sexta-feira, 18 de novembro de 2022

UCRÂNIA: Agência de Energia Atómica pede à Rússia que saia de central nuclear

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Por LUSA 17/11/22 

O Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) aprovou hoje uma resolução a apelar à Rússia para que se retire da central nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia.

No mesmo documento é pedido à Rússia que suspenda as suas ações contra locais nucleares, afirmaram fontes diplomáticas.

O texto, apresentado pelo Canadá e pela Finlândia, foi aprovado por 24 dos 35 Estados do organismo, adiantaram dois diplomatas contactados pela AFP.

A Rússia e a China votaram contra e sete países abstiveram-se (Paquistão, Índia, África do Sul, Namíbia, Quénia, Vietname e Arábia Saudita). Dois estiveram ausentes.

Duas resoluções sobre o assunto já tinham sido adotadas, em março e depois em setembro, numa altura em que os incessantes bombardeamentos na Ucrânia levantavam receios de um acidente nuclear.

Na mais recente resolução, o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica "manifesta a sua profunda preocupação" com a recusa da Rússia em pôr fim aos ataques às instalações nucleares ucranianas.

No documento, apela-se à Rússia para "deixar cair as suas reivindicações sem fundamento sobre a fábrica de Zaporijia, a retirar imediatamente as suas tropas e pessoal e a cessar todas as ações" contra as centrais nucleares do país.

A central de Zaporijia, a maior da Europa, é particularmente preocupante. Ocupada desde o início de março pelas tropas russas, está situada num dos territórios anexados pela Rússia.

Não muito longe da linha de demarcação entre os territórios controlados por Kiev e os ocupados por Moscovo, é alvo de bombardeamentos regulares, pelos quais ambas as partes do conflito se acusam mutuamente.

Os apelos à desmilitarização multiplicaram-se, sem sucesso até agora.

Os inspetores da AIEA estão presentes no local desde o início de setembro e o diretor geral do organismo da ONU, Rafael Grossi, tem vindo a conduzir negociações há várias semanas com vista à criação de uma zona de proteção à volta do local.

As discussões, que descreveu como "muito complicadas", visam alcançar um objetivo "muito simples": "não disparar contra a central, não disparar da central", acentuou Grossi na quarta-feira, primeiro dia da reunião trimestral do Conselho de Governadores, pedindo que se atue "o mais rapidamente possível".

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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Notícias ao Minuto  17/11/22 

Uma grande parte da população não terá aquecimento este inverno devido aos ataques russos às infraestruturas de energia.

As forças russas continuam a bombardear e a danificar infraestruturas de energia críticas para a população civil ucraniana, pelo que, esta quinta-feira, a primeira neve do inverno chegou a Kyiv com muitos sem capacidade para se aquecerem do frio.

O governo ucraniano tem criticado Moscovo por procurar criar uma crise energética, numa altura em que o temível inverno da Europa de Leste está mesmo a chegar.

No entanto, a Rússia justifica estes ataques referindo que a Ucrânia tem-se mostrado indisponível para resolver o conflito diplomaticamente.

Milhões de ucranianos estão, assim, a ter grandes dificuldades devido aos ataques russos ao fornecimento de energia. Esta quinta-feira, um novo bombardeamento atingiu uma central de produção de gás, no leste do país, complicando ainda mais as contas à população.

Também em Dnipro, no porto de Odessa e na região de Zaporíjia foram registadas explosões, e qualquer entrave ao fornecimento de energia proveniente da central nuclear de Zaporíjia seria ainda pior para os ucranianos. Citada pela televisão canadiana CBC, a empresa de gás ucraniana Naftogaz informou que uma das muitas infraestruturas de energia atingidas esta quinta-feira foi a grande central de Pivdenmash, em Dnipro.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Assuntos Humanitários refere, no seu site, que "os contínuos ataques a infraestruturas energéticas estão a criar uma enorme crise energética no país", e "mais de 165 mil pessoas em cidades retomadas pela Ucrânia, incluindo a cidade de Kherson, enfrentam uma situação humanitária severa devido à destruição e danos severos nas infraestruturas".

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