segunda-feira, 22 de abril de 2013

Daba Naualna refuta acusações contra General António Indjai

           

O coronel Daba Naualna, porta-voz do Estado maior das forças armadas da Guiné-Bissau, refutou hoje, Sábado, todas as acusações contra o General António Indjai.

No princípio desta semana, os Estados Unidos da América acusaram o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau de estar envolvido no tráfico de droga e de armas.
Mas, em declarações à imprensa, Daba Naualna evocando o princípio da presunção inocência, disse “enquanto não se provar que o General Indjai em juízo é o responsável, presume-se inocente”.
O porta-voz do Estado maior disse estar irritado com aquilo que considera de “propaganda barata” cujo único objectivo é “crucificar o homem antes do julgamento”. Naualna considerou de preocupante esta situação porque “estamos imolar o general Indjai no altar da liberdade da imprensa”.

O Chefe de Estado-Maior General das Forcas Armadas (CEMGFA), General António Indjai
Daba Naualna serviu-se da ocasião para descrever o estado emocional do Chefe de Estado-maior, em consequência das acusações da prática do crime: “É muito natural que o general Indjai sinta frustrado, desesperado, agoniado, triste, por tudo quanto se fala porque ele é também gente como qualquer um e ninguém de vós gostaria de ouvir o seu nome a ser badalado como agora está a ser feito com o General”.
Durante o encontro com os jornalistas, Daba Naualna admitiu a gravidade da situação porque “o general é considerado como um conspirador contra os estados unidos da América. Quem conspira contra os estados unidos da América tem problema serio”. General Indjai não se teria “sentido bem com isso”, indicou Naualna, tendo acrescentado que toda a família do mais alto oficial militar guineense “está preocupada”.
Apesar destas frustrações, o porta-voz do Estado maior das forças armadas da Guiné-Bissau disse não ser contra a decisão dos EUA investigarem e procurarem saber sobre o tráfico de drogas e de lutar contra a criminalidade transnacional organizada. Aliás, nas palavras de Daba Naualna, “o terrorismo, o tráfico de drogas, o tráfico de armas incomoda todo e qualquer indivíduo do bom senso”.
Todavia, Naualna lamentou a forma como as operações norte-americanas foram feitas no país. Para ele, apesar de se falar tanto da existência de traficantes de armas e de drogas na Guiné-Bissau, “chega-se à conclusão de que chegados aqui os americanos, não constataram e não conheceram nenhum traficante porque senão, não inventariam cenários, tal como vimos”.
Para Daba Naualna, os agentes secretos norte-americanos “teriam aliciado a Bubo na Tchuto” para participar nas suas operações e depois “trefilou-se de que o chefe de estado-maior estaria a conluiar com Bubo, mas toda a gente sabe que desde 26 de Dezembro do ano passado Bubo e o Estado-maior general estão de costas viradas”.
Para além de contestar a forma como os americanos investigaram o suposto tráfico de drogas e de armas, Daba Naualna questionou a forma e até a tese Americana quanto à prisão do antigo chefe da marinha nacional da Guiné-Bissau. Segundo a explicação de Naualna, “nenhum bote chega às águas internacionais. Os botes que temos aqui para a fiscalização marítima só servem par ir até às doze milhas, mais nada. Não vão para além disso”.
Daba Naualna acrescentou ainda ser também este o caso dos botes mais fortes, como os da fiscalização, “mas nem estes conseguem fazer as doze milhas, a não ser que o barco tenha vindo até aqui apanha-lo [José Américo Bubo Na Tchuto] e se então não o apanharam aqui em Bissau, então não foi capturado nas águas internacionais”.
Daba Naualna mostrou-se convencido de que Bubo Na Tchuto teria sido levado para as águas internacionais através doutros meios porque “se for com bote, não chegaria às águas internacionais porque afogaria. Agora onde isto terá sido? Seguramente no território da Guiné-Bissau”.
Recorde-se que uma operação da agência anti-narcotráfico norte-americana (DEA) levou à detenção, a 4 de Abril, do contra-almirante Bubo na Tchuto e assim como doutros cidadãos guineenses e que foram transportados para Nova Iorque, onde estão a aguardar o seu julgamento.
Duas semanas mais tarde, os EUA formalizaram as suas acusações contra António Indjai, o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau. Indjai é acusado de tráfico de droga e de armas.
De acordo com o documento que indicia António Indjai, o alto oficial guineense terá supostamente participado numa conspiração para fornecer armas à guerrilha colombiana das FARC, considerada terrorista pelos EUA, e terá usado a sua posição no topo da hierarquia militar guineense para fazer passar no país terroristas e narcotraficantes.
Acusações entretanto desmentidas agora pelas autoridades guineenses, através do porta-voz do Estado maior das forças armadas da Guiné-Bissau, o coronel Daba Naualna.
(GBissau.com, 20 de Abril de 2013)

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