© Michael M. Santiago/Getty Images
POR LUSA 28/04/23
A Rússia opôs-se hoje à transmissão pelos canais oficiais das Nações Unidas (ONU) de uma reunião do Conselho de Segurança sobre sequestro e deportação de crianças em conflitos armados, cumprindo uma promessa que fez no início do mês.
Em 5 de fevereiro, a missão russa junto da ONU convocou uma reunião em formato 'Fórmula Arria' (reuniões informais com representantes da sociedade civil) para dar a sua versão sobre a deportação ilegal de menores ucranianos e que contou com a participação da comissária russa para a infância, Maria Lvova-Belova, alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI).
Contudo, a reunião não foi transmitida pelos canais oficiais da ONU a pedido do Reino Unido, que se opôs a dar voz a Maria Lvova-Belova por ser considerada uma das responsáveis pelo "crime de guerra de deportação ilegal" de menores ucranianos.
Face à objeção do Reino Unido em permitir que a reunião fosse transmitida pelos canais oficiais da ONU, o vice-representante permanente russo na ONU, Dmitry Polyansky, anunciou que "a Rússia bloqueará a partir de agora todas as transmissões da ONU de reuniões semelhantes", promessa que foi hoje cumprida.
De acordo com a prática estabelecida na Organização, a transmissão 'online' das reuniões em formato 'Fórmula Arria' via canais oficias da ONU requer o consentimento de todos os membros do Conselho, podendo assim ser bloqueada se um único membro se opuser.
Além do Reino Unido e da Rússia, também a China bloqueou em 17 de março a transmissão 'online' de uma reunião sobre a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte, elevando para três o total de vezes que um Estado-membro travou a transmissão de sessões nos últimos dois meses.
Apesar de a reunião de hoje não ter sido transmitida nos canais oficiais da ONU, os co-organizadores - Albânia, França e Estados Unidos da América - difundiram a sessão no canal do YouTube da missão norte-americana.
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