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POR LUSA 15/09/23
O líder norte-coreano chegou hoje a bordo do seu comboio blindado à estação de Komsomolsk-on-Amur, no leste da Rússia, onde planeia visitar uma fábrica de aviões, informou a agência de notícias russa TASS.
Kim atravessou um tapete vermelho na estação, onde foi saudado pelo governador da região de Khabarovsk, Mikhail Degtyarev, e pelo presidente da câmara da cidade, Alexander Zhornik.
No local estava também uma comitiva de estudantes de uma escola de engenharia e de uma associação de amigos local, que presentearam o líder norte-coreano com uma oferta tradicional russa de pão e sal.
Kim encontra-se de visita à Rússia desde 12 de setembro, tendo-se reunido, na quarta-feira, com o Presidente russo, Vladimir Putin, num encontro em que se acredita ter sido acordada uma troca de armas e tecnologia.
Já na quinta-feira, os líderes da Rússia e da Coreia do Norte ofereceram um ao outro um fuzil (espingarda de repetição automática conhecida como 'rifle'), para assinalar a visita de Kim ao extremo oriente russo.
Os presentes trocados foram anunciados pela Presidência russa, que adiantou também que a visita do líder norte-coreano vai continuar durante "mais alguns dias".
De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, Vladimir Putin "deu a Kim uma luva de um equipamento espacial que viajou ao espaço várias vezes" e "uma 'rifle' de produção russa da mais alta qualidade".
Em troca, Kim Jong-un ofereceu a Putin "uma 'rifle' fabricada na Coreia do Norte", adiantou o porta-voz.
A visita à Rússia visa reforçar as relações bilaterais, em particular as militares, tendo Putin declarado ver "perspetivas" de cooperação militar com a Coreia do Norte, apesar das sanções internacionais impostas ao regime de Pyongyang por causa dos programas nucleares e da produção de novos mísseis.
Já Kim Jong-un manifestou-se convencido da vitória do exército e do povo da "Grande Rússia" na Ucrânia, durante um almoço que lhe foi oferecido por Putin.
Os Estados Unidos advertiram na quarta-feira a Coreia do Norte de que nenhum país deve ajudar o Presidente russo a "matar inocentes ucranianos", sublinhando que Pyongyang terá de enfrentar as consequências se o fizer.
Também o Japão e a Coreia do Sul expressaram preocupação com um possível acordo de armamento entre Putin e Kim, com Tóquio a alertar para o risco de violação das sanções da ONU relativas ao armamento da Coreia do Norte.
Representantes do Governo sul-coreano também manifestaram profunda preocupação com um potencial acordo de troca de armas e cooperação militar entre Pyongyang e Moscovo.
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