Um memorando assinado entre o Governo da Guiné-Bissau e o grupo vietnamita T&T acordou a venda de 150 mil a 200 mil toneladas de castanha de caju por ano.
O grupo vietnamita T&T assinou um memorando com o Governo da Guiné-Bissau para comprar toda a produção anual de castanha de caju, entre as 150.000 e as 200.000 toneladas, noticiou a imprensa oficial do Vietname.
O memorando foi assinado no dia 6, em Hanói, capital do Vietname, pelo ministro do Comércio, Indústria e Turismo, Vicente Fernandes, e pelo presidente do conselho de administração e diretor-executivo do Grupo T&T, Do Quang Hien.
O documento assume ainda que o Governo de Bissau fica responsável pela produção, controlo de qualidade, expedição, prazos e canais de pagamento. De acordo com os dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em 2016, a Guiné-Bissau produziu 153.888 toneladas de castanha de caju.
Com a assinatura do documento, o Grupo T&T passa assim a controlar a totalidade de castanha de caju produzida no país. De acordo com a rádio estatal vietnamita Voice of Vietnam (VOV), durante as negociações foi também discutida a possibilidade da importação de arroz vietnamita pelo país africano.
Segundo a mesma fonte, o ministro do Vicente Fernandes acredita que a Guiné-Bissau e o Vietname têm muitas semelhanças, com ambos a serem países com economias sustentadas principalmente na agricultura.
Vicente Fernandes crê ainda que a assinatura deste memorando assinala uma nova fase na cooperação bilateral e salientou que a experiência do Grupo T&T na área económica pode ser promissora para ambos os lados.
Nas declarações apontadas pela VOV, o ministro acredita na cooperação entre os dois países em áreas como o desenvolvimento de infraestruturas, portos e formação de recursos humanos. O ministro-adjunto da Indústria e Comércio vietnamita, Do Thang Hai, sublinhou o grande potencial para as exportações de arroz e castanha de caju entre os dois países.
A castanha de caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau e motor do crescimento económico, mas o produto ainda não é transformado no país. Segundo estudos realizados no país, a Guiné-Bissau podia ganhar dez vezes mais se aproveitasse o fruto e transformasse a castanha em amêndoa no país.
observador.pt
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