O milionário norte-americano Bill Gates defende que deveria, juntamente com todos os contribuintes ricos nos Estados Unidos da América, pagar impostos mais elevados, tendo apelidado a reforma tributária do Governo do Presidente Trump como "regressiva", noticiou esta segunda-feira a agência AFP.
"O Governo deve exigir a pessoas na mesma posição que eu que paguem impostos significativamente mais altos", disse o milionário e filantropo numa entrevista transmitida domingo pela estação de televisão norte-americana CNN.
A reforma tributária, aprovada no final de dezembro pelo Congresso, concedeu reduções significativas para as empresas.
O imposto desceu de 35% para 21% e as multinacionais, que podem agora repatriar temporariamente os seus lucros externos para os Estados Unidos, deixam de contar com taxas de 35%, passando agora a ter pagar entre os 8 e os 15,5%.
"Esta não é uma reforma progressiva, é uma reforma regressiva", considerou Gates, que prevê que a mudança beneficie os super-ricos e não os trabalhadores e a classe média, ao contrário do que foi avançado pelo partido Republicano.
"Os mais ricos tendem a receber mais benefícios do que a classe média ou os pobres, e isso vai contra a tendência geral que pretendíamos ver, com uma rede de Segurança Social mais forte e com os que estão no topo a pagar impostos mais elevados", disse o filantropo norte-americano.
Bill Gates cofundou a gigante Microsoft em 1972 e foi responsável por alguns dos maiores desenvolvimentos tecnológicos dos últimos 45 anos, sendo atualmente o segundo homem mais rico do mundo com uma fortuna avaliada em 90 mil milhões de dólares (72,5 mil milhões de euros).
Gates cofundou ainda, juntamente com a mulher Melinda e o pai William, a Fundação Bill & Melinda Gates, uma organização sem fins lucrativos dirigida a causas humanitárias e a investigações na área da medicina.
Lusa
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