sexta-feira, 2 de junho de 2023

MADEM G15: Povo da Guiné-Bissau quer "um primeiro-ministro sério"

POR LUSA   02/06/23

O candidato do Madem-G15 às eleições legislativas de domingo na Guiné-Bissau, Braima Camará, manifestou-se hoje confiante de que vai ter maioria absoluta porque o povo "provou que quer a mudança" e um "primeiro-ministro sério".

Em declarações aos jornalistas à margem do comício de encerramento da campanha eleitoral, no Espaço Verde, junto à avenida que liga o aeroporto ao centro de Bissau, o coordenador nacional do Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15) afirmou que "o povo quer a estabilidade, quer a paz" e "um Governo sério, um Governo do povo para o povo".

Braima Camará fez um balanço da campanha "acima de todas as expetativas", referindo que "é a hora da Guiné-Bissau, chegou a hora, a hora da mudança para Kumpu Guiné [compor a Guiné]", recorrendo ao 'slogan' usado na campanha - "Hora Tchiga - Kumpu Guiné".

Questionado sobre se está confiante nos resultados, o candidato a primeiro-ministro manifestou-se "confiante, convicto, firme e determinado" e que "não há dúvida nenhuma" de que vai ter maioria absoluta, acrescentando: "É a razão da nossa luta."

O Espaço Verde esta preenchido com apoiantes do Madem G-15 e Ciza, de 37 anos, esperou "mais de três horas" pelo candidato, mas "valeu a pena" porque conseguiu ficar nos lugares da frente para assistir ao comício. 

Vestida com uma camisola branca e com o símbolo de partido, disse que "a Guiné-Bissau precisa de "hospital, água, eletricidade e escola", o que "só será possível" com Braima Camará.

Reivindicação idêntica tem Sajo Mane, de 29 anos, que pede "escola, saúde e emprego" porque a Guiné-Bissau precida de "toda a mudança".

Em cima do palco estavam vários ministro, nomeadamente dos Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa, das Obras Públicas, Fidelis Forbes, do Ambiente, Viriato Cassamá, do Turismo, Fernando Vaz e da Mulher, Família e Solidariedade Social, Conceição Évora.

Ao lado do candidato estavam o ex-Presidente José Mário Vaz, que se filiou no Madem-G15 em setembro do ano passado, e o ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e no ecrã principal passavam imagens de Braima Camará ao lado do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que foi acusado pela oposição de interferência na campanha eleitoral a favor do Madem-G15, partido que ajudou a fundar.

Os militantes faziam a festa com a atuação de vários músicos e saudaram efusivamente José Mário Vaz, conhecido como Jomav, à sua chegada ao palco do comício.

Os ânimos exaltaram-se à chegada de Braima Camará, que percorreu a avenida desde o aeroporto em cima de um carro e rodeado de apoiantes do partido, o que levou à intervenção da polícia.

O Madem-G15, atualmente no Governo é um dos principais partidos a disputar as sétimas legislativas guineenses desde a abertura ao multipartidarismo, em 1994.

Entre os principais partidos estão ainda a coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, na oposição), o Partido de Renovação Social (PRS), que integra o atual Governo de iniciativa presidencial, mas que tem criticado a ação do executivo durante a campanha eleitoral, e o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), de Botché Candé, atual ministro da Agricultura, e que se tem igualmente distanciado dos partidos que integram o Governo.

A Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), do primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam, tem tido uma presença mais discreta na campanha eleitoral e o chefe do Governo perspetivou já que nenhum partido vai conseguir a maioria, sendo necessário um consenso para formar o executivo.

Para estas eleições estão registados 893.618 eleitores. As urnas abrem às 07:00 locais (08:00 em Lisboa) e encerram às 17:00 (18:00 em Lisboa) e haverá 3.524 mesas de voto.

Ao todo estão no país cerca de 200 observadores, nomeadamente da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), liderada pelo ex-presidente cabo-verdiano Jorge Carlos Fonseca, da União Africana, chefiada pelo ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano, enquando a missão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), é liderada pelo ex-vice-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense Alberto Carlos.


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