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POR LUSA 06/04/23
Várias explosões foram ouvidas esta quinta-feira à noite em Gaza, poucos minutos depois do Exército israelita ter anunciado que estava a "realizar ataques na Faixa de Gaza", noticiou a agência France-Presse (AFP).
Um porta-voz militar israelita confirmou que as suas tropas atacaram alvos em Gaza, enquanto nenhum ataque de retaliação ao território libanês foi anunciado até agora, noticiou a agência espanhola Efe.
"As Forças de Defesa de Israel (FDI) atacaram dois túneis terroristas e dois locais de fabrico de armas pertencentes à organização terrorista Hamas", salientou o Exército em comunicado, no qual explicou que "o ataque foi realizado em resposta às violações de segurança pelo Hamas nos últimos dias".
"As FDI responsabilizam a organização terrorista Hamas por todas as atividades terroristas que emanam da Faixa de Gaza e enfrentarão as consequências das violações de segurança contra Israel", acrescentou o porta-voz militar.
Segundo o Exército, quer os projéteis lançados nesta quinta-feira da Faixa de Gaza, quer os disparados desde o Líbano foram responsabilidade de grupos palestinianos.
Já fontes de segurança palestinianas em Gaza disseram que o "bombardeamento pesado" israelita na Faixa de Gaza foi realizado com aviões de guerra.
Além disso, especificaram que explosões foram registadas nas áreas norte, sul e leste do enclave.
O pessoal médico em Gaza confirmou que até agora nenhum ferimento foi relatado como resultado destes ataques, enquanto testemunhas descreveram "grandes colunas de fumo".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha prometido para esta quinta-feira à noite uma resposta militar, depois de mais de três dezenas de 'rockets' terem sido disparados do sul do Líbano para Israel, que atribuiu o ataque a ativistas palestinianos.
"Vamos atacar os nossos inimigos e eles vão pagar o preço por cada ataque", sublinhou Netanyahu na abertura de uma reunião do gabinete de segurança, de acordo com um pequeno vídeo divulgado pelo seu gabinete.
Mais de três dezenas de foguetes foram disparados hoje do sul do Líbano para Israel, no maior ataque do género desde 2006, quando os dois países estiveram em guerra, anunciaram as forças de defesa israelitas.
Cinco dos projéteis que caíram em solo israelita provocaram dois feridos ligeiros e alguns danos, segundo as forças de defesa, citadas pelo jornal 'online' The Times of Israel.
O incidente ocorreu depois de a polícia israelita ter entrado na Mesquita Al-Aqsa em Jerusalém, na quarta-feira, desencadeando confrontos com fiéis palestinianos.
Mais de 30 palestinianos ficaram feridos e cerca de 350 foram detidos.
A polícia israelita alega que os palestinianos se tinham barricado na mesquita "com fogo-de-artifício, paus e pedras".
Por seu lado, o líder do Hamas assegurou também esta quinta-feira que os palestinianos não vão "ficar de braços cruzados" perante a agressão de Israel contra a Mesquita de Al-Aqsa.
Ismaïl Haniyeh, que chegou ao Líbano na quarta-feira, reuniu-se hoje em Beirute com os responsáveis de outras organizações palestinianas.
"O nosso povo palestiniano e as formações de resistência palestinianas não ficarão de braços cruzados" perante a "agressão selvagem" de Israel contra a Mesquita de Al-Aqsa, frisou Ismail Haniyeh, em comunicado após a reunião.
O líder do Hamas pediu a "todas as organizações palestinianas que reúnam as suas fileiras e intensifiquem a sua resistência contra a ocupação sionista".
[Notícia atualizada às 00h09]