Os professores das escolas públicas da Guiné-Bissau iniciariam hoje uma greve geral de 21 dias, até final de outubro, para exigir, entre outros, a implementação do Estatuto da Carreira Docente (ECD), anunciou fonte oficial.
Laureano Pereira, líder do sindicato democrático dos professores (Sindeprof), um dos três sindicatos dos professores guineenses que se juntaram na greve, indicou que a paralisação visa "exigir respeito e a afirmação definitiva do professorado" na Guiné-Bissau, função que disse ser considerada "de marginal na sociedade, há muito tempo".
"O professor é um elemento estruturante de qualquer sociedade, por isso deve ser respeitado", afirmou Laureano Pereira, que pede paciência aos pais e encarregados de educação dos alunos perante mais uma greve nas escolas públicas.
O ano letivo foi oficialmente aberto pelo ministro da Educação, Camilo Simões Pereira, há três semanas, mas as aulas não estavam a decorrer com normalidade. Algumas escolas apontavam o dia 01 de outubro para a retoma normal das aulas.
Os três sindicatos apresentaram ao primeiro-ministro um caderno reivindicativo de 17 pontos, com destaque para implementação do ECD, um instrumento criado pelo Governo, em 2011, mas que nunca foi aplicado na realidade, segundo os líderes sindicais que agora exigem o seu cumprimento e ainda o pagamento, em retroativo, de todos os direitos inerentes.
Os sindicatos ainda exigem do Governo o pagamento de largos meses de salários em atraso aos professores contratados e aqueles que entraram recentemente nos quadros do ministério da Educação, os chamados novos ingressos, sob pena de a greve ir até ao final do mês com possibilidade de novas paralisações.
O líder do Sindeprof considerou que "se for o caso" a Guiné-Bissau "até pode vir a parar a docência pública, durante um ano, como aconteceu em vários países africanos", para que se resolva "de uma vez por todas os problemas do setor do ensino", disse.
Aquando da abertura do ano letivo, há três semanas, o ministro da Educação guineense, Camilo Simões Pereira, afirmou estar disponível para assinar um pacto de estabilidade com os sindicatos "para devolver a paz" ao setor do ensino no país.
Os sindicatos afirmam estar cansados de assinar acordos com o Governo, e desta vez, assinalam, só vão levantar a greve com o cumprimento, de pelo menos, 50% das reivindicações.
Lusa
Braima Darame
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