© Russian Foreign Ministry/Handout via REUTERS
Notícias ao Minuto 27/12/22
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, acusou, esta terça-feira, os Estados Unidos de terem ameaçado assassinar o presidente russo, Vladimir Putin.
“Alguns ‘funcionários não identificados’ do Pentágono falaram em infligir um ‘golpe de decapitação’ no Kremlin”, começou por afirmar, em entrevista à agência de notícias russa TASS. “Na verdade, estamos a falar de uma ameaça à eliminação física do chefe de Estado russo”.
Lavrov alertou ainda que, “se tais ideias são realmente alimentadas por alguém, esse alguém deve pensar com muito cuidado sobre as possíveis consequências de tais planos”.
Sobre a ameaça nuclear, o ministro russo acusou o Ocidente de ter “abandonado completamente qualquer decência” e frisou que a ex-ministra do Reino Unido, Liz Truss, “declarou durante o seu debate pré-eleitoral que estava pronta para dar a ordem para um ataque nuclear”.
“Sem mencionar as provocações do regime de Kyiv. [O presidente ucraniano] Volodymyr Zelensky exigiu ataques nucleares preventivos dos países da NATO contra a Rússia. Isto vai além dos limites do que é permitido”, afirmou.
Na mesma entrevista, Lavrov acusou os EUA e os seus aliados da NATO de, juntamente com a Ucrânia, quererem derrotar a Rússia “no campo de batalha” para a “destruir”. “Não é segredo para ninguém que o objetivo estratégico dos Estados Unidos e dos seus aliados da NATO é derrotar a Rússia no campo de batalha como mecanismo para enfraquecer significativamente ou mesmo destruir o nosso país”, asseverou.
Exigiu ainda à Rússia a sua "desmilitarização e desnazificação" para deixar de ser uma ameaça para Moscovo, caso contrário o exército russo tratará de o fazer. Lavrov disse que as ameaças à segurança da Rússia incluem as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, que Moscovo declarou como anexadas em 30 de setembro, numa decisão não reconhecida por Kiev nem pela generalidade da comunidade internacional.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo considerou que perante as exigências de Moscovo as autoridades ucranianas só deverão ter uma atitude, que é satisfazê-las "de boa vontade".
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e mais de dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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