O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) acusou hoje, 07 de Agosto 2018, o Coordenador do Movimento para Alternância Democrática – Grupo 15 (MADEM-G15), Braima Camará, de ‘abusar do dinheiro de Fundo de Promoção da Industrialização dos Produtos Agrícolas, conhecido por FUNPI. O partido libertador acusa Camará de ter usado 9 biliões de francos CFA [13,7 milhões de euros] do FUNPI sem, no entanto, fornecido os justificativos até hoje.
As acusações dos libertadores contra um dos seus dissidentes e agora líder de MADEM-G15, Braima Camará, foram proferidas pelo porta-voz do PAIGC, João Bernardo Vieira, em conferência de imprensa promovida na sede do partido em Bissau.
Vieira acusa Braima Camará de utilizar, enquanto presidente da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), nove biliões de francos CFA de FUNPI, sem justificá-los.
Críticas de João Bernardo Vieira feitas em resposta ao que o próprio chama de “ataques do Braima Camará contra o líder do PAIGC e do terceiro vice-presidente dos libertadores Califa Seidi”.
Segundo o porta-voz do partido com maior representação no Parlamento, Braima Camará terá acusado, no último fim-de-semana, Domingos Simões Pereira e Califa Seidi de “utilizarem indevidamente” um bilião de francos CFA do FUNPI.
Sublinhou ainda que Braima Camará terá recusado colaborar com a empresa que o “governo do PAIGC” contratou para auditar o dinheiro do FUNPI, argumentando que os libertadores e o governo não têm nenhuma responsabilidade na gestão de FUNPI.
Acrescenta neste sentido que a entidade encarregue de gerir o FUNPI é a CCIAS que na sua opinião tinha “autoridade” de movimentar ou levantar o referido fundo.
João Bernardo Vieira explicou ainda que o primeiro governo do PAIGC liderado por Domingos Simões Pereira assinou um contrato com FUNPI, onde foram transferidos 500 milhões de francos CFA para FUNDEI – Fundação Guineense para o Desenvolvimento Empresarial Industrial, com o objectivo de “relançar as unidades fabris existentes no país com compras de materiais e de estoques da castanha de caju para as mesmas”.
João Bernardo Vieira expressou ainda a sua incompreensão quanto às acusações de Braima Camará e sublinhou que FUNPI não é “propriedade privado”, mas sim é fruto do imposto do Estado da Guiné-Bissau, que “um governo legítimo saído das eleições” tem, na sua visão, todo o direito de utilizar, acrescentando que é um “exercício normal de governação”.
Por: Sene CAMARÁ
Foto: SC
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