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POR LUSA 11/08/23
O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, anunciou hoje que ordenou ao Governo que retomasse os contatos com a Polónia, no meio de tensões fronteiriças entre o aliado de Moscovo e o vizinho membro da NATO.
"Temos de falar com os polacos. Ordenei ao primeiro-ministro que os contactasse", disse Lukashenko, citado pela agência noticiosa estatal Belta.
As tensões entre Minsk e Varsóvia são atualmente elevadas, num contexto de divisão sobre a guerra na Ucrânia, com a Polónia a ajudar Kiev financeira e militarmente, enquanto a Bielorrússia é um aliado de Moscovo.
A Polónia anunciou na quinta-feira que vai reforçar a segurança na fronteira com a Bielorrússia com até 10 mil soldados como forma de dissuadir provocações de mercenários do grupo russo Wagner enviados para o país vizinho.
Varsóvia também alegou um aumento do número de tentativas de entradas ilegais de migrantes através da fronteira bielorrussa, no que considerou ser uma guerra híbrida orquestrada por Minsk e Moscovo para desestabilizar a região.
Lukashenko atribuiu as acusações de Varsóvia ao facto de terem sido marcadas eleições legislativas na Polónia para 15 de outubro.
De acordo com Lukashenko, o Governo polaco está à procura de "uma escalada, para piorar a situação, a fim de mostrar que armou e rearmou devidamente o país", na véspera das eleições.
"Antes de 15 de outubro, é pouco provável que façam quaisquer mudanças significativas que sejam benéficas para eles e para nós", afirmou.
"Exigem muito de nós (...), mas não podemos aceitar isso, porque seria contra os nossos interesses", disse também, citado pela agência francesa AFP.
Lukashenko acusou os Estados Unidos de estarem a empurrar a Polónia para uma tentativa de agravamento da situação na região.
"Os americanos apostaram na Polónia. Mas os polacos não são estúpidos. São o nosso povo, os eslavos. Compreendem tudo perfeitamente. Vamos ter paciência e veremos. Estamos abertos à cooperação", afirmou, segundo a Belta.
Num encontro com organizações de trabalhadores durante uma visita ao aeroporto de Minsk, Lukashenko defendeu que a Bielorrússia não deve perder as relações com os vizinhos da União Europeia (UE).
"Atualmente, vivemos sobretudo à custa do Leste, cooperamos com a Rússia e a China. Mas não nos podemos esquecer do Ocidente de alta tecnologia", disse.
O líder bielorrusso admitiu que a melhoria de relações com os países da UE não será imediata devido à guerra na Ucrânia, mas poderá ocorrer em 2024-2025.
Nessa altura, "tenho a certeza de que haverá mudanças sérias no mundo, inclusive", acrescentou, sem concretizar.
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