Mais de 1.500 refugiados e imigrantes morreram durante os primeiros sete meses do ano corrente quando tentavam atravessar o mar Mediterrâneo e chegar à Europa, divulgou hoje o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
Os dados atualizados desta agência da ONU revelaram ainda que só nos últimos dois meses, junho e julho, foram registadas mais de 850 vítimas mortais.
Numa nota informativa, o ACNUR sublinhou que a atual taxa de mortalidade é muito elevada, enquanto que o número de imigrantes e de refugiados que conseguem chegar às costas europeias decresceu significativamente em comparação com anos anteriores.
Cerca de 60 mil migrantes atravessaram o mar Mediterrâneo desde o início do ano corrente, ou seja, cerca de metade do número registado no mesmo período em 2017.
"O ACNUR insta os Estados e as autoridades a tomarem todas as medidas necessárias nestas rotas de trânsito para desmantelar as redes de tráfico", declarou Vincent Cochetel, enviado especial do ACNUR para o Mediterrâneo.
"Com tantas vidas em jogo, é vital que possamos dar garantias aos comandantes dos navios de que eles podem desembarcar as pessoas resgatadas", acrescentou o representante do ACNUR, lembrando os casos recentes de navios com refugiados e imigrantes a bordo que não conseguiram desembarcar em portos em Itália e em Malta.
Ao longo dos últimos meses, Espanha tornou-se a principal porta de entrada de migrantes na União Europeia (UE), substituindo Itália, que atualmente adota uma postura política anti-imigração e decidiu fechar os respetivos portos.
Mais de 23.500 migrantes chegaram por mar ao território espanhol desde janeiro passado, número que já supera os dados totais de chegadas em 2017, de acordo com o ACNUR.
NAOM
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