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POR LUSA 10/08/23
A França manifestou hoje "apoio total" às conclusões da cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre o Níger, que ordenou o envio da "força de reserva" para restaurar a ordem constitucional no país.
Além disso, Paris reiterou, em comunicado emitido pelo ministério dos Negócios Estrangeiros a sua "firme condenação da tentativa de golpe em curso no Níger, assim como do sequestro do presidente Bazoum e da sua família".
Entretanto, também os EUA declararam apoio à decisão da CEDEAO, através de uma declaração do chefe da diplomacia norte-americana, Anthony Blinken, sem, no entanto, aprovar explicitamente a decisão de mobilizar a força militar.
"A CEDEAO, organização que reúne os países da África Ocidental, desempenha um papel essencial na demonstração da necessidade de um regresso à ordem constitucional e apoiamos a sua liderança e o seu trabalho nesta área", afirmou Blinken.
Os dirigentes da CEDEAO aprovaram hoje o envio da "força de reserva" da organização para restabelecer a ordem constitucional no Níger, sem especificar imediatamente a forma e o papel desse envio.
Antes desta decisão, incluída nas resoluções lidas no final de uma cimeira extraordinária da CEDEAO sobre o Níger, em Abuja, o Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, que detém a presidência rotativa da CEDEAO, sublinhou a sua esperança de "chegar a uma resolução pacífica".
Acrescentou, no entanto, que o recurso à força como "último recurso" não estava excluído.
O regime militar que emergiu de um golpe de Estado no Níger formou um governo pouco antes desta cimeira extraordinária, na qual os líderes da África Ocidental confirmaram que estavam a considerar uma opção militar para repor o Presidente deposto, Mohamed Bazoum, como último recurso.
O único ponto de ordem de trabalhos da reunião de Abuja, que juntou chefes de Estado e representantes dos 15 países-membros da CEDEAO era o debate sobre a situação criada pelo golpe de Estado e a avaliação de uma intervenção militar para repor a legalidade constitucional.
Esta foi a primeira reunião dos líderes da CEDEAO desde o termo do seu ultimato aos militares na anterior cimeira da organização, em 30 de julho.
A cimeira extraordinária de Abuja realizou-se tendo como cenário o que fazer para enfrentar o quinto golpe de Estado bem-sucedido na região desde 2020, depois dos do Mali (duas vezes), Burkina Faso e Guiné-Conacri.
No total, desde 2020, a África Ocidental registou nove tentativas de golpes de Estado.
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