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Notícias ao Minuto 29/02/24
Da Ucrânia à ameaça nuclear, passando pela família. O discurso de Putin
O presidente da Rússia discursou sobre o Estado da Nação, onde abordou temas como a chamada "operação militar especial" na Ucrânia e disse que a NATO "está a preparar-se para atacar" o território russo. Mas alertou: "Nós também temos armas".
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, esta quinta-feira, que o país conseguiu "provar que é capaz de responder aos desafios mais difíceis" e alertou que um ataque da NATO "pode efetivamente desencadear a utilização de armas nucleares".
"Só podemos realizar todos os nossos planos juntos. Provámos que a Rússia é capaz de responder aos desafios mais difíceis", afirmou, num discurso sobre o Estado da Nação, citado pela agência de notícias RIA Novosti.
Putin referiu-se também à chamada "operação militar especial" levada a cabo na Ucrânia, que, segundo o presidente, recebeu um "apoio esmagador" da população russa.
Ao longo dos últimos dois anos, "as empresas russas enviaram milhares de milhões de rublos" para apoiar os militares, tratando-se de "uma contribuição para a vitória geral".
Putin garantiu que as "instituições da democracia na Rússia" serão "ainda mais" desenvolvidas. E enfatizou: "Não permitiremos que ninguém interfira nos nossos assuntos internos".
Lançando farpas ao Ocidente, que disse precisar de "um espaço em desvanecimento e morte, o presidente russo afirmou que os líderes ocidentais "calcularam mal quando foram confrontados com a determinação do povo russo".
"Representantes de diferentes grupos étnicos, culturas e religiões provaram na prática que a unidade do nosso povo é uma força colossal e conquistadora", frisou.
O presidente russo destacou que o país "lembrar-se-á dos seus heróis caídos" e anunciou um minuto de silêncio em honra dos soldados mortos em combate.
Após a homenagem, Putin afirmou que o exército russo está a avançar "com confiança" em várias frentes na Ucrânia e que a Rússia está "a defender a sua soberania e segurança e a proteger os nossos compatriotas".
O presidente frisou que Moscovo fará tudo o que for possível para acabar com o conflito na Ucrânia e erradicar o nazismo no país vizinho, mas lembrou que "não foi a Rússia que começou a guerra".
"Não foi a Rússia que começou a guerra no Donbass, mas faremos tudo para acabar com ela, erradicar o nazismo e cumprir os objetivos da operação militar especial", destacou.
NATO "está a preparar-se para atacar" o território russo
Putin considerou disparatadas alegações de que a Rússia pretende atacar a Europa e afirmou que o "Ocidente provocou um conflito na Ucrânia, no Médio Oriente e noutras regiões do mundo e continua a mentir".
"Agora, sem qualquer embaraço, dizem que a Rússia tenciona atacar a Europa. Vocês e eu compreendemos que eles estão a dizer disparates", disse Putin.
Putin afirmou que a aliança transatlântica NATO "está a preparar-se para atacar" o território russo e irá utilizar "as forças melhores e mais eficazes para o fazer".
"Mas lembramo-nos do destino daqueles que tentaram invadir o nosso território e é claro que o seu destino será muito mais trágico do que qualquer coisa que possamos enfrentar", atirou.
"Eles têm de compreender que nós também temos armas. Armas que os podem derrotar no seu próprio território e, claro, tudo isto é muito perigoso porque pode efetivamente desencadear a utilização de armas nucleares. Será que eles não compreendem isso?", questionou, acrescentando que "as forças nucleares estratégicas estão em estado de prontidão".
"As famílias numerosas têm de se tornar a norma"
Já sobre o estado da Rússia, Putin enfatizou que um dos objetivos do país é aumentar a taxa de natalidade, que, nos próximos seis anos, deverá atingir um "crescimento sustentável".
"As famílias numerosas têm de se tornar a norma", defendeu, agradecendo às autoridades locais que já estão a implementar programas de apoio às famílias com crianças.
Esta trata-se da 19.ª vez que Putin discursa perante a Assembleia Federal da Rússia. O presidente, de 71 anos, no poder desde 2000, vai candidatar-se a um novo mandato nas eleições presidenciais que decorrerão entre 15 e 17 de março.
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