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POR LUSA 31/08/23
O alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros insistiu hoje que o plano de paz do Presidente da Ucrânia foi o "único que ganhou tração" e apelou à sua adoção por mais países para isolar Moscovo.
"Éo único [plano] que ganhou tração e é o único que está a ser discutido", disse Josep Borrell, em conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, no final de uma reunião dos governantes com a pasta da diplomacia dos 27, em Toledo (Espanha).
O chefe da diplomacia europeia reconheceu que "houve muitos outros, da China, do Brasil, da África do Sul", mas "nenhum deles tem palco", apenas o plano apresentado por Volodymyr Zelensky e que já foi "discutido na Arábia Saudita".
Na ótica de Borrell, o plano ucraniano para acabar com o conflito que dura há mais de ano e meio é o único passível de "construir uma paz justa na Ucrânia".
E pelo mundo fora, continuou o alto-representante, já são muitos os países que "coincidem na perceção de que Putin, com a sua agressão, não está apenas a prejudicar a Ucrânia, mas também países a milhares de quilómetros de distância".
"Agora podemos vê-los a culpar a Rússia", completou, referindo-se ao fim do acordo do Mar Negro para exportação de cereais ucranianos, 'rasgado' pelo Kremlin no dia 17 de julho e cujo fim tem consequências em vários países de África e da região do Médio Oriente.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, participou na reunião de Toledo presencialmente.
Josep Borrell disse que os 27 discutiram também com Kuleba o programa de cinco mil milhões de euros anuais, integrado no Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (MEAP), entre 2024 e 2027.
O pacote específico para ajudar a Ucrânia a enfrentar a invasão russa continua a ser bloqueado pela Hungria.
Budapeste 'bateu o pé' por causa da inclusão do banco OTP na 'lista negra' de patrocinadores da guerra na Ucrânia.
Em declarações à Lusa e à RTP, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, afirmou que houve avanços quanto ao programa, mas, apesar de ser consensual a importância deste apoio, ainda não foi possível resolver a divergência entre Kiev e Budapeste.
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