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POR LUSA 27/12/22
O governo da Gâmbia anunciou hoje a criação de uma comissão de inquérito para investigar a tentativa de golpe de Estado frustrado há uma semana, a qual deverá apresentar um relatório dentro de um mês.
A comissão, de 11 pessoas, inclui membros do Ministério da Justiça, da polícia, exército e serviços de inteligência e tem "30 dias para investigar, preparar e apresentar" o seu relatório, afirmou o porta-voz do Governo, Ebrima G. Sankareh.
Na segunda-feira, a Presidência do pequeno Estado sem litoral no interior do Senegal anunciou a detenção, durante o fim de semana passado, de um capitão e de um tenente alegadamente envolvidos no golpe falhado. Cinco outros soldados estão a ser detidos por alegada ligação com o caso.
Pelo menos duas outras pessoas acusadas de terem desempenhado um papel na tentativa de golpe continuam a ser procuradas, de acordo com as autoridades.
O antigo ministro dos Assuntos Presidenciais durante o regime de Yahya Jammeh (1996 - 2017) e membro do principal partido da oposição, o Partido Democrático Unido (UDP), foi também detido após aparecer num vídeo a sugerir que o Presidente será derrubado antes das próximas eleições locais. O seu partido está a exigir a sua libertação imediata.
Esta é a mais recente tentativa de golpe na África Ocidental desde 2020, após dois golpes bem-sucedidos no Mali e no Burkina Faso e outro na Guiné-Conacri, e uma tentativa na Guiné-Bissau. Tem sido esmagadoramente condenado pela comunidade internacional.
Numa cimeira realizada no início de dezembro em Abuja, Nigéria, os líderes dos Estados-membros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da qual a Gâmbia é membro e atualmente presidida por Bissau, decidiram criar uma força regional para intervir no caso de um golpe, expressando a sua preocupação com o efeito de contágio dos golpes de Estado.
A eleição surpresa de Adama Barrow como Presidente, em janeiro de 2017, pôs fim a duas décadas de governo autocrático neste pequeno e pobre país, com dois milhões de habitantes.
Barrow ganhou um segundo mandato por uma larga margem em dezembro de 2021, numa eleição presidencial que marcou a primeira transição aberta na antiga colónia britânica desde a ditadura.
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