© Getty/Badru KATUMBA
POR LUSA 11/08/23
A Human Rights Watch (HRW) acusou hoje os líderes do golpe militar no Níger de submeterem o Presidente deposto, família e outros detidos "a um tratamento abusivo", alertando que devem garantir o bem-estar dos detidos "arbitrariamente".
"Todas as pessoas detidas arbitrariamente devem ser imediatamente libertadas e receber alimentação adequada, serviços básicos e acesso a médicos, advogados e familiares", afirmou a diretora-adjunta da HRW para África, Carine Kaneza Nantulya.
Aquela responsável da organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos manifestou a sua preocupação com os relatos de tratamento "desumano e cruel" de Bazoum, depois de a HRW ter conseguido falar com o chefe de Estado deposto, com o seu médico, com o advogado da família e com um antigo conselheiro de comunicação.
"Não tenho eletricidade desde 2 de agosto e não tenho contacto humano desde 4 de agosto", afirmou, referindo que tiveram de comer "comida seca, nada fresco" devido à falta de eletricidade. Além disso, foi-lhes negado o acesso a pessoal médico, apesar de o seu filho precisar de tratamento médico para um problema cardíaco.
A declaração da ONG surge depois de o partido político de Bazoum, o Partido Nigeriano para a Democracia e o Socialismo (PNDS), ter denunciado as condições "desumanas" em que se encontram o detido e a sua família.
"Os chefes militares do Níger devem reconhecer que são responsáveis por quaisquer violações dos direitos humanos das pessoas sob custódia, incluindo Bazoum, a sua família e outras pessoas que detiveram", sublinhou a diretora da HRW para África.
A HRW também apelou à junta militar para que facilite uma "transição rápida" para um governo democrático civil, duas semanas depois de ter tomado o poder e estabelecido o Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP).
"Os parceiros regionais e internacionais do Níger devem exercer pressão sobre as autoridades nigerinas para que respeitem plenamente os direitos humanos de todos e efetuem rapidamente a transição para um governo democrático", afirmou Nantulya.
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