Um "número expressivo" de passageiros da TACV continua retido em Cabo Verde, informou a companhia aérea cabo-verdiana, que desde o início do mês cancelou 36 voos internacionais, tendo reencaminhado mais de 3 mil passageiros para outras empresas.
A companhia aérea, que nas últimas semanas cancelou a quase totalidade dos voos para a Europa, Estados Unidos e Brasil devido a uma avaria no motor do único avião que tem a operar, divulgou hoje um balanço da operação entre 1 e 13 de setembro.
De acordo com o balanço, durante o referido período foram cancelados 30 voos "inicialmente programados para operar com o B757" e mais 6 voos "em consequência de uma avaria idêntica no avião B767 da EuroAtlantic", que a TACV tem alugado em permanência desde julho "para fazer face à grande demanda da época alta".
A TACV adianta que, com recurso ao fretamento de avião de terceiros, conseguiu repor seis voos na linha de Providence e Lisboa e reencaminhar mais de três mil passageiros através de companhias como a TAP, Royal Air Marroc e SATA.
A companhia reconhece, embora sem especificar, que "um número expressivo" de passageiros continua retido em Cabo Verde.
"Reconhecemos que, em vários momentos, o tempo de espera dos passageiros é maior que o expectável", refere a empresa, reafirmando que "esta situação acontece em plena época alta, altura em que os lugares em companhias terceiras estão limitados devido ao grande número de passageiros em férias a regressarem às suas origens".
A TACV disse ainda ter gasto 1,8 milhões de euros em despesas com assistência (hotel, alimentação), reembolsos e reencaminhamentos dos passageiros.
O ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia, admitiu hoje que o cancelamento de voos tem um "impacto importante", adiantando que o Governo assumirá todos os custos e que os salários dos trabalhadores serão garantidos.
"O impacto é importante. Não vou avançar aqui o valor exato, mas o Governo assumirá essa responsabilidade. Aconteceu, os clientes finais não podem ser prejudicados, temos que garantir que todos os clientes sejam colocados no destino, isso custará e esse custo tem de ser assumido por alguém", disse Olavo Correia.
A companhia aérea pública cabo-verdiana está em processo de reestruturação com vista à sua privatização, tendo o Governo assinado com o grupo islandês Icelandair um contrato de gestão da empresa pelo período de um ano.
Com um passivo acumulado de mais de 100 milhões de euros, a empresa assegura agora apenas as ligações internacionais depois de o Governo ter negociado com a Binter Cabo Verde o exclusivo das ligações no mercado doméstico, empresa na qual entrou com 49% do capital.
24.sapo.pt
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