo Martins e João Bernardo Vieira) sob alegado indícios de práticas de corrupção, durante o primeiro governo do PAIGC.
A informação foi transmitida pelo próprio líder do PAIGC numa conferência de imprensa esta sexta-feira (19.10), na principal sede do partido em Bissau, que foi assistido por dirigentes superiores dos libertadores, incluindo o presidente honorário do partido, Carlos Correia.
De acordo com Simões Pereira, Biai pretende com esta ação "monstrar serviço" ao seu chefe, nomeadamente, o coordenador do Movimento para Alternância Democrática-Madem G-15, Braima Camara, que cobra a contrapartida pelo favor da sua nomeação ao cargo Do PGR. Assim como o próprio Chefe de Estado, José Mário Vaz tem feito.
“Sobre esse assunto, queremos tranquilizar a todos e sobretudo aos nossos militantes visados de que não iremos tolerar mais nenhum desmando às leis da República e responderemos sem reservas a toda tentativa de subtração dos direitos individuais e políticos que os assistem”, afiançou Simões Pereira.
Pereira, acusa ainda o Procurador-Geral da República de ser um indivíduo sobre quem pendem várias suspeitas e acusações de envolvimento em negócios ilícitos e práticas fraudulentas. Última das quais, segundo Simões Pereira, foi a simulação de um incêndio para justificar o desaparecimento de verbas no próprio gabinete de trabalho.
Relativamente a situação sociopolítica do país, Simões Pereira, denunciou um conjunto de atos concertados que indicam que está em curso mais uma tentativa de levar a Guiné-Bissau aos caos e provocar mais um bloqueio nas instituições, com o objetivo de proporcionar e exigir do Presidente da República a demissão do atual governo.
Segundo líder do PAIGC, o objetivo deste plano é a nomeação de mais um executivo presidencial, criando condições para que o impasse possa atrasar a realização das eleições e voltar ao cenário das eleições gerais simultâneas, em 2019.
Sobre o processo eleitoral em curso fortemente criticado pelos partidos políticos, o líder do PAIGC, acusou as representações diplomáticas de Portugal, França e o representante da Guiné-Bissau nas Nações Unidas, Delfim da Silva, de estão a trabalhar para comprometer o recenseamento eleitoral.
“Nas representações diplomáticas de Portugal e França, com envolvimento direto dos Embaixadores, os kits estiveram aprisionados vários dias, impedindo o início do recenseamento. A atuação do representante do país nas Nações Unidas, por indicação expressa do Presidente da República, José Mário Vaz, visou comprometer a ajuda anunciada pelo Japão ao processo eleitoral”, explicou Simões Pereira.
Confrontado pela imprensa sobre a nova data para eleições legislativas, Simões Pereira afirma que qualquer prazo que foi fixado que não for no mês de Dezembro de 2018, configura uma violação flagrante das leis.
A Guiné-Bissau vive uma crise política há vários anos, tendo o Presidente da República, José Mário Vaz, nomeado, em abril último, Aristides Gomes como primeiro-ministro para a constituição de um Governo inclusivo com vista à realização das eleições legislativas.
As eleições, marcadas para 18 de novembro, têm sido colocadas em causa por várias organizações, dadas as dificuldades em assegurar o recenseamento.
Esta quarta-feira (17.10), o governo anunciou, o prolongamento da data de recenseamento eleitoral até 20 de Novembro, comprometendo assim a data de 18 de Novembro. Por isso, os guineenses aguardam um pronunciamento do Presidente da República sobre a marcação de uma nova data para as eleições legislativas na Guiné-Bissau.
Por: Alison Cabral
Foto: Marcelo N`Canha Na Ritchi
Rádio Jovem Bissau
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