quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Guiné-Bissau: O Governo guineense ordenou hoje a Empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB) que corte o fornecimento de energia a qualquer pessoa, entidade ou empresa que se recusar a pagar o serviço a partir de sexta-feira.

©  LUSA  19/12/2024 

Governo da Guiné-Bissau manda cortar energia a quem não pagar fornecimento

O Governo guineense ordenou hoje a Empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB) que corte o fornecimento de energia a qualquer pessoa, entidade ou empresa que se recusar a pagar o serviço a partir de sexta-feira.

A decisão consta do Comunicado do Conselho de Ministros, hoje realizado em Bissau, a que a Lusa teve acesso.

O Conselho de Ministros "exorta a todos os cidadãos nacionais e estrangeiros, residentes no país, no sentido de cumprirem com o dever cívico e moral de celebração formal de contratos de fornecimento de energia e água, incluindo os funcionários da EAGB", segundo o comunicado do Governo.

As autoridades guineenses consideram que a EAGB se encontra em "falência técnica".

Na reunião semanal, presidida pelo primeiro-ministro, Rui Duarte de Barros, o Conselho de Ministros debruçou-se sobre a "complexa situação da EAGB" caracterizada pela persistente situação de isenções de pagamento de energia.

Numa entrevista à Lusa, em outubro passado, Vasco Rodrigues, o português que gere a EAGB enquanto diretor-geral, lamentava o facto de a empresa fornecer energia a muitos clientes, mas que não pagam o fornecimento por beneficiarem de isenções ou por esquemas fraudulentos.

Na mesma reunião de hoje, o Conselho de Ministros foi informado da decisão do Governo, tomada recentemente, de rescindir o contrato com a empresa turca Karpower que fornecia energia à cidade de Bissau a partir de um navio.

Na entrevista à Lusa em outubro, Vasco Rodrigues indicou que apesar de o fornecimento a partir do navio ter sido desligado em agosto, a Karpower continuava a exigir receber dinheiro da EAGB com base num contrato.

O responsável afirmou que aquela situação também impedia a EAGB de reduzir a tarifa de energia que é cobrada aos clientes uma vez que mensalmente é obrigada a pagar uma fatura de cerca de 1,4 milhões de euros à Karpower, disse.


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