domingo, 29 de julho de 2018

Guterres alerta para risco de bancarrota da ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, deu o alarme sobre a falta de dinheiro da organização e referiu a necessidade de fazer cortes urgentes na despesa. O motivo é o incumprimento de quase metade dos Estados contribuintes.


Segundo citação do diário britânico The Guardian, Guterres constatou a existência em 30 de junho de um défice de 139 milhões de dólares e afirmou que a ONU "nunca enfrentou uma situação de tesouraria tão difícil, tão cedo, nesta altura do ano".

Numa carta enviada aos funcionários da ONU, Guterres dizia que "este novo estrangulamento financeiro, causado principalmente pelo atraso nas contribuições de Estados membros para o orçamento corrente, é diferente dos que vivemos anteriormente", pondo em xeque a actividade da organização e a sua reputação.

E acrescentava: "O nosso cash flow nunca foi tão baixo nesta altura do ano, e a tendência geral também é preocupante: estamos a ficar sem dinheiro mais cedo e a permanecer no vermelho durante mais tempo".

Ainda segundo Guterres, "uma organização como a nossa não devia ter de sofrer repetidamente o risco de bancarrota. Mas certamente a dor maior é sentida por aqueles que servimos sempre que, por falta de fundos, não conseguimos responder aos seus pedidos de ajuda".

Segundo números da ONU, dos 193 Estados membros apenas 112 pagaram as suas contribuições. A China, a França, a Rússia e o Reino Unido - membros permanentes do Conselho de Segurança - já pagaram a sua parte para este ano.

Os Estados Unidos são um dos países que ainda não pagaram, o que representa uma grande fatia do orçamento - 22 por cento. Mas não se trata aqui de um atraso relativamente a compromissos assumidos, e sim de uma entrada de dinheiro que habitualmente vem tarde, devido ao calendário orçamental norte-americano. Em todo o caso, os EUA têm, sob a presidência de Donald Trump, ameaçado reduzir a sua contribuição, principalmente quando as votações da ONU lhes desagradam.

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