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POR LUSA 28/04/23
A Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS) vai retirar 2.000 militares daquele país do Corno de África no próximo mês de junho, segundo informação dos países que contribuem com soldados para esta operação.
Num comunicado divulgado hoje pela ATMIS, os dirigentes daqueles países apoiaram a retirada militar, inicialmente prevista para dezembro passado, na cimeira de chefes de Estado e de Governo dos Países Contribuintes de Tropas (TCC) realizada na quinta-feira em Entebbe (Uganda).
A reunião contou com a presença dos presidentes de Uganda, Yoweri Museveni, Burundi, Evariste Ndayishimiye, Djibuti, Ismail Omar Guelleh, Quénia, William Ruto, e Somália, Hassan Sheikh Mohamud, bem como o vice-primeiro-ministro da Etiópia, Demeke Mekonnen, entre outros.
Os líderes também destacaram "a necessidade de uma avaliação conjunta da retirada de mais 3.000 soldados da ATMIS" e pediram que "os preparativos e uma avaliação conjunta sobre a situação de segurança na Somália comecem rapidamente".
Da mesma forma, os presidentes pediram ao Conselho de Segurança da ONU que considere "o levantamento do embargo de armas à Somália para permitir que o país assuma as suas responsabilidades de segurança".
Atualmente, a missão da União Africana conta com cerca de 20 mil soldados na Somália, maioritariamente provenientes do Uganda, Burundi, Quénia, Djibuti e Etiópia, que lutam contra o grupo terrorista somali Al-Shebab.
O plano de retirada militar gradual, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, contempla uma estratégia de saída do país até ao fim de 2024.
O Presidente Mohamud anunciou em agosto passado uma "guerra total" contra o Al-Shebab e, desde então, o Exército Somali, apoiado pela ATMIS, tem levado a cabo intensas ofensivas contra os terroristas, por vezes com a colaboração militar dos Estados Unidos.
Em resposta, o grupo terrorista realizou ataques poderosos, entre os quais um com dois carros-bomba contra o Ministério da Educação em Mogadíscio, que causou a morte de pelo menos 120 pessoas em 29 de outubro.
O Al-Shebab, afiliado à Al-Qaida desde 2012, realiza frequentemente ataques em Mogadíscio e outras partes do país para derrubar o Governo central - apoiado pela comunidade internacional - e estabelecer um Estado islâmico wahhabi (ultraconservador).
O grupo terrorista controla áreas rurais no centro e sul da Somália e também ataca países vizinhos como o Quénia e a Etiópia.
A Somália vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um Governo eficaz e nas mãos de milícias e senhores da guerra fundamentalistas islâmicos.
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