segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Bafatá: GOVERNO REGIONAL DESCONHECE A CAUSA DA MORTE DE MAIS DE 200 ABUTRES


O governador da região de Bafatá, Dundu Sambú, disse que as autoridades regionais não têm ainda explicações sobre as causas da morte de  mais de 200 abutres nos últimos dias naquela região leste da Guiné-Bissau. Sambú afirmou na entrevista exclusiva ao semanário O Democrata que o governo regional já criou uma equipa de “resposta rápida” que trabalha na monitorização e sensibilização das populações para prevenir eventuais contatos com os abutres encontrados mortos nas matas e nos arredores das casas.

O maior fluxo da morte de abutres regista-se mais nos sectores de Bafatá, Bambadinca e Xitole. De acordo com os populares, é a primeira vez que o fenómeno acontece naquela região natalícia do fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana Amílcar Cabral, fato que já suscitou uma enorme preocupação.

As autoridades regionais já comunicaram  ao governo central, em particular os Ministérios da Saúde Pública e da Agricultura e Floresta. Informações do terreno indicam que autoridades regionais aguardam pela chegada de uma equipa técnica para examinar de dezenas de abutres todos os dias.

O governador explicou ao jornal O Democrata que reuniu o seu gabinete de urgência alargada às direções regionais de saúde e da pecuária para analisar o fenómeno. Diz  adotar medidas de precaução através  sensibilização à população para evitar contatos com os abutres mortos e não permitir que os animais domésticos aproximem-se ou alimentam-se das aves, de forma a evitar quaisquer contaminações. 

Dundu Sambú disse que o governo regional, até no momento, desconheceu da causa da morte de abutres, pelo que concentrou a sua ação na sensibilização através de programas radiofónicos para aconselhar as populações no concernente ao tratamento de abutres encontrados mortos nas ruas.

“Criamos uma equipa de resposta rápida que envolve elementos do meu gabinete, da delegacia regional da saúde, da pecuária, a Polícia de Ordem Pública, da Guarda Nacional e das Forças Armadas. Esta equipa está a trabalhar mais na recolha de informações sobre as zonas em que se registam mais casos da morte de abutres, como também na sensibilização da população para evitar contatos diretos com estas aves”, contou.


“A zona mais afetada é setor de Bafatá. Recebemos informações esta manhã que alguns abutres foram encontrados mortos na bolanha de “Sintcham Bonko”. No sector de Bambadinca, temos igualmente  informações que nos chegam de que 40 casos foram identificados. No sector de Xitole, registaram-se alguns casos”, explicou o governador. 

Os últimos dados  apontam para mais de 240 casos de abutres encontrados mortos. Sambú pede calma aos populares e assegura as autoridades estão a trabalhar no sentido de apurar as causas do fenómeno.

Sobre o assunto, o régulo central da região de Bafatá, Seco Sidibé, explicou ao repórter do O Democrata que esta é a primeira vez que se regista a morte em grande escala de abutres naquela região. Exortou por isso as autoridades regionais, em particular os administradores de sectores, a trabalharem de forma coordenada com as estruturas locais para a recuperação de cadáveres.

Pediu a colaboração do poder tradicional nas zonas afetadas, sobretudo na sensibilização das comunidades para evitar contatos com os abutres mortos e velar para que os seus animais domésticos não comam essas aves.

Salienta-se que o governo guineense já emitiu um comunicado. No documento,  informa que está a envidar os esforços, através dos ministérios de Agricultura, Administração Territorial  da Saúde e da Secretaria de Estado do Ambiente para identificar a causa da morte de abutres. 

Prometeu, no comunicado, que os técnicos vão recolher as amostras para exames laboratoriais e os cadáveres dos animais serão devidamente incinerados, tendo apelado igualmente à população para não consumir a carne de nenhuma ave ou outro animal que tenha morrido em circunstâncias desconhecidas.

Por: Assana Sambú

Foto: A.S

OdemocrataGB 

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