Consumo de álcool (Pexels)
CNN Portugal, 08/04/23
Duas cervejas por dia pode já fazer soar os alarmes
“Beba com moderação”. O conselho é generalizado, mas a ciência vem agora mostrar que, ao contrário do que outros estudos indicavam, afinal, até o consumo moderado de bebidas alcoólicas é mau - e não, beber moderadamente não é melhor do que não beber de todo.
Segundo o The New York Times, a ideia de que beber moderadamente poderia ser benéfica remonta a 1924 e nasce do biólogo Raymond Pearl, que, através de um gráfico com uma curva em forma de ‘J’, mostrou que o consumo moderado de bebidas alcoólicas poderia ser bom para a saúde, uma vez que o ponto mais baixo do gráfico representava os bebedores moderados, que tinham as taxas mais baixas de mortalidade por todas as causas.
No entanto, uma nova revisão científica, que analisou 107 estudos realizados entre 1980 e 2021 sobre o consumo de álcool, revela que essa teoria não está correta. E mais, dois copos de vinho por dia são já um trampolim para um maior risco de morte prematura.
De acordo com a nova análise, que envolveu 4,8 milhões de participantes, todos os anteriores eram maioritariamente observacionais e que, por isso, deixavam de fora uma série de complicações associadas ao consumo de bebidas alcoólicas, sobretudo quando esse consumo, mesmo que pareça moderado, é rotineiro.
Publicado na JAMA Open Network, o estudo da Universidade de Vitória, no Canadá, “não encontrou reduções significativas no risco de mortalidade por todas as causas para bebedores que bebiam menos de 25 gramas de etanol por dia”, pelo contrário. “Houve um risco significativamente aumentado de mortalidade por todas as causas entre as mulheres que bebiam 25 gramas ou mais por dia e entre os homens que bebiam 45 ou mais gramas por dia”, lê-se na investigação.
E 25 gramas de álcool é nada mais, nada menos do que dois copos de vinho ou duas cervejas de 33 cl cada.
Apesar de os riscos serem generalizados, os autores do estudo alertam que o consumo de álcool pode ser ainda mais prejudicial para as mulheres, uma vez que detectaram “riscos significativamente maiores de mortalidade entre mulheres que bebiam em comparação com mulheres que não bebiam”.
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